CapÃtulo 78
-- Emília, aquela pasta que Ada deixou aqui para ler... – Camila procurava sobre a mesa que estava bagunçada.
-- Eu deixei aqui. – foi até uma caixa e a levantou. – Achei! – entregou para Camila.
-- Eu odeio bagunça e Melissa sabe disso, no entanto, ela vem aqui me agradecer e apronta uma reforma. – Emília sorriu.
-- Camila, ela marcou o retorno no pediatra e pediu para encaixar na sua agenda.
-- Viu só? Chefe aqui e na minha vida pessoal, ainda arruma serviço. – brincou.
-- Eu ouvi... – disse após entrar no escritório da veterinária.
-- Melissa Cristina, eu quero lhe matar. – a empresária deu de ombros e sorriu.
-- Tem compromisso para hoje?
-- Não. Por que?
-- Para querer me matar e falar que lhe arrumo serviço mesmo na sua vida pessoal...
-- Levar Enzo ao médico foi uma decisão nossa. Guarda compartilhada, lembra? – a veterinária perguntou após retirar caixas de cima da sua cadeira e sentar.
-- Então? – fez uns gestos com as mãos pedindo que ela se explicasse.
-- Quero lhe matar por conta desta bagunça. – Melissa olhou ao redor. – Não consigo achar nada e receber alguém...
-- Eles prometeram que em cinco dias estaria tudo pronto.
-- E em cinco dias, irei trabalhar como? Acampadas?
-- Minha antiga sala está vazia. Ada ainda poderá lhe ajudar até sua secretaria chegar.
-- Aquela sala é de Enrico.
-- Camila, ele não tem interesse de ficar aqui e vai se acostumando que pelo andar da carruagem, vovô logo vai lhe fazer o convite tipo intimação para você assumir a vice-presidência.
-- Oi? – parou incrédula para observá-la.
-- Estou falando sério.
-- Melissa, eu sou veterinária.
-- Eu advogada, com inscrição na Ordem. – ressaltou orgulhosa. - Meu pai um advogado... – revirou os olhos. – Tudo bem, ele fez administração de empresas, também.
-- Acredito que tenha gente mais indicada aqui dentro.
-- Camila, o senhor José é cativo no conselho, vai ser como ele quer. Alguém que não seja da família, no máximo, chega a uma diretoria, vice e presidente, só um...
-- Alcântara Peixoto. – afirmou vitoriosa. – Coisa que eu não sou.
-- Ou a mãe de um. – piscou e foi em direção a porta. – Se precisar de ajuda para levar estas caixas até a sala, só chamar os rapazes do Apoio. Vou no hospital. – comunicou e saiu.
-- Ela é sempre assim? – Emília perguntou curiosa.
-- Não. – Camila suspirou. – Hoje está de bom humor. – o telefone tocou e Emília atendeu.
-- Vanessa. – entregou o telefone para ela. Camila revirou os olhos e suspirou. Começava a se encher com as cobranças da delegada.
-- Oi Vanessa...
-- Oi Vanessa? Nem um bom dia amor? Olá meu amor? Passou bem a noite no plantão, amor?
-- Acredito que sim, ou não estaria ao telefone, conversando, quando tenho mil coisas para fazer.
-- Desculpe, não sabia que tinha tantas coisas.
-- Imagina estou aqui só para conversar com minha assistente... – foi irônica. Emília ouvia a conversa, não tinha para onde ir, sentia-se mal com isso.
-- Não precisa ser irônica. – Camila não respondeu. - Bem, não quero tomar muito do seu tempo, eu só queria lhe convidar para almoçar.
-- Sem chances, tenho que fazer algumas coisas aqui.
-- Qual é? Vai ficar sem almoçar?
-- Na verdade, eu pensei em comer no refeitório.
-- O que? Camila, vai comer com os empregados?
-- O que tem? Eu sou empregada também, lembra-se?
-- Não seja palhaça, você é diretora.
-- Diretora não é dona. Vanessa, não vamos discutir isso agora.
-- Tudo bem. Passo aí para lhe pegar e saímos para jantar. – Camila fechou os olhos prevendo a explosão da delegada.
-- Eu não poderei... – respirou fundo. – Vou levar Enzo ao médico.
-- Esse menino só vive doente. – afirmou irritada. – Cadê a mãe dele?
-- Está falando com ela.
-- Palhaçada! Precisamos conversar, irei na sua casa hoje, depois das sete. – avisou com autoridade e desligou sem se despedir ou ouvir alguma afirmação da veterinária confirmando o encontro. Camila desligou e colocou as mãos na cabeça, estava aborrecida.
-- Posso ajudar?
-- Pode sim. – olhou para menina. – Só me colocar em uma dessas caixas e enviar para minha casa.
-- Ela parecia legal.
-- Também achei, por isso dei uma chance. – respirou fundo e olhou para jovem veterinária. – Eu fiz uma grande bobagem... – lamentou.– Ela é irmã de um amigo de infância... – olhou para um ponto qualquer e continuou contando toda a história desde o namoro com Melissa até sua relação com Vanessa.
-- Então vocês ficaram quase um ano juntas. – concluiu.
