A troca
"Doces pequenas palavras
feitas para o silêncio,
não para serem faladas
Coração jovem para o amor,
não para mágoas
Cabelos para dançar ao vento,
Não para velar a visão de um mundo frio"
~***~
Sua cabeça martelava incessantemente. Como Silena era capaz de saber algo sobre a sua profecia? Annabeth não comentara aquilo com ninguém, nem mesmo com Quíron - em quem ela possuía total confiança - ou até mesmo em meio às suas orações a sua mãe, a deusa Athena. Porém por mais que parecesse impossível, a morena de intensos olhos azuis falara com uma convicção que nem mesmo Chase colocaria a prova. Porém o que lhe colocava sobre intenso questionamento não era o fato de Beauregard saber sobre a profecia, mas o quanto ela sabia sobre aquele assunto.
Passou as mãos pelo rosto, não sabia como aquilo era possível, mas sentia-se ainda mais exausta que antes. Não era hora de se render e pensar no que havia acontecido, não era o momento para se distrair com tudo o que Silena lhe revelara, Clarisse poderia estar em perigo, ferida ou incapaz de se comunicar para pedir qualquer tipo de ajuda, mas La Rue tinha certeza que ela, Annabeth, seria capaz de desvendar o mistério contido naquelas linhas singelas.
Teria de deixar o seu orgulho de lado, precisava de mais ajuda do que estava empregando naquela "missão", e ninguém seria melhor do que Quíron para lhe orientar.
-Obrigada... Por não desistir. - sussurrou ao voltar novamente os olhos para o mar, conseguia entender porque dentre tantos lugares aquele era o favorito da filha de Ares. - eu vou te encontrar, não importa como, mas eu sei que vou.
~***~
Percy e Mark lhe sondaram como abutres nos intervalos das atividades vespertinas, mas ela deixara claro que não tinha nenhuma resposta concreta de fato, que apenas havia procurado por Silena no templo de Afrodite, como bem se referia à primeira linha. Queria poder conversar com o centauro o mais rápido possível, mas não podia descuidar de suas atividades e deixar tudo sobre o pobre e sobrecarregado Patrick, também não poderia se esquecer de Lucy, combinara com a pequena de lhe contar alguma história assim como Clarisse costumava fazer.
Dirigiu-se ao chalé 6, pelos seus cálculos teria que concluir a organização dos seus relatórios antes que tivesse de encaminhar os semideuses para o pavilhão, somente assim teria tempo livre o suficiente para se concentrar em suas pesquisas. Contudo todo o seu esquema ruiu ao ver a figura de Thalia escorada no portal de entrada, não parecia muito preocupada em adotar uma expressão mais amena do que carregava nos últimos dias.
Annabeth suspirou fundo, tudo o que menos precisava era de mais uma discussão, já fazia alguns dias desde que ela e Thalia tiveram de fato um desentendimento. Procurou pela melhor amiga logo na primeira quinzena após o "desaparecimento" de Clarisse, ela era a única filha de Zeus com quem tinha contato, mas diferentemente do que previu a líder do chalé 1 se recusara a lhe ajudar de forma mais efetiva, pois desconfiava que a filha de Ares era culpada pelo seu atual estado.
-Annie... - a morena segurou gentilmente no braço da mais jovem que recusou o toque. - por favor, me escuta.
Adentrou no chalé quase vazio, porém os outros filhos da deusa da sabedoria estavam mais entretidos em seus desenhos ou maquetes do que em saber de alguma fofoca. Annabeth seguiu para os seus aposentos e Thalia seguia firme em seu encalço.
-Se você não vai me ajudar não temos o que conversar. - disparou assim que escutou a porta ser fechada. - não tente me convencer do contrário, eu não estou com disposição para discussões. - o tom era levemente magoado apesar de firme.
A morena normalmente era uma pessoa que contestava, brigava se fosse preciso, mas não mudava o seu ponto de vista... Não negava que tinha o sangue de Zeus, a personalidade forte, contudo era Annabeth que estava ali a sua frente, era difícil ter de passar por cima de seu orgulho - não porque se achava melhor ou qualquer coisa do tipo - ,mas faria o possível.
-Eu... Eu não sei de nada Annabeth. - disse segurando em seus braços e lhe olhando nos olhos após respirar fundo, teria de se manter tranquila se realmente quisesse se desculpar com a garota. - o único filho de Zeus de quem consigo lembrar além de mim é do meu irmão Jason, você sabe disso.
Sim, Chase sabia. Bem como também tinha conhecimento de que aquele assunto era extremamente delicado e que Thalia não gostava de relembrá-lo.
-Se você não sabe por que não quis me ajudar? - cruzou os braços sobre o peito, sustentou o olhar duro, mesmo que aquilo lhe doesse.
-Não estou com um bom pressentimento. - confessou segurando no rosto da loira e fazendo um breve afago. - entenda que eu não posso perder você também, eu não conseguiria suportar isso.
Annabeth não conseguiria manter aquela fachada, não quando a garota punk raramente deixava transparecer alguma fragilidade. Ela sabia como a amiga estava se sentindo, pois por muitas vezes fora ela quem esteve naquele papel. Perder Thalia quando ainda criança foi um golpe terrivelmente duro, entretanto a amiga tivera momentos bem menos afortunados... Sua mãe faleceu em um acidente de carro, não sabia o paradeiro do seu irmão mais novo Jason ou sequer se estava vivo e ainda encontrar-se tentando lidar com a traição de Luke.
-Eu só quero encontrá-la o mais rápido possível. - confessou Chase com angústia, sentia seus olhos arderem, mas ela não iria chorar.
Ver Annabeth naquele estado não era algo que lhe agradava, não combinava com a loira e sequer sabia que os sentimentos da garota pela filha de Ares eram tão fortes ao ponto de fazer Chase brigar por ela. Bem, havia muitas coisas que ela ainda não entendia e também tinha de lidar com o fato que a filha de Athena não era mais a mesma garotinha que conhecera.
-Eu sinto muito pelo que falei da última vez. - ela se aproximou e acolheu a garota em seus braços, não suportaria vê-la chorando por sua culpa novamente. - prometo que não lhe julgarei mais por isso, nem acusarei Clarisse... Se conseguir descobrir algo eu te informarei, só me prometa que tomará cuidado.
As duas se abraçaram, pela primeira vez em dias a loira realmente pode sentir alguma paz, Thalia era a sua "família" e sabia que não poderia seguir sem sua aprovação.
-Eu prometo. - disse ao abraçar a morena ainda mais forte contra o seu corpo.
~***~
A filha de Athena já estava impaciente, não aguentava mais esperar, comeu tão rápido que até mesmo o seu irmão estranhou o apetite repentino, olhava para a mesa onde estavam Dionísio e Quíron, até que o diretor de atividades captou o seu interesse.
-Patt, preciso que acompanhe os outros até a fogueira. - informou Annabeth assim que os primeiros semideuses se levantaram.
-Certo... Está pensando em adotar a garotinha? - brincou ao olhar da irmã para a pequena Lucy que parecia ansiosa para a sua sessão de histórias com Annabeth. - olha que vai ter que levar o pacote completo.
-Não seja bobo. - a loira lhe empurrou o ombro levemente. - eu prometi que lhe faria companhia, ela está sentindo muito a falta da irmã.
Patrick sorriu e lhe deu breves tapinhas na mão que estava sobre o tampo da mesa. Sentia que de alguma forma aquilo faria bem não apenas para a pequena semideusa do chalé 5, mas também para sua irmã. Porém antes que lhe respondesse alguma coisa sua sorrateira irmã já havia escapado de sua vista e se direcionara até o centauro.
-Parece que ela está um pouco mais animada novamente.
Patrick abriu um sorriso ainda maior ao identificar a voz do filho de Poseidon, bem como o toque em seu ombro.
-Sim... - confirmou sentindo-se menos apreensivo. - não sei o que aconteceu, mas espero que seja o suficiente para lhe renovar as forças.
~***~
-Qual o seu herói favorito? - perguntou a loira demonstrando curiosidade.
Annabeth e Lucy estavam deitadas na cama em um dos quartos da Casa Grande, a pequena semideusa quase lhe arrastou do pavilhão de refeições até o local assim que os mais velhos começavam a se dispersar. O quarto estava quase como uma zona de guerra, com coisas espalhadas para todos os lados, mesmo que a garotinha tenha tentando deixar o mais decente possível dentro das possibilidades de sua hiperatividade.
-Aquiles! - respondeu sem titubear, os olhos brilhando ao escutar a pergunta da mais velha.
-Aquele que foi capaz da maior ternura e da maior violência. - disse Annabeth após sorrir e apertar a ponta do nariz da garotinha. - parece que ele também é o preferido de Clarisse, não é mesmo?
A pequena confirmou veementemente enquanto gargalhava ao receber cócegas na barriga. Brincaram por alguns poucos instantes até que Lucy escondeu o rostinho banhado pelas lágrimas na curvatura do seu pescoço.
-Clarisse lhe deu a sua faca de caça? - perguntou enquanto acariciava os fios loiros e levemente bagunçados até que a respiração da menina regulariza-se novamente. Havia notado a bainha na perna da menina há algum tempo.
Lucy apenas confirmou com a cabeça antes de sair do refúgio de Annabeth e pegar o item para mostrá-lo a loira. Era uma faca perigosa e grande para alguém da idade de Lucy, mas a menina a segurava de forma orgulhosa, era uma Bowie Exploit Militar de quase meio quilo, tinha 34cm em seu tamanho total e a lâmina de bronze celestial fora polida recentemente, a empunhadura era vermelho escuro e trazia em grego o nome do deus da guerra... Clarisse não se separava daquela arma um só momento.
-Qual história você vai me contar hoje? - perguntou em tom ansioso, tirando a filha de Athena de seus devaneios.
A loira pensou por alguns instantes, ela não havia sequer elaborado alguma coisa para aquela noite, mas não demorou muito a se decidir. Levou sua mão até a bainha presa em sua cintura e de lá retirou sua fiel companheira.
-Você quer escutar a história dessa faca? - os olhos castanho-esverdeados da menina brilharam em expectativa. - ela é muito especial sabia?
Annabeth sentou-se de forma mais confortável, apoiando as costas na cabeceira e trazendo a garota para junto de seu colo. Lucy se aninhou da melhor forma possível enquanto segurava a faca cuidadosamente com as suas mãos, como se temesse fazer algo de errado.
-Há muito tempo um semideus filho de Apolo herdou os dons de prever o futuro, porém seu pai o advertiu para que nunca utilizasse de seu poder ou isso poderia causar a ira dos deuses. - começou a contar a história com certa nostalgia, a voz tranquila. - contudo um dia ele salvou a vida de uma jovem que estava destinada a morrer e como prova de sua gratidão ela lhe presenteou com uma adaga.
-Esse garoto fez algo legal... - comentou Lucy com um pequeno sorriso. - Qual era o nome dele?
-Halcyon Green, ou "Hal" para os mais íntimos. - acrescentou antes de continuar com o seu relato. - porém o jovem foi punido por seu pai que o forçou a usar vestes com a pele de Python, para lembrar-lhe de que ele não era um oráculo e o deixou sem voz, como uma maneira de Apolo lembrá-lo de que sua voz levaria outros a sua destruição.
-Apolo cuzão... - resmungou a garotinha mudando sua expressão de imediato.
-Lucy... Temos que ter cuidado com o que dizemos aos deuses. - repreendeu Annabeth em um misto de surpresa e vontade contida de rir. - quem lhe ensinou tais modos?
A menina se encolheu envergonhada e murmurou um pedido de desculpas quase que inaudível... Bem, não precisava ser um gênio para saber de quem a menina havia herdado aquele maravilhoso vocabulário.
-Hal passou o resto de sua vida em uma mansão, vigiado por leucrotas que poupavam sua vida em troca de enganar semideuses que se aventuravam em busca do tesouro preso na mansão. - novamente ela tinha total atenção de Lucy, mesmo que a menininha ainda estivesse chateada e provavelmente xingando Apolo em pensamento. - os leucrotas devoravam os semideuses e só restava a Hal sobreviver com os pertences deixados por eles.
-Eu odeio leucrotas... - murmurou a loirinha franzindo o cenho como comumente Clarisse fazia. - o que são leucrotas? - perguntou envergonhada ao não conseguir ligar o nome a qualquer outro monstro que conhecia.
-Leucrotas tem o corpo de um leão e pelo vermelho, cascos e a cauda de um cavalo. - explicou Chase com aquele tom inteligente e sorrindo para a pequena que tremeu em seus braços ao imaginar criatura tão horrenda. - sua cabeça é um cruzamento entre um cavalo e um lobo, seus olhos são vermelhos como sangue e em vez de dentes, possui duas placas sólidas de osso e a capacidade de simular a voz humana para se comunicarem.
Annabeth acariciou os bracinhos magricelas até que a menina se sentisse menos assustada, talvez não fosse à história mais apropriada para uma garotinha tão pequena, mas lá no fundo ela sabia que Clarisse deveria ter contado histórias bem mais sangrentas.
-Um dia um filho de Hermes e uma filha de Zeus foram guiados por um dos animais sagrados de Zeus até a mansão. - ela fez uma breve pausa e suspirou antes de prosseguir. - a princípio eles estavam presos, machucados e sem esperanças de saírem daquele local terrível, Hal infelizmente já havia desistido de escapar, mas com insistência o espírito corajoso dos dois semideuses o fizera voltar atrás.
-O que aconteceu? - perguntou com os olhos cheios de expectativa as mãos seguravam a faca tão forte que Annabeth temia que pudesse se machucar.
-O filho de Hermes conseguiu habilmente abrir a tranca do tesouro sem disparar nenhuma das armadilhas, nesse baú continha um frasco e uma pulseira. Com a ajuda de Hal eles usaram o frasco para produzir fogo grego e a pulseira ficou sob posse da destemida filha de Zeus. - sorriu novamente ao ver que a empolgação nas feições e gestos da garotinha. - eles lutaram contra os leucrotas bravamente, mas infelizmente Hal se sacrificou para poder salvar seus dois amigos... E assim ele finalmente pôs fim a sua maldição.
Lucy encolheu os ombros desapontada, por mais que estivesse acostumada com os finais tristes que quase sempre as histórias possuíam. Sempre havia um lado que saía perdendo e algumas vezes esse lado era o mais injustiçado.
-Hal foi um herói. - sorriu depois de coçar os olhos antes que pudesse chorar.
-Sim, querida. - confirmou a mais velha lhe beijando o topo da cabeça. - depois dessa perigosa aventura, os dois semideuses seguiram viagem antes que os mortais cercassem a mansão incendiada... E foi aí que eles encontraram uma semideusa loirinha, assustada, as costelas proeminentes em seu surrado pijama de flanela, mas que os atacou bravamente com um martelo ao se assustar com o escudo da medusa que a filha de Zeus herdara na mansão.
A pequena ficou pensativa por alguns instantes, até que seus olhos se arregalaram mais uma vez, bem como sua boca abriu de forma surpresa.
-Era você? - perguntou quase dando pulinhos na cama e olhando da conselheira do chalé 6 para a adaga.
-Sim. - afirmou lhe apertando novamente a ponta do nariz. - os dois semideuses me acolheram, eles eram a minha família e me protegeram a partir daquele momento... - mordeu o canto do lábio e sorriu, mesmo que fosse de forma triste, era difícil acreditar que Luke não era mais aquele em quem sempre confiou. - o corajoso filho de Hermes me deu esta adaga, segundo Halcyon ela sempre mantém o seu portador em segurança.
Não teve tempo para pensar em assuntos que lhe machucavam, pois Lucy envolveu seu pescoço de forma carinhosa e lhe deu um beijo desajeitado no rosto.
-Ela sempre me dava um beijo quando me sentia triste. - explicou esperando que tivesse o mesmo efeito com a garota de olhos cinzentos.
Annabeth lhe abraçou forte, sentia-se em paz ao fazer isso era como se aquela angústia terrível simplesmente não existisse. Aquela garotinha amava Clarisse de uma forma que sequer conseguia mensurar, ela traria a filha de Ares de volta.
-Acho que agora preciso te entregar uma coisa. - sussurrou a menina como se tivesse contando o segredo mais perigoso de sua vida.
-Você tem algo pra mim? - perguntou levemente intrigada enquanto a menina sorria de forma travessa e confirmava animadamente.
"Quando lhe procurar uma troca fará"
Annabeth sorriu abertamente enquanto a menina dava um salto para fora da cama e procurava por algo embaixo da mesma. Aquele fio de esperança se expandiu em seu peito... Pelos deuses, como Clarisse achava que ela teria a capacidade de decifrar algo tão aleatório como aquilo? Porém... La Rue sabia que se estivesse fora Annabeth não deixaria a garota sozinha.
-Papai me entregou logo depois que Clarisse foi embora, ela disse que teria que entregar a você quando chegasse o momento. - informou novamente com a voz baixa e entregando o embrulho para a loira.
Suas mãos tremeram sob o tecido puído que ela logo descartou, se era algo que envolvia os deuses talvez Thalia estivesse certa com seu mau presságio. Afastou os pensamentos ruins, em suas mãos havia se revelado uma bainha de couro preto com fecho em bronze, sua lâmina triangular de bronze celestial tinha por volta de quarenta e cinco centímetros. Annabeth sabia que tipo de arma era aquela, era uma adaga parazônio, era normalmente usada em cerimônias, apenas oficiais de alta patente ou senadores possuíam uma como aquela... Quem havia dado aquilo para Clarisse?
-Você vai encontrar a minha irmã? - perguntou Lucy com os olhinhos brilhando de forma esperançosa.
-Eu vou. - afirmou com convicção.
~***~
Estava ansiosa, mas não conseguiria controlar seus instintos nem se quisesse. Muitas informações para processar em um só dia, tantas questões para fazer ligações, sua mente estava trabalhando a todo vapor e ainda teria de conversar com o centauro.
Porém Lucy demorara a dormir e não queria deixá-la sozinha até que o fizesse. A menina apreciava a sua companhia e os seus irmãos mais velhos não eram exatamente o melhor exemplo de paciência ou amabilidade. Cuidadosamente ela retirou a garotinha de cima do seu corpo e lhe cobriu com o cobertor, acariciou as madeixas douradas antes de depositar um beijo demorado.
-Mamãe... - sussurrou a pequena abraçando o travesseiro, mas ainda mantinha o sono pesado.
Annabeth não sabia o que havia acontecido para que aquela garotinha tão jovem fosse deixada em um acampamento. Que tipo de mãe não sentiria remorso em abandonar a própria sorte uma criança tão doce? Aquilo lhe revoltava e lhe fazia rememorar sua própria "família", faria o possível para protegê-la e amá-la assim como Luke e Thalia fizera um dia.
Assim que deixou a menina dormindo desceu as escadas de forma rápida, porém silenciosa, combinara com Quíron de lhe encontrar na varanda da Casa Grande; não era exatamente o local mais discreto para o tipo de conversa que gostaria de ter, porém havia semideuses repousando pela enfermaria e outras dependências, a varanda há essa hora estaria completamente deserta.
O centauro lhe sorriu quando notou sua presença e indicou o assento ao seu lado. Não sabia há quanto tempo o mais velho estava ali a sua espera, porém não parecia incomodado com tal fato.
-Annabeth Chase... - sua voz se fez audível mesmo que seus olhos ainda estivessem perdidos pela visão bonita e agora tranquila pela falta de algazarra dos jovens habitantes do local. - no que posso lhe ajudar?
Ela buscou por ajuda, ela queria respostas, ou pelo menos um direcionamento, mas porque agora que estavam frente à frente não sabia por onde começar?
-Clarisse... Ela me deixou isso, quando foi embora. - disse se mexendo levemente desconfortável, algo dizia que Quíron sabia não apenas sobre elas, mostrou-lhe o bilhete já um tanto gasto, mesmo assim com dobras perfeitas. - e Lucy me entregou isso... - tinha dúvidas se mostraria ou não aquilo para o mais velho, mas não conseguiria sozinha. - eu quero saber quem deu isso a Clarisse e o que está acontecendo de verdade.
Quíron leu o pedaço de papel com atenção, fez um breve barulho enquanto coçava o queixo envolto pela barba espessa. Uma forma de dar respostas, sem tocar no assunto de fato... Clarisse poderia ser impulsiva, mas sempre fora esperta.
-La Rue partiu em busca de respostas criança, assim como você as procura agora. - respondeu sem muitos rodeios, apesar de que havia detalhes ali que não poderiam sair de livre vontade por sua boca. - tem tido bons sonhos, minha querida?
O olhar que o centauro lhe lançara foi mais do que significativo... Ele sabia! Não tinha ideia do quanto ou de como, mas sabia. Ela não confirmou ou negou, porém não era necessário, eles se entendiam o suficiente para ler nas entrelinhas.
-A Srta. La Rue me procurou quando recebeu essa adaga e meio que a contragosto relatou sobre os seus sonhos confusos. - seus olhos analisavam a arma nas mãos da campista com atenção e certo receio. - Não sabemos os reais motivos, mas foi entregue em mãos por um antepassado seu.
-Antepassado... Meu? - deixou escapar passando as mãos pelo rosto, aquilo não fazia sentido algum e um calafrio lhe subiu a espinha dorsal. - Como isso é possível?
-Quanto ao bilhete destinado a você... - ele chamou-lhe a atenção novamente. - acredito que apenas uma pessoa seja capaz de lhe dar as respostas que ainda estão nubladas, afinal ela já deve ter compartilhado memórias com você, não é mesmo?!
Confirmou mesmo que ainda estivesse tentando processar mais informações do que conseguia lidar, ela poderia ter tido algumas respostas extremamente relevantes, mas ainda encontrava-se em meio ao limbo... Como ela conseguiria obter respostas com aquela outra parte de Clarisse?
Fim do capítulo
E então meus amores, o que acharam do capítulo?!
Estamos bem pertinho de descobrir o que aconteceu de fato com a Clarisse, então não deixem de me amar kkkkk...
E vamos aos comentários meus amados!!! Hurulllll...
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viinha
Em: 12/09/2020
Lucy um amor de menina,esperta e mto corajosa, iria amar saber mais sobre ela,parabéns autora ansiosa aqui para o próximo capítulo @>>---
Resposta do autor:
Lucy é um docinho, não é mesmo?
Teremos um pouco mais dessa doce menina com o tempo, prometo!
Muito obrigada por deixar seu comentário, o próximo está disponível para leitura. Te vejo em breve!
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Yara sousa
Em: 12/09/2020
Simplesmente maravilhoso a cada dia amando mais essa história.....🌈🌈🌈🌈ðŸ˜ðŸ˜ðŸ˜ðŸ˜ðŸŒˆðŸŒˆðŸŒˆðŸŒˆ
Resposta do autor:
Muito obrigada querida, fico feliz que esteja gostando e acompanhando.
Tem capítulo novo disponível já, corre lá!
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