CapÃtulo 76
-- Eu lhe amo! – sussurrou no ouvido da morena que beijava e mordiscava seu pescoço. – Mel, deixa eu lhe sentir dentro de mim. – pediu sussurrando.
-- Vem amor, quero sentir seu gosto. – abaixou-se para ch*pá-la. – Gostosa... – a introduziu com dois dedos e gem*u ao sentir o corpo da veterinária tremer.
-- Mel, eu vou goz*r... – Camila acordou assustada com a realidade do sonho. – Merd*! Eu tenho que esquecer essa garota. – bateu na cama irritada e ouviu alguém chamando-a na porta. – Melhor não ser você. – pensou em Melissa. Ainda estava de roupão, abriu sem se importar e deu de cara com Vanessa.
-- Acho que cheguei em uma boa hora. – disse olhando para o roupão que deixava aparecer os seios da veterinária.
-- Oi Vanessa. – respondeu um pouco desapontada e ajeitou o roupão.
-- Nossa, esperava outra pessoa?
-- Não entendi. – a delegada se explicou.
-- A sua expressão de desanimo ao me ver. – Camila forçou o sorriso.
-- Não... Desculpe. Estava dormindo e me assustei quando tocou. – forçou um sorriso.
-- Não sabia que estava dormindo, desculpe... – ficou sem jeito e só então Camila percebeu que não havia a convidado para entrar.
-- Não quer entrar?
-- Não atrapalho? – Camila revirou os olhos e fez sinal para a delegada entrar. – Eu queria só passar um tempo aqui, com você.
-- Deixa só trocar de roupa. – fez menção em sair, mas Vanessa a segurou.
-- Eu não consigo mais resistir. – puxou para um beijo que não teve resistência. Camila estava carente e se deixou levar, apenas aproveitou. Vanessa soltou o nó do roupão e a olhou, pedindo permissão, a veterinária sorriu e voltaram a se beijar. As mãos da delegada percorreram o corpo de Camila, sentindo-o e puxando-o para si. – Camila... Eu não tenho como explicar...
-- Psiu! – silenciou com um beijo. – Quer conversar ou aproveitar? – a delegada sorriu e puxou, mas Camila conseguiu se afastar e levou para o quarto.
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-- Cristina, posso entrar? – Melissa estava deitada em sua cama, com o olhar perdido. Ester abriu a porta, mesmo sem o consentimento da filha, entrou e a observou com pesar.
-- Mãe, eu não preciso de pena. – Ester se aproximou e sentou na cama e puxou a filha para seu colo.
-- Não estou com pena, mas preocupada.
-- Mãe, conversamos mais cedo, estava tudo bem.
-- Minha filha, não acredito que Isadora tenha outra pessoa.
-- Nós vimos. E por que ela não desmentiu?
-- Estava na hora do negócio... Era um show? – Melissa virou a cabeça e olhou para mãe, estava incrédulo. - Por que não espera a explicação dela?
-- Sinceramente? Eu não sei se isso tem uma explicação. – respondeu com pesar.
-- Não seja igual ao seu pai ou seu avô, você é mulher, sua natureza vem com uma intuição como item de fábrica... – brincou enquanto alisava a cabeça da filha.
-- Mãe...
-- Você é inteligente Cristina, não se engane com tudo o que vê, pessoas inescrupulosas conseguem manipular até a vida real, quanto mais imagens. – a morena se entregou aos carinhos da mãe até adormecer.
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-- Meu filho, como você está magrinho. Não tem se alimentado direito? Aquela mulher não era apropriada para você, no entanto, cuidava melhor e lhe dava comida.
-- Mãe, escute o que vou falar, não terei muito tempo.
-- Essa mulher não cuida bem de você...
-- Mãe, pare! – segurou a mulher mais velha pelos ombros. – A senhora precisa marcar com Enrico um encontro com Cristina. Entendeu?
-- Mas meu filho...