-- Sim. Melissa é uma mulher intensa... – sorriu. – Tem essa altivez, marra, mas ao mesmo tempo é carinhosa, doce... – olhou para Emília. – Uma princesa. Sabe aquela pessoa que você deseja encontrar um defeito para odiar e só se apaixona mais? Não estou falando que usei Vanessa... – Emília fez uma expressão de incrédula para Camila que sorriu. – Certo, estava carente e ela me deu um beijo de jeito... – ergueu as mãos. – Podem me condenar, mas eu tinha que tirar a Mel da cabeça e ela teve uma pegada gostosa.
-- Eu não vou lhe condenar, conheço bem essa coisa de gostar de uma pessoa que não gosta da gente. – Camila a olhou por alguns segundos. – Eu tinha um namorado, uma vida normal, até conhecer minha colega de faculdade. Morávamos em uma casa de estudantes, éramos seis mulheres por casa, duas em cada quarto. Um dia, nem sei como, rolou um clima com a minha colega de quarto e acabei me envolvendo.
-- Ela não levou a sério e você sim. – afirmou e Emília balançou a cabeça em afirmativo.
-- E não sabia como agir, até o dia que ela foi passar um feriado comigo na casa dos meus pais, nós discutimos e meu pai ouviu.
-- Você foi expulsa de casa? – Emília baixou a cabeça e concordou.
-- Minha família é da roça, eu fui a primeira a ter um diploma de várias gerações.
-- Entendo bem como é, minha mãe e meu padrasto só não fizeram o mesmo porque meu pai me levou para morar com ele na América. – Emília sorriu. – O que foi?
-- Fala bem o português, mas às vezes escorrega e carrega no sotaque. – as duas riram. – Do jeito que o Brasil está, melhor usar seu inglês e se mandar.
-- Amo esse País, ele tem tudo para ser maravilhoso.
-- No entanto... – piscou. – Falta boa vontade política para isso. – Emília viu a hora e sugeriu almoçarem. - São onze e trinta, poderíamos descer. Aproveitar o refeitório vazio e almoçar antes.
-- Boa ideia, estou com fome. – as duas continuaram a conversa enquanto se dirigiam ao refeitório.
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-- Ela acordou. – Helena avisou com um sorriso bobo.
-- Eu queria vê-la, será que posso entrar no horário de visita?
-- Claro. – Ulisses se aproximou. – Nós já entramos, acredito que agora possa entrar. – Helena respondeu.
-- Ela está bem. – Ulisses disse sorrindo. – Entre, ela quer lhe agradecer. – Melissa ficou emocionada. Haidê estava em um isolamento dentro da UTI, suas feridas ainda estavam abertas, dois dias antes haviam realizado um desbridamento, tinha muito risco de ter uma infecção. Melissa teve que vestir um imenso avental esterilizado.
-- Haidê... – a morena abriu os olhos com dificuldade e forçou um sorriso. – Ei gata, estava com uma saudade louca da minha melhor amiga. – Haidê mexeu a mão procurando a de Melissa.
-- Ele... Eu não salvei... – Melissa apertou a mão da morena.
-- Eu sei meu amor... – beijou a mão da amiga. – Agora se concentre nesta recuperação.
-- Foi... Ele...
-- Haidê, não se preocupe com isso agora, primeiro tem que se recuperar. – a policial apertou a mão da amiga.
-- Obri... – tinha certa dificuldade em falar, consequência do tempo que ficou com o tubo endotraqueal para auxiliar na ventilação mecânica. – Gada.
-- Eu fiz e faria tudo de novo, você é a irmã que não tive. – Haidê forçou o sorriso e tossiu. – Descanse, eu vou lhe deixar... – ela segurou a mão de Melissa.
-- Eu vi... meu... fi.. filho... – falou pausadamente na tentativa de concluir o raciocínio. – Ele ve..veio...
-- Dê... – chamou pelo o apelido.
-- Cris, ele... Ele estava com uma lo... loirinha... – começou a chorar. – Meu filho ti... tinha outra mãe.
-- Haidê, ele era muito apegado a você. Não pensa nisso agora, apenas descanse. – acariciou o rosto da amiga que permanecia chorando. O médico se aproximou e pediu que Cristina saísse, eles iriam fazer uma medicação para ela se acalmar.
-- Cristina – Ulisses a chamou depois que viu sair da UTI. – O que achou?
-- Ela começou a chorar. – olhou para o amigo e concluiu com pesar. – Quero que me chame se precisar.
-- Fique tranquila. – pegou a mão de Melissa e apertou. – Nós conseguimos algumas pistas... – deu um sorriso cínico. – Uma questão de tempo. – olhou a morena nos olhos. – E eu não tenho a menor pressa. – ela sabia do que Ulisses era capaz e que esta seria uma perseguição de gato e rato. – Quanto a Joaquim...
-- Ele não retornou o contato com Enrico. – o agente da Interpol pensou um pouco.
-- Com este cara eu tenho pressa. – coçou o rosto, a barba estava grande e já aparecia alguns fios grisalhos.
-- A sensação que tenho é a de uma guerra prestes a explodir.
-- Então me veja como um exército, porque me transformarei em um para pegar estes três bandidos e seus agregados. – Melissa viu sangue nos olhos do amigo.
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As duas conversavam animadas enquanto almoçavam.
-- E depois você se envolveu com mais alguma mulher?
-- Não. – pensou por segundos. – Eu resolvi investir um tempo em mim. – Camila estava entretida com a conversa. – Não tinha quem me ajudasse, logo me formaria e não teria onde morar. Surgiu a oportunidade de trabalhar em uma fazenda de camarão.
-- Olha só. – disse sorrindo. – Mas pode trabalhar como veterinária em uma fazenda como essa sem o diploma?
