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Capítulo 38.
Dois meses haviam se passado desde a prisão do major Pires Paiva e do tenente coronel Cardoso e as comemorações da Revolução Constitucionalista. O coronel Vaz amorim, havia ficado doente ao descobrir todas as que o sobrinho havia feito e do abuso sexu*l* que tivera como vítima a filha Celina, além é claro, de quase ter acabado com a vida da major Mantovanni.
Na segunda-feira, a major fora até a casa do coronel para saber se ele estava melhor, pois, dona Marina havia pedido que ela fosse até sua casa, para animar o velho Vaz Amorim. Enquanto isso, a capitã Andressa, juntamente com dona Severina, André e o pequeno Giuseppe (como era chamado o irmão caçula pela major), foram até o hospital militar no consultório da doutora Laura. Estavam todos apreensivos, pois, a capitã havia feito a inseminação e aguardava o resultado sobre a possível gravidez. Quando ela acordou pela manhã, a major perguntou:
– Bom dia amor, já acordada? Não está um pouco cedo para levantar? Afinal estamos tirando uma licença e podemos aproveitar o máximo.
– Mas é claro que vamos aproveitar amor. Acontece que eu fiquei de fazer umas compras com a minha mãe e os meninos irão com a gente.
– Então esta bem amor, eu vou até a casa do coronel Vaz Amorim e depois podemos nos encontrar para almoçarmos. A dona Marina quer que eu vá conversar um pouco com ele, pois, depois do que aconteceu, ele não anda bem de saúde. Espero que não se importe.
– De jeito nenhum amor, o coronel é uma pessoa maravilhosa e ele tem muito apreço por você. E além do mais, não se esqueça que você foi nora dele por quinze anos e agora que ele precisa de você, eu assino embaixo.
– Nossa amor, obrigada. Você sabe que ele é como um segundo pai para mim, aprendi muito com o coronel.
– Eu sei amor, vá e converse com ele e depois podemos todos almoçar juntos.
Olhando para a esposa, Márcia a abraçou e disse:
– Obrigada Andressa por estar em minha vida. Naquele dia eu pedi tanto a Deus que nada de mal te acontecesse, que aquele crápula do Cardoso não lhe fizesse nada, pois, se ele tivesse feito, eu o teria matado ali mesmo na frente do coronel Gutierrez.
– Já passou amor, aquele dia está no passado e nós temos agora pela frente o presente e depois o futuro com os nossos filhos.
– Eu já falei hoje que eu te amo senhora Andressa Roberta Pires Paiva Mantovanni?
– Está falando agora dona Márcia Cortez Mantovanni.
O sobrenome Cortez, vinha da mãe da major cujo o nome de batismo era Carlota Peres Cortez, que se casara em 1956 com o jovem aspirante a oficial Giuseppe Carlo Mantovanni na igreja de Santo Expedito no bairro da Luz e adotara o sobrenome do marido. Da união nasceram Francesca, Genaro, Márcia, Marieta, Nicola, Marcelo, Genova e o caçula Giuseppe Jr. Todos foram criados no bairro da Moóca, onde os avós tanto paternos como os maternos residiam. Os avós do coronel Giuseppe, haviam vindo para o Brasil fugindo da Segunda Guerra Mundial enquanto os avós de dona Carlota já fixavam residência no Brasil há muitos anos. Dos filhos do casal Mantovanni somente Júnior era solteiro, isto é, até conhecer o irmão da cunhada o tenente André.
Já a família da capitã Andressa era uma mistura de portugueses com nordestinos. Os pais de dona Severina haviam imigrado da seca no sertão nordestino e os pais do major André eram prósperos comerciantes portugueses no bairro do Canindé. Dona Severina conhecera o futuro marido em uma quermesse na Portuguesa de Desportos e quando se casaram ele já era oficial da polícia militar e ela estava grávida do primogênito André. A filha caçula, nasceria dois anos depois e receberia o nome de Andressa.
Encerrada a conversa, Márcia deixou Andressa na casa da sogra e depois foi até a casa do coronel Vaz Amorim. Quando chegou viu que o velho estava sentado na sua cadeira preferida olhando para o nada. Cumprimentou dona Marina e sentou-se ao lado do coronel dizendo:
– Bom dia coronel, com tem passado meu mestre?
– Tenho estado muito triste com tudo o que aconteceu Márcia e para ajudar, acabei ficando doente.
– Mas coronel, o senhor não pode ficar assim, já passou e não tem volta. Eu também sofri muito com tudo isso e ainda sofro por não saber naquela época o que havia acontecido. Existem coisas velho, que não podemos evitar e nós dois sabemos disso. Eu também me culpo por tudo o que aconteceu, mas prefiro pensar que se a nossa Celina estivesse aqui agora, ela estaria espinafrando o senhor e o chamando de velho bundão.
O coronel olhou para a major e começou a rir e disse:
– Você acha que ela ia mesmo me falar uma coisa dessas major?
– Se eu acho, eu fui casada com a sua filha por quinze anos e sei bem do que aquela mocinha seria capaz. Lembra-se do que ela lhe falou quando você disse que ia me expulsar da polícia, por que eu havia casado com ela?
– Ô se me lembro, foi exatamente assim: – se o senhor expulsar a tenente Mantovanni, saiba que não terá mais filha, falou rindo.
– Coronel, eu quero que o senhor saiba o quanto foi e é importante para mim. Eu preciso do senhor e da dona Marina, vocês são os meus segundos pais e eu os quero sempre ao meu lado, a Andressa os adora e nós desejamos que vocês sejam também os avós dos nossos filhos. Fomos e sempre seremos uma família coronel, mas eu preciso que o senhor reviva novamente, não magoe a Celina assim, lembre-se o quão cheia de vida ela era. Por favor, seja o avô dos meus filhos, garanto que a Andressa considera tanto vocês quanto os meus pais. Portanto coronel, vá desfazendo essa cara de muxoxo e vamos que a vida lá fora continua, vivamos o presente e deixemos que o futuro venha, porque o passado se foi. É o que sempre me diz a Andressa coronel.
-- É major, você tem razão. A vida está ai para ser vivida, então vamos viver o resto de dias que nos resta, certo?
-- Certo esse é o velho Antônio Vaz Amorim que eu conheço.
Depois de passarem a manhã inteira conversando e dando muitas risadas, Márcia convidou os ex-sogros para almoçarem juntos com ela e Andressa. A major havia telefonado para a esposa, avisando que iria encontrá-los no restaurante Alfama dos Marinheiros, pois, a capitã estava louca de vontade de comer o legítimo bacalhau do Porto.
Enquanto isso, Andressa, dona Severina, André e Giuseppe Jr, já haviam saído do hospital e estavam a caminho do restaurante. Os resultados da inseminação e dos exames estavam prontos e a capitã estava toda radiante, pois, dali a oito meses haveria gente nova na casa da major Mantovanni, ou seja, Andressa estava grávida de um mês. A major só ficaria sabendo da notícia à noite, pois, Andressa estava preparando uma surpresa inesquecível.
Fim do capítulo
Os filhos vão chegar!
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