-- Eu vou morrer, preciso que a senhora me ajude. Entregue isso a ele e peça para leva-la neste local.
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-- Pai, não acha que está tarde?
-- Não temos escolha, Rodrigo está muito febril. – olhou para o filho mais novo. – Não se preocupe, iremos todos juntos, Haidê só foi abastecer.
-- Ulisses fala de tantas tragédias que me dá medo sair muito tarde. – Telêmaco estava com receio de sair, sentia um nó na garganta, mas, diante da gargalhada do pai, resolveu ficar com a intuição só para si.
-- Seu problema é ouvir demais seu irmão, ele sempre é muito exagerado. – disse sorrindo. – Vá lá chamar sua mãe ou ela vai nos atrasar mais. – passou a mão na barba, sabia que seu filho era exagerado, mas tinha medo de suas colocações. Depois do assassinato da esposa de Ulisses, o vínculo entre ele e Haidê havia aumentado, dava graças aos deuses por isso, afinal, alguém para apoia-lo.
-- Pai... – Haidê o chamou pela segunda vez, despertando-o dos seus pensamentos.
-- Seu irmão?
-- Foi chamar a mãe.
-- Ulisses.
-- Ficou na cidade, um amigo queria conversar com ele.
-- E Roberto?
-- Está em uma investigação.
-- Graças aos deuses. – Haidê revirou os olhos e foi buscar o filho.
-- Vamos antes de anoitecer. – pegou o filho e foi em direção ao carro.
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-- Cara, isso é surreal. – Ulisses estava surpreso com o que Enrico acabava de lhe contar.
-- Eu não sei se falo ou não para Cristina.
-- Ele falou o que pretende conversar com a Cris?
-- Não. Isso que me tormenta. – Ulisses ficou quieto, pensando na situação.
-- Se ela topar, nós podemos armar um esquema. – Enrico prestava atenção enquanto ouvia o amigo. – Pegamos todos através dele.
-- Acha mesmo que ele vai entregar os comparsas?
-- Esses são os que mais cantam no momento da jaulinha.
-- Tenho medo de ser alguma armadilha de Bruna para pegar Cristina. Ela a conhece bem e sabe que Cris não fugiria de um confronto.
-- Enrico, isso pode ser um ponto positivo para gente.
-- Eu tenho medo que aconteça algo com Cristina.
-- Vamos planejar tudo, fique tranquilo. – sorriu. – Assim de longe, cabelos preso e óculos, minha irmã se parece muito com a Cris.
-- São bem parecidas, mas o cabelo de Haidê, hoje, está bem maior. – Ulisses coçou a cabeça.
-- Vamos pensar.
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Haidê observava o filho, sentado em uma cadeira. Ela havia colocado o termômetro no menino e viu que a febre aumentava.
-- Papai, a febre voltou.
-- Minha filha, não acha mais prudente pararmos na cidade e levarmos ao hospital antes de prosseguirmos para São Paulo?
-- Acredito que seja melhor mãe. – o pai de Haidê entrou em uma rotula e seguiu no sentido contrário, a estrada estava tranquila, ele guiava com cuidado e em uma velocidade controlada, mas, um caminhão, saído de uma estrada secundária, atravessou a rodovia e pegou a lateral do carro, jogando-o para fora.
O lado em que estavam Telêmaco e sua mãe, os passageiros do lado esquerdo ficou completamente amassado pelo impacto. Petros ainda estava vivo, cheio de cortes e com a perna presa nas ferragens. Haidê havia batido com a cabeça, tinha um corte imenso na testa, ouviu os gemid*s do pai.
-- Pai, eu vou soltar Rodrigo e lhe solto. – o homem parecia atordoado com a batida, gemia sem parar e não respondeu a filha. – Tel... Tel... – chamou o irmão enquanto tentava soltar o filho. Uma faísca de fogo surgiu na frente do carro. – Telêmaco! – gritou e só então percebeu que o irmão havia morrido. – Pai... Pai, preciso que se solte... – procurou por algo que cortasse dentro da bolsa do filho, sabia que tinha um canivete, mas estava em sua mochila, na mala do carro. Conseguiu sair e gritou por socorro enquanto tentava abrir a mala, sem sucesso. Ela voltou a entrar e puxar a cadeira do filho, o fogo aumentou, ouviu o gemid* alto do pai, permaneceu pedindo socorro e sentiu quando uma pessoa a puxou pela cintura. Quando estava distante do carro alguns metros, viu o carro explodir e sentiu quando alguém jogou uma manta sobre seu corpo e só então percebeu que estava com a roupa queimada.
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-- Doutora Camila, sua nova assistente chegou. – Camila estava arrumando suas coisas na nova sala, ela parou e olhou para secretaria da presidência.
-- Será que precisa de tudo isso? – Ada sorriu.
-- Doutora, acredite, estou aqui desde a época do senhor José, existem períodos que isso aqui fica um movimento...
-- Já passei por isso. – respondeu em tom de brincadeira.
-- Eu posso chama-la para lhe apresentar?
-- Claro. – sorriu. – O nome dela é... – pensou um pouco. – Emília?
-- Sim, a mesma do currículo que a senhora aprovou. – Camila fez sinal para que chamasse a assistente. Ada saiu e chamou a jovem veterinária. – Doutora Camila, esta é Emília Oliveira. – Camila a olhou e pediu que sentasse.
-- Emília, pode sentar, por favor. – olhou para secretaria. – Ada, você pode avisar Melissa que preciso conversar com ela?
-- Falo sim, mas a doutora ainda não chegou. – Camila olhou o relógio e estranhou a ausência da morena.
-- Ela ligou? Avisou que iria se atrasar?
-- Não. – a veterinária se preocupou mais.
-- Por favor, tente localiza-la. Essa situação que vivemos me deixa preocupada, e tem Enzo...
-- Falo com ela. – Camila olhou para nova assistente e pediu desculpa.
-- Emília, desculpe. Vamos lá? – sorriu e foi correspondida.
-- Tudo bem. – sorriu com timidez.
-- Não lembro bem, mas você tem pouco tempo de formada.
-- Sim, só dois anos.
-- Trabalhou em uma clínica, não é isso?
-- Sim. – respondeu nervosa e Camila percebeu. Havia dado essa oportunidade pela história de vida da menina que foi contada pela chefe do RH. Sabia que Melissa, iria contestar se soubesse, mas resolveu bancar.
-- Olha, o trabalho aqui não é nenhum bicho de sete cabeças. A princípio você vai me acompanhar nas visitas técnicas e observar, além de me ajudar com a organização destes papéis. Não podemos perder os prazos, respeitar as datas.
-- Nós que faremos o monitoramento das vacinas, compras e tudo relacionado aos cuidados dos animais?
-- Antes essa função era minha, eu supervisionava tudo isso e ainda respondia os pareceres técnicos...
-- A senhora fazia tudo então. – Camila sorriu.
-- Mais ou menos isso. – respondeu sorrindo. – Agora farei tudo isso e mais um pouco. Só lhe peço para me tratar como você, não sou tão velha assim.
-- Imagina, a senho... – corrigiu-se. – Você é bem nova. – Camila sorriu e prosseguiu com as explicações.
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-- Bom dia dona Ada! – Melissa passou pela secretaria, estava séria e um pouco abatida.
-- Bom dia! – pegou alguns papéis e seguiu a presidente da empresa. – Tenho alguns documentos para senhora e recados.
-- Não estou para ninguém. – respondeu enquanto colocava a bolsa sobre uma pequena mesa. – Cancele qualquer reunião ou outros compromissos, quero resolver os assuntos pendentes e voltar para casa.
-- A doutora Camila pediu que entrasse em contato, achou estranho seu atraso, associou a algum problema com o pequeno Enzo. – Melissa prestou atenção no que a velha senhora lhe falou.
