IV
Pov - Verena Bolder
Verena havia retornado para a pequena cidade de quando ainda era jovem, a casa fora herança dos pais que faleceram antes da mesma completar os seus 18 anos. Ela sempre fora uma menina reservada e com pensamentos diferentes das outras jovens de sua idade. Sentia atração por mulheres, era um desejo que imaculava todo o seu ser, por isso resolveu estudar na Capital Budapeste, e para isso deixaria o conforto dos interiores de Romênia. Ela precisava disso para libertar-se dos seus desejos contidos.
Ao mudar-se para a capital, Verena sentiu-se livre para fazer aquilo que lhe agradava. O seu primeiro contato fora com uma aluna da sua nova escola, ela tinha apenas 16 anos e a aluna havia 17. Conheceram-se por acaso em uma das excursões e logo se identificaram. Foram quase um ano em que as duas amantes se saciavam, até que um dia a menina quis algo mais sólido com Verena, e a mesma negou-se imediatamente, não poderia criar raízes ali, nem mesmo queria dar seu coração a alguém, não desejava ser escrava do amor.
Após a desilusão de Frida, a menina em que se relacionava com Verena, saiu espalhando para a escola o que Verena fazia e passou-se por vítima alegando que fora enfeitiçada. Naquela época não havia lésbicas, era um pecado pronunciar essa palavra. Claro que a vida de Verena foi um inferno, e antes que seus pais fossem chamados a escola, resolveu voltar para o lugarejo que morava em Romênia. Mas o que iria mudar a sua vida ainda estava por vir.
Naquele mesmo dia arrumou as malas e pediu que a deixassem na estação do Trem, seu pai era um agricultor em que cultivava frutas, legumes e flores, exportava para todas as cidades vizinhas e isso lhe rendeu um bom negócio que fora crescendo ao longo dos anos. E com isso deixou a menina aos cuidados de empregados na capital Budapeste.
Verena no trem ainda ensaiava o que falaria para os pais, logo faria 18 anos e então essa seria a desculpa. A Saudade.
Quando desembarcou pediu para a levassem em casa, todos ali a conheciam, por ela ser filha do maior exportador da cidade e mais ainda, por ser uma menina muito linda e esquisita também, como muitos gostavam de ressaltar.
Ao chegar em casa entrou em estado de choque ao vê muitos dos empregados no entra e sai, todos pareciam desesperados e ela não queria nem imaginar o que poderia ter acontecido. Aos avistarem a menina, alguns ficaram sem saber o que fazer e a governanta da casa a levou para o quarto e a acalmou para dar-lhe a notícia de que os pais acabara de sofrer um acidente e ambos morreram na hora.
E foi aí o que ficou de menina... transfomou-se precocemente em apenas uma mulher, mais madura, que o tempo fez questão de exprimir. Após esses fatos, ela cresceu e se tornou uma das mulheres mais economicamente estabilizadas da cidade e tinha muitas pessoas da confiança de seu pai que ela mantinha no serviço. E pôde concluir sua faculdade em Licenciatura em física, na qual ingressou aos 18 anos e com isso foi conquistando seu mestrado e doutorado e seu espaço.
Hoje em dia dar aulas era apenas aquilo que de fato, a deixava embevecida. Nunca namorou, nem mesmo mantinha laços com alguém. Os parentes, a maioria vivia na capital, e ela não os permitia aproximação.
Com o passar do tempo Verena possuía um desejo descomunal pelo puro, pelo inocente e tinha vontade de ensinar a quem quisesse, era reservada na cidade. Sempre que viajava, era a procura de prazer. Preferivelmente por meninas jovens que dava a ela um total controle sobre elas, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Nunca forçou nada, apenas usava seu charme e persuasão implícita, e pronto! As meninas, na maioria das vezes estudantes, eram dominadas pelo desejo e sempre paravam nos braços da senhorita Bolder e frustavam-se por serem apenas uma única vez e depois disso não tinha sequer vestígios daquela mulher.
Verena nunca tivera nenhum envolvimento com uma de suas alunas, sempre viajava para países diferentes para ter um contato com as meninas. Estava se sentindo estranha e burramente perdida por não conseguir conter o desejo que a consumiu ao esbarrar com aquela menina no corredor, logo no primeiro dia de trabalho e pelo visto, era o primeiro dia da menina também.
Mas elas tinham algo em comum, seria a primeira vez de ambas, em todos os sentidos da palavra.
Fim do capítulo
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