-- Mas não era como veterinária. – respondeu após beber um pouco de suco.
-- Como assim?
-- Essa fazenda tinha um restaurante bem popular pela região. Eu passava os finais de semana descascando camarões, limpeza de chão e coisas assim.
-- E como estudava? E os estágios?
-- Quando comecei os estágios em uma das clínicas, percebi que eles tinham problemas em deixar os animais em pós-operatório à noite. Os funcionários não aceitavam muito a ideia de trabalhar o dia inteiro e acompanhar os animais à noite. – deu de ombros. – Eu me ofereci, eles pagavam por noites trabalhadas para acompanha-los e eu passava a noite cuidando deles e estudando. – piscou para Camila que sorriu.
-- E depois que se formou?
-- Trabalhei em diversas clínicas. Queria muito fazer uma pós-graduação, mas não conseguia juntar grana. Dia de pagamento eu tirava o suficiente para aluguel que era prioridade e dava o resto para minha mãe ajudar em casa com comida e colégio das minhas irmãs. – sorriu com pesar. – Não dava para continuar em uma escola como a que estudei, era muito difícil, não queria isso para minhas irmãs.
-- E sua comida?
-- Às vezes dava para comer todas as refeições, outras só o almoço ou só o jantar.
-- Elas terminaram a escola?
-- A minha irmã do meio sim, final do ano passado. – sorriu orgulhosa. – A mais nova termina em dois anos. – Camila esticou a mão e apertou a mão de Emília em apoio.
-- Eu sabia que minha escolha na contratação seria a coisa certa, apesar da falta de experiência que as outras apresentavam... – sorriu. – Agora tenho certeza que sim.
-- Eu nunca vou decepciona-la por esta chance.
-- Eu sei disso, mesmo assim vou prevenir sobre o avô de Melissa.
-- José de Alcântara Peixoto? O homem por trás da marca? – perguntou brincando.
-- Continue brincando e quando o conhecer, perderá este sorriso.
-- Sério? – ficou assustada.
-- Melissa de mau humor é um anjo perto dele. – concluiu sorrindo.
-- Ah... – então concluiu que era brincadeira. - Estava acreditando.
-- Estou falando a verdade. – sorriu.
A tarde passou rápido. Melissa estava entretida em reuniões que foi obrigada a adiar por conta do acidente com a família de Haidê. Camila encerrou o serviço na metade da tarde, havia combinado com Melissa em levar Enzo ao médico. Estava irritada com a insistência de Vanessa em condena-la por fazer parte da vida do menino, assumindo o papel de mãe. Evitou a delegada por quase toda a tarde, após a consulta, ela o levou para casa, Melissa ficou de pega-lo, estava cansada e não queria ouvir os conselhos de Daniel incentivando-a a voltar para filha.
Camila terminava de fazer uma sopa de legumes quando ouviu a campainha tocar, ela olhou pelo olho mágico e viu a delegada.
-- Shit! – abriu a porta tentando manter a calma. – Oi Vanessa. – a delegada entrou e lhe deu um beijo no rosto.
-- Então, vamos sair? – tentou abraça-la, mas Camila se esquivou. – O que foi?
-- Estou cansada. – olhou para delegada e teve um pouco de pena, acariciou seu rosto. – Vanessa, estou cansada, o dia foi pesado.
-- Eu queria ficar com você. – Camila beijou seu rosto e fez um carinho.
-- Vamos ficar aqui. – pegou sua mão e puxou em direção a cozinha. – Estou fazendo uma sopa de legumes, podemos abrir depois um vinho, namorar um pouco. – piscou.
-- Sopa de legumes? – fez uma expressão de nojo. – Coisa mais suburbana. – reclamou. – Ficar namorando em casa? O que está acontecendo? Parece aquele povinho que usa roupa de propaganda com calção de algodão e elástico quando chega do trabalho. – falou sorrindo.
-- É pouco para vossa alteza? – perguntou se curvando e ouviram o choro de Enzo.
-- O pirralho está aí? – estava irritada.
-- Enzo... – enfatizou o nome do menino. – Está aqui.
-- Camila, nós nunca poderemos ter nossa vida enquanto você manter essa bobagem de mãe. Tenho a impressão de que Cristina inventou isso para ter uma babá com filho quando ela não quiser. – foi falando enquanto acompanhava a veterinária até o quarto do menino.
-- Fala baixo... – disse séria e entrou com calma no quarto alisando a criança ainda deitada, fazendo-a dormir de novo. – Pronto meu amor, dorme... – cantarolou baixinho e saiu puxando a mão da delegada que estava escorada no umbral da porta. – Se falar alto novamente, eu mesma lhe mato. – ameaçou séria. – Ele não come desde ontem, quero terminar a sopa antes que acorde ou não conseguirei.
-- Está vendo? A mãe desse menino está lhe explorando. Sabe quantos empregados tem naquela casa? Ninguém qualificado para um prato tão nobre? – perguntou com ironia.
-- Existem boas cozinheiras lá como a Francisca e Gertrudes, mas eu sei do que ele gosta e como gosta, por isso resolvi fazer.
-- Que horas ele vai embora? – perguntou emburrada.
-- Eu não sei se ele vai. – respondeu sem se importar com a expressão da delegada.
-- Como é?
-- É isso. – experimentou a sopa e tampou a panela.
-- Combinamos de sair.
-- Você inventou isso, eu disse que estaria com Enzo.
-- Liga para Cristina e manda ela vir pegá-lo, o filho é dela.
-- Ela vem. – pegou algumas laranjas e cortou para fazer suco.
-- E? – Camila a olhou e concluiu.
-- E que não vou deixar leva-lo assim, neste frio repentino que caiu, ainda mais doente do jeito que está. – Vanessa passou a mão pelo rosto e bateu com força na mesa.
-- Assim não vai rolar. – confessou quase gritando. – Quero que se livre disso o quanto antes. Nós somos namoradas, se quiser eu tenho um filho com você. Algo nosso e não daquela lá.
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Melissa havia trocado algumas mensagens com Camila sobre a consulta, estava preocupada porque não tinha conseguido acompanha-los, seu serviço estava acumulado e com alguns prazos para vencer, problemas que só ela como presidente poderia resolver. Na última mensagem Camila havia avisado que ele estava sem febre, e conseguido dormir. Melissa sorriu tranquila, sabia que o filho preferia a casa da veterinária, não sabia explicar, mas tinha essa impressão. Antes de sair enviou outra mensagem.
“ Cam, estou saindo da empresa, precisa de algo? Posso comprar no caminho.”
“Mel, estou fazendo uma sopa de verduras para ele.”
“Adoro sua sopa...” – colocou um emoji com as mãos nos olhos e o rostinho vermelho.
“Eu lhe ofereço um prato.” – colocou vários rostinhos sorrindo. – “Esqueci de comprar pão e requeijão.”
“Pego aqui e depois passo na padaria.” – pegou o telefone e falou com a secretaria. – Dona Ada, peça para alguém lá da produção pegar uma caixa de requeijão e levar até o meu motorista.
-- Sim doutora, só requeijão? – a morena pensou.
-- Por enquanto sim. – terminou de arrumar a mesa e saiu, passou pela secretaria. – Vou olhar como estão as coisas na sala de Camila e de lá vou para casa.
-- A senhora tem uma reunião amanhã às dez. – ela revirou os olhos.
-- E papai ainda reclama de não fazer nada em casa... – brincou. – Poderia esquecer a aposentadoria e ficar aqui, ajudando.
-- Seu José?
-- Vovô respondeu que agora só quer aparecer para ouvir o som da máquina registradora. – respondeu brincando e saiu. Encontrou-se com Emília na sala da veterinária. – Rendeu alguma coisa hoje? – Emília se assustou e só depois entendeu a pergunta.
-- Para ser sincera... – Melissa a olhou e esperou que concluísse. – Eles derrubaram a parede e depois saíram, não retornaram mais. A morena revirou os olhos bufando e pegou o celular.
-- Melissa Cristina... – identificou-se. – Esta reforma na minha empresa não é obra pública, a diária pelo serviço está custando um valor alto, você disse que entregaria em cinco dias e hoje só derrubaram uma parede... – Emília ouvia a conversa que ela mantinha com o dono da empresa. – Eu não entendo de obras, para isso lhe contratei ou eu mesma faria... – ela segurou a vontade de rir imaginando a expressão do homem no outro lado. – Está bem... Espero que esteja tudo pronto até sexta ou nossa conversa terá outro tom. – desligou o telefone sem esperar a resposta e olhou para Emília. – Existem profissionais e profissionais. Quando ele trabalhava com a esposa o serviço fluía com uma surpreendente rapidez e todos os prazos eram honrados. Desde que assumiu a qualidade tem caído. – deu de ombros. – Depois falam que nós mulheres não trabalhamos bem, quando eles só querem nos enrolar e roubar.
-- Depender de prazos de obra é realmente complicado.
-- Amanhã você leva tudo para sala da vice-presidência e trabalham lá enquanto estiver assim.
-- Mas...
-- Eu sei que Camila vai reclamar... – deu de ombros. – Imagina que ela vai me enviar mensagens durante a noite querendo saber de Enzo, vai chegar pilhada e sobrar para você se estiverem com barulho na cabeça dela. – sorriu.
-- Imagina, a doutora Camila é super educada e gentil.
-- Deixa ela chegar pilhada... – riu. – Eu sou a primeira a evitar. – saiu rindo e de longe desejou boa noite a menina.
-- Essa mulher é cheia de paradoxos. – sorriu. – Acho que sei o motivo de Camila ainda amá-la.
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-- Eu não quero mais nada de Cristina aqui. – Melissa saiu do elevador conversando com um dos seguranças e ouviu os gritos de Vanessa, fez sinal para ele chamar os outros e pegou seu celular.
-- Vai filmando tudo para mim, mas seja discreto. – orientou falando baixinho e o rapaz entendeu. Colocou o aparelho no bolso da jaqueta com a câmera filmando.
-- Solta meu braço Vanessa. – Camila exigiu irritada e encarando-a.
-- Eu quero que você entenda: isso será para o bem da nossa relação. – quando ela concluiu a porta foi aberta e Melissa entrou acompanhada de três seguranças. – O que é isso? Desde quando você entra assim na casa da minha namorada. – enfatizou o “minha”.
-- Desculpe... – fingiu – Estamos com uma caixa de requeijão aqui e eu pedi para ele trazer, não quero quebrar minha unha carregando peso. – Camila a olhou prevendo que ela iria aprontar.
-- Pode deixar e aproveita para mandar pegar seu filho.
-- Cam, onde ele pode deixar a caixa? – viu que a delegada não soltava o pulso da veterinária.
-- Lá na cozinha. – Melissa fez sinal com a cabeça e o segurança passou.
-- Esse braço não está doendo? – perguntou com ironia a Camila.
-- Fica na sua Cristina, isso é conversa de casal.
-- Está, mas ela não solta. – Camila respondeu mostrando o braço.
-- Vanessa, eu acho melhor você soltá-la.
-- O que você realmente quer? – olhou de forma avaliadora e um sorriso de lado para morena.
-- Eu? – fingiu uma expressão de desinteresse e cruzou os braços. – Neste momento eu quero quebrar a sua cara de prostigaliranha e depois a paz mundial. – sorriu fazendo um bico. Vanessa deu uma gargalhada.
-- Eu posso lhe prender, sabe disso né? Imagina os jornais com a capa da maior empresária do Brasil de pulseiras de algemas. – foi a vez de Melissa dá uma gargalhada.
-- Imagina a manchete com a cara da delegada presa pela corregedoria por abuso de poder e cárcere. – apontou para ela segurando com força o braço da veterinária sem deixa-la sair do lugar.
-- Isso não é cárcere.
-- Como não é? – Camila perguntou. – Está forçando meu pulso e não me deixa sair.
-- Ela não tem como provar isso. A palavra de uma pessoa com manchetes de escândalos por conta de vários namoros desastrosos não vai ser levada a sério em um testemunho.
-- Olha só, eu lhe dou a chance de solta-la antes de quebrar sua cara. – Vanessa ficou ereta e empurrou Camila.
-- Vem... – chamou Melissa que foi para cima dela. A delegada tentou golpeá-la, mas a morena foi mais rápida e lhe deu um chute atrás do joelho, tirando o seu equilíbrio e depois, com o cotovelo, bateu forte contra as costelas de Vanessa que se virou com dores fortes e não teve tempo de desviar o soco no nariz. Ela perdeu o equilíbrio e caiu com o nariz sangrando, sem condições de voltar a se levantar.
-- Diro, aproveita que está de luvas, pega a bolsa dela e tira a arma. – a morena pegou um pano sobre a mesa e abriu para receber a arma. – Agora leva ela lá para fora e coloca dentro do táxi e manda para casa dos pais. – sorriu.
-- A senhora tem o endereço?
-- Quinto dos infernos. – respondeu com ironia. – Alguém deve saber onde César Caládio mora.
-- Mais alguma coisa doutora Cristina? – a morena colocou o indicador no rosto e respondeu com uma voz calma e fingida inocência.
-- Agora eu quero a paz mundial. – os três seguranças riram alto enquanto Camila avaliava a cena.
-- A senhora, mesmo com o braço na tipoia, imobilizado, consegue se superar. – ela sorriu.
-- Eu tenho muitas habilidades Diro. – piscou. Quando eles saíram ela sentou e fez uma careta.
-- Está doendo, não é? – Melissa a olhou séria, com uma expressão incrédulo. – Vive querendo ser a guerreira imortal.
-- Alexandre, o Grande, enfiou uma lança que transpassou o soldado que lhe fez a mesma observação. – disse com ironia.
-- Você não é Alexandre e nem sabe fingir muito bem. – aproximou e tirou a tipoia, avaliando-a. – Ao menos não houve danos aparente. – levantou-se – Vou pegar um analgésico e enquanto isso, liga para o Trump e fala sobre a paz mundial. - Melissa fez uma careta e se acomodou no sofá. Pegou o telefone e colocou sobre a mesinha. Camila entregou o analgésico, ela engoliu e bebeu um pouco de água.
-- Vou ao banheiro.
-- Mel, está doendo muito? Podemos ir ao médico.
-- Tranquilo. – foi ao banheiro e jogou água no rosto, quando saiu entrou no quarto e velou pelo sono do filho. Camila chegou e passou a mão nas costas da morena, confortando-a.
-- Ele está melhor.
-- O médico definiu o diagnóstico?
-- Acredita que seja uma virose, fez alguns exames.
-- Admito levar pé na bunda de namorada, ser sacaneada na empresa, levar tiro por quem amo, mas se alguma coisa acontecer com meu filho, eu surto e saio matando.
-- Não pensa bobagens.
-- Essa doença dele... – virou-se para Camila. – Eu tô preocupada.
-- Ei, ele melhorou. – tranquilizou. – Vamos acordá-lo para comer ou deixamos dormir até a fome apertar? – Melissa olhou para veterinária e sorriu.
-- Ele vai virar a noite.
-- Entendi Melissa Cristina. – ela se abaixou para pegar o menino mas parou e voltou a observa-la. – O que vai fazer com a arma de Vanessa?
-- Depende de você.
-- Como assim?
-- Eu posso denuncia-la ou resolver com o pai e irmão dela.
-- Mel...
-- Não me peça para agir com naturalidade diante de uma agressão. – pegou o punho da veterinária e viu as marcas. – Isso não é certo.
-- Não quero prejudica-la.
-- Engraçado, eu não quero que ela lhe prejudique. – forçou um sorriso.
-- Vamos acordar Enzo. – falou encerrando o assunto.
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-- O que está fazendo? – Francisco perguntou quando entrou na sala comendo uma maçã e se jogou no sofá ao lado da loirinha.
-- Uma lista.
-- Lista de casamento? – Isadora sorriu e balançou a cabeça.
-- Coisas que preciso comprar para levar comigo. – o jornalista passou os olhos e leu.