-- Acho melhor falar logo com ela. – pegou uma pasta com papéis e saiu, deixando-a sozinha para falar com Camila. O telefone da sala da veterinária tocou e ninguém atendeu, ela se levantou e saiu. – Dona Ada, vou até a sala de Camila, qualquer coisa me chame. – quando Melissa entrou, viu uma jovem sentada na ante sala e estranhou. – Quem é você? – Emília achou a morena um pouco arrogante, mas preferiu não falar nada, era seu primeiro dia e precisava do emprego.
-- Sou a nova assistente da doutora Camila. – respondeu com simpatia.
-- Considerando que ela nunca teve uma... – revirou os olhos e foi para sala de Camila.
-- A doutora não está. – afirmou.
-- Quando voltar diga para ir na minha sala.
-- Desculpe, mas não sei seu nome. – Melissa não estava no seu melhor dia, e quando ia responder Camila apareceu.
-- Melissa... – a morena olhou para veterinária e abriu um sorriso. – Emília essa é a presidente da empresa... – sorriu amenizando o clima. – A nossa chefe, Melissa Cristina.
-- Desculpe, eu não sabia... – tentou se desculpar e mais uma vez Camila a interrompeu.
-- Não se preocupe, normal no primeiro dia não conhecermos as pessoas que irão trabalhar conosco. – olhou para Melissa e a empurrou para dentro da sala.
-- Ei, calma aí, que pressa...
-- Estou preocupada.
-- Com que?
-- Aconteceu alguma coisa com Enzo?
-- Claro que não. Por que essa preocupação toda?
-- Mel, você já viu sua cara hoje no espelho? – Melissa sentou na cadeira e avaliou a veterinária.
-- Não sabe o que aconteceu?
-- Se soubesse não estaria preocupada, achando que aconteceu algo com Enzo.
-- Isadora me traiu. – Camila parou e a observou sem entender.
-- O que? Como assim? – Melissa explicou tudo para veterinária que permaneceu quieta, ouvindo atentamente.
-- E foi isso. – concluiu desanimada.
-- Mel, eu não gosto de mentir e falar meias verdades...
-- Eu sei que vai jogar na minha cara as escolhas erradas que fiz... – declarou interrompendo-a e foi Camila quem a interrompeu.
-- Não, eu iria dizer que imaginava você mais inteligente. – os olhos azuis se abriram mais, estava surpresa. – Agora você vai ficar quieta e me ouvir. – declarou em um tom grave. – Eu não quero que Enzo seja inseguro e imaturo, com estas suas dúvidas.
-- Está louca? Eu vi a cena na internet.
-- Melissa Cristina, raciocina bem com tudo. – argumentou com calma, como se explicasse a situação a uma criança. – Acha mesmo que ela iria lhe trair em rede internacional e depois tentar explicar a situação? Isadora não tem motivos para lhe enganar, pelo contrário, a garota veio até aqui e logo depois que se entenderam você leva um tiro. Não tem noção de como ela estava naquele hospital, parecia uma morta viva, chorava e ainda aguentava em silêncio as indiretas grosseiras do seu pai. – Melissa estava com os olhos cheios d´água. – Não quer atender o telefone? Ótimo, mas tenha em mente que está perdendo a oportunidade de ser realmente feliz.
-- Não atendi porque estou chateada. Imagina a vergonha de ter minha namorada sendo beijada na televisão e a outra comunicando o noivado. Ouvi tudo e mais um pouco do meu pai.
-- Orgulho não leva a nada. E esta garota que a beijou sabia que iria prejudicar a situação com você, ela deve conhecer um pouco do seu gênio. – Melissa olhava para um ponto na parede e mantinha os olhos úmidos. – Eu não me incomodo em ficar com Enzo alguns dias para a mãe dele viajar e se entender com a mulher que ama. – a morena a olhou séria.
-- Eu não tenho como ir. – respondeu se levantando.
