Capítulo 67. Ameaça à família.
Durante a noite, a coronel teve a impressão de ver alguém no quarto. Abriu os olhos calmamente e viu que uma arma estava apontada em sua direção.
-- Levante-se e não faça nenhum barulho ou a sua esposa morre aqui mesmo.
-- Quem é você? O que faz em minha casa? Como entrou?
-- O porteiro do seu condomínio é muito relapso coronel. A senhora precisa ensiná-lo a não sair sem olhar direito com quem fala.
-- O que você quer?
Olhando ao redor, a coronel viu que havia mais dois homens na casa e um deles estava no quarto das crianças e apontava a arma para André.
-- Vamos descer coronel e lá conversaremos com mais calma.
-- Mas e os meus filhos? Perguntou já entrando em desespero.
-- Nada vai acontecer com a sua família coronel, isto é, se fizer o que mandarmos.
-- Está bem, pelos meus filhos e minha esposa eu faço qualquer coisa que mandarem, mas, por favor, não façam nada a eles.
A coronel foi até a sala com o bandido e este mandou que ela se sentasse. Havia outro homem no canto escuro da sala e quando a luz do abajur se acendeu ela pode ver claramente de quem se tratava.
-- Coronel Gutierrez! – O que faz em minha casa, ainda mais a essa hora?
-- Desculpe atrapalhar seu sono coronel Mantovanni, mas precisamos conversar.
-- Mas conversar o que coronel?
-- Eu sei que o Adamastor telefonou hoje para você. O que ele queria?
-- Nada demais coronel, ele só disse que virá a minha casa para saber como está o batalhão e falar com o meu pai, somente isso.
-- Tem certeza disso?
-- Porque eu iria mentir coronel? -- O senhor sabe que não é do meu feitio fazer isso!
-- Ele não lhe disse nada mais do que isso?
-- Não coronel, mas porque tanto interesse nesse telefonema? – A algo que eu possa fazer para o senhor?
Gutierrez olhou bem sério para Márcia e como se desconfiasse de alguma coisa falou:
-- Acho bom que esteja me dizendo a verdade coronel, porque senão caso contrário a sua esposa e seus filhos não estarão juntos da senhora por muito tempo.
-- Abra o jogo Gutierrez, o que está acontecendo?
O coronel sabia que Márcia não acreditava que o major Clóvis havia se suicidado e então disse:
-- Você sabe que o Clóvis não se matou, não sabe?
-- Sim eu sei. E o que isso tem a ver com o senhor ou com a Força Tática?
-- Acontece que ele sabia demais Mantovanni e quando isso acontece, é melhor silenciar o dedo duro e eu espero não ter que fazer isso com você.
A coronel escutou um barulho e ao olhar para a escada viu que Andressa estava com Nicola no colo e o homem que ficara no quarto das crianças a acompanhava com a arma apontada em sua cabeça. Ao ver que a esposa estava em poder do meliante a coronel ficou apavorada e perguntou ao coronel:
-- O que você quer Gutierrez deixe a minha família fora disso!
-- Eu só quero que você pense bem no que vai falar com o Adamastor. Você sabe que eu tenho poderes para acabar com a sua carreira, então pense com carinho na nossa conversa.
-- Eu entendi coronel, mas se algo acontecer a minha família, eu vou te buscar no inferno. Você e esse tal de Barbatana e quem mais estiver junto.
-- Depende de você Mantovanni, só de você. Tenha uma boa noite.
Andressa que já estava abraçada a Márcia depois que eles foram embora perguntou o que havia acontecido. A coronel disse a esposa que durante a manhã elas conversariam e talvez ela tivesse que viajar com as crianças.
-- Mas porque meu amor, o que ele queria?
-- Ele já sabe que eu sei sobre as suas falcatruas e não sei como ele descobriu que o Adamastor virá aqui em casa amanhã.
-- E agora, o que iremos fazer?
-- Deixar pensar que ganhou essa batalha, porque a guerra mal começou. E agora vamos ver as crianças e levar esse dorminhoco comilão para a cama.
Subiram para o quarto e depois de colocarem Nicola na cama, tentaram dormir. Mas a noite para elas já tinha acabado. Mas o Gutierrez não perde por esperar, pensou a coronel.
Fim do capítulo
Agora complicou. Coitado do coronel.
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