“A força que tiramos do rancor e da irritação é apenas fraqueza”.
Capitulo 15 - Rafaela
O sol estava quente naquela manhã, mas o vento que soprava era tão forte que eu praticamente não conseguia sentir calor. Julia, Fernanda e eu estávamos passando um tempo na praia para aproveitar as férias e eu estava completamente feliz sobre como minha irmã aprovava aquela relação — se é que realmente já poderia considerar-se uma relação. Ela e Fernanda engataram uma conversa tão animada no início do passeio que, por alguns minutos, fui completamente esquecida, embora eu não tivesse me incomodado nem um pouco com isso — ao contrário, não conseguia parar de sorrir ao ver as duas garotas da minha vida tão felizes na presença uma da outra.
Naquele momento, porém, eu estava sentada na areia, vislumbrando Fernanda tomando banho no mar, ligeiramente perdida em pensamentos, enquanto Julia estava deitada ao meu lado, de óculos escuros, curtindo a luz solar. Ainda era estranho poder estar com Fernanda em qualquer lugar, sem o medo de que Mathieu nos visse, embora a sensação de ter receio de sermos pegas tenha durado relativamente pouco tempo. Embora não nos beijássemos em público, era nítido que éramos um casal e ainda era completamente estranho pra mim, já que a única vez que namorei havia sido escondida. Era um sentimento deliciosamente prazeroso.
Fiquei tão perdida nesse raciocínio que, quando dei por mim, estava assistindo Fernanda vir até nós: ela havia saído do mar e dava uma mini corrida até onde eu estava, com a água escorrendo pelo seu corpo, fazendo meu coração acelerar ligeiramente ao vislumbrar como ela era bonita. O biquíni demarcava seu corpo de maneira tão sensual que eu chegava a sentir certo calor ao vê-la, mas ao mesmo tempo, o que eu mais gostava nela, era aquele sorriso. É, eu realmente estava apaixonada.
— A água está ótima. — ela comentou ofegante enquanto sentava ao meu lado, fazendo com que eu me encolhesse ligeiramente pelo toque gelado da sua pele.
— Sim, e gelada também. — respondi rindo e ignorando o arrepio, fazendo Julia erguer ligeiramente a cabeça para nos olhar.
— Ainda é muito estranho ver a Rafaela de bom humor por tanto tempo. — ela disse, em seguida voltando a deitar.
— É sério isso? — quis saber Fernanda, embora parecesse divertida. — A Rafaela era realmente tão mal humorada assim?
— Ta brincando?! — Julia riu. — Não podia nem respirar errado perto dela.
Revirei os olhos.
— Não é bem assim, eu fiquei meio azeda depois que eu fui proibida de lutar, só isso.
Fernanda olhou pra mim, agora dividida entre tensão e curiosidade. Julia finalmente sentou, erguendo os óculos escuros, percebendo que a sua brincadeira havia trazido certa seriedade à conversa, então me olhou com uma expressão culpada, ao que apenas sacudi a cabeça levemente para tranquiliza-la, com um sorriso.
— Então é isso, você foi realmente proibida de lutar? — Fernanda quis saber.
— Terminantemente. — respondi. — Por isso pedi pra você não comentar perto da minha mãe que me viu lutando naquele dia, eu sempre faço escondida.
— Você faz O QUE? — Julia gritou, fazendo com que Fernanda se sobressaltasse.
Dei risada. Eu havia esquecido que minha irmã não sabia da aventura que eu vivia quase todos os dias saindo escondida de casa e indo treinar de madrugada.
— Eu treino três vezes por semana com o Mathieu no píer abandonado... Quero dizer, treinava. — acrescentei, ligeiramente sem graça.
— Ele vai voltar. — disse Fernanda, pacientemente. — Ele só precisa de um tempo pra digerir essa situação, daí logo vocês estarão lutando novamente.
