Olá, olá, meus queridos, tudo bem com vocês?! Nossa, quanta saudade que eu estava dessa história e de vocês. Tanta coisa aconteceu durante esses meses que nem sei por onde começar, mas primeiramente desejo um Feliz Ano Novo e espero que estejam todos bem.
Minha demora, fora o trabalho, foi um pouco mais longa por conta da correria para publicar o primeiro livro da original de Fios do Destino, que finalmente vai sair esse fim de semana.
Para quem se interessar, o e-book está na pré-venda e vai ser lançado no dia 16/01, mas também será liberado gratuitamente para assinantes do Kindle Unlimited:
https://www.amazon.com.br/dp/B09Q1G8Q2B/ref=cm_sw_r_apan_glt_SM1AVBWCJ4F182D2ZAT0
Só peço encarecidamente para aqueles que forem deixar suas avaliações por lá, não comentarem sobre a fanfic, pois pode acarretar em problemas e assim evito de ter que retirar a fanfic do ar.
Apertem o cinto e vamos para o capítulo!
Estrategista
Quando fui embora eu não parti inteira
Mas pra te curar não via outra maneira
Abandonei o mundo pelo qual eu tudo fiz
Eu fiz de tudo, me sabotei, pra te fazer feliz
~***~
Clarisse se afastou no momento seguinte em que seus lábios tocaram a fronte de Annabeth, seu autocontrole sob efeito do álcool não era dos melhores e definitivamente não queria estragar o pouco que conquistara com aquela recente aproximação.
Poderia muito bem ter deixado as duas e apanhado o primeiro táxi até o seu apartamento, mas não, seja por preocupação com o bem-estar de ambas ou qualquer outro motivo que fincaram suas pernas ali, a chef simplesmente não conseguiu deixá-las. Estava em um melhor estado que a anfitriã e sua fiel escudeira, logo, caso alguma delas viesse a passar mal durante a madrugada ou precisasse de auxílio, pelo menos La Rue poderia ser útil.
Deslocou-se até a poltrona reclinável próxima a uma das paredes de vidro que lhe presenteava com a melhor vista de Manhattan e deixou-se relaxar. Por mais que tivesse sido um dia leve e descontraído, seu corpo estava começando a corresponder a toda tensão resguardada e o receio de que algo fugisse de seu controle. Soltou um gemid* baixo com a sensação de relaxamento quase que imediata, massageou a fronte no intuito de espantar qualquer pensamento indevido; seus olhos se perderam em seguida nos pontos longínquos que dançavam na cidade que nunca dormia.
Entretanto, por mais que tivesse se esforçado pensando na quantidade de trabalho que estava por vir, seu breve sono fora embalado pelos questionamentos de uma Annabeth elevada pelo álcool e a confusão que estavam se tornando seus próprios sentimentos para com aquela que tanto havia amado... E talvez ainda amasse mais do que realmente deveria.
~***~
O jovem sommelier piscou os olhos algumas vezes antes de se render ao despertar, estava desnorteado, não pela bebida, afinal já estava acostumado a noites mais badaladas que a anterior, porém estava confuso quanto sua estadia. Definitivamente não estava em casa... Sua mãe já teria lhe acordado com o mesmo sermão de quando ainda era um adolescente, para logo em seguida lhe dar um beijo e um café forte o suficiente para que sua alma pudesse retornar ao corpo; também não estava no apartamento de Clarisse, ela jamais dividiria a cama com ele, pois o irmão mais velho sempre fora espaçoso demais e mesmo que ainda não tivesse visitado o novo apartamento de sua prima, sabia que aquela não era a residência de Annabeth.
Esfregou os olhos e contemplou o teto por alguns segundos, certificando-se que não morreria caso tentasse sentar, porém entrara em estado de alerta quando seus olhos pousaram sobre o corpo adormecido e encolhido ao seu lado... Ele não tinha sequer a noção de quem era, não conseguia resgatar em sua memória se havia ou não saído com alguém após o bar. Será que alguém havia dopado ele? Impossível, Clarisse jamais deixaria que algo do tipo acontecesse.
Estreitou o olhar focando as características do corpo franzino, pele morena e cabelos encaracolados... Cabelos encaracolados?! Seu coração deu um salto, ele não poderia ter sido inconsequente aquele ponto, não, não, não. Ele não saía com garotos quase dez anos mais novo que ele, também evitava envolvimentos com qualquer um de seus funcionários, então porque diabos ele estava dividindo a cama com Leo Valdez?!
Seu desespero findou-se ao sentir um cheiro peculiar que acalmou aquela momentânea sensação. Seus olhos focaram na figura esguia de Nico di Angelo, o terapeuta tinha uma toalha presa à sua cintura e com outra secava os cabelos que estavam um pouco mais longos que o habitual. Deixou-se esquadrinhar cada pequeno detalhe do ítalo-americano, os anos à mais lhe foram bem generosos, tinha de admitir, e possuía uma beleza muito peculiar. Percy sentiu vontade de tocar a pele em tom oliva, porém não concretizou o ato, os olhos escuros também pareciam interessados na figura à sua frente.
Jackson se remexeu visivelmente incomodado com aquele silêncio entre os dois, constrangendo-se ainda mais por não conseguir se lembrar como chegou na residência de Nico, desde o dia do jantar surpresa na casa de sua mãe eles não se falavam.
- Nós... - Ele gesticulou, sem saber exatamente o que dizer ou como dizer. - Nós... - tentou mais uma vez, mas tudo o que conseguiu foi apontar para si, o anfitrião e sua cabeça ainda não havia processado o fato de Leo estar dormindo ao seu lado.
Nico franziu as sobrancelhas ao finalmente entender o que Percy estava querendo dizer, todavia, lhe faltava a coragem necessária para proferir.
- Não aconteceu nada. - disparou o mais novo de forma carrancuda, como era de se esperar. - Não sou praticante de necrofilia. - alfinetou referindo-se ao estado moribundo do sommelier na noite anterior.
- Estúpido! - resmungou arremessando o travesseiro na direção do moreno que facilmente desviou.
- Eu apenas trouxe vocês a pedido da La Rue. - Di Angelo realmente teve que se conter para não rir com certa satisfação, gostava de implicar com Jackson e isso jamais iria mudar. - Bem... Eu preciso trabalhar. Se você ou o garoto precisarem de algo, você conhece bem a casa. - concluiu tentando esconder certas notas de ressentimento em suas palavras. - Deixa a chave no local de sempre quando sair.
Percy lhe olhou daquela forma que o terapeuta bem conhecia, sabia o que poderia vir a seguir e fez apenas um leve gesto com a mão, indicando que não era hora e nem o momento, procurou se distrair com a roupa que já havia separado direcionando-se para o quarto de hóspedes.
~***~
"Eu juro que vou
te matar!"
Clarisse permitiu-se um pequeno sorriso ao visualizar a mensagem do irmão, definitivamente estava demorando para obter alguma resposta do mais velho. Checou as horas, já estava próximo de partir, afinal, ser a chef do "Jacksons" lhe incumbia de algumas atividades extra e chegar antes dos demais era uma delas... E ainda há quem diga que a vida de chef tem o seu glamour.
Dormiu pouco, como já estava acostumada desde que voltara a sua antiga vida na cozinha, e como Piper e Annabeth ainda encontravam-se adormecidas, aproveitou um pouco mais aquela bela vista antes de vagar como um fantasma pelo apartamento. Não que ela fosse adepta a bisbilhotar, mas achou que seria menos desconfortável para ambas se não estivesse no quarto quando acordasse.
Fora em suas passadas desgarradas que ela encontrara o escritório onde possivelmente a loira dedicava seus momentos de trabalho e inspiração. A porta estava aberta, mesmo assim hesitou adentrar o mundo particular de Annabeth Chase. Seus olhos pousaram em um porta-retratos sobre a escrivaninha onde haviam os pertences cuidadosamente posicionados, contrastando com a bagunça de anotações no quadro logo acima, porém não ousou ler qualquer pequeno bilhete fixo ali, da mesma forma que ela não gostaria que qualquer outro utilizasse suas facas de cozinha. Sua maior curiosidade no entanto era o porta-retratos, alcançou-o ainda com algum receio... A mesma foto que carregava consigo, porém a sua já possuía uma fiel marca de dobra por levá-la onde quer que fosse.
- Bom dia... - Piper parou para observar a amiga por alguns segundos antes de finalmente lhe chamar a atenção. Recebeu um sorriso quase imperceptível como resposta enquanto a chef recolocava o item decorativo em seu devido lugar. - Acordei pelo cheiro maravilhoso, não precisava ter se incomodado.
- Incômodo algum... E desculpe pela invasão na cozinha. - afirmou enquanto recebia McLean em seus braços, fechou os olhos com a sensação familiar ao ser abraçada. - Me distrai de pensamentos e problemas... Muita dor de cabeça?! - mudou de assunto enquanto Piper lhe guiava para a cozinha.
- Já tive piores... - comentou com um sorrisinho que entregava as farras de anos deixados para trás. Clarisse meneou a cabeça, como se concordasse em gênero, número e grau. A chef puxou a cadeira para que McLean ficasse à vontade enquanto ela lhe servia. - Não me deixe mal acostumada, ou Jason vai acabar sofrendo as consequências.
As duas riram de forma leve, La Rue estava feliz por sua amiga, Piper sempre foi extremamente presente e uma pessoa maravilhosa, Jason também lhe parecia alguém decente, mas certamente ele era o sortudo daquela relação.
- Como... - Clarisse fez uma breve pausa para sorver os lábios com o líquido quente que tanto apreciava. Queria ganhar tempo, ou simplesmente desviar-se daquilo que lhe viera à mente, porém os olhos astutos da amiga já possuíam sua total atenção. - Como ela esteve durante esses anos?
Sabia que não deveria fazer aquela pergunta, que talvez não apreciasse as respostas advindas de McLean, contudo, não conseguiu simplesmente prender aquilo dentro de si por muito mais tempo.
Piper pressionou os lábios, tentando decifrar o que se passava através daqueles intrigantes olhos verdes... Não conseguiu. Tinha de ser cuidadosa em suas palavras, não queria repassar informações desnecessárias que fizessem o humor da chef alterar drasticamente, afinal, falar de Annabeth era também falar de Thalia.
- Não vou negar, ela poderia ter passado anos muito melhores.
A chef distribuiu o peso de um pé para o outro levemente, achando infinitas vezes mais interessante o líquido em sua xícara do que o olhar analítico de Piper.
- Mas fico feliz que ela finalmente tenha conseguido se livrar da Thalia. - concluiu de forma cuidadosa, notando o súbito e breve tremor na mão de La Rue que estava sobre o balcão. A chef resumiu-se em concordar com a cabeça. - Clarisse... - Os olhos claros tardaram a encontrar os seus novamente. - Sabe que em algum momento vocês precisam parar e conversar sobre o que aconteceu, não sabe?! - Por mais que aquele fosse um terreno perigoso a adentrar, Piper não se intimidou. Ambas eram suas amigas e ela só desejava que ambas ficassem bem.
La Rue se entreteve com o café, tomando-o como se o conselho de sua antiga parceira de confidências não tivesse realmente sido captado por sua audição. Na verdade estava digerindo tudo o que aquilo representava de forma lenta, não que fosse algo inédito a se passar em sua mente, mentiria se negasse que fora acometida com o tempo por alguns devaneios.
- O melhor a se fazer no momento é manter Annabeth afastada, você sabe disso. - rebateu da forma mais evasiva possível. Era hora de partir. Deu a volta no balcão, porém Piper segurou em seu braço, ainda não havia findado aquela breve troca de palavras.
- Por mais que eu insista, tente e faça o possível, você melhor do que qualquer outra pessoa sabe que não adianta correr, em algum momento isso vai acontecer. - permitiu-se fixar os olhos da amiga mais uma vez, eram turvos pelas incertezas colecionadas. - Você precisa esquecer o passado... - sua mão desceu da altura do cotovelo da chef, pousando em seguida em seu pulso, depositando ali um carinho significativo. Clarisse entendeu as palavras escondidas por trás do ato.
- Foi o Percy, não foi?! - fechou os olhos por alguns instantes e respirou fundo. - Ele te contou...
A agente levantou-se e puxou a amiga para si no processo ao perceber sua mão ligeiramente trêmula e cerrada em punho. Lhe envolveu em um abraço firme até sentir o corpo de Clarisse ceder aos poucos.
- Annabeth não sabe... - sussurrou de forma cúmplice, os dedos delicadamente dedicando-se a afagar os fios escuros rente a nuca de La Rue. Não soube dizer se foram suas palavras ou o toque, mas soube conter as camadas de medos que se escondiam sobre a casca de uma mulher turrona. - Porque vai se casar com ela? - Sua voz continuou tranquila, era uma das poucas pessoas que realmente sabia lidar com a velha amiga, estava feliz que aquele pequeno detalhe entre elas não havia se perdido com o tempo.
- Conhecemos bem os defeitos uma da outra... Não preciso criar expectativas. - declarou, porém não de forma imediata. Confiava em Piper, talvez até mais do que em seu próprio irmão, ela a entendia de uma forma única. - Preciso trabalhar... - Sua voz saiu tão franca e incerta que duvidava se Piper realmente fora convencida de sua desculpa.
~***~
O latejar em sua cabeça fora o suficiente para ter certeza de que havia exagerado no dia anterior, despertou ainda incerta do que se passara e não possuía qualquer discernimento para tal. Fazia muito tempo que ela não bebia daquela forma, mas desta vez ela possuía bons motivos e companhias.
Havia um copo com água e um analgésico ao lado da sua bancada, deu um meio sorriso, Piper sempre se preocupava com o seu bem-estar. Tomou o comprimido de bom grado, realmente estava necessitando; seus olhos já acostumados com a claridade amena focaram um pequeno bilhete que não percebera antes... Leu as poucas palavras com a devida atenção.
"Achei que você poderia precisar.
Ps: Eu troquei sua roupa,
mas não bisbilhotei, eu juro"
Mesmo que ainda estivesse aérea tentou organizar seus pensamentos. Aquela não era a letra de Piper, conhecia muito bem sua caligrafia desde a adolescência e por mais preocupada que fosse, a amiga não chegaria ao ponto de lhe escrever um bilhete, tampouco se desculparia por ter trocado sua roupa.
- Clarisse... - O sussurro saiu tão fraco em meio às memórias do dia anterior que lhe invadiram como um soco bem colocado.
As trocas de olhares, os toques imprecisos, as brincadeiras que lhe fizeram recordar peculiaridades de quando elas ainda eram um casal, o fervor contido por baixo de sua pele com as insinuações e provocações... Ela só esperava não ter estragado o pouco que haviam reconstruído até então.
Suas dúvidas e anseios dispararam em uma velocidade que definitivamente não conseguiria acompanhar, nem mesmo se desejasse. Parou por alguns segundos, respirando fundo, não adiantava ser tomada por suas emoções naquele momento e mesmo não sendo tão prática como sua mãe, tratava de seguir a mesma linha sempre que necessário.
Um cheiro bem peculiar havia invadido seus instintos pouco após um banho mais do que necessário, sempre agradecendo mentalmente por não ter chegado ao ponto de La Rue lhe dar um banho, isso teria sido o fim. Seguiu para a cozinha, onde estranhamente vinha o aroma que lhe aguçara a poucos instantes, Piper parecia entretida demais para ter notado sua presença, também parecia mais séria do que comumente se encontrava.
- De onde surgiu esse dom divino? - O tom de divertimento e surpresa alcançou sua amiga, que imediatamente lhe correspondeu com o sorriso bonito que sempre estampava o rosto atraente. Piper poderia possuir muitos predicados, mas os dons culinários definitivamente não era um deles.
- Engraçadinha... - estreitou o olhar para a loira, aparentemente a escritora encontravam-se livre da aura dionísica que se apossara de seu corpo no dia anterior. - Acho que alguém se compadeceu de sua pobre alma "Annie Bell". - rebateu recebendo um olhar de reprovação ao antigo apelido da adolescência. - Mas o que eu realmente queria saber é o que "isso" significa. - enfatizou ao estender um pequeno bilhete na direção de Annabeth.
Reticente, a escritora deixou o seu café forte de lado após um pequeno gole e recebeu a oferta suspeita da morena. Seus olhos correram por mais uma vez no singelo bilhete com a mesma caligrafia que aquele deixado no seu móvel de cabeceira.
- A pergunta que não quer calar, Srta. Chase... - continuou Piper de forma sinuosa e divertida. - O que significa "Eu te devia um café"?
Annabeth tamborilou os dedos sobre a bancada, seus olhos passearam de forma desejosa sobre as panquecas ainda mornas, para logo em seguida ter real coragem de mirar os olhos misteriosos de sua amiga.
- Não tenho a mínima ideia.
- Ahhhhh não, Annabeth, eu sei que você está mentindo. - indignou-se Piper. Ela não aceitaria aquilo como resposta. - Você não vai ficar escondendo as coisas de mim vai?! - fez sua irresistível carinha de cachorro que caiu da mudança. - Seu rosto está vermelho, eu sei que você está me escondendo algo!
- Coisas do passado... E o passando se encontra onde ele deve estar. - voltou a sorver os lábios com o líquido quente, era como magia para sua dor de cabeça.
Tratou de comer algo e mudar de assunto, não queria que Piper adentrasse ainda mais em suas lembranças... Como havia dito o passado estava distante, mas o que fazer quando o passado se fazia mais uma vez presente?!
~***~
- Você anda estranha demais nesses últimos dias. - proferiu Percy aproveitando-se do momento em que o restaurante ainda não estava ativo e os outros cozinheiros também não estavam presentes.
Clarisse sequer encolheu os ombros, ato simples que normalmente indicava o mínimo de atenção às suas palavras, continuou a realizar o mise en place rigoroso de todos os dias, mesmo que aquela não fosse uma atividade com a qual devesse se preocupar.
Percy possuía um sexto sentido para problemas e infelizmente ele quase nunca falhava. Notara uma leve mudança de comportamento por parte da irmã mais nova nos dias que se seguiram após o jogo e isso estava lhe deixando inquieto, principalmente pelo fato de La Rue dificilmente se abrir, até mesmo com ele.
O celular da chef começou a vibrar próximo de onde estava, todavia continuou a não esboçar qualquer reação. Percy, por outro lado, aproximou-se sorrateiramente e agarrou o aparelho, sendo tomado, como sempre, por sua curiosidade... Viu que tal atitude finalmente chamara a atenção de Clarisse, mesmo que tivesse resumido suas ações a parar com os cortes milimétricos e precisos.
- Desde quando está rejeitando as ligações da Annabeth?! - estreitou o olhar para a chef, um misto de desconfiança e desapontamento. Mais do que nunca tinha a certeza de que acontecera algo.
- Isso não é da sua conta! - advertiu entredentes, deixou o trabalho de lado por instantes e foi até o irmão no intuito de desligar o aparelho de vez. - Me devolve isso!
O mais velho conseguiu desviar de uma primeira investida, a expressão séria do Jackson evidência a que não estava fazendo aquilo por pura brincadeira, ele queria explicações.
- Clarisse, o que aconteceu?! - questionou, pouco se importando com os resultados do humor volátil da morena.
- porr*, Jackson, não aconteceu nada, ok?! - explodiu tomando o caminho contrário, o melhor seria retroceder alguns passos ao invés de tomar o celular à força. - Eu só preciso de espaço... Você acha que é fácil tê-la por perto?! Vê-la com frequência?! Sentir o cheiro e lutar a cada segundo para não ser tomada por lembranças?! - baixou o tom e fechou os olhos, sentindo-se muito mais cansada do que realmente estava.
Clarisse esperava que Percy continuasse com o seu discurso incisivo, mas não, o mais velho deixou o celular sobre a bancada e voltou a mirar os olhos cansados e cheios de significado de La Rue:
- Eu amo as duas e pelo seu bem e pelo bem da minha prima, eu realmente espero que vocês se entendam. - confessou com a voz ligeiramente falha. - Pare de fugir, coloque um ponto final definitivo no que tenha ficado em aberto entre vocês, ou deixe de ser covarde e lute pelo que quer de verdade.
Ele pôde decifrar o julgamento que transparecera pelos orbes verdes, afinal, quem ele achava que era para poder dar qualquer tipo de sermão?! O próprio Jackson era indeciso, confuso e covarde com seus sentimentos e relacionamentos, mas justamente por se conhecer tão bem que ele desejava algo melhor para sua irmã.
Percy saiu em seguida e Clarisse tomou alguns minutos até se estabelecer novamente, precisava se recompor de todas as palavras e sensações que ainda não havia absolvido por completo nos últimos dias e talvez ainda demorasse. Olhou uma última vez para o aparelho sobre a bancada, sentia-se idiota por estar agido daquela forma, não era certo com Annabeth, afinal, não fora a própria La Rue que se aproximara? Que enviou o convite de casamento?
O conflito entre os seus sentimentos estava finalmente declarado e era por isso que deveria se valer de seu lado racional, o mais sensato era manter-se longe de Annabeth Chase pelo tempo que conseguisse.
~***~
Por mais que estivesse certo, ao decorrer do dia, Percy já estava arrependido de sua atitude precipitada. Ele viu o começo do turbilhão se formando e não tardou a entrar em contato com Piper; Clarisse provavelmente lhe mataria se desconfiasse e talvez esse fosse o motivo de fazerem suas pernas tremerem.
Estava feito, não poderia mais voltar atrás. Pela conversa que tivera com a amiga em uma breve troca de mensagens, sabia que Chase lhe espremeria até a última gota de sangue se fosse preciso para ter respostas.
Agradeceu mentalmente a bondade do destino em não cruzar os caminhos da escritora e da chef. Pela primeira vez sua irmã se retirara um pouco mais cedo, precisava espairecer e nem mesmo o melhor recinto para tal estava lhe dando total conforto... Queria dar algum tempo a Clarisse, para que pudesse de fato esvaziar um pouco seus anseios e angústias antes do inadiável encontro.
- Onde ela está? - A pergunta foi direta, sem rodeios, sem cumprimentos ou qualquer outro traço de civilidade.
Perseu prendeu o ar assim que seus olhos pousaram sobre a figura loira que adentrou o restaurante a passos seguros e postura ereta... Aquela era a Annabeth decidida que tão bem conhecia.
- Annie... - tentou usar seu tom mais calmo, mas a loira sabia se valer da mesma feição inflexível de sua mãe quando queria, poucas coisas deixavam Jackson com medo e essa era uma delas.
- Onde está a Clarisse... - repetiu fixando seus olhos nos verdes límpidos a sua frente. - Por favor, Percy. Eu preciso saber o que está acontecendo, preciso de um motivo.
- Ela vai me matar por isso... Você sabe! - resmungou o sommelier após respirar fundo, já esperando o que poderia acontecer. Ele fez um rabisco rápido e entregou a prima em seguida. - Só vá com calma, tudo bem?! Não quero nenhuma das duas machucadas.
Annabeth olhou o endereço rapidamente, lhe era bem familiar para dizer a verdade. Deu um sorrisinho de lado, quase imperceptível, principalmente para um Jackson que começava a apresentar sinais de seu nervosismo; era esperado que Clarisse estivesse naquele local, possuía uma memória afetiva, era como um refúgio e até mesmo a escritora criara algumas memórias recentes ali.
- Estou machucada há muitos anos, meu querido primo. - confessou com os pensamentos lhe levando alto. - Preciso mais que tudo estancar as feridas, de uma vez por todas.
Trocaram mais um olhar, mas não um simples olhar entre duas pessoas que se conheciam bem, ou como se fosse apenas uma bênção silenciosa do mais velho... Não, aquele olhar tinha um significado denso e assim se despediram. Sem palavras, sem qualquer toque, mas com significados mais palpáveis que qualquer gesto.
~***~
Clarisse tinha todos os motivos possíveis para não estar naquele local, afinal, lhe trazia memórias de um futuro que jamais se concretizara. Em seus tempos áureos sonhava com a carreira no esporte, nunca se empenhara tanto em algo e sem falsa modéstia teria sido a melhor se tudo não tivesse ruído, mas agora o wrestling não passava de algo remoto, um passatempo.
Desde o princípio sabia que precisaria de distrações para suportar novamente a pressão da cozinha, mas diferentemente de quando estava na França, não poderia suprir com drogas e sex*... Ainda sentia os resultados de uma vida onde os excessos eram a regra.
Percy costumava lhe acompanhar na academia e corridas no Riverside Park, mesmo que visivelmente não fosse fã das atividades, porém La Rue sentia-se sufocada e vigiada algumas vezes, mesmo que lá no fundo soubesse que o irmão mais velho queria apenas compensar o tempo perdido... Em momentos específicos, sentia a necessidade de um tempo somente seu.
O destino, implacável e ardiloso, havia reservado um improvável retorno ao seu antigo treinador e amigo, Quíron. A trajetória daquele que tanto lhe inspirou fora quase tão devassa quanto a de La Rue, todavia o homem de profundos olhos castanhos não perdera o seu sorriso bondoso para o azedume da vida. Tivera o seu revés em um acidente de carro, provocado por algum desconhecido que não deveria estar ao volante... O jovem faleceu logo após o impacto, Quíron milagrosamente sobreviveu, porém seguiria sem andar pelo resto de sua vida.
O treinador superou as adversidades e conseguiu finalmente realizar um antigo sonho: abrir a própria academia. Era modesta, mas os frequentadores fiéis conheciam bem a fama daquele que regia o centro de treinamento. E ninguém melhor que Quíron para manter Clarisse La Rue na linha.
- Ah, não... Não acredito nisso! - resmungou o homem de voz levemente rouca e profunda, não parecia muito satisfeito em ter perdido alguns dólares na pequena aposta que fizera.
Parecia óbvio ao seu olhar que aquela disputa estava no papo. Afinal, Frank - seu pupilo e filho adotivo - era um pouco mais jovem, mais forte e possuía mais vigor que sua ex-aluna, porém, pagara com alguns dólares a desconfiança no talento julgado enferrujado.
Frank e Clarisse passaram alguns bons minutos se analisando, sabiam que qualquer atitude imediatista poderia finalizar a luta rapidamente, porém de forma negativa. Tentaram aplicar alguns agarrões durante o processo, mas nada que chegasse a definir a disputa.
O rapaz, tentando se aproveitar de sua evidente vantagem de envergadura, adiantou-se quando julgou seguro, mirando em uma das pernas da mais velha, contudo, Clarisse poderia estar afastada do esporte a muito tempo, mas sabia analisar situações ao seu favor com uma rapidez invejável. A morena retrocedeu o suficiente para não ser pega e quando Frank tentou recuperar sua base de defesa, Clarisse puxou o mesmo braço que fora usado para lhe inferir o golpe, fazendo-o rolar por cima do seu ombro e caindo com a lateral do corpo.
- Eu disse que ia ganhar, velhote! - O sorrisinho sarcástico e vitorioso brincava em seus lábios enquanto o braço de Frank continuava imobilizado, até que o mesmo se rendeu, lhe fazendo o sinal em seguida.
- Grande coisa, olhe o seu estado... - rebateu ainda com falsa indignação. - Você já foi melhor nisso, se não tivesse se estragado com bebidas estaria no topo até hoje.
Clarisse revirou os olhos, era óbvio que o sermão viria em algum momento, mas Quíron, como sempre, não estava errado - mesmo que sua saída prematura do wrestling não tivesse ligação direta com o abuso de álcool. De fato, estava exausta, a respiração pesada, o coração acelerado, eram provas do que o treinador expôs e bem sabia que não podia exigir tanto de seu corpo.
- Por hoje é só! - finalizou o treino antes do previsto, não queria que ambos se desgastassem demais. Frank participaria de uma competição importante muito em breve.
- Ah, sério?! - foi a vez da morena resmungar indignada, mesmo cansada, ainda aguentava alguns bons minutos de distração.
Frank também parecia inclinado a protestar, crescera escutando seu pai falando sobre a encrenqueira Clarisse e seus bons e maus exemplos, não sabia por quanto tempo ela permaneceria em New York, mas apreciava sua companhia, bem como gostaria de desfrutá-la ao máximo.
- Eu não quero que tenha um ataque cardíaco no meu mat, eu já sou velho demais para grandes emoções! - sentenciou Quíron recebendo em troca um gesto obsceno nada amigável por parte de sua pupila... Certas atitudes nunca mudavam.
A morena se retirou para o vestiário sem mais palavras e o velho treinador apenas riu, lhe acompanhando com o olhar. Conhecia aquela "garota" marrenta bem o suficiente para saber que algo estava errado.
- Hey Annie, há quanto tempo?! - acenou Frank com um sorriso largo e em tom animado ao ver a escritora na entrada.
Quíron direcionou os olhos escuros na mesma direção, o sorriso também tomou-lhe a feição normalmente séria. Fez um sinal para aproximar-se, se passara algum tempo considerável desde a última visita de sua ex-aluna, era sempre bom revê-la.
- Ora, ora, a que devemos uma visita tão agradável?! - recebeu as mãos delicadas entre as suas e beijou-as brevemente.
Annabeth sorriu, todavia diferente das outras vezes, seu sorriso não chegava a sua totalidade, como normalmente acontecia, mirou os olhos cinzentos da jovem escritora, havia aflição. Quíron não precisava ser um gênio, afinal já era um homem vivido e conhecia muito bem aquela que estava a sua frente.
- Ela está no vestiário... - confessou com um sorriso mínimo quase completamente recoberto pela barba já salpicada de alguns consideráveis fios brancos. - Seu humor não está dos melhores.
- Obrigada! - pressionou os lábios com leve insegurança antes de seguir, já tivera algumas aulas particulares com o treinador, sabia onde ir.
~***~
Clarisse procurou regular a respiração até chegar ao vestiário, buscou por uma toalha pequena na bolsa que deixara em um dos armários e secou a fina camada de suor que cobria ao braços, pescoço e o rosto. Foi até a pia mais próxima e lavou o rosto, surtira algum efeito, mesmo que mínimo, porém, talvez ela não estivesse preparada para o que estava a seguir.
Ao escutar a trava da porta seus olhos se conectaram na imagem refletida no amplo espelho, Annabeth, a pessoa que menos esperava ver... Não soube o que dizer ou como reagir, apenas observou sua prima aproximar-se com cautela.
- Clarisse, o que está acontecendo? - foi direta, mesmo que sua voz tenha saído falha. Ver Clarisse vestida naquele singlet vermelho lhe trazia muitas memórias, memória mais fortes do que a sua força de vontade de lutar contra elas.
- Desculpe, do que está falando... - Clarisse era uma péssima mentirosa, mas tentou se esforçar. Se manteve de costas, mesmo que seus olhares estivessem conectados.
- Por quanto tempo você vai ficar se esquivando?! - A morena não moveu nem um milímetro sequer. Annabeth conhecia bem aquela atitude, teria que ser muito paciente para que Clarisse não escorregasse mais uma vez. - Porque está agindo como covarde?!
Ele teve a atenção que queria quando a palavra "covarde" foi audivelmente captada por Clarisse. Ela virou-se, suas mãos ainda postas sobre a extensão da pia, por mais silenciosa que estivesse, Annabeth podia ver claramente o misto de sentimentos contidos naquele olhar verde profundo.
- Eu preciso de um motivo, Clarisse. - Sua voz firmou-se um pouco mais. - Você não sabe o quão insuportável é te ter novamente na minha vida depois de tudo o que aconteceu entre nós duas, para simplesmente você me ignorar como se eu não existisse.
Annabeth agora era um misto de força e quebranto e presenciar aquilo deixava La Rue despedaçada, ela não aguentaria mais controlar tudo o que estava despencando sobre sua cabeça.
- Você acha mesmo que eu queria ter voltado?! - As mãos da chef tremiam levemente, tamanho era o seu esforço para manter sua voz controlada. - Se não fosse pela insistência de Silena, se ela não tivesse levado Percy, eu jamais teria voltado... Eu fodi sua vida, Chase, eu não me perdoaria se fizesse isso outra vez.
- Você sabe o quanto doeu você simplesmente sumir das nossas vidas? A falta de notícias suas me matou cada dia um pouco mais... E não existia qualquer pessoa que fosse capaz de suprir esse vazio. - Annabeth deu mais alguns passos, ela não sabia por quanto tempo mais conseguiria segurar suas lágrimas. - Nós deveríamos ter conversado, Clarisse. Mas você preferiu se fechar em um mundo onde não havia espaço pra mim e simplesmente fugiu.
- E qual futuro eu poderia ter com você Annabeth?! O que uma viciada de merd* que já havia sido internada poderia te oferecer?! - baixou a cabeça, respirou fundo e tentou organizar os pensamentos. - Ela era a minha melhor amiga... A pessoa em que eu mais confiava, sabe quando eu notei que estava te perdendo? Pelo seu olhar, a forma que começou a olhar para ela... Um olhar que sempre foi reservado pra mim. - Voltou-se para a loira mais uma vez, não soube dizer se toda a mágoa ali presente era de Annabeth ou reflexo do que estava transparecendo.
- Você não era a única que estava passando por um momento difícil... - sentiu as lágrimas descerem como rastro de fogo, porém não se importou, havia trancafiado-as dentro de si por tempo demais.
- Você podia ter trans*do com qualquer pessoa... Qualquer pessoa teria me ferido menos, eu teria entendido, afinal a culpa de tudo isso ter acontecido foi exclusivamente minha, mas ela... - Se forçou a engolir o nó que se formou em sua garganta com extrema dificuldade. - Thalia sabia que a única forma de me ferir seria através de você.
Foi a vez da loira respirar fundo, ela sabia que em algum momento aquele assunto entre as duas viria à tona, mas não havia preparação alguma capaz de amenizar o peso daquelas palavras... Ignorou. Mesmo que algo ali não estivesse fazendo total sentido, tinha completa ciência de que aquela era a forma de Clarisse lhe afastar.
- Você ainda sente algo? - aproximou-se a passos lentos, porém decididos, quase podia sentir o calor emanado pelo corpo da morena. - Esse é o motivo de estar fugindo?! Será que esse não é o real motivo que te afligia?! - levou a mão até o queixo da chef, forçando o contato visual que a outra tanto temia.
- Eu tenho que me afastar Chase... - Sua voz saiu mais rouca do que gostaria. Annabeth invadiu o seu espaço cautelosamente, a mão em seu queixo deslizou carinhosamente pelo seu maxilar. Lutou debilmente contra as sensações que o toque da loira lhe causava. - Eu vou me casar... Eu não posso simplesmente continuar confusa, não é certo pensar em você todos os dias...
- Resposta errada... - sussurrou Annabeth, o polegar deslizando suavemente contra os lábios bem desenhados.
Clarisse fechou os olhos, seu coração estava acelerado mais uma vez, um toque delicado não deveria ser capaz de lhe causar tantas sensações. Não estava conseguindo raciocinar com coerência, mas tentou focar nas palavras seguintes da escritora:
- Se você realmente me quisesse longe, diria sem rodeios que não sente mais nada por mim...
La Rue nunca venceu sua querida prima em argumentos, tampouco seria capaz de rebate-los, e mesmo que quisesse demonstrar qualquer ideia contrária às palavras proferidas pela loira, Annabeth extinguiu qualquer possibilidade ao tomar-lhe os lábios.
Não foi um beijo delicado, romântico, longe disso... Chase invadira a boca de Clarisse de forma quente e ávida, com a ânsia de todos os anos reprimidos, como se somente assim pudesse aplacar toda a dor, saudade e raiva.
O ofegar de Clarisse contra os seus lábios e o hálito quente e embriagador lhe causou arrepios por todo o corpo. Sentiu o toque firme contra a sua nuca e a outra mão na base da sua coluna, trazendo ainda mais combustão ao sentir o corpo da morena contra o seu.
Annabeth foi conduzida facilmente enquanto seus dedos e as unhas registravam cada pequeno pedaço de pele dos braços de Clarisse, memorizando mais uma vez cada linha dos músculos, deslizando pelas costas sem um destino certo assim como suas vontades.
Sentiu suas costas contra a parede, porém pouco se importou com a sensação, à medida que sua língua deslizava sobre a dela sentiam-se cada vez mais perdidas uma na outra. Sugou-lhe a língua de forma lenta e como resposta Clarisse lhe abraçou ainda mais forte, a respiração densa e descompassada.
Continuou com as provocações, mordendo levemente e sorvendo os lábios que tanto já haviam lhe provocado com sorrisos irritantemente sexy. Desceu suas mãos do quadril até sua bunda, apertando com vontade sobre a roupa de treino... Queria poder sentir a pele contra a sua mais uma vez.
Gem*ram em uníssono quando o quadril da morena moveu-se contra o seu como resposta ao ato atrevido, os dedos se embrenharam nos fios loiros, fundindo ainda mais os dois corpos que a tanto tempo necessitavam pertencer um ao outro. Os lábios deixaram sua boca apenas para seguir seu corpo, os dentes roçaram contra o seu maxilar, mordeu o queixo com leveza, arrancando um novo gemid*, seguindo pelo pescoço, onde La Rue exerceu um pouco mais de pressão próximo à clavícula.
Suas pernas estavam trêmulas, a necessidade de ser tocada de forma mais íntima era tão intensa que chegava a causar incômodo, sua peça íntima com certeza estava arruinada. Os lábios buscaram os seus mais uma vez, porém de forma mais lenta, ao mesmo tempo que necessitavam de ar, também desejavam que aquele momento não se encerrasse, pois assim que a realidade se fizesse presente nada mais seria como antes, nem mesmo os sentimentos amenos que tentavam fingir.
- Eu temia que o tempo um dia me fizesse esquecer por completo o seu cheiro e o calor do seu corpo. - confessou a escritora com um fio de voz, seus lábios ainda pairando sobre os de Clarisse.
Trocaram mais alguns breves beijos, mesmo que seus corpos implorasse por mais. Os olhos verdes alcançaram os seus mais uma vez enquanto uma de suas mãos acariciou o queixo.
- Eu não mereço encostar um dedo sequer em você. - declarou com pesar, deslizando o nariz e absorvendo o cheiro da pele, um cheiro que pertencia única e exclusivamente a Annabeth, ninguém mais.
- Espero ter lhe dado os motivos certos para se sentir confusa... - uniu seus lábios aos da chef uma última vez antes de concretizar a difícil despedida. - Eu precisava ter a certeza de que não estava enlouquecendo.
Fim do capítulo
Trinta e um capítulos, eu sinceramente não achava que demoraria tanto para acontecer um beijo entre elas, sério mesmo, eu sequer esperava que a fic tivesse tantos capítulos assim, não que não tenhamos "visto" outros beijos entre elas, mas um "atual" nossa… Eu sofri.
Eu espero que tenha valido a espera e o tanto de bola fora que eu dei kkkkk…
Vejo vocês nos comentários e muitíssimo obrigada pelo carinho, por continuarem me acompanhando, é extremamente importante pra mim.
Até breve!
Comentar este capítulo:
Silvia juliana
Em: 14/01/2022
??‘???????‘???????‘???????‘????? Feliz que tu atualizaste ???? parabéns pelo e-book
Resposta do autor:
Muito obrigada! Também fico feliz demais por conseguir retornar!
Nos vemos em breve!
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