-- Então tudo bem. – forçou um sorriso. – Só lhe peço para depois não chegar aqui com este humor insuportável e tratando as pessoas com desprezo. – Melissa revirou os olhos com impaciência.
-- Qual é Camila?
-- Ela começou hoje e não era obrigada a conhecer todos aqui, às vezes você age como uma menina mimada e alienada. – foi dura com as palavras.
-- Depois eu que estou com mal humor.
-- Lembre-se que é advogada e deve saber o significado de assédio moral.
-- Não enche Camila. – foi em direção a porta quando ouviu seu nome.
-- Melissa... – ela se virou e olhou para veterinária. – Eu fico com Enzo. – sorriu e Melissa saiu irritada, não olhou para nova assistente. Camila a acompanhou e olhou para a veterinária.
-- Doutora Camila, desculpe...
-- Emília, não precisa se preocupar com isso. – apertou a mão da jovem. – Agora vem que temos muito o que organizar.
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-- Ela não atende as minhas ligações.
-- Não adianta oferecer meu telefone para tentar, ela conhece o código do País.
-- Não adianta nada... – jogou o telefone sobre o sofá e abaixou a cabeça, forçando-a com as mãos. - Ela é empacada como uma mula quando diz que tem razão.
-- Isa, lembra-se quando estava com aquela italiana insuportável? Fomos ao show e ela estava lá, fomos ao cinema e ela estava lá... – Isadora olhou o amigo com uma expressão de dúvidas, sem saber o que queria falar.
-- Pode ataiar? – perguntou ao lembrar da forma como Melissa falava. Francisco revirou os olhos.
-- Ela não está com Melissa, mas Melissa está dentro dela. – resmungou. Isadora levantou a cabeça para olhá-lo com surpresa. - Eu quero repetir as suas palavras da época: “Melissa nunca vai me perdoar”. Ficava com aquela insuportável porque era morena, alta e de olhos azuis. Em nada se parecia com a sua Mel. – imitou a voz da amiga. – Na primeira oportunidade, você foi para o Brasil, repetiu inúmeras vezes que ela não voltaria, e de repente, estavam juntas. – concluiu com deboche. – Como pode isso né? Ela é irredutível, mas cedeu... – Isadora ficou pensativa. – Sabe por quê? Ela a ama mulher. – a loirinha esboçou um sorriso travesso. – Não tem Camila, santa que apareça de repente ou mulher que seja concorrência para você, e falo o mesmo por ela: vocês são uma só.
-- Mas ela é tão cabeça dura... – resmungou.
-- E você também. – os olhos verdes pareciam despertar e emitir uma luz própria. – Tenha fé em si mesma, acredite no amor de vocês e lute por isso.
-- Tem razão. – levantou-se. – Não vou insistir mais em ligações. Em duas semanas tem essa reunião... O valor do contrato é imenso, mas eu tentarei me arrumar se eles não me liberarem.
-- Tenho contatos no Brasil... – sorriu de lado como se tivesse uma ideia - E se esses prêmios serviram mesmo para alguma coisa, quem sabe uma dessas emissoras não bancam o contrato? – Isadora sorriu e pulou nos braços do amigo.
-- Só lamento em ficar longe de você.
-- E quem falou que vai? Agora eu serei nosso próprio empresário e darei um jeito de resolver essa situação. – abraçaram-se e pularam.
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-- Cabeça dura! – Enrico falou quase gritando.
-- Prego mesmo. – Camila constatou.
-- Vai viver infeliz por acreditar numa mentira.
-- Por orgulho mesmo. – a veterinária concluiu com displicência enquanto bebia uma garrafinha de iogurte. Estavam na sala de Melissa enquanto ela permanecia em silêncio, como se evitasse discussões.
-- Porque orgulho? – Enrico perguntou com curiosidade.
-- Por receio de Daniel falar mais sobre as escolhas dela. – Melissa a olhou irritada. – Nem me olhe assim, sabe que é verdade.