Meu amigo não havia mais falado comigo. Mandou uma mensagem dizendo que havia conversado com Fernanda e compreendido tudo, mas que realmente precisava de um tempo para aceitar aquela situação sem dor. Eu respondi gentilmente aceitando seu posicionamento e, embora nós dois morássemos na mesma rua, eu não o havia visto sequer uma vez. O que era de certa maneira um alívio: eu odiaria olhar Mathieu e ver a mágoa em seus olhos. Mesmo que o motivo disso fosse tão bom para mim.
— Ele vai sim. — sorri-lhe com gentileza. — Só é um pouco difícil.
— Você não poderia conversar com ele, Julia? — Fernanda quis saber, fazendo minha irmã corar ligeiramente.
— Eu?
— Claro que é você. — incentivei. — Ele deve estar precisando conversar, Julinha, por que não com você?
Era quase cômico o quanto Julia estava embaraçada com a perspectiva de ter alguma conversa mais íntima com Mathieu. Eu, por outro lado, via como a oportunidade perfeita deles se aproximarem: além de fazer meu amigo perceber o quanto Julia é uma garota especial, ele esqueceria aquela mágoa profunda comigo, além de, obviamente, ajudar minha irmã a ter o garoto dos seus sonhos. Seria egoísmo meu?
— Mas... Eu não sei nem o que dizer pra ele. — ela gaguejou. — Como eu vou simplesmente chegar lá e oferecer apoio?
— Ai meu Deus... Você gosta dele. — riu Fernanda, dividida entre empolgada e surpresa.
— Quê? — Julia praticamente gritou, ficando ainda mais vermelha. — Não gosto não.
Céus, minha irmã precisava treinar disfarçar seus sentimentos: eu quase conseguia ver em letras de néon em sua testa “Eu gosto sim”. Fernanda tornou a rir, olhando de esguelha para ver minha reação, mas como eu continuava aparentemente tranquila, ela sentiu-se segura para prosseguir com o papo:
— Tem certeza? Porque eu só ficava nervosa assim com a perspectiva de falar com alguém quando eu gostava da pessoa.
— Mas ele é o melhor amigo da minha irmã, como eu poderia...? — ela argumentou me olhando súplice como se me pedisse ajuda, então eu interrompi a, brandamente.
— Corta esse argumento, Julinha, a gente não escolhe de quem gosta, independente de quem seja. — sorri, mas logo decidi encerrar o assunto para que ela se acalmasse. — Mas enfim, deixa essa parte dos seus sentimentos pra lá, desenvolve aí a ideia de procura-lo para oferecer apoio, tudo bem?
— Ta bem, eu vou pensar sobre isso. — finalizou Julia, erguendo-se, nitidamente querendo fugir daquela conversa. — Vou dar um mergulho e já volto.
Assim que Julia se levantou e foi apressada até o mar, Fernanda segurou uma das minhas mãos e me sorriu docemente. Ficamos alguns instantes admirando a corrida da minha irmã até a água, então Fernanda virou para mim e perguntou, parecendo ligeiramente apreensiva:
— Você não ficou com ciúme?
— Digamos que eu meio que já sabia. — dei uma risada. — Mas não faz mais isso de colocar ela contra a parede desse jeito, senão ela vai ter um infarto.
Fernanda riu também, em seguida apoiando o queixo no meu ombro, enquanto eu a olhava. Permanecemos naquela posição por algum tempo, com nossos rostos perto, curtindo a proximidade, sentindo nossas respirações se misturando, em meio a todo aquele afeto que crescia cada vez mais, até que nossos lábios se tocaram: era incrível o quanto o beijo daquela garota me tiravam o fôlego. Levei uma das mãos até o seu rosto e aprofundei levemente o toque, mas em seguida cessando-o, deixando apenas nossos narizes se tocando.
— Você jura que foi por causa dela que você me dispensou, Rafaela?