-- Calcinha? Sutiã? Não tem isso não mulher? – ela sorriu.
-- Eu não deveria falar isso com você, como não tenho amiga, só um viado mesmo... – brincou e recebeu como resposta uma careta. – Uso muito box, preciso comprar coisas mais sexys, lingeries sensuais que dê tesão só de olhar. – o jornalista começou a falar alto.
-- Não preciso ouvir isso... – cantarolou alto. Ela sorriu e se levantou.
-- Aquela mulher linda, nua na minha cama e eu usando box? Não rola né? – brincou.
-- Arruma uma amiga? Não, eu falo sério. Apesar de tudo, sou um homem. – brincou. – Precisa comprar tudo isso?
-- Aqui sai bem mais barato, estou no melhor local para compras. – piscou e se levantou cantando com os braços abertos. – “From this moment you are the one, right beside you is where I belong...”
-- Ela sempre foi a única. – disse sorrindo. – Volta aqui.
-- Vou ligar para ela, depois falamos. – piscou e entrou no quarto, discou o número conhecido e esperou.
-- Oi.
-- Onde a senhorita está?
-- Estou na casa de Camila. – resolveu esclarecer tudo antes que Isadora surtasse. – Enzo não está bem, ela o levou ao médico.
-- O que ele tem?
-- O médico acredita que seja uma virose.
-- Oh Mel... – lamentou. – E agora, melhorou?
-- Acordamos para comer, ele está sem febre e mais elétrico.
-- Irão dormir aí? – ela pensou o que responder, agora Isadora iria surtar de vez.
-- Ainda não sei... – respondeu reticente.
-- Mel, essa época do ano faz frio à noite em São Paulo, vê com Camila se tem problemas de passarem a noite.
-- Oi? – perguntou sem acreditar. – Marcianos invadiram Nova Iorque e roubaram minha loirinha? – Isadora sorriu e ela imaginou as ruguinhas que formar em seu nariz. – Saudades de ver essa carinha quando sorri. – confessou quase sussurrando, Isadora sentiu a umidade entre as pernas e respirou fundo.
-- Não tem marciano não meu amor, apenas confiança em você e no nosso amor. – foi a vez de Melissa sentir o sex* pulsar.
-- Essa reunião está demorando... – Isadora demorou a lembrar a qual reunião ela se referia.
-- Sim... – segurou o sorriso. – Está demorando muito. – conversaram mais um pouco e quando Melissa desligou procurou por Camila e Enzo, encontrou os dois brincando na cama da veterinária.
-- Estão aí. – olhou o filho. – Será que ele vai demorar a dormir?
-- Acho que sim, por que?
-- Precisamos ir, estou cansada.
-- Dorme aqui. – pegou o menino que não parava. – Fica com a cama e eu no sofá.
-- Então eu fico no sofá.
-- Olha seu tamanho Melissa, não cabe.
-- Como se você fosse muito mais baixa que eu. – a veterinária revirou os olhos.
-- Estou acostumada.
-- Não. – olhou para ela. – Se você não se importar, podemos deixar o Enzo aqui no meio e dormir os três aqui.
-- Por mim tranquilo. – a olhou nos olhos. – E por Isadora? – Melissa sorriu.
-- Ela confia nas minhas habilidades. – Camila deu uma gargalhada que chamou atenção de Enzo, ele olhou de uma para outra e sorriu mostrando o dentinho saindo entre as gengivas.
-- Gatinho, sua mãe é uma habilidosa hilária. – disse sorrindo.
-- Nem começa. – emburrou. – Vou pedir a Gertrudes para mandar uma roupa para mim amanhã.
-- Eu vou pegar um pijama para você.
-- Cam, pega aquele camisão da Minnie, seus pijamas ficam apertados. – Camila revirou os olhos.
-- E ainda reclama.
A noite foi difícil para Camila, quando Melissa deitou na cama, não demorou e adormeceu. Enzo ainda brincou um pouco, até se enfi*r entre os cabelos de Melissa e dormir. Camila não parava de olhar para morena. Lembrou-se de quantas vezes, naquela situação, ficaram se provocando ou beijando. Viu seu perfil, as pernas descobertas, os seios que subiam e desciam com a respiração.
“Um copo de água gelada ou quem sabe uma tarja preta para me fazer dormir ao lado dessa deusa.” – levantou-se. – “Eu lhe amo Melissa, mas vou esquecê-la, pelo bem da minha sanidade.”
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-- Resolvido?
-- Você chega na sexta, tem até sábado à tarde para leva-la.
-- Só nós duas... – sorriu para Francisco. – Estou tão feliz.
-- Eu queria assistir. – lamentou.
-- A próxima você assiste... – abraçou o amigo. – Eu lhe prometo.
-- Coloca uma câmera espiã para filmar a cara da noiva. – Isadora sorriu.
-- Não é má ideia.
-- Para que vai levar essa peruca e óculos de grau?
-- Vou até a empresa e não quero que alguém me reconheça.
-- Vai inventar reportagem para a coitada?
-- Exato! – piscou.
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-- Bom dia! – a secretaria retribuiu. - Dona Ada, chame Emília e depois ligue para Maurício Caládio, preciso falar com ele urgente. – não demorou e a ligação havia sido feita.
-- Bom dia linda Cristina! – brincou.
-- Bom dia. – foi seca.
-- O que a senhorita manda.
-- Maurício, eu preciso de um horário com você e seu pai.
-- Prefere aí ou aqui?
-- Por mim tanto faz.
-- Vamos mais tarde para o escritório, podemos passar na sua empresa.
-- Qual o horário?
-- Próximo ao almoço.
-- Ótimo. Estou deixando este horário livre.
-- Aviso quando estiver chegando. – desligou.
-- O que você estava combinando? – César Caládio perguntou após o filho desligar.
-- Cristina de Alcântara Peixoto, ela quer conversar conosco.
-- Sabe o assunto?
-- Ela não adiantou. – fechou o jornal.
-- Espero que não seja problemas, sua irmã se supera neste assunto e não aguento mais. – levantou-se e saiu. – Vou levar o café para Madalena.
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-- Doutora Cristina, a senhora me chamou? – Melissa a olhou, estava séria.
-- Bom dia Emília. – a jovem arregalou os olhos surpresa, era a primeira vez que ela falava seu nome corretamente.
-- Bom dia. – Melissa apontou a cadeira, Emília prestou atenção nos olhos azuis por trás das lentes dos óculos. – “Mas é uma mulher linda...” – pensou enquanto Melissa explicava.
-- Camila não vem pela manhã, estamos com alguns probleminhas.
-- Seu filho ainda não melhorou? – Melissa se acomodou em sua poltrona e avaliou a menina.
-- Melhorou, mas ela não dormiu bem. – Melissa havia dormido toda a noite, não ouviu Enzo chorar ou chama-las, não entendia como Camila estava tão abatida. – Já fez a mudança de sala?
-- Sim senhora.
-- Emília, pode me chamar de Cristina e tirar a doutora ou senhora. – a jovem balançou a cabeça em afirmação. – Eu quero lhe pedir ajuda. – bateu com a caneta na mesa. – Sei que é complicado e um pouco invasivo, mas preciso fazer.
-- Pode falar. – estava surpresa.
-- Camila não vai me avisar caso aconteça alguma coisa, por isso lhe peço que me ajude a ajudá-la. – levantou-se. – Dificilmente me engano com o caráter de alguém, isso me deu essa liberdade, apesar de ser nova na empresa.
-- Tudo bem, agradeço a confiança.
-- Camila se envolveu com uma delegada, Vanessa Caládio.
-- Eu a conheço.
-- Ótimo! Ela ontem tentou agredir Camila. – deu de ombros. – Eu não sei como seria se não tivesse entrado.
-- Camila é forte.
-- Eu sei, mas ela é uma agente da lei e usa uma arma, além de ser de família rica.
-- Acha que?
-- Acredite, conheço muita gente igual ou pior que ela, e sim. Vanessa nunca teve medo de leis, acredita que o pai vai sempre a proteger. Um problema mais familiar, de culpas e desencontros. Isso a tornou um ser desprezível. Hoje combinei com o pai e irmão dela de conversarmos, mesmo assim, o bom mesmo é se manter em alerta.
-- Entendi.
-- Não pense que será uma fura olho da Cam, estamos ajudando-a.
-- Ela não pode saber dessa conversa?
-- Pode sim, por isso lhe falei que vamos ajuda-la.
-- Obrigada. – foi firme. – Não quero perder a confiança dela.
-- Nem deve. – levantou-se. – Conheço bem Camila e ela vai querer ser forte e ainda vai aprontar para mim. – deu uma risada. – Mais um problema para uma pessoa que quase não tem. - Emília se levantou e aguardou – Era só isso Emília.
-- Pode deixar. – quando estava saindo ouviu a morena.
-- Obrigada.
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-- Stace... – abraçou-se a jornalista.
-- Isadora, surpresa em vê-la aqui. – abraçaram-se – Pensei que estivesse no Brasil, nos preparativos do seu casamento.
-- Volto hoje.
-- Espero o convite ou seremos esquecidos?
-- Serão convidados de honra. – respondeu sorrindo.
-- Depois do que me contou, queria muito uma entrevista, mas não acredito que dê tempo.
-- Quem sabe... – ficou pensativa. – Podemos marcar no Brasil.
-- Agora eu me empolguei. – sorriu. – Querida, eu admiro demais seu trabalho, sua ousadia e personalidade. No que precisar, estou sempre aqui. – Isadora estava feliz, não esperava essa reciprocidade da esposa do seu chefe.
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-- Está tudo preparado?
-- Sim dona Bruna.
-- E Joaquim?
-- Tem sempre sombras seguindo-o.
-- E telefonemas?
-- Rastreados como a senhora orientou.
-- Ele já marcou o encontro com a vaca?
-- Ainda não.
-- Quando marcar quero que prenda e depois traga-o até mim, sem que Timóteo saiba. – o homem foi dispensado e ela permaneceu pensando. – Isso vai me render uma boa soma. Amanhã o monstrinho, depois o dinheiro que o pai vai tentar tirar da mãe. – sorriu sozinha.
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-- Atendemos de imediato o seu chamado minha jovem. – disse sorrindo.
-- Senhor César. – abraçou a morena.
-- Veja Maurício, alguns anos atrás era Tio César.
-- Cris. – beijou a morena no rosto.
-- Antigamente eu não tinha juízo. – respondeu a Cesar com um sorriso.
-- Era uma menina linda e se tornou uma mulher maravilhosa. – César concluiu olhando para o filho, Mauricio ainda era apaixonado pela morena.
-- Eu preciso da ajuda de vocês... – interrompeu. – Desculpe a objetividade, mas preciso ser franca.
-- Pode falar. – a morena pegou o vídeo e mostrou na tela que havia no canto da sala. Pai e filho assistiram e se olharam assustados com as ações de Vanessa. – Por isso ela chegou em casa... – Maurício pensou alto.
-- Você sabia disso? – perguntou irritado ao filho.
-- Pai, pensei que fosse algo com o trabalho, uma operação... Não sei.
-- Vanessa como sempre se superando. – bufou e olhou para Melissa. – Qual ajuda você quer?
-- Eu o respeito muito e não quero quebrar os laços de amizade entre nossas famílias. – César não entendeu bem.
-- Pai, a Camila... – meneou a cabeça. – Ela era a namorada de Cristina. – César olhou surpreso para morena e antes que falasse, ela explicou.
-- Não é uma questão de ser minha namorada ou não. O fato que Camila é minha amiga, meu avô tem um carinho especial por ela, a chama de neta... – exagerou para deixar claro que seria um pedido especial de José. – E não gostaríamos que algo acontecesse com ela como o acidente com Leila. – os dois homens se olharam. – Nem seria do agrado dele levar este vídeo a imprensa ou a corregedoria. Queremos manter nossa união, mas, sem esquecer do bem-estar de Camila.
-- Claro que vamos ajuda-la. Iremos conversar com Vanessa.
-- Será que pode nos passar este vídeo? – César pediu fingindo não se importar com ele. – Assim, mostrando seus erros, ela pensa melhor em suas ações.
-- Claro que lhe passo uma cópia. – respondeu frisando cópia e sorriu. – Precisamos marcar um jantar em nossa casa, o senhor não conhece o meu filho.
-- Ouvi comentários, mas não tive a oportunidade de visita-los.
-- Vovô vai adorar conversar com o senhor.
-- E Daniel?
-- Papai não quer mais sair, depois que mamãe insistiu muito e ameaçou viajar com minhas tias, ele desistiu e se rendeu. – explicou sorrindo.
-- Nós temos uma partida de xadrez inacabada.
-- A mesma de quando éramos crianças? – perguntou olhando para Maurício e César sorriu. Conversaram mais um pouco e se despediram da morena.
-- O que o senhor achou? – Maurício perguntou ao pai.
-- Vanessa precisa ser internada ou arruinará nossas vidas.
-- Ela precisa de compreensão, meu pai. – o homem parou e olhou para o filho.
-- Quantas Leilas passaram por ela? Só sabemos de duas, essa Camila seria a terceira? Sabe que Melissa Cristina é uma mistura de José de Alcântara com o capeta, quer mesmo colocar os negócios da família no jogo? – Maurício avaliou a situação e concordou com o pai. O certo era manter amizade com a família Alcântara Peixoto.
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Ulisses saiu de trás de uma porta que dava para sala de reunião.
-- A arma dela vai ficar comigo... – sorriu olhando para Melissa. – Só por segurança.
-- Se alguma coisa acontecer com Camila...
-- A arma dela aparece onde não deveria. – piscou.
Fim do capítulo
Feliz Páscoa gatonas!
Depois de normalizar o número de comentários e minha carência passar, envio mais um capítulo. Espero que gostem e vou adiantar que no próximo, Isadora vai aprontar uma grande surpresa para morena da vida dela. Bora comentar meu povo. Beijos e boa semana.
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Rafaela L
Em: 02/04/2018
Olha ai...
Emília ganhando espaço na empresa e tbm na vida da camila.E ainda conquistando a confiança da Mel.
Tadinha da Haidê....Ulisses tá sedento p pegá-los.
Vanessa,ta lascada! Pq com certeza ela n para por aí.E sofrerá consequências.Sorte dela que Melissa n viu como ela se referiu a Enzo.
Achei Camila muito passiva as agressões!vamos ver no que dá!! Muita maldade,A veterinária dormir ao lado da morena!dormir nao....tentou apenas!Passei por isso, é foda.Alias...nem foda é! rsrs )
A doença de Enzo.Para na virose né... é feio mexer c crianças autora rsrs.
Iza comprando novas lingeries!! Ela deve voltar fatal!
Ansiosa por esse casamento!ela ainda terá tempo pra se disfarçar c peruca e tals.. ?
Por onde anda o Júnior?
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Mille
Em: 02/04/2018
Olá Rafa
Vanessa está descontrolada e não é a primeira vez que age como ogra, ainda bem que a Mel foi para o apartamento dela.
Nossa fico com medo da Bruna que está sempre a um passo de conseguir tudo que deseja.
Aguardar para a surpresa da Isa com a Mel.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Ela teve o merecido final. Acabou! Beijos
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lusilenesetubal
Em: 01/04/2018
Eita delegada abusada, nao sei por que a Camila ainda ta com ela?
Essa doença misteriosa do Enzo espero que seja so uma virose mesmo
Resposta do autor:
Camila queria uma chance para si mesmo e para ela, só que não rolou, a delegada é muito possessiva. Bjs
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Baiana
Em: 01/04/2018
Decepção total com essa delevaca,e eu achando que ela iria ser uma proteção a mais para o Enzo,contra o trio do mau.
E por falar nele...não tenho bons pressentimentos com essa doença dele não, será que estou imaginando ou certo ou viajando na maionese?
Resposta do autor:
Bem isso, mas penso que seria ofensa aos pobres animaizinhos. Beijos.
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