-- Gente, mas você está em outra, para que se iludir com essa ideia de que irão voltar? – olhou de uma para outra. – Existe essa possibilidade? – Camila respondeu com firmeza.
-- Nenhuma. Estou em outra muito boa. – piscou para Melissa que continuava olhando-a irritada. – Quer um pouco? Cara feia para mim é fome. – sorriu e olhou para Enrico. – Sempre ouvi minha avó brasileira falar isso, só nunca tinha encontrado a oportunidade de repetir. – concluiu com deboche.
-- Eu não sabia que uma ex pudesse ser tão irônica e malévola. – a empresária quebrou o silêncio.
-- Não viu nada ainda, meu “ex” amor. – deu uma gargalhada e se levantou. – Pega esse telefone agora e liga para a loira, fala logo tudo que está sentindo e desfaz essa armadilha. – Enrico sorriu com o jeito da veterinária, permanecia prática e objetiva. Ele sabia que ela ainda amava a morena e faria de tudo para vê-la feliz.
-- Não enche Camila. – a veterinária pegou o telefone da morena, colocou a senha de desbloqueia que conhecia bem e procurou pelo telefone da loirinha.
-- Eu vou me declarar para ela e confessar que a amo. – Melissa a olhou sem entender e viu que estava discando o número de Isadora. Imediatamente ela pulou e tomou o telefone. – Eu não tenho assunto, e se ligar será para confessar que a amo. – sorriu com deboche. – E como amo. – piscou para Enrico.
-- Tá. – os dois se olharam surpresos. – Eu vou até lá e resolver isso pessoalmente.
-- Eu fico aqui enquanto isso. – Enrico se ofereceu. – Agora Camila faz parte da direção, pode muito bem me ajudar nas decisões.
-- Eu fico com meu gatinho, sem problema algum. – referiu-se a Enzo. Foram interrompidos por Júnior que entrou de repente com Ada logo atrás.
-- Doutora Cristina, ele entrou sem esperar ser anunciado... – justificou-se para Melissa antes de ser repreendida.
-- Pode deixar dona Ada, acredito que este energúmeno tem algo de muito importante para falar. – olhou para o loiro que parecia assustado.
-- Eu não gosto muito de legumes não, Mel. – Melissa revirou os olhos enquanto os outros riram.
-- Ataia Júnior. O que você tem de tão urgente para falar?
-- Mel, eu tava na academia, tá ligada? E tem o “poliça” lá daqueles parecido com os homens de pretos, ele disse que a bonitona tá toda queimada como a Fulana Charque.
-- O que? – Enrico não acreditou no que ouviu.
-- Quem? – Camila ainda conseguia se assustar com as palavras de Júnior.
-- Ele chama Haidê de bonitona. – Melissa explicou e se levantou, aproximou-se de Júnior. – Repete o que aconteceu com Haidê.
-- Ela tá queimada.
-- Ela se queimou? – Enrico perguntou.
-- Danw! Não né. Se ela tivesse se queimado seria burrice. – imitou o som de um jumento. – Ela tá no hospital porque queimaram ela como a Fulana...
-- Entendi. – Melissa gritou enquanto Camila olhava surpresa para Júnior. – Enrico, você tem o telefone de Ulisses?
-- Como ele pode ter o telefone de Ulisses? O telefone não é de Ulisses? O que aconteceu? Vocês beberam o que? – Júnior perguntou com deboche. Enrico revirou os olhos e respondeu a Melissa.
-- Eu vou ligar para ele. – aguardaram a ligação, mas não teve sucesso. – Caixa postal. – concluiu com pesar.
-- Dona Helena. – pensou um pouco e completou. – Não vamos chama-la, talvez ela não saiba e ainda enfi*mos os pés pelas mãos.
-- Aquela sua amiga... Mari? – Camila perguntou.
-- Mariana, valeu Cam. – pegou o telefone e ligou para a advogada. – Mari...
-- Cristina, você ficou sabendo?