Ah, que ótimo, por que quando tudo parecia caminhar bem, acontecia alguma coisa para me incomodar? Virei para frente e vi que Lorena estava ali, parada, com as duas mãos na cintura, com um ar desdenhoso e ao mesmo tempo descrente. Uma voz dentro de mim gritava para simplesmente ignorar porque quem sabe assim ela sumiria da nossa frente, mas eu sabia o quanto Lorena poderia ser escandalosa, então respirei fundo e respondi, calmamente:
— Ela mesma.
— Francamente, uma hetero? — ela retomou, rindo. — Não dou duas semanas pra você ser trocada por um garoto.
Ergui as sobrancelhas, ficando momentaneamente irritada com a audácia da minha ex-namorada. Fernanda estava calada ao meu lado, provavelmente em choque com a situação, que se mostrava inesperada para nós duas.
— Em primeiro lugar, Lorena, a maioria das pessoas em relacionamentos homossexuais já teve pelo menos uma experiência heterossexu*l* um dia, só porque ela teve relacionamentos héteros não significa que ela vá me trocar. E depois... Melhor ser trocada recebendo a verdade do que ser traída em um namoro de fachada. — respondi friamente.
— É, Rafaela, você sempre faz isso, troca quando vem algo novo pra você. — ela respondeu, furiosa. — Depois não dá certo ou você enjoa e você volta atrás de mim.
Quê? Meu queixo se escancarou: eu não conseguia acreditar como Lorena estava mentindo tão na cara dura, jogando baixo daquele jeito. A vontade que eu tinha era simplesmente avançar nela ali mesmo e lhe dar um tapa, mas o apavoramento do que poderia acontecer por conta daquela mentira me deteve nos primeiros instantes. Então, como se de repente eu tivesse voltado a respirar, respondi com a maior calma que consegui, embora fosse visível o quanto minha voz tremia pela raiva:
— Para de falar mentira, Lorena. Eu entendo que você fique chateada por ver sua esperança da gente voltar ser despedaçada, mas eu fui honesta com você, então é muito baixo da sua parte inventar algo desse jeito pra me prejudicar.
— Você, garota: abre seu olho com a Rafaela, porque não é a primeira e nem será a última que ela usa. — ela disse, dirigindo-se à Fernanda.
— Vai embora. — uma terceira voz surgiu de repente, fazendo tanto eu quanto Lorena nos sobressaltarmos.
Por um segundo, achei que fosse Fernanda, mas ela continuava paralisada ao meu lado, parecendo incapaz de dizer qualquer coisa, com os olhos arregalados. A dona da voz era minha irmã, que estava parada ao lado de Lorena, toda molhada da água e com a expressão dura no rosto: ela parecia estar tão zangada que, em minha memória, a última vez que a vi desse jeito, ela tinha uns 10 anos de idade.
— Como é? — Lorena quis saber, ligeiramente surpresa, como se não acreditasse estar sendo expulsa dali por minha irmã.
— Vai embora, vai curar sua dor de cotovelo em outro lugar. — ela gesticulou com impaciência. — Deixa a Rafaela e a Fernanda em paz, aceita de uma vez, ela não gosta mais de você.
— Veremos. — ela finalizou ironicamente, se afastando de nós em passos lentos.
Olhei para Julia e sacudi a cabeça, enquanto ela respirava fundo, provavelmente tentando se recuperar da raiva: era nítido o quanto ela não suportava Lorena e, penso eu, havia ficado tão enfurecida por vê-la tentar arruinar um relacionamento que ela aprovava, que havia se metido na briga que não lhe dizia respeito, coisa que nunca a vi fazer. Eu estava trêmula e gelada, sabendo que meu rosto havia perdido a cor por todo o susto da situação.
— Você está bem? — perguntei para Fernanda, que mantinha o olhar fixo na areia.
Silêncio. Aquilo não podia ser bom.
— Fer? — chamei, quase suplicante.
