Capitulo 85 – Gata selvagem
Gata selvagem
-Fala sério Lena. - Digo caindo na gargalhada.
-Ah Liz, não me julgue. Ela é uma gracinha irritada. - A mulher de olhos verdes diz sorrindo.
-Mas que ideia foi essa Helena? - Pergunto segurando o riso.
-Foi o único jeito de chamar a sua atenção. Ela estava toda séria. Não deu pra segurar. - Helena diz corando. Algo raro de acontecer. Ela era sempre tão segura de si. Isso me encantou.
-Então você resolveu provoca-la? - Pergunto admirada.
-Estou aceitando qualquer ideia. - Lena diz brincalhona.
-Só você mesma, Helena. - Digo balançando a cabeça em negativas. –Prometo pensar em algo para lhe ajudar. - Seus olhos brilham em expectativa.
-Eu quero essa mulher pra mim. - Helena diz agora séria.
-Camila é maravilhosa. - Digo lhe sorrindo amavelmente. –Assim como você.
-Sentir saudades ruiva. - Ela diz se jogando em cima de mim, fazendo cocegas.
-Helena! - Reclamo tentando me livrar de suas mãos ágeis. Mas é inútil, ela é mais forte que eu. E só o que me resta e pedi clemência aos risos.
Estávamos no meu quarto há horas. Helena me contou detalhadamente o porquê da discursão entre ela e Camila. Não conseguia acreditar que Helena seria capaz de agir dessa forma. Toda vez que ela falava sobre a mulher de olhos escuros os seus olhos brilhavam. Às vezes ela se perdia e dava um sorrisinho pro nada. E eu, eu estava achando tudo isso fofo.
A última vez que eu a vi pessoalmente foi no começo do ano passado. Helena foi até o meu encontro em Cannes na França. Ela passou algumas semanas me fazendo companhia. Ela se permitiu se aventurar em algumas de minhas loucuras. Mas precisou voltar pra casa. Esse fato me entristeceu. Bem que ela tentou me convencer a ir junto. Mas eu ainda não estava preparada. E como sempre ela respeitou. Alguns meses depois foi a vez de Henri e Víctor me fazerem companhia por alguns dias. Foi maravilhoso. Me senti mesmo sozinha.
Olho de relance para a mulher que me sorria enquanto contava as novidades. Helena me falou sobre o primo e sobre Henri. De como os dois estavam felizes e morrendo de saudades minhas. Assim como eu estava deles. Escuto tudo atentamente. Não poderia está mais feliz com sua presença. Ela não poderia ter chegando em um momento melhor.
Helena, Henri e Victor são partes importantes de minha vida. Eu os amo com adoração. E sou grata por estarem sempre comigo. Por passassem por minha tempestade sem soltar a minha mão. São anos de convivência e aprendizado. Eles me ajudaram a ser quem hoje sou. Foram me construindo e me moldando. Restaurando os meus pedaços, e resgatando os que estavam pedidos. Me ajudaram a entender e a conviver com a minha dor. Me mostraram que eu poderia e merecia ser amada, respeitada e protegida. Não poderia desejar amigos melhores.
Falei sobre Samantha. Sobre os meus sentimentos por ela. Helena como sempre atenciosa, prestava atenção em tudo o que eu dizia. Vez ou outra ela fazia algum comentário. Mas sem jamais impor sua opinião. Conversamos por horas.
-Vá tomar banho primeiro. - Digo lhe estendendo uma toalha limpa. –Vou buscar alguma coisa para comermos. - A mulher balança a cabeça de forma positiva. Aceita o objeto e se encaminha para o banheiro.
Desço as escadas apresada, e me encaminho até a cozinha. Quando adentro aquele ambiente, vejo a senhora de cabelos louros com dezenas de fios brancos de costas pra mim. Não resisto e vou mansamente até ela e lhe agarro pela cintura lhe abraçando por trás. Em um primeiro momento a senhora se assusta, mas quando percebe de quem se tratava se afasta me enchendo de tapas. Eu apenas tentando me defender de seus ataques aos risos.
-Isso são modos, Lizandra?! Ela se queixa estreitando seus olhos cor de mel em minha direção.
-Ah Bibi. - Digo voltando a me aproximar lhe agarrando novamente e lhe enchendo de beijos. –Oi minha lindona! - Digo amorosa para a senhora que me viu crescer.
-Pare menina! - Ela reclama se afastando. -Vai me fazer queimar os pães de queijo. - Abro um sorrisão de um canto a outro.
-Eu quero! - Digo fazendo bico, dengosa. Bibi apenas revira os olhos e balança a cabeça negativamente me lançando um de seus sorrisos irônicos.
-Você não almoçou. - Ela me repreende brava. Mais depois me sorri amorosa. –Estou preparando algumas coisas. Já ia te levar. Não quero você desmaiando pelos cantos. – Ela diz agora séria.
-Eu te amo, sabia?
-Rum, sei. - A senhora me encara desconfiada. E se volta para o forno. Mas antes que ela possa fazê-lo. Tenho um pequeno vislumbre de seu sorriso. E isso aquece meu coração. –Mas me diga menina... - Bibi chama minha atenção. –Que confusão era aquela mais cedo?
Não tem coisa melhor no mundo do que um bom banho. Adoro a sensação da água caindo sobre o meu corpo nu. Tirando todo o estresse e cansaço do dia. Massageando delicadamente a minha pele. Limpando não só o meu corpo, mas também a minha alma.
Quando a água quente do chuveiro cai sobre as minhas costas, dou um gemid* de dor. Lembrando-me dos momentos que passei com a minha garota de olhos amarelados. Posso senti-la ainda em minha pele. Cada toque, cada beijo e abraço. Ela me provocou ao limite de meu prazer. Me fez mergulhar e delirar em cada segundo. E eu quero mais, muito mais.
Fecho meus olhos, nunca estive tão consciente do meu corpo antes. Meus seios estão rígidos e entorpecidos. Minha pele, sensível e dolorida. Estou excitada, estou perdidamente excitada. Mordo meus lábios com força quando minhas mãos delicadamente descem sobre a minha superfície. Demorando em meus seios fartos. Eu os aperto com força. Tentando matar o meu tesão. Momentos depois continuo o meu tour pelo meu próprio corpo. Desvendando e conquistando pedaços tão meus. Desço por minha barriga, ventre, até que minha mão esquerda se acomoda por entre as minhas pernas.
-Humm... - Me apoio na parede logo a minha frente com a minha mão livre.
Estou molhada, estou muito molhada. Isso não se deve apenas pela água do chuveiro. Uma corrente elétrica percorre o meu corpo, estou arrepiada de desejo. Não foi o bastante, não tive o bastante de Samantha. Brinco com o piercing em meu clit*ris. Dou um sorriso travesso ao me lembrar o quanto Sam adorava fazer isso. Encosto minha testa na parede gélida a minha frente e solto um gemid* rouco quando adentro meu interior com dois dedos.
-Sam... - Sussurro desejando que a mulher de olhos amarelados estivesse ali. Que fosse suas mãos em meu corpo. Adentrando o meu interior. Me dando prazer.
Acelero os movimentos, buscando satisfação. Meu corpo inteiro estremece com a corrente elétrica que me atravessa. Mordo com força meu lábio inferior. Prendo no fundo da minha garganta um gemid*. Gozo manhosamente em meus dedos ainda sentindo a água cair sobre o meu corpo.
-Humm... - Solto um gemid* quando me retiro de meu interior momentos depois. –Droga! – Digo, nenhum pouco satisfeita.
-Não me julgue. - A mulher diz terminando de comer o pedaço de bolo. –Você demorou.
-Traidora. - Digo estreitando os meus olhos.
-Estava faminta. – Helena reclama sem me dar muita importância. –Meu Deus, isso é tão bom. - Ela diz fazendo cara de satisfação.
-Deixe pra mim sua gulosa. – Digo indo em sua direção apenas de toalha, e me jogando ao seu lado na cama.
-Você está toda molhada. - A mulher de olhos verdes me repreende fazendo uma careta. Eu apenas lhe mostro a língua, roubando em seguida o pedaço de bolo que estava em sua mão. –Ei!
-Perdeu. - Digo levando o bolo até minha boca. Me deliciando com aquele pequeno pedaço do céu.
-Vai se secar e vestir alguma coisa. - Helena diz voltando a se deliciar com as maravilhas que só a minha Didi faz.
-Deixe alguma coisa pra mim. – Digo antes de me levantar e me voltar para o meu closet.
-Vou pensar no seu caso. - Sua voz soa agora distante.
Estou cansada. Não dormi o suficiente nesses últimos dias. Dou um suspiro conformada. E em seguida alongo o meu corpo. Sinto-me dolorida. E um sorrisinho sacana foge da minha boca. Seco meu corpo com cuidado. Logo depois procuro algo confortável para vestir. E escolho uma camiseta longa e uma calcinha preta de renda. Visto primeiro a peça intima. Quando pego a camiseta para vestir, ouço Helena falar algo do outro lado. Apenas paro com a peça em mãos, tentando entender.
-Liz...
-Hum? - Não consigo ouvir o que a mulher no interior do meu quarto diz. –Não consigo te ouvir Lena. - Digo um pouco alto. Houve um pequeno silêncio até que ouço passos se aproximarem.
-Eu perguntei se você... Meu Deus Lizandra! - A mulher diz assusta.
-O que foi Lena? - Pergunto me voltando pra ela apenas de calcinha.
-Por acaso você foi atacada por alguma gata selvagem?- A mulher de olhos verdes me pergunta prendendo o riso.
-Engraçadinha. - Digo lhe acertando a camiseta que estava entre as minhas mãos, fazendo-a gargalhar. Ela sabia muito bem quem era a gata selvagem que havia me “atacado”.
Fim do capítulo
Boa noite! Espero que não me odeiem pela demora. Rsrsrs...
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Marta Andrade dos Santos
Em: 09/05/2021
Legal retorno de Liz e Sam!
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