-- Só que algo aconteceu com Haidê. – a advogada falou sobre tudo e informou que estava no hospital de uma cidade próxima a fazenda dos familiares da agente.
-- Cristina, Ulisses está fora do ar, sem conexão com a realidade.
-- Igual a época...
-- Sim. – respondeu antes que ela concluísse. – Pior que aqui não tem muitos recursos e o médico confessou que ela precisa de uma UTI e cuidados especiais.
-- Então é grave?
-- Queimaduras de terceiro grau.
-- Deus! Mari, converse com o médico e veja o melhor lugar para transferi-la, o melhor hospital.
-- Pensamos sobre isso, mas não tem como ela ir em ambulância.
-- Helicóptero? Avião? Veja o que ele recomenda, estou aqui aguardando sua resposta para providenciar.
-- Cris, não sei se eles terão condições de bancar isso agora.
-- Mariana, eu estou bancando. – respondeu com firmeza. Ela desligou e explicou o que havia acontecido para os amigos.
-- Quem fez isso Mel?
-- Eu não sei. – olhou para Enrico. – Tem como investigar com seus amigos se isso é coisa do trio?
-- Esse negócio de terceiro grau... Isso em escala de churrasco é como? – Júnior perguntou e Enrico o interrompeu.
-- Se Ulisses está lá, dona Helena ficou com Yan?
-- Não perguntei. – pensou. – Vamos aguardar Mariana e pergunto sobre ele para ela. Olhou para Camila e explicou. – Ele é um pouco mais velho que Enzo.
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-- Qual é o problema em se pegar um moleque de um ano?
-- Dona Bruna, ele não fica sozinho.
-- E que merd* de babá é essa que você disse que tínhamos nos ajudando? Já gastei muito dinheiro com isso e não houve progresso.
-- Dona Bruna...
-- Márcio, leve este homem daqui e lhe dê um prazo para pegar o pirralho ou eu mesma meto uma bala no meio dos olhos dele. – o homem de um metro e noventa e bem musculoso empurrou o jovem faxineiro da empresa de Melissa.
-- E agora? – Timóteo perguntou baixinho.
-- Esperar o resultado dessa conversa com Márcio. – serviu-se de uísque.
-- E Joaquim?
-- Saiu cedo, foi pescar.
-- Bruna, eu não confio nele, vai nos trair.
-- E quem garante que o contrário não aconteça antes? – riu, mas Timóteo estava receoso com a liberdade do homem mais novo.
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-- Isa, onde você está?
-- Ué, encerrando a matéria que você passou para mim.
-- Vem para cá, Smith acabou de subir para reunião com a diretoria.
-- Mas isso seria em duas semanas. – afirmou surpresa.
-- Anteciparam. – olhou para porta e viu que alguém se aproximava. – Vem logo, tem uns babados fortes aqui e acho que você tá no meio.
-- Como?
-- Vem que chegou a hora de decidir nossa vida.
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-- Está bem. – passou a mão pelo rosto. – Eu vou até o apartamento de Ulisses e peço a pessoa... Babá...
-- Nicki. O nome dela é Nicki. Não trabalha para Ulisses, ela ficou com Yan pela amizade. – Mariana explicou.
-- Certo. Então eu deixo na casa de dona Helena e depois?
-- Ela vai querer vir para cá. Cris, não deixa, ela está abalada com tudo.
-- Mari, sei que é difícil, mas preciso perguntar... – olhou para Camila que balançou a cabeça incentivando-a. – Os corpos?
-- Pelo que a polícia me falou, não sobrou muita coisa.
-- Já liberaram?
-- Ainda não. A única coisa que Ulisses falou foi que queria jogar as cinzas na fazenda.
-- Qualquer coisa, avisa que tento resolver.
-- Obrigada Cris.
-- Haidê fez muito por mim, isso é o mínimo que posso retribuir. – desligaram e Enrico se aproximou.
-- Quer que eu vá pegar Yan?
-- Eu tenho que ir, preciso conversar com dona Helena. Ela ