Olá meus queridos, tudo bem com vocês? Demorei, mas cheguei, obra enfim concluída, mas ainda estou um caco de pessoa, contudo tenho alguns trabalhos para colocar em ordem então aproveitei antes disso para poder postar com certa antecedência - já que provavelmente ele sairia apenas na segunda ou terça.
Bem, como eu disse antes, no cap. passado apareceu uma deusa, mas não disse o nome, algumas pessoas chutaram, mas passaram longe, no caso era Ártemis a nossa deusa da caça e da lua, pensei que alguns captariam pela cor dos olhos, já que aparência é algo que pode variar com o gosto dos deuses.
Boa leitura a todos e estou feliz por estar voltando às atualizações aos poucos.
Queria também aproveitar a oportunidade e agradecer imensamente a @itsanirbas que fez essa capa bonitona de presente para a nossa história! Como eu sempre digo, sem vocês as histórias não seriam nada.
A Despedida
Não estava conseguindo se concentrar de forma devida durante o resto do dia após as palavras de Percy. Não foi por falta de tentativas consecutivas que ela procurou focar no que estava fazendo, continuando a fiar, mas foi em vão. Não queria demonstrar, entretanto a notícia de que a princesa espartana estaria em Atenas lhe deixava inquieta, mais do que o normal.
Deixou o que estava fazendo de lado antes que se irritasse com sua displicência, seu cenho franziu aos poucos, queria não ficar repassando o que aquela garota arrogante e de modos questionáveis havia feito, mas era quase impossível. Como ela tivera a petulância de lhe tratar daquela forma? De onde havia retirado àquela ideia absurda sobre se casarem? Ela achara estranha a repentina forma que a filha de Ares afastava todos os outros que não achava confiáveis o suficiente, mas "isso" já era demais, até mesmo para Clarisse. Pensar no assunto fez seu rosto corar, aquele sorriso bobo, convencido e orgulhoso lhe fazia corar na mesma intensidade que sentia raiva, tentou espantar os pensamentos bobos.
-Ela gosta de você, por mais que não admita isso, por isso tentou fazer aquilo. - comentou o garoto adentrando o recinto agora ocupado apenas pela garota de olhos cinzentos.
Annabeth o olhou daquela forma peculiar que costumava antes de abandonar todos os seus bons modos para acerta-lhe o nariz ou o que quer que estivesse ao seu alcance. Mesmo assim o semideus não se importou com o provável perigo que correria e sentou-se despreocupado a sua frente.
-Acha que é a única pessoa capaz de defendê-la. - completou deixando as tabuinhas enceradas e o seu estilete ao lado do seu corpo.
Perseu sorriu, como se também achasse aquela atitude de Clarisse a coisa mais estúpida que já presenciara - e normalmente ele era o rei em fazer asneiras -, mas aquilo também dizia muito sobre a filha de Ares, bem como a promessa que ela o obrigava a fazer... Manter Annabeth e Silena em segurança. Era quase como se ela fosse capaz de prever alguma coisa que poderia acontecer cedo ou tarde.
-Trouxe um pouco de diversão para você. - ele apontou para os itens que havia trazido, o sorriso bobo brincando em seus lábios, como se estivesse prestes a pedir algo importante.
-Não, não, não... - adiantou-se a garota vendo a expressão esperançosa do rapaz murchar aos poucos. - você acha mesmo que os nossos tutores não notam a diferença?
-Vamos Annie, me ajude... - ele insistiu, não nascera para cálculos, textos poéticos ou qualquer coisa do tipo. Fazer aqueles exercícios era quase um tormento para o semideus. - não tenho culpa de não ter nascido com o seu intelecto privilegiado.
Annabeth suspirou... Não devia ter cedido desde a primeira vez que o amigo lhe pediu aquilo, mas quem sabe lhe serviria como uma distração precisava realmente de algo mais eficiente para ocupar sua mente.
-Não se acostume... - bronqueou o garoto que animadamente lhe passou as tabuinhas e o estilete, quase como alguém que tivesse se livrando de um mau agouro.
Rapidamente Annabeth se pôs a pensar, desfazendo o que o garoto havia respondido com a ponta boleada e colocando as modificações necessárias, escrevendo com a parte pontiaguda contra a cera. Ele sempre achava incrível a forma rápida que a garota conseguia resolver aqueles questionamentos ou cálculos que para ele eram absurdamente entediantes e impossíveis de se concluir... Ele era considerado relapso em seus estudos, escutara isso diversas vezes, mas até mesmo Temístocles entendia que seus pontos fortes eram outros.
O general mesmo lhe dissera alguns pares de vezes que com a idade que tinha possuía mais conhecimentos sobre os mares perigosos que muitos marinheiros treinados; ele também era bom nas aulas de combate e afins, tinha estímulos rápidos, gostava quando Clarisse os visitava, era uma garota diferente das outras, não que Annabeth também não fosse - afinal ela passava por treinamentos rigorosos com o general - mas a espartana possuía uma aura diferente. Quando todos os seus parceiros de treino eram orientados a não lhe machucar por ser filho de Poseidon, Clarisse lutava e lhe tratava de igual para igual.
Estava distraído observando Annabeth e suas "engrenagens da sabedoria" trabalhar vigorosamente quando teve um pressentimento, os pelos de sua nuca se eriçaram. Ele levantou-se quase de um salto... Dificilmente se enganava; a loira lhe olhou intrigada, mas entendeu o seu olhar nos segundos que se seguiriam.
~***~
Apesar de quase estar alcançando sua idade adulta, Linus ainda possuía suas características que tão bem se realçaram durante a infância e adolescência... Atrapalhado por natureza e costumava atropelar as palavras quando estava nervoso; características que para sua infelicidade sempre se sobressaia quando o seu senhor recebia os ilustres visitantes da Lacedemônia.
Para a maioria dos atenienses eles não passavam de bárbaros, atrasados por resolverem tudo na ponta de suas lâminas, retrógrados isolados que seriam esquecidos com o passar do tempo, sem qualquer monumento imponente... Mas não se aplicava a ele. O jovem vindo de uma desafortunada família que se fragmentou ao ver sua singela pólis reduzida a sangue e pó quando foram atacados pelos argivos escutara muitas histórias no período em que viveu como selvagem e sobrevivia com a troca de serviços, a maioria delas sobre guerreiros bravos, fortes e valorosos, que fizeram o menino cultivar temor e amor.
Ele saldou a já conhecida comitiva com a devoção de sempre, para o jovem servo, vindo de uma família , ter à sua frente aqueles guerreiros formidáveis era o mesmo que ser agraciado com a visão dos próprios deuses... Um dia se tivesse filhos, falaria orgulhosamente aos mesmo que conheceu pessoalmente o mais importante dos reis de Esparta. Guiou os três viajantes até o pátio central assim que fez questão de lavar os seus pés.
Não tardou para que o seu senhor fizesse as honras e os recebesse, a cada novo encontro a formalidade era menor, demostrando o quanto os laços entre eles haviam se estreitado com o tempo. Seu jovem mestre, Perseu, veio correndo segundos depois, como se adivinhasse a chegada dos demais, a princesa espartana que até então mantinha sua postura respeitosa sorriu de forma animada, deixando seus pertences no chão e retirando rapidamente algo preso as suas costas.
-Espero que esteja pronto, não vou aliviar para você! - disparou assim que jogou na direção do garoto o item que trouxera cuidadosamente.
Percy apanhou a espada ainda no ar, era leve e bem trabalhada, seus olhos brilharam com a réplica perfeita em madeira de um típico xiphos espartano, uma bela espada de curto alcance.
-Veremos do que é capaz filha do deus da guerra! - avançou energicamente.
Trocaram estocadas precisas e perigosas enquanto corriam pelo pátio, eram acompanhados por olhos experientes, olhos que tinham pesos de guerras e conquistas verdadeiras.
-Tem um equilíbrio perfeito! - comentou o garoto após recuarem para retomar o fôlego, era uma réplica muito melhor e bem mais perigosa que as que estavam acostumados a "brincar".
-Mark mandou fazer especialmente para nossas disputas. - informou Clarisse de forma orgulhosa.
Seu irmão mais velho costumava lhe acompanhar em algumas viagens até Atenas, entretanto com o treinamento mais rígido e as obrigações como príncipe e herdeiro, os dois semideuses acabaram por continuar com suas aventuras e disputas imaginárias sozinhos.
-Agradeça-o por mim... - sua voz possuía admiração pelo garoto mais velho.
Contudo Clarisse tinha a atenção voltada para outra figura, à loira de traços delicados e vestes impecáveis, Annabeth dirigia-se até o local onde se encontravam os demais.
-Deveríamos ter chegado mais cedo... - informou Leônidas tentando conter o sorriso ao observar as duas semideusas. - mas a pequena insistiu em parar no porto para trazer presentes.
A garota de olhos verdes olhou para o homem rapidamente, sentindo o rosto corar de imediato, ainda estava constrangida com tudo o que os seus tutores falaram durante o percurso. Annabeth e Clarisse se aproximaram, ainda envergonhadas pelo último encontro, a morena pigarreou levemente antes de dirigir-se a sua prima.
-Devo-lhe um pedido de desculpas... - tomou a mão da loira gentilmente e se pôs sobre um dos joelhos. - perdoe-me pelos modos inadequados aos quais me vali para tê-la ao meu lado e assim lhe proteger. - tentou falar da forma mais polida possível. - por favor, aceite o presente que trouxe em sua honra.
Leônidas e Dienekes se olharam, provavelmente se fazendo a mesma pergunta, "de onde haviam saído àquelas palavras?", já que a pequenina não era conhecida por palavras bem arranjadas e sim por suas ações. Percy fez um esforço descomunal para tapar a boca antes que pudesse se render a uma boa gargalhada.
-Devo admitir, que coragem não lhe falta... - sussurrou Temístocles lançando um olhar também surpreso para o rei.
Clarisse olhou para trás e pigarreou novamente, como se alguém fizesse o favor de não interromper o momento e trouxesse o presente. Dienekes revirou os olhos, no fim sobraria para ele, levou o presente coberto por um manto escuro e depositou ao lado de sua jovem mestra. O comandante retirou o manto revelando uma bela coruja de celeiro na gaiola.
Clarisse aguardava alguma reação de forma ansiosa, os olhos astutos focados na expressão ruborizada da filha de Athena. Ela falara algo errado? Não fora educada o suficiente? Procurou ser respeitosa assim como havia prometido a sua rainha... Será que mesmo assim ela conseguira estragar tudo, mais uma vez?
Foi quando a expressão de Annabeth mudou, um sorriso bonito se formara e mais uma vez a filha do deus da guerra se sentia como se tivesse corrido um percurso lendário, os olhos cinzentos quase cintilavam tamanha era a sua alegria.
-Obrigada... - murmurou a menina ao se jogar contra o corpo da mais velha, lhe abraçando forte.
A princesa se surpreendeu, demorando alguns segundos para saber o que estava acontecendo, até finalmente rodear a cintura da loira com carinho. Era a primeira vez que Annabeth fazia algo do tipo e a sensação era absurdamente incrível.
~***~
Divertiram-se com a pequena e adorável coruja enquanto os adultos se dirigiram para o androceu, onde tratariam de particularidades futuras enquanto as crianças aproveitavam o pouco tempo que ainda lhes restariam antes do longo período que permaneceriam separadas.
A ave agora repousava nos cabelos revoltos de Percy que sorria divertidamente enquanto a mesma lhe bicava os fios desgrenhados; não demorou muito para que Silena desse o ar de sua graça no pátio central e sua presença não passou despercebida pela filha de Ares. Sorriram de forma ampla, a espartana levantou-se batendo as mãos em seu traje levemente amarrotado para logo em seguida sustentar o peso da garota que se projetara contra ela, segura de que a mais velha lhe sustentaria.
-Senti sua falta... - confessou a filha de Afrodite depositando o beijo delicado no rosto da visitante.
Clarisse apertou um pouco mais o corpo da morena de olhos azuis contra o seu, era a sua forma de demonstrar que também sentira saudade, ela se sentia bem com Silena, de uma forma que lhe deixava mais feliz, se é que algo assim era possível.
Quando voltou aos outros dois Annabeth parecia novamente aborrecida com algo, mas talvez fosse seu humor habitual, apenas voltaram a brincar com a pequenina coruja até depois deixarem a mesma em um poleiro no gineceu onde pode repousar tranquilamente.
Voltaram para o pátio em seguida para brincarem de ephedrismo e se separaram em duas duplas, Percy e Silena, Clarisse e Annabeth. Era sempre motivo de muitas risadas e resmungos entre as crianças, mas as crias de Ares e Athena conseguiam elevar a algo extremamente competitivo - como já era de se esperar entre as duas.
-Quem você acha que vai ganhar dessa vez? - perguntou Percy após sentar-se com Silena. Ainda arfava e agora enxugava o suor da testa com o antebraço, mais uma vez ele havia perdido para a filha de Afrodite.
-Clarisse... - respondeu com convicção. - duvido que ela queira perder sua última disputa.
Percy confirmou brevemente, a face menos rosada agora, ele bem sabia que a garota votaria em Clarisse - como sempre - até mesmo quando evidentemente ela perderia a jovem confiava no contrário... Contudo havia tocado em um ponto que não pensara até então; essa era a última vez que de fato brincariam os quatro juntos.
-Não fique triste, em breve nos encontraremos novamente. - Silena reconfortou o garoto de olhos verdes, que tentou voltar ao seu estado de antes. - ela não gostaria de lhe ver desanimado desta forma.
O filho de Poseidon sorriu mais abertamente assim como aquela que o acompanhava, era melhor assim, eles deveriam aproveitar ao máximo agora que a amiga estava ali.
-Pronta para perder? - alfinetou Annabeth antes que a filha de Ares arremessasse mais uma de suas pedras.
-Talvez em seus sonhos... Sabidinha! - resmungou para logo em seguida lhe lançar um sorriso convencido.
O jogo consistia em uma pedra localizada em algum ponto do pátio, cada um dos participantes tinha um punhado de pedras com as quais tentava acertar o alvo, quem conseguisse tal feito primeiro venceria a partida.
Clarisse se concentrou, tentou ignorar as palavras da prima, empregou toda sua força em sua última jogada, a pedra disparou de forma precisa, mas ricocheteou mantendo seu alvo intacto - no caso apenas o alvo já que a parede mais próxima ganhara um furo. Franziu o cenho e praguejou algo de forma muito baixa, aguardou que Annabeth fizesse a sua jogada, torcendo para que a loira errasse.
-Força pela força não irá lhe prevalecer... - comentou exibindo aquele sorrisinho vitorioso que tanto irritava a pequena guerreira.
A filha de Athena demorou um pouco mais que o previsto, os três pares de olhos concentrados, o sorriso desapareceu momentaneamente, para ressurgir após o seu lançamento. Fora bem menos efetivo que o de Clarisse, entretanto a parábola perfeita atingiu o alvo desejado.
-Isso é trapaça! - resmungou a morena com cara de poucos amigos.
-Na verdade foi um cálculo preciso. - rebateu com aquele ar convencido, sabia que deixaria a outra ainda mais irritada.
-Ahhhh... Vamos logo com isso. - resmungou já assumindo a sua posição.
Annabeth subiu nas costas da sua prima que havia se abaixado para que ela se apoiasse melhor, Clarisse passou os braços pelas pernas da loira que logo em seguida tapou os seus olhos. Agora era o momento em que o perdedor deveria se direcionar até onde estava à pedra, carregando o vencedor pelo percurso sem enxergar nada até que ambas tocassem a pedra principal.
A filha de Athena lhe deu algumas instruções erradas de propósito, apesar de todo mau humor de Clarisse as duas se divertiam com seus jogos bobos e infantis. Após alguns minutos naquele vai e volta sem fim, ambas tocaram a pedra ao mesmo momento, desabaram no solo enquanto gargalhavam do nada... Viraram uma para a outra, próximas o suficiente para que a ateniense descansasse a fronte contra o ombro da prima, Clarisse apoiou o queixo nos fios dourados e por hora era tudo o que precisavam.
-Maremotoooooooo... - gritou Percy correndo de encontro as duas.
Silena o acompanhou, ambos se jogaram contra as duas que ainda estava deitadas sobre o solo. Ouviram mais reclamações e risadas de ambas, permaneceram naquele emaranhado de braços e pernas até se darem por satisfeitos, no caso até a próxima ideia que colocaria o pobre Linus sobre a difícil tarefa de manter os vasos de seu senhor intactos.
~***~
Temístocles estava preocupado, por mais que tentasse não transparecer seu semblante tornara-se mais sombrio desde os últimos encontros. Apesar de sua língua afiada para a oratória o líder ateniense não gostava de rememorar o passado, ou pelo menos aquela parte em especial que tornou-lhe justamente quem era nos tempos atuais; era evidente para o rei o peso das escolhas.
-Homens se digladiando e gritando no buleutério, nunca vi o senado tão dividido... - ele passou os dedos entre os fios loiros levemente encaracolados. - o cerco está se fechando cada vez mais.
Uma nova investida persa era esperada por eles, afinal não fora o general que ceifara a vida de Dario com uma flecha tão certeira como a foice de Tânatos? Leônidas sempre soube - por mais que os reforços enviados por Esparta tenham sido despachados com atraso - que o maior infortúnio cometido pelo protegido de Athena naquele dia fora deixar o jovem herdeiro Xerxes retornar a sua terra com vida.
-Por isso que os deuses enviaram os próprios filhos. - comentou Dienekes com os olhar distraído, mas os pensamentos ordenados e coesos, como sempre. - para que não nos esqueçamos de nosso verdadeiro propósito.
A quietude do androceu foi rompida em meio a risadas e passadas turbulentas, os três homens se olharam sem saber o que estava acontecendo até porque os pequeninos costumavam conter os ânimos nas proximidades daquele recinto em particular.
-Desculpe meu senhor, tentei contê-los o quanto pude. - explicou-se Linus levando as mãos até os joelhos, procurando por algum resquício de ar.
-Guarda baixa! - gritou Clarisse que vinha logo atrás, lhe cutucando com o xiphos de madeira.
O rapaz deu um pulo de susto, levando as mãos até às nádegas, quando os dois pequenos demônios se juntavam era o seu terror.
-Deixem ele em paz! - ralhou Annabeth com toda sua autoridade de sete anos, mas não teve muito efeito.
Percy só parou de correr quando viu uma cabeça de leão na altura do clines onde repousava Temístocles e gritou assustado; Clarisse nem se importou com a bronca de Annabeth direcionada a ela, seus instintos lhe fizeram correr na direção do filho de Poseidon, a mão ligeira tomou a adaga presa na cintura de Dienekes, acabou por empurrar o garoto, mas quando iria cravar a adaga na cabeça do leão a lâmina se estilhaçou, foi nesse momento que ela percebeu que o animal não era real.
A menina não entendeu o que aconteceu, voltou os olhos para os mais velhos, Dienekes tinha a sobrancelha arqueada e ela esperava que ele não estivesse chateado por sua arma agora inutilizável, Leônidas estava sério, mas aparentava estar satisfeito com o que havia presenciado, já Temístocles gargalhou sonoramente, chamando a garota para perto.
-Sabe a quem pertenceu? - questionou o ateniense pegando a pele pesada e colocando sobre o seu colo.
A menina aproximou-se um pouco mais, passando a mão entre os pelos que não lhe pareciam diferentes de um animal comum, mesmo assim a lâmina afiada e perigosa não ultrapassara a pele... Clarisse não demorou a destinar ao general um olhar surpreso.
-Era de Hércules... - respondeu ainda descrente. - é a pele do leão de Nemeia. - seus olhos brilhavam com a confirmação do loiro de olhos azuis.
-Muito bem, você está certa. - ele pegou a pele pesada e colocou sobre os ombros pequenos da menina, bem como a cabeça de leão que escorregava no crânio pequeno. - com este coração certamente estará destinada a ter seu nome marcado nas estrelas, assim como o grande herói. - comentou ele dando leves tapinhas no ombro da menina.
Ela estava maravilhada com aquilo, apesar do manto e da cabeça lhe sobrarem e muito. Os Espartanos eram conhecidos por serem herdeiros de Hércules e para ela não havia honra maior que vestir aquele manto sagrado e indestrutível.
Fim do capítulo
O que acharam? Prometo que essa parte da infância não vai se estender, mesmo assim espero que tenha gostado, mas vamos lá que tem informação adicional para vocês.
SENTA QUE LA VEM HISTÓRIA!
Embora efedrismo represente uma cena da vida cotidiana, também têm um significado simbólico adicional. O vencedor neste jogo, que é carregado nas costas do perdedor, era visto pelos antigos como um símbolo de Eros ou Afrodite. Portanto, a representação de uma jovem jogando efedrismos poderia ser interpretada como um sinal de que ela estava prometida para o casamento. As associações eróticas e epitelâmicas do jogo dos efedrismos podem explicar por que mais mulheres são retratadas nesses grupos do que homens.
O Leão de Nemeia é conhecido no primeiro dos trabalhos de Hercules. Recebeu de Euristeu a missão de derrotar o leão, para dar fim à devastação que este causava. De início, Hércules tentou atingi-lo com suas flechas, inutilmente. Irritado, o herói aplicou com sua clava um golpe tão tremendo na cabeça do animal, que este caiu desacordado. Depois de estrangulá-lo, Hércules extraiu o couro do animal com as próprias garras, uma vez que nenhuma arma de ferro o conseguia cortar ou perfurar.
Deixando aqui também o link de um Xiphos espartano, pois eu acho essa espada linda demais:
https://i.pinimg.com/originals/d9/b7/62/d9b76295204b15b843e25071cce13274.jpg
Obrigada por acompanharem... Vejo vocês nos comentários!!!
Comentar este capítulo:
HelOliveira
Em: 21/12/2020
Que maravilha Mais um capítulo muito bom...
Clarisse que linda me matando de orgulho, eu gosto dessa fase infantil.
Até o próximo
Bjos
Resposta do autor:
Olá, que bom te ver por aqui mais uma vez. Tudo bem com você?
Clarisse é maravilhosa, não é mesmo?! Um doce ao seu modo meio rude, mas não deixa de encantar.
Eu também adoro essa parte da infância, quem sabe eu não faça depois uma coleta ia de histórias curtas, é bem bacana escrever sobre essas versões piticas.
Abraços e até breve.
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