CapÃtulo 17 Você não é ninguém
Depois que deixamos o irmão mais novo de Gabriel na casa de sua vó subimos para casa de Kaique na esperança de conversamos tranquilamente. Quando chegamos no portão enorme fechado de madeira Gabriel gritou por ele, mas não obteve resposta.- Será que ele não está? - Olhei para ele e logo tentei ver algo pela fresta porém nenhum movimento.- Eu sinto que ele está perto - Gabriel passou a mão pelo pescoço nervoso.- Será que está na casa do Bernardo? - Ele ficou sério.- Quer verificar? - Ele cruzou os braços ainda sério.- Não me olhe assim, eu só quero encontra-lo - Virei e sai andando - Vamos logo - Sabia que era ariscado ir bater na porta de Fér, mas como já havia o enfrentado tive um pouco de segurança.Gabriel seguiu no meu encalço sem dizer uma só palavra para esquina sentindo uma mudança de atmosfera, podia parecer loucura o ar daquele pequena rua estar mais pesado e sua aparência completamente estranha, como um novo véu de realidade. Nos entre olhamos tomando coragem para adentrar naquela rua, tomei todo ar em meus pulmões e caminhei lentamente até o portão cinza entre aberto. Gabriel segurou me ombro me fazendo parar antes de subir na calçada.- Tem certeza?- Gabriel foi você mesmo quem disse que confia em Kaique, ele não vai estar aqui - Não olhei para ele atrás de mim ainda com a mão sobre meu ombro.- Não é com isso que estou preocupado - o céu parecia mais opaco e o clima de tristeza era sufocante a rua parecia vazia embora tivesse alguns ponto de comercio em volta - Ele é perigoso e sinto que está mais forte, olhei esse lugar como está ... - Ele soltou meu ombro e ficou do meu lado enquanto o olhei ali parado olhando para o portão com receio - Ele está mudando a realidade a sua volta.- Gabe eu já o enfrentei e tive sucesso - Lembrei da noite no Bar - E você está aqui, ele pode até ter aumento o poder, mas ainda somos dois no mesmo nível - Lembrei-me do que ele tinha dito antes para encoraja-lo e dar certa confiança.- Tudo bem - Ele deu um sorriso rápido - E como faremos? Vamos chamar por ele ou simplesmente entrar?- Eu vou ver se há alguém na casa - Eu senti meu peito queimar como de costume para ativar os olhos negros e enxergar as áureas dentro da casa.- Tá maluca - Ele segurou meu braço olhando em volta - Alguém pode te ver.- Relaxa, confie nos seus instintos - Tentei acalma-lo e olhei novamente para o portão e agora podia ver alguns símbolos brilhantes na calçada, no muro e no portão inclinei a cabeça para o lado - Tem alguma coisa, são símbolos como sigilos de proteção por todo o lugar - Olhei para casa ao lado e pude ver coluna media cinza escuro e isso predominava em todas as casa em volta, a presença dele estava sugando a vida das pessoas em volta - Esses sigilos - Respirei fundo e fechei os olhos a queimação no peito foi diminuindo - Me impendem de ver as áureas dentro da casa, posso ver todas em volta menos essa e Gabe ele está sugando a vida das pessoas em volta.- Como assim sigilos? - Gabriel passou mão pelo cabelo nervoso, seus olhos castanhos estava inquietos e tensos - O que vamos fazer então?- Parece símbolos de proteção colocados com energia - Olhei para ele - Temos que entrar, sinto um fluxo de energia grande lá dentro.- Não podemos invadir a casa dele - Gabriel ficou mais tenso -Sei que o portão está aberto mas e se for uma armadilha?- Ele não pensaria nisso, o Portão sempre está aberto lembra - Quando nada disso era de nosso conhecimento e nos reuníamos aqui antes de qualquer role o portão estava assim sempre entre aberto e a gente entrava sem chamar.- A situação é diferente, não somos mais seus amigos - Gabriel parecia nervoso e podia sentir que ele estava cada vez mais apreensivo com a dúvida e a verdade que poderia estar atrás daquele portão. Embora ele quisesse manter a esperança de que Kaique estava com a gente, ele tinha em mente que a traição não era algo descartável e isso o angustiava profundamente.- Se quiser esperar aqui fora tudo bem - Dei um passo subindo na calçada e ele puxou meu braço.- Rafaela não - Ele suplicou - É imprudente de nossa parte fazer isso, ouça a voz da razão.- Gabriel - puxei meu braço e o encarei seria - Eu vou entrar e acabar com essa dúvida se Kaique estiver aqui vou traze-lo de volta, como você disse ele é nosso amigo pode estar em apuros.