BARBARA

A viagem que seria de uma semana durou dois dias,Yan não estava bem tivemos de voltar para nossas vidas.




--Maria Isabel!!tem meio minuto.Amor olha os remedios esta tudo explicado ,qualquer coisa me liga esta bem?--Orientava Clara com os cuidados com Yan enquanto saia para o trabalho.






--Ta amor!!bom trabalho.--lhe dei um beijo.





--MARIA ISABEL MONTENEGRO!!!--Ela faz de proposito só pode.





--Qual a necessidade de gritar mamãe?--Tinha acabado de descer.





--Estou atrasada minha filha colabora,ficou quase uma hora se arrumando--Expliquei calmamente.





--Poderia ter ido ,mamãe Clara me levava né mamãe?--Me desafiando.






--Vocês duas...por favor!!olha que horas são,é serio que querem começar a brigar desde cedo!!!euzinha to fora--Clara a beijou,me beijou nos disse amo vocês e subiu.






Isa e eu seguimos para o colégio,ela estava inquieta ,sem os malditos fone de ouvido,na certa queria me dizer algo lhe perguntei.






--O que foi?--Ela me olhou.





--Que foi o que?--Fingiu-se de desentendida.




--Nada.Porque?quer me dizer algo?--Destorcendo a conversa.





--Não Isa eu nada!--Não iria insistir.






CAROLINA


A nevoa...a escuridão...o frio..as questões da vida que me perseguem desde a infância...a total falta de amor...se realmente existe um Deus porque ele permite que coisas assim aconteçam,ainda mais com os pequenos,não sabemos nos defender da dor fisica,imagina aquela causada no coração,mas ter um coração ja não faz mais parte de quem sou,a introspecção,o distanciamento,o descredito na vida,nas emoções,nos sentimentos,alias vida,que eu ainda criança desejava com todo meu ser perde-la,mas nunca deu certo;hoje não tenho mais este anseio,alias nenhum.A noite Londrina sempre fora assim desde que me entendo por gente até por isso me identifico tanto a nebulosidade,a ausencia quase total de sol na maioria das vezes.O frio congelante aqui fora não difere muito de dentro de mim,a diferença é que um simples vestir de um casaco aquece minha pele,meus ossos,ja por dentro...Sou viciada na noite ela te esconde de si mesmo.






Aquela manhã na China não me lembro de nada só de acordar em um lugar fétido com gente tal qual igual,falando uma lingua que eu não conhecia,logo me trouxeram algo nojento para comer,perguntava de meu cachorro a unica forma de amor que eu ainda conhecia,eles nada me diziam,mesmo se dissessem eu não entenderia;alguns minutos depois eles me aparecem com o farofa uma onda de emoção tomou conta de mim ele esperniava para vir comigo eles não deixavam; tentei levantar para socorre-lo um dos homens me jogou longe bati a cabeça na parede.O que se seguiu eu tenho pesadelos até hoje,o pegaram pela perna ,o giravam,jogavam um para o outro...tentei socorrer,mas eu com meu corpo pequeno tão pouco podia,gritava para eles,--NÃO...NÃO...NÃO...NÃO...NÃO.Eles riam ainda mais por fim me encolhi em um canto escuro abracei minhas pernas e chorei desesperadamente,logo ouvi um grito como se por alguns segundos uma dor muito grande lhe acometesse,mas logo passasse,instantes depois todos sairam,o silêncio se fez ,o cheiro de sangue impregnava meu nariz,ali da escuridão fui abrindo meus olhos,eles ja temiam o que iriam encontra,até por isso não queriam se abrir.O corpinho de um lado,a cabeça de outro e um rastro de sangue,minha ultima lembrança de amor e familia estava ali morto,me rastegei até ele,choro?não,eu nem isso conseguia;peguei a cabeça e o corpo juntei ou tentei juntar--Fa?--Ele nada--Fa acorda por favor!!!--Nada.As orelhinhas que só deitavam de alegria quando me via agora abaixara para sempre.O peguei e voltei rastejando para a escuridão e ali eu chorei pela a ultima vez em minha vida até aqui.







Fiquei uma semana agarrada a ele ja estava se decompondo quando vieram umas mulheres me deram banho e me levaram para uma sala fiquei ali por horas.Hoje sei que estava sendo exposta para varios casais para ver quem dava mais e me adotava. Um casal ingles cuja a unica filha havia falecido deu o maior lance e ca estou eu, uma cidadã Londrina.Não passei grandes dramas com essa familia eram boas pessoas,ela nunca superou a perda da filha,embora me tratasse muito bem e me dava amor,ele era um homem muito carinhoso, fazia tudo que podia para mim,trabalhavam muito,não eramos ricos mais tinhamos uma vida legal,nunca consegui me ligar a eles como familia,familia eu só tive uma e ela me abandonou da forma mais cruel e covarde que se tem,eu a adimirava,queria ser como ela,ela me prometeu amor e foi COVARDE não lutou por mim.Depois de um tempo eu entendi o porque,ela se casou la com aquela mulher rica e formou sua familia,pelo menos é o que os jornais diziam,eu sempre fora só a orfanzinha que ela brincava de mamãe e filhinha de vez em quando,quando enjoou foi ter os seus.Uma vez ela veio fazer um concerto aqui em Londres,juntei três meses de mesada para ir .Linda,perfeita,talentosa,porque ela não lutou por mim?nunca foi atras,esqueceu e pronto,uma onda de raiva e ódio me possuiu,sai dali chorando,se eu pudesse faze-la sentir um pouquinho da dor que eu senti eu faria.Depois disso nunca mais vi ou quis ler algo sobre.Me tornei uma adolescente popular,dizem que muito bonita,não me ligo a ninguem só sex* furtivo,amo as mulheres ,sim sou lesbica!cada dia estou com uma e nunca com nenhuma .Me formarei este ano o que eu tenho são meus estudos e as mulheres.




YAN E MARIA CLARA


Contornava o rosto de mamãe com meus dedos ,cada tracinho ,o nariz arrebitado,o labio desenhado--Você é igualzinha a mim,sabia?--Lhe informei dando beijos em seu rosto.





Rsrsrsrs--Não seria você igualzinho a mim cara?--Perguntei a ele o agarrando.





--Diria que nós dois somos um arraso mamãe!!gatos mesmos sabe?--Convencido meu muleque.






--Sei meu filho!!agora presta atenção no filme--Assistiamos frozen no meu quarto.





---Mamãe quero sorvete,da?--Fiz charme pra ela,mãe sempre cai.





--Kkkkkkkkkkkkk--Se lhe der sorvete posso preparar meu enterro você ta dodói amor,sua mãe me mata.--Nem caiu mamãe Clara.






--Quando melhorar você da então.Vamos ver bob esponja depois?--Deitei no colo dela,ela fez que sim com a cabeça.





MARIA ISABEL



--Vai la e pede!!poxa Isa não sabia que você era tão covarde--Guto falando em minha cabeça.





--HEI!!!não sou covarde sou precavida,minha mãe me deu duzentos anos de cadeia,opa!digo castigo,dai eu vou la e pedir pra ela revogar um dia?--Argumentei para ele ver quanto sem noção era o que ele tava pedindo.





--É sua idiota!!--Bateu em minha cabeça,dei um tapa na dele tambem.





--Acha que é assim garoto?--Coçava minha cabeça--Chegar me batendo,pirou?





--Deixar de brigar comigo e vai enfrentar sua mãe,o que adianta tanta marra se ta ai se borrando--Ele quer apanhar só pode.






--Caralh* Gu se não entende!!ela não vai deixar ,se fosse mãe Clara talvez,mas Barbara,aposto que ela vai me dar mais uns dez anos de castigo.Ele não se conformava.




--Ao menos tenta pô.--Que garoto chato.





--Ta,ta,ta,ta,depois da aula dou uma passada no hospital,mas olha aqui--Coloquei o dedo em seu peito--Se ela brigar amanha desconto em você--Ele ficou pianinho.






BARBARA


Acabava de sair da cirurgia de um garoto de 5 anos,um cancer raro ,em uma area complicada mais foi tudo bem depois de cinco horas de cirurgia,descansava na sala dos medicos ,de olhos fechados ,cadeira inclinada.



--Ora ora,se não é a doutora mais gostosa do pedaço!!--Maya não faltava nada.





--A doutora mais casada eu diria!!--Ja cortando ,ela da em cima de mim a tanto tempo que ja nem percebo,continuei de olhos fechados





--Quando me dara uma chance?--Se aproximou de mim,me assustei a cadeira caiu bati minha cabeça na quina da mesa cortando.







--Ai!!!!--Tirei minha mão coberta de sangue.






--Ooooow querida,lamento tanto,vem deixa eu saturar--Me levou para o banheiro ,voltou para pegar o material de sutura e os medicamentos.







MARIA ISABEL



--Oi mamãe ,então,  eu tava com saudade.Não,não doce demais--Oi mãe! todos dizem que você é uma medica muito foda ,os jornais,revistas,mamãe--Não,bajulador demais.--Eu ensaiava o que dizer a Barbara enquanto pegava o taxi para o hospita sabia que ela não deixaria e dessa vez com toda a razão ,fiz um monte de merd* em menos de uma semana ,mais o guto fica de mimi,falando um monte em minha cabeça,dai a trouxa aqui,o que faz?cai na pilha e vai decletar sua setença de morte--DEUS PORQUE EU TENHO DE SER EU?,o taxista começou a falar um monte sobre tempo,governo ,violência,sera que ele não notou que sou criança,acho que isso eles fazem tipo no automatico.





Cheguei ao hospital ajeitei minha roupa,tentei ficar tipo garotinha da mãe até ajeitei o cabelo,todos ali ja me conheciam desde pequena fui subindo e cumprimentando a todos,até encontrar com doutor marcos amigo da mamãe.





--Oi tio,viu minha mãe?--Perguntei sendo abraçada por ele.





--Como você esta cada dia mais linda e parecida com a Barbara Isa,fara muitos marmanjos chorar--Falou me admirando.





--Só se for por bater neles tio--Ele sorriu--Viu ela?






--Esta na sala dos medicos querida!!--Me despedi e segui até ela.






BARBARA



Maya saturava e tirava uma casquinha quando podia eu estava encostada na pia de pernas abertas, ela entre elas,seu corpo me cobria,iria afasta-la estava perto demais quando ela segurou minha nuca me puxando para um beijo   tentava enfiar a lingua dentro de minha boca eu a empurrava quando ouço o barulho da porta batendo,ela se afastou dei uma bofetada em seu rosto vermelha de raiva.




--Nunca mais em sua vida chegue perto de mim!!vagabunda--Sai correndo para ver quem era não vi ninguem.




MARIA ISABEL


Entrei na sala chamei por mamãe ninguem respondeu ouvi uns gemidos vindo do banheiro cheguei até la ...como ela pode?porque?achava que ela amava minha mãe,Clara é completamente apaixonada por ela,meu estomago começou a embrulhar,meus olhos queimavam,as lagrimas queimavam como fogo.Ganhei as ruas e vomitei não conseguia parar,aquela mulher me dava nojo,como pode?como?como?como?não conseguia me mover nem parar de passar mau,liguei pra minha madrinha.






--Dinda ,preciso de você!!!--Enquanto ela não vinha me encoli em um canto.







MARIA CLARA

Colocava o termometro em meu bebe--Eeeeeeeeeh!!adivinha quem ja ta melhor?--Baguncei seu cabelo.





--Sou um cara muito forte mamãe!!--Mostrou o muque.





--Que tal darmos um pulo no galpão Yan?--Ja era de tarde.





Ele foi correndo se arrumar,Isabel havia ido ter uma converssa com a mãe no hospital"tenho assuntos a tratar com ela"assim falou toda cheia de si,tomara que não acabasse em briga.Chegamos ao galpão foi uma festa os garotos vieram pra cima de mim,não demorou muito ja apareceu uma bola,fomos para rua jogar,Yan não quiz,nessas horas sinto falta da Bel ela ja estaria aqui descalça e gritando com todo mundo ,ao pensar nela senti uma dor tão forte no peito tive que agachar.





BARBARA


Sai da sala não queria ver a cara  de Maya mais naquele dia,quem sera que bateu a porta?sera que nos viu?se viu vai pensar coisas erradas,dissipei tudo isso e fui para a proxima cirurgia.Três horas depois sai da cirurgia,havia zilões de mensagens de Fa,o que sera que ela estava aprontando agora,tentei retorna e nada,no meio do caminho encontrei Marcos.





--Isa esta cada vez mais linda hein Barb!!--Sorri sempre é bom ouvir elogiar filho mais fiquei confusa.






--Esta sim,se a vê-la agora então!! o quanto ela cresceu--Ele agora me olhava confuso.





--Eu a vi de tarde não falou com ela?--O pavor tomava conta do meu corpo.





--Maria Isabel esteve aqui?--Quase em choque.





--Sim; disse a ela que você est...Barbara você esta bem?





--Não!!pega agua para mim por favor--Perdi minhas forças Isa deve ter visto Maya me beijando e entendido tudo errado.Não podia ficar ali sofrendo precisava falar com minha filha,como estaria a cabecinha dela e se ja estivesse falado para Clara.Me levantei e sai desesperada com a roupa de cirurgia mesmo,ja dentro do carro ja começava a chorar,ligava em casa ninguem atendia,até Fa me ligar e dizer que Isa estava la virei o carro e fui.






MARIA ISABEL


Minha Dinda foi me buscar,não conseguia falar nada ela estava muito preocupada falava e falava comigo eu ouvia la longe,mas nada entendia.Não demorou muito aquela mulher chegou,seus olhos estavam vemelhos eu só conseguia ve-la enroscada na piranha da tia Maya,via que ela estava reticente,me olhava em um misto de dor,medo e suplicas.






--Fa deixa a gente a sós!!--Me encolhi atras da minha Dinda.







--Ela não esta bem Barbara!!acho que não é uma boa hora!--Barbara me estendeu a mão.






--Vem amor!!!--olhei para sua mão,vi a cena,a traição,dei um tapa nela e sai gritando.




--QUERO MINHA MAMÃE DINDA !!CHAMA ELA POR FAVOR,POR FAVOR--Estava desesperada tendo uma crise de nervos.

Fim do capítulo