— Nós podemos ir embora? — ela finalmente respondeu. — Está tudo bem, eu só... Eu só quero ir embora.
Olhei sombriamente para Julia, que retribuiu meu olhar com a mesma apreensão. Porém, acabei decidindo não tecer comentários a respeito do acontecimento anterior naquele exato momento:
— Tudo bem, vamos.
⸎
Deixei primeiro Julia em casa para depois deixar Fernanda, já que queria conversar com ela sozinha: eu sabia que o que Lorena havia dito havia sido o suficiente para plantar uma insegurança em sua mente e estava me preparando psicologicamente para debater com ela, por quanto tempo fosse necessário, até que tudo estivesse esclarecido e sua confiança fosse reestabelecida — por mais que ela tivesse afirmado que estava tudo bem, eu sabia que era mentira. Porém, eu não tinha ideia de como iniciar essa conversa, já que o caminho havia sido feito todo em silêncio e Fernanda não parecia nem um pouco disposta a falar.
Quando estacionei em frente à pousada, mantive as duas mãos no volante por alguns instantes, como se avaliasse o que fosse dizer, embora minha mente estivesse completamente oca. Fernanda se mantinha de braços cruzados ao meu lado, olhando fixamente diante de si, parecendo ignorar completamente minha existência ali ao lado. O constrangimento presente no ar era tão pesado que eu tinha dificuldades de respirar, embora tivesse ciência de que coubesse a mim tentar começar uma conversa:
— Tem algo que você queira me falar? — perguntei.
Fernanda ficou calada por alguns segundos.
— Não. — ela respondeu, finalmente.
— Fernanda... Não mente pra mim. — falei, respirando fundo. — Você não disse uma palavra desde que tudo aconteceu, você sequer está olhando na minha cara, eu quero realmente saber o que você está pensando.
— O que você quer que eu diga? — ela perguntou, com certa aspereza. — Eu não sei o que pensar sobre isso, eu não quero te acusar, mas digamos que não é uma coisa fácil de se esquecer uma vez que se ouve.
— Fer... — falei, me sentindo de repente muito cansada. — Eu sei que não é algo fácil de esquecer, por isso estou querendo conversar, mas fica complicado fazer isso se você se recusa a falar, não é?
— Sei lá, Rafaela. — ela disse em voz baixa, dando de ombros. — Eu não sei o que pensar, eu te conheço há pouco tempo, me deu um medo absurdo disso tudo estar sendo uma grande mentira, ela não ia tirar isso do nada.
— Mas ela tirou. — respondi. — Fer, eu te levei pra minha casa, você conheceu minha mãe, minha irmã... Eu sei o que você passou, você realmente acredita que eu brincaria com você desse jeito? Que eu seria tão sem caráter a esse ponto?
— Eu não sei! — ela exclamou, nervosa. — Eu sinto muito se estiver sendo injusta, mas eu já fui feita de idiota tantas vezes, eu simplesmente estou com medo, eu estou em uma luta interna desde então. Sei que tudo isso que você disse faz sentido, mas...
— Fer. — interrompi, um pouco tensa, mas ainda assim tentando ficar calma, porque de certa maneira entendia a insegurança dela. — Minha mãe é tranquila com minha sexu*l*idade, mas duvido que ela fosse aceitar eu ficar trocando de garota desse jeito, brincando com sentimentos de alguém na frente dela, ela é muito correta e eu também.
Fernanda ficou calada, parecendo estar dividida em um grande conflito interno. Eu estava quase gritando de frustração por minha ex-namorada ter sido tão venenosa e ter causado toda essa situação desagradável. Antes dela, eu nunca havia namorado sério ninguém: óbvio que haviam tido algumas garotas que tive uma relação, porém nunca evoluiu por vários motivos — ciúmes excessivos, elas não quererem nada sério ou até mesmo eu não estar na vibe de namorar. A afirmação de Lorena era tão mentirosa que qualquer um da cidade poderia afirmar para Fernanda a realidade:
— Desculpa, eu estou nervosa... — ela disse baixinho, com a voz tremida.
Dei mais um longo suspiro, ainda tentando não perder a paciência: algo que me irritava muito era ter que me explicar para alguém, com a pessoa duvidando da minha palavra. Por outro lado, o que eu faria se fosse eu ao lugar de Fernanda? Ela mal me conhecia, certo? Seria injusto eu simplesmente não compreender seu lado. Aproximei-me gentilmente e abracei, meio torto mesmo, depositando um beijo demorado em sua testa:
— Eu sei. Mas eu juro por tudo que eu mais amo que é mentira.
— Então por que ela disse isso?
— Porque ela é despeitada. — respondi, com calma. — O Daniel me disse naquele dia que você é... Bem, você sabe, ele disse que você era aquilo e que ia me trocar, eu nem pensei em dar ouvidos, o que você mostra pra mim é outra coisa. — estendi a mão e entrelacei nossos dedos. — Eu to pedindo um voto de confiança, só isso.
Fernanda, após um longo silêncio, acenou com a cabeça uma ou duas vezes, com os olhos visivelmente transbordando, selando os lábios nos meus carinhosamente. Eu não estava entendendo o motivo das lágrimas, embora suspeitasse que fosse pelo nervosismo de toda a situação. Sua mão acariciou meu rosto com ternura e eu lhe sorri por entre o beijo, perguntando baixinho:
— Estamos bem?
— Estamos sim. — ela respondeu, me retribuindo o sorriso.
Nós nos afastamos ligeiramente quando um táxi parou atrás do meu carro e algumas pessoas começaram a desembarcar na pousada, cheias de malas. Observei durante alguns instantes, em seguida me voltando para Fernanda, que também acompanhava aquela cena sem grande interesse:
— Eu vou me inscrever no campeonato. — declarei.
Ela pareceu ligeiramente apreensiva:
— E seus pais?
— Bom, eu sou maior de idade, certo? Posso me inscrever sem que eles interfiram e quando descobrirem, já será tarde.
— Rafa, olha a confusão que você pode estar se met*ndo, seu pai pelo que você disse é extremamente rígido... — ela disse, embora sem muita severidade.
— Eu sei, mas em algum momento eu vou ter que viver minha vida.
— Hoje é o último dia para se inscrever, não? — ela quis saber, fazendo com que eu vislumbrasse o relógio no painel do carro.
— Pior que é. Eu estou querendo ir lá agora, vamos comigo?
— Não posso, tem uma coisa que preciso fazer... — ela respondeu. — Mas posso sair mais tarde, tudo bem?
— Certo. — concordei, selando nossos lábios. — Até mais tarde.
Assim que Fernanda saiu do carro, dei partida e acelerei, sentindo o meu peito descomprimir pela tensão anterior da discussão. Sacudi a cabeça desanimada ao perceber como Lorena havia sido tão desrespeitosa ao inventar aquilo que, felizmente, eu havia conseguido reverter — embora eu estivesse com raiva de sua atitude, atribuí à imaturidade emocional e despeito, portanto, estava disposta a deixar aquilo para lá, especialmente porque não havia tido prejuízo.
Respirei profundamente, agora tendo em mente que estava dando um passo enorme ao desafiar a minha família daquele jeito, agindo pelas suas costas. Acelerei até o ginásio municipal, que era o local em que estavam sendo realizadas as inscrições, tendo em mente que a partir daquele momento, minha sorte estava lançada. E o quão bem eu me sairia nisso, só dependeria de mim.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 11/07/2023
Complicado Rafa a Lorena jogou baixo.
Marianna P
Em: 12/07/2023
Autora da história
As pessoas jogam baixo quando estão sendo desprezadas.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 11/07/2023
Complicado Rafa a Lorena jogou baixo.
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