- Rafaela é perigoso - Ele suplicou mais uma vez - Temos que sair daqui, não sabemos o que tem lá dentro eu sei que sou um cabeça dura, Mas agora a situação é outra Kaique pode sim estar com problemas só que não podemos arriscar agora.Eu não o escutei apenas dei as costa e sai andando na direção do portão e o empurrei de leve uma onda de energia pesada deu de choque com meu corpo, senti-me cansada como se tivesse corrido por horas, a atmosfera parecia pesada naquele quintal, as folhas secas espalhadas pelo chão de terra e grama morrendo. Havia uma arvore media no quintal e ela estava quase sem folhas e sem vida, o muro de tijolos cheios de buraco e com aparecia de desgaste pelo tempo; a casa de três cômodos no fundo quintal parecia mais distante do que eu me lembrara, respirei fundo e fui a passos decididos na direção da porta apenas encostada. Não olhei para trás e sabia que era irresponsável essa atitude mas eu tinha que entrar algo dentro de mim dizia para fazer aquilo. Cheguei próximo a porta com uma dor estranha nas costas, respiração ofegante e algumas fisgadas no peito; ouvi uma voz grossa dizer algo mas não entendi o que fora dito.Empurrei de leve a porta encontrando Kaique de joelhos no chão com olhos vazios como um transe e foi então que percebi que Gabriel estava todo o tempo atrás de mim, ele passou como um rojão indo até Kaique.- Não toque nele - A voz saiu de um canto escuro e me causou um calafrio - Se tocar ele morre - Fér tinha um brilho opaco e estranho nos olhos quando ele saiu do canto escuro e veio para a luz.Gabriel apenas parou de pé diante do amigo e serrou os punhos levantando os olhos para encarar Fér, eu sabia que naquela hora Gabriel começava a ficar furioso e isso era péssimo. Pensei que era uma ideia terrível ter deixado ele entrar a coisa poderia ficar muito feia, Fér adorava provocar e Gabriel estava sempre de pavio curto ultimamente. Olhei para a cozinha sem a habitual mesa de madeira antiga, o armário pequeno e simples já amarelado do tempo, a pia pequena de mármore branco também já mostrando seus sinais do tempo, um cortina florida na janela fechado sobre a pia. A paredes e o teto dando sinal de mofo então passei mão pelo nariz sentindo o cheio estranho da casa, tudo parecia mórbido e opaco.- O que fez com ele? - Gabriel falou irritado.- Ele pediu para mim abrir sua mente e como sou generoso o fiz - Ele caminhou e recostou na pia próximo de nós cruzando os braços e falando com desdém.- Trago-o de volta agora - Gabriel apontou para o corpo de joelhos e imóvel.- Não - Ele olhou com deboche e Gabriel serrou os punhos com mais força e sua postura ficou ereta e fixa no Rapaz encostado na pia.Minha ligação com Gabe começou a me alerta que ele faria besteira a qualquer momento então entrei de vez na casa para chamar a atenção de Bernardo e ele direcionar seus olhares e insultos para mim.- Ora, ora, ora - Falou pausadamente com um sorriso - Rafaela tinha até me esquecido que o cachorro não veio sozinho.- Fér sem brincadeirinhas por favor - Olhei fixamente para ele - Traga Kaique de volta.- Olha como naquela noite vamos combinar de ser sinceros - Ele desencostou da pia e foi até a geladeira pequena com alguns adesivos de bandas e a abriu - Nesse momento não posso tira-lo do transe, se o quiser terá que esperar - Ele pegou uma maçã - E enquanto esperamos - fechou a porta - Diga-me como anda Fernanda? - Ele mordeu a maçã com vontade.Quando o nome dela foi dito por ele meu coração disparou mas dessa vez foi de medo, temia que algo acontecesse com ela mais que a mim.- Samara me contou tudo - Ele recosto na pia ainda saboreando a maçã como se soubesse o significado e a história enterrada no fundo da minha mente ligada a maçã - Fique curioso sabe - Gabriel alivio a pressão das punhos e olhou pra mim talvez temendo que eu fizesse algo irracional pelo rumo da conversa - Soube até que há uma recompensa por ela sabia?Dei um passo adiante com muito medo de onde aquela história levaria, senti meu corpo ficar mais e mais cansado cada minuto ali, a dificuldade de respirar a dor que agora se espalhara pelo corpo e me questionava se Gabriel estava sentindo os mesmos efeitos.- Eu não sei qual o seu jogo - Cruzei os braços para disfarçar a fraqueza que se instalava no meu corpo - então nem vou perde meu tempo com isso.- Rafaela - Ele soltou um logo suspiro de descontentamento e balançou a cabeça em negativa e depois me encarou serio com olhos gélidos e vazio - acabei de dizer para você que serei sincero e espero o mesmo - Ele jogou o miolo da maçã dentro da pia - Então nada de JOGOS! - Ele começou a frase baixa, mas gritou no final me assustando e Gabriel também o que nos fez recuar um passo no ato - Me diga o que fez para Lilith soltar aquelas imprestáveis? - Ele voltou a tom sereno e seus olhos parecia agora apenas vazio.- Um acordo.- E o que ela queria de você? - Ele cruzou os braços parecia curioso.- Um favor - Gabriel arregalou os olhos quando me fitou aparentemente questionando por que eu mentira, mas a verdade é que eu não poderia contar o que de fato ela pediu.- Que favor? - Ele franziu a testa e agora parecia mais interessado no rumo da conversa.- Ela disse que na hora que ela precisasse viria até mim cobrar - Ele pareceu pensar em algo e logo deu de ombros convencido pela minha resposta.- É bem a cara dela fazer essas coisas.- Eu acho que já chega desse papinho, Quando Kaique voltara - Gabriel falou ríspido.- Sei que isso pode parecer surpresa para você mas Kaique veio até mim de livre e espontânea vontade - Ele deu um sorriso de lado - Você é tão patético que seus outros amigos perceberam e só você continua defendendo um traidor.- Você o manipulou, o seduziu com suas mentiras - Ele cuspiu as palavras - Ele jamais faria isso.- Tão patético - Bernardo não tirava o sorriso do rosto - não seja tão burro meu rapaz - olhou para mim - Como acha que pode me derrotar com ele - apontou para Gabriel - Talvez Rafaela tenha me assustado aquele dia com seus olhinhos de demônio mas pelo que vejo está sozinha.- Ela não está sozinha!! - Gabriel explodiu em fúria.- Você não é ninguém rapaz - Ele fitou serio Gabriel.Gabriel avançou rápido na direção de Bernardo e deferiu um soco; Bernardo desequilibrou deixando o corpo cair de lado e no mesmo instante Gabriel o pegou pela camisa fazendo o ficar de pé encara-lo. Bernardo parecia meio desnorteado pelo soco e enquanto Gabriel o segurava com ódio.- Fala agora que não sou ninguém.Bernardo pareceu se situar e colocou as mãos sobre as de Gabriel apoiando enquanto o mesmo o encarava com olhos faiscantes de raiva e fúria. Ele apenas começou a rir descontroladamente e Gabriel ficou surpreso com reação do outro e afrouxou as mãos sobre a camisa.- Olhei pra você - Ele parou de rir e falou firme - Não consegue nem controlar esse instinto animal - Gabriel continuava a olha-lo só que agora a fúria sumira de seus olhos e restara apenas a perplexidade - Olhei para ele - Indicou com a cabeça para Kaique - e para você tão fracos e desesperados procurando por um lugar que os aceite - Gabriel o solto e afastou um passo com a cabeça baixa; meu coração estava angustiado por ele, sentia sua dúvida, seu medo e sua impotência diante da situação as palavras de Bernardo se tornava verdades amargas - Olhei para mim!! - Gabriel levantou a cabeça - Ela na verdade não precisa de pesos mortos como vocês.- Gabriel olha pra mim! - Dei alguns passos e ele desviou olhar para mim - Vocês não são nada disso, não escute ele.Ele olhava para mim mas parecia perdido e confuso distante do que era a poucos minutos e distante do que já fora um dia.- Ela mente para você - Ele sorriu e despertou novamente a atenção dele para si - Ela sempre mente para você, ela está sempre acima de você, espreitando nas suas fraquezas para que ela se sobressaia a suas custas, ela não quer que me escute porque digo a verdade você não passa de bucha de canhão pra ela, mas comigo você será grande e poderoso como nunca imaginou.- Não é verdade, por favor me escute - Gabriel olhou pra mim ainda tentando entender tudo e cada vez eu sentia se perdendo dentro de si.- Ela quer dar ordens em você, comigo você dará as ordens.- Para com isso, Gabriel lembre-se de quem você é.... Somos iguais.- E o que é você rapaz? Um zé ninguém - Fér o empurrou e ele caiu no chão sentado atônito e confuso - Rafaela - Olhou para mim - precisa de amigos melhores - Ele recostou na pia e cruzou os braços novamente - Eu sou o abissal do decimo terceiro portão é para lá que vai todo o suicida e sabe seus amigos aqui tem um potencial que até me assombra.Gabriel balançou a cabeça voltando a entender tudo a sua volta e levantando rapidamente surpreso em um pulo se afastando.- Ta como medinho? - Ele fez uma vozinha e biquinho - eu posso ver dentro da sua alma rapaz, suas falhas e seus medos.- Foi isso o que fez com ele? - Apontei para Kaique.- Não, já disse ele veio de livre de espontânea vontade me dizendo que esse é o lado vencedor - Ele sorriu - Sei que parece difícil vindo de mim, mas ele é um traidor da causa e particularmente eu - deu uma picada - adoro um traidor.- Vamos embora - Gabriel passou por mim sem olhar para trás.- Acho que foi demais para ele - Colocou a mão sobre o queixo.- Eu vou - Senti meu peito queimar e agora podia ver a casa toda marcada de sigilos brilhantes e a áurea negra grande dele como um buraco negro sugando tudo a sua volta, Kaique ainda estava de joelhos alheio a tudo e sob ele estava um pentagrama enorme com muitos símbolos - terminar o que comecei aquele dia.A porta atrás de mim fechou fazendo um grande estrondo e Fér sorriu como se esperasse por aquilo desde a noite no bar, sua revanche. - Rafaela?! - Bateu na porta um Gabriel desesperado - Rafaela?! - Bateu mais forte.- Ele pode bater o quanto quiser que ela só vai abrir se eu quiser ou você cumprir sua promessa e me tirar desse corpo - Ele desfiou.- Então vai ser na segunda opção - Sorri confiante. *********Fora da casa Gabriel passou a mão com desespero pelos cabelos olhando a porta fechada em um silencio absoluto, nenhum som saia de lá de dentro e seu coração se angustiava por ter saído sem Rafaela. Pegou o celular no bolso com presa e ligou para Lucas, cada toque era um ponto a mais de desespero aumentando até que por fim atendendo. - Onde você está? - Sem dar chances de Lucas falar qualquer coisa.- Estou saindo da casa da Bella agora, aconteceu alguma coisa? - Ele falou já percebendo pelo tom de Gabriel.- Edmundo está com você? - Pensou que ajuda do jovem mago seria um trunfo mais já que Rafaela tinha mencionado os sigilos.- Ele já foi faz um tempo, Gabriel o que aconteceu? - Sua voz era urgente.- Pega Bella, Alameth sei lá e desce para casa do Bernardo agora, Rafaela está presa dentro da casa com ele e Kaique - Resumiu o máximo que pode - Vem logo.- Calma, como assim presa?- Lucas venha caralh*!! - Perdeu a paciência.- Estamos indo - Encerou a chamada.Gabriel volto a fitar a porta imóvel e silenciosa temendo pela vida da amiga, culpando-se por sua estupidez e arrogância sem limites.
- Qual vai ser mano a mano dentro da sua cabeça? - Propôs ele tirando um giz branco do bolso.- Que seja - Engoli seco lembrando que minhas habilidades no astral ainda estavam medianas mas agora não teria volta.- Gosto assim - Estalou os dedos e Kaique caiu no chão inconsciente.- Você disse que não podia tira-lo daí - Cruzei os braços.- Eu disse que não podia acorda-lo - puxou o corpo pelas pernas para o quarto e volto desenhando um círculo no chão animado - Admiro sua coração Rafaela - Ele continuou fazendo os símbolos fora e nas bordas do círculo perfeito - Sabe que se conseguir matara o garoto né - Ele olhou para mim levantando - Estou aqui desde os treze anos dele, desde de que ele se suicidou - Estendeu os pulsos mostrando as marcas - Pode lidar com isso?- Então vamos aumentar as apostas - Respirei fundo - Se eu ganhar e te chuta por inferno você o traz de volta.- Sabe que não posso - Ele olhou sério - Ele morreu naquele dia e seu sacrifício me trouxe como já disse pode lidar com isso?- Não dá para salvar todo mundo - Dei de ombros ainda com uma ponta de angustia pelo garoto, eu tinha uma missão maior que era colocar Fér no seu lugar assim tudo aqui voltaria ao normal, os vizinhos, Kaique e o resto do pessoal que estava em volta de Bernardo.- Vamos ver na pratica - ele sentou meu chamando com mão - Hora da verdade - Os olhos dele ficou vermelho com sangue e eu me sentei na sua frente tentando controlar o quanto eu estava nervosa.Ele estendeu os braços e segurei com firmeza assim como ele também o fez e uma corrente de energia passou pelo meu peito rasgando como uma espada em brasa.
Continua....
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: