CapÃtulo 10 - Sentimentos III.
Na manhã seguinte, Bruna acordou primeiro e da cama ficou olhando Malu dormir, até que por impulso, a mais nova acordou e viu Bruna a olhando. Esse gesto à deixou vermelha igual um pimentão.
-Oi, bom dia bela adormecida. Uma Bruna alegre se fez.
-Oii, bom dia. Deu um lindo sorriso para Bruna.
-O café da manhã já está ali. Já são 7:30h. disse Bruna.
-Já é um pouco tarde, e tenho que ir embora também, como hoje é quarta, minha aula começa às 9h. Malu já foi se levantando e se arrumando pra ir.
-Ei, espera, não é tão tarde assim, se sua aula só começa às 9h. E toma café comigo, você ficou aqui a noite toda nesse sofá desconfortável, nada mais justo que eu pelo menos oferecer um café da manhã. Bruna fez cara de piedade e sorriu.
-Bom, digamos que tá cedo mesmo, e sim, eu fico pro café com você. Sorriu de canto de boca encarando a mais velha.
-Então ótimo, vamos comer, que eu to morrendo de fome. Disse uma Bruna esfomeada e colocando a mão por cima do estômago. –Pode pegar uma das bandejas pra mim por favor? Normalmente a enfermeira traz até aqui, mas eu pedi pra ela deixar na mesa, porque eu iria esperar você acordar.
-Claro, irei pegar. Disse Malu indo em direção a mesa para pegar uma das bandejas. –E quanta consideração sua por esperar eu acordar. Colocou a bandeja no colo de Bruna, porém ao tirar uma das mãos, Bruna a tocou levemente o que fez Malu se arrepiar toda.
-Obrigada Malu. Sorriu e percebeu o arrepio da mais nova com aquele toque e gostou do que viu. Talvez estava sendo correspondida por Malu.
Ficaram quase que caladas naquela manhã durante o café, Bruna ficava sem jeito de puxar assunto e do outro lado o mesmo sentimento. Quando terminaram o café, já era 8:20h, Malu pegou a bandeja de Bruna e colocou na mesa e assim fez com a sua também, arrumou suas coisas e já ia abrindo o aplicativo UBER para pedir uma corrida até a faculdade.
-Creio que esteja a pé, porque você me trouxe na camionete. Disse Bruna olhando para o celular de Malu, e vendo que estava em tal aplicativo. –Pode ir na camionete Malu.
-Não Bruna, eu peço uma corrida no aplicativo mesmo, não precisa disso.
-Eu insisto, você fez muita coisa por mim, e é um pequeno jeito de te agradecer, bom, pelo menos um pouco. Por favor, pode ir nela. Disse em um to sério e ao mesmo tempo carinhoso.
-Você confia em mim a esse ponto? Perguntou Malu, porém o tom era mais sério ainda.
-Sim, e muito. Bruna encarou a mais nova
-Eu volto pra te ver...
Malu pegou as chaves, e deu um abraço em Bruna, e pode reparar que o abraço durou algum tempo, gostou disso, se sentiu confortável e bem, sorriu ainda abraçada a mais velha. Por outro lado, Bruna percebeu a demora do abraço e gostou disso também, e um friozinho na barriga se instalou nela, e novamente aquele turbilhão de sentimentos veio à tona. Retiraram o abraço e a mais nova pegou suas coisas. Malu antes de fechar a porta ainda olhou Bruna, que a olhava também, se encararam e sorriram uma pra outra, depois disso Malu fechou a porta e foi embora.
Naquele mesmo dia, a mãe de Bruna à foi visitar e dar notícias de seu pai.
-Filha?
-Oii mãe, entra. Vem cá.
-Como você tá brigona? Disse e deu um abraço na filha.
-Aí mãe, agora to bem sim. Mas to querendo matar aquele fdp.
-Bruna, Bruna, Bruna, para com isso. Você já brigou com ele uma vez, e agora pela segunda vez. Não ponha sua vida mais em risco filha. Pegou a mão da filha e ficou segurando. –Foi por causa dela, não é? Perguntou séria.
-Ele agrediu ela mãe, POR ABSOLUTAMENTE NADA. Ele bateu nela só porque ela estava estagiando na minha clínica e porque eu atendi o cachorro dela... Isso é motivo pra bater nela?? Não existe motivo nenhum pra bater em alguém. Disse isso e algumas lágrimas começaram a cair.
-Oh, filha... Ana Maria deu um abraço na filha. –A quanto tempo eu não via você gostar tanto de alguém. Fico feliz por isso, e triste porque infelizmente aquele garoto vai infernizar a vida de vocês.
-Eu não vou deixar que aconteça nada a ela mãe, não vou deixar. E eu tenho que acertar as contas com aquele cara, da próxima ele não me escapa. Olha onde eu to agora, no hospital, mas pelo menos consegui acertar alguns socos nele. E o problema é que agora ele sabe onde é meu ponto fraco, na verdade agora tenho dois, meu lado direito e Malu. Disse e abaixou a cabeça.
-Você não vai mais brigar com ele Bruna, você não pode se prejudicar tanto filha. Ele já te fez tanto mal, e agora ainda tem a moça no meio. Cuidado minha filha. Realmente a mãe de Bruna tinha razão, Rafael era perigoso, e agora estava com muita raiva dela.
-Eu vou fazer de tudo pra manter ela em segurança mãe, se for possível ir até na lua a pé, eu irei... Estou gostando demais dela dona Ana Maria, e eu até tenho um pouco de medo disso, nunca senti nada igual por alguém. E ela é tão cuidadosa, atenciosa, respeitosa, várias qualidades dela me admiram e me fazem gostar dela. Disse com um brilho nos olhos.
-Pois é filha, essa garota realmente trouxe mudanças na sua vida..., mas será que esse seu gostar é recíproco?
-Boa pergunta mãe... Às vezes eu já a peguei olhando pra mim, e o olhar dela as vezes me confunde muito, sabe. É difícil descobrir, ela tem um mistério muito grande no olhar.
-Um dia as coisas se ajeitam filha, enquanto isso, vai tentando descobrir as coisas pouco a pouco, assim você consegue conquistar ela.
-To tentando mãe, mas ela é difícil viu. A fera é difícil de ser domada. Ambas caíram na risada.
-Mãe, e o papai? Como ele tá? Perguntou preocupada.
-Está bem filha, parece que o tratamento está fazendo efeito aos poucos. Bom, se está fazendo efeito e seu pai ficar bom, é o que importa.
-Que bom que está fazendo efeito, sinto tanta falta dele... Lágrimas caíram de vez dos olhos de Bruna.
-Seu pai vai ficar bem filha, ele é duro na queda. Ana Maria também tinha lágrimas nos olhos.
Ana Maria ficou o dia todo com a filha, conversaram muito naquele dia, sobre tudo. Depois Mariana chegou para ficar à noite com Bruna.
-Porque essa carinha triste Bru?
-Pensativa com tudo Mari, meu pai, essa nova briga com aquele imbecil, Malu... Tá tudo tão complicado pra mim, tudo tão confuso, sabe. Disse e abaixou a cabeça.
-Eu sei que não sou a melhor das pessoas pra dar conselhos, mas vou te dar um. Mariana pegou a mão de Bruna e segurou. –Não espere pra colocar seus sentimentos pra fora, só eu sei o quanto você tem uma barreira nesse coração, e to começando a perceber que Malu tá destruindo essa barreira. Nunca vi você assim, e olha que a gente tem algum tempo que nos conhecemos. Fala pra ela, libera esse amor que tá dentro de você, cara, amar alguém é um sentimento tão bom, você já sentiu algum dia isso?
-Apenas por pai e mãe, e por você, pela nossa amizade. Mas nunca de amar alguém assim...
-Pois então Bru, quem sabe agora esse sentimento aflora de vez, e você se permita amar alguém. Pensa nisso. Beijou a mão da amiga. –Aquela garota, vai todo dia até seu escritório e fica lá um tempão. Teve um dia que eu à peguei olhando uma foto sua, que você tem em cima da mesa.
-Ela fez isso mesmo? Perguntou uma Bruna com um brilho nos olhos.
-Sim Bru. Não sei o que se passa na cabeça dela, mas que ela gosta de você, isso eu tenho certeza. Disse isso e pode perceber um sorriso no rosto da amiga. –Olha, não deixa esse sentimento preso aí dentro, se permita amar e ser amada. Não to falando pra você falar isso tudo pra ela agora, mas espera algum tempo, vai fazendo algumas coisas boas pra ela, com o tempo ela vai perceber sozinha isso Bru.
-Olha, você tem razão viu, eu preciso falar pra ela sobre o que tá aqui dentro, mas não vou falar direto, vou ir fazendo as coisas por ela e torcer pra que ela perceba.
-Isso minha amiga, seja paciente e esperançosa. Já ouvi dela que gosta de você, e isso ela contando pra mim, então eu acho que vale o “tentar” falar pra ela, sabe.
Naquele dia conversaram muito sobre Malu e alguns outros assuntos, mas no final sempre caia naquele determinado assunto.
E assim foi durante 1 semana, revezaram para dormir com Bruna, Malu e Mari, dona Ana Maria apenas ira visitar a filha de manhã e as vezes a tarde, pois tinha o marido que estava internado também.
Nos dias em que Malu ia dormir, as duas sempre ficavam sem graça e conversavam pouco. Porém foram pegando um pouco mais de intimidade, Malu cedia pouco, era realmente difícil conquistar aquela garota.
No dia em que Bruna iria sair do hospital, Malu dormiu na noite passada. Amanheceu, como sempre, Bruna acordava mais cedo, e ouviu duas batidas na porta, pensou ser uma das moças que traziam o café da manhã, porém não era.
-Pode entrar. Disse Bruna
-Com licença, senhorita Bruna Simão?
-Sim ela mesmo.
-Vim trazer os papéis da sua alta, a senhorita pode ir pra casa hoje. Daqui a pouco o doutor irá vir aqui e dar as indicações para a senhora.
-Bom, primeiramente senhora e senhorita não. Pode me chamar de você ou só de Bruna mesmo. E eu aguardo o doutor aqui, ainda tenho algumas perguntas pra ele. Disse uma Bruna sorrindo e séria ao mesmo tempo.
-Certinho, Bruna. O simpático rapaz sorriu de volta, foi na direção de uma bancada, e deixou os papéis e foi se retirando.
Bruna estava aliviada por ter alta naquele dia, queria muito voltar para a sua rotina e queria muito ir ver seu pai.
-Nossa, ainda bem que vou ter alta hoje, não vejo a hora de ir visitar meu pai, to muita saudade dele... Bruna disse e logo algumas lágrimas caíram de seu rosto, estava ainda deitada na cama.
-Você vai ver ele logo meu bem. Malu disse sem ver o que tinha falado. Porém Bruna ouviu muito bem o "meu bem".
Malu abraçou Bruna, e ficaram nesse abraço durante algum tempo. Só deixaram o abraço quando o doutor chegou ao quarto para dar as devidas informações. Ele falou o que tinha pra ser dito, e assinou o papel da alta, do mesmo modo em que Bruna também assinou, e Malu também assinou, como testemunha. Depois de assinado os papéis, o médico se despediu de Bruna e Malu, e saiu.
-Bom, agora vamos pra casa? Malu disse e a olhou com um sorriso.
-Nossa, vamos. Quero muito deitar na minha cama. Bruna fez cara de piedade.
Malu arrumou as coisas de Bruna, e colocou em cima do sofá.
-Consegue caminhar sozinha?
-Então, acho que sim. Vou tentar. Disse já se levantando da cama, porém quando firmou os dois pés no chão, viu que precisaria de ajuda para caminhar.
-Vou precisar de ajuda pra caminhar Malu... ainda incomoda um pouco.
-Vou colocar as coisas no carro, e volto correndo, tá?
-Ok, vou ter que trocar essa roupa de hospital horrível. As duas caíram na gargalhada.
Malu pegou as coisas dela e de Bruna, e saiu correndo em direção ao carro, a mais velha só ria, pelo jeito da situação. "Aí garota, como eu gosto de você". Aproveitou o momento e foi trocar de roupa, com uma certa dificuldade, mas estava dando certo. Malu chegou no quarto, nem bateu, e já foi entrando e topou com uma Bruna de costas sem sutiã e acabando de levantar a calça. Naquele momento, a mais nova paralisou, só conseguia olhar aquele corpo na sua frente. "Que corpão!" apenas pensou isso. Não tinha reação nenhuma, e isso foi percebido por Bruna, que mesmo de costas gostou da situação. Porém, como Bruna ainda sentia dores, precisou da ajuda de Malu pra acabar de se vestir.
-Malu? Chamou a mais velha, mesmo sabendo que ela estava lá.
-O...oii. Malu gaguejou.
-Pode me ajudar? Não consigo abotoar o sutiã. Disse Bruna já pegando a peça.
-Claro. Falou sem jeito e já indo em direção à mais velha.
Bruna ainda de costas pegou a peça e passou por entre os braços e colocou em cima dos seus seios para a mais nova poder abotoar pra ela. Malu foi até Bruna, fechou o sutiã e reparou que ela tinha algumas cicatrizes nas costa, pensou na hora "Rafael". Bruna ainda pediu ajuda à mais nova para colocar a blusa. Malu pegou a blusa e Bruna se virou para ela. E novamente a mais nova percebeu o corpão que a mais velha tinha e pensou "Caralh*, essa mulher é linda". Pensou e já a ajudou a vestir a blusa.
Bruna apenas gostava da situação, e sentia uma paz enorme por dentro. Viu o desajeito de Malu em abotoar o sutiã e em colocar sua blusa, riu muito por dentro, porém tava começando a perceber algo diferente nela, se ela não gostasse de Bruna, ela não estaria assim, pensou e viu que estava certa.
-Vamos? Perguntou Malu toda sem jeito.
-Sim, vamos. Bruna deu um sorriso para a mais nova.Bruna passou seu braço direito sobre o ombro de Malu, e a mais nova passou seu braço esquerdo sobre a cintura da mais velha. Como Malu era um pouco menor, ficou mais tranquilo para Bruna. E partiram calmamente até o carro. Chegando lá, Malu ajudou Bruna a entrar no carro e ficaram cara a cara. Na hora, Bruna sentiu uma enorme vontade de beija-la, porém não queria precipitar as coisas, esperaria o tempo certo. Do outro lado, Malu sentiu vontade de beija-la também, mas estava sem jeito, não sabia se a mais velha queria também. Malu foi pro lado do motorista e partiram para a casa de Bruna.
Fim do capítulo
Voltei pessoinhas *-* !!!
Primeiramente, me perdoem por tanta demora, anda difícil postar com frequência pois to lotada de trabalhos e as provas da faculdade tão chegando :/
Provavelmente irei postar de 1 a 2 capítulos por semana a partir de agora, e talvez apenas 1.
Bom, espero que estejam gostando, pois esta sendo muito bom pra mim poder escrever uma história e ter tanta repercussão!! Obrigada, de verdade!!
Beijos e até a próxima!!
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Socorro de Souza
Em: 26/05/2018
Cd vc ???? :((((((
Thaci
Em: 16/05/2018
Boa noite,autora!
Parabéns a estoria está mara. Os personagens são ótimos. O enredo nem se fala. Agora vou te contar esse Rafael é um canalha de marca maior. Na minha opinião ele tem toda essa raiva,porque ele não aceita o diferente. Por isso,todo esse ódio pelas meninas. Nota mil. Aguardando cenas do próximo capitulo.
Resposta do autor:
Muito obrigada pelos elogios, não sabe a felicidade que eu estou de poder ler isso!!! Realmente Rafael vai dar o que falar nessa história!! hahahaha
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Socorro de Souza
Em: 16/05/2018
Essas duas são fofas juntas, quero ver quem vai dar o 1 passo kkk.
Que elas tenham um pouco de paz e se entendam logo
Resposta do autor:
Elas vão se entender logo logo
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