Vigésimo Quarto CapÃtulo
Fui acordada com barulhos vindo da cozinha, levantei com dor no pescoço, pois tinha dormido no sofá. Entrei e vi Lavínia arrumada para ir ao treino de futebol que tinha aos domingo de manhã, ela preparava café. Dou um beijo na sua cabeça e perguntei ainda com a voz grossa de sono:
- sua mãe acordou?
- ainda não.
Abro a geladeira e vejo que teria que fazer compras, de lá pergunto:
- quer ovos no café?
- quero Flor.
Peguei alguns, fiz uma omelete para nós, comemos em meio a brincadeiras, depois Lavínia deu um pulo e saiu correndo me deixando curiosa. Volta meio minuto depois e me estende um pacote:
- feliz niver.
Me abraça forte e me dá um beijo, correspondo e depois abro o presente, ela havia me presenteado com o último God of Ward ( um jogo de Playstation), mas a pegadinha e que ela queria muito esse jogo, dou uma gargalhada falando:
- mas que espertinha você!
- falei a mesma coisa.
Nos duas nos viramos, Silvana estava em pé de braços cruzados na porta, pude perceber a felicidade dela nos observando em um momento ameno. Meu sorriso se abriu automaticamente e ela retribuiu. Depois me lembro da sua condição e levanto falando:
- nada disso moça, para o quarto já.
- mas Flower estamos com fome.
Ela fala manhosa com a mão na barriga.
- vem para cama, que prometo que logo alimento vocês duas.
E a levo de volta, Lavínia se despede de nós e eu preparo o café de Silvana conforme a receita que a médica passou e levo para ela como prometido.
Ficamos em silêncio enquanto ela come, apenas nos olhando e sorrindo. Estava em paz e feliz. Então alguém bate à porta, quando olho pela janela do quarto de Silvana, todos os sentimento que tinha se transformam em raiva, digo hostil:
- e o Pedro.
- Flower sei que não tenho o direito de pedir isso, mas por favor não quero vê-lo.
Ela praticamente me implora, fico feliz, sei que ele tinha direito de saber sobre a saúde do filha, mas pouco me importava os direitos daquele filho da puta. E ficaria mais que satisfeita em atender o pedido dela. Pego a bandeja vazia e beijo sua testa dizendo:
- pode deixar que dá soleira ele não passa.
O toque na porta ficou mais insistente, me preparei psicologicamente e abri a porta impedindo sua entrada. Ele me olha surpreso, mas logo fecha a expressão e diz possesso:
- que porr* você está fazendo na casa da minha mulher?
Respirei fundo e comecei a sair, ele teve que se afastar mais para o quintal. Fechei a porta, cruzei os braços e falei calma:
- não sei de onde você tira essa ilusão que Silvana te pertence, primeiro que ela não é propriedade de ninguém, segundo ela não quer te vê.
- como não quer me ver? Sou a porr* do pai do filho dela, agora sai da minha frente.
Ele tenta passar por mim, mas não deixo. Ele me empurra e dessa vez desço do salto e o empurro forte, ele cambaleia e quase cai na calçada. Tiro o celular do bolso e começo a discar, ele fica me olhando atordoado, até que falo:
- alô, e da polícia? Tem um cara querendo me agredir e entrar na minha casa.
Pedro me olha como se pudesse me matar com um olhar e grita furioso enquanto se encaminha para o carro:
- sua filha da puta, você me paga!
E instantes depois está disparando com seu corsa.
Do outro da linha Alexia pergunta:
- ele já foi?
- covarde como ele é, saiu correndo com o rab* entre as pernas.
Afinal não tinha ligado para a polícia e sim para minha amiga, que diz preocupada:
- Flor toma cuidado, porque quando macho escroto é rejeitado fica perigoso.
- sei me cuidar amiga. Desculpa te acordar cedo.
- foi por uma boa causa- diz ela rindo.
Encontro Silvana em pé na janela, pelo jeito observara tudo, ralho com ela novamente que se deita, entrelaça nossos dedos e me faz sentar ao seu lado. Minha libido acorda, senti-la tão perto está começando a me afetar. Então ela começa:
- sei que já conversamos sobre isso, mas nunca te expliquei o porquê fiz aquilo.
- a Alexia me contou.
- mas eu quero te falar Flower.
Tentei levantar, mas ela me segurou mais forte. Sinceramente não queria saber de mais nada, aquilo só seria cutucar a ferida que ainda estava exposta, digo aflita:
- vamos tentar esquecer isso Silvana, a médica pediu que você não se estressasse também.
- por favor...
A encaro e digo sincera:
- já te perdoei.
Ela me diz com os olhos que precisa falar, então acabo cedendo, balanço a cabeça positivamente, ela respira fundo e começa:
- quando comecei a ficar confusa com meus sentimentos, acabei afastando o Pedro, não sei se lembra quando saímos a primeira vez e te disse que estávamos brigados.
- lembro sim.
Eu jamais esqueceria aquela noite, foi nossa primeira de muitas. Silvana agora olha para a barriga e alisa carinhosa e continua:
- estávamos nos desentendendo porque não queria ter intimidade com ele, então nós ficamos e me vi cada vez mais envolvida por você, e quando me dei conta que te amava, sabia que teria que fazer uma escolha. Quando fui terminar, vi quanto estava magoando ele e também me senti mal por engana-lo. Pedro implorou e chorou, e não nego Flower, naquela época me sentia atraída ainda, o vendo destroçado ali, acabei me deixando levar pelo momento.
Nos duas já chorávamos a essa altura, ela me puxa para mais perto e me abraça, fala no meu ouvido sussurrando:
- mas quando ele me tocou, já sabia que estava cometendo um erro, porque o toque dele não produziu nem um por cento do que sinto com você. Mas acabei deixando chegar até o fim. Entende, para mim o Pedro nunca mais existiria, dali para frente só existia eu e você.
Ela se afasta e encosta nossas testas, num gesto tão nosso, não consigo falar nada, ainda dói demais imaginar aquilo, mas também estava estranhamente aliviada por ela está sendo sincera:
- não estou me justificando, apenas querendo que você compreenda que nunca foi falta de amor, apenas um momento de fraqueza. Eu te amo e mesmo que você esteja me superando, saiba que você sempre será parte de mim, você me mostrou felicidade que nunca tinha sentindo com ninguém.
Eu apenas a abracei novamente, ela finaliza:
-Me perdoa por te estragado tudo.
Não respondi, mas ela já estava perdoada.
Fim do capítulo
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Socorro de Souza
Em: 16/06/2018
Desculpa, mas essa fraqueza não justifica o ato ela quiz ele não forçou nada agora aguenta as consequências..
Me poupe Sil, que desculpinha essa viu ..
porra a Flor perdoou mto rápido.. afff
Resposta do autor:
ola,
Posso bancar aqui tbm a advogada da diaba? hahaha
Quando tudo começou elas estavam em um triangulo, podia não haver amor da parte da Silvana pelo Pedro, mas de fato existia atração... talvez por isso a Flower entenda o lado da Sil. E quem nunca errou?
Mas entendo sua revolta... também ficaria! :)
Obrigada pelos ótimos comentarios e por estar acompanhando a estoria ...
obs: Espero que seu ranço pela Sil passe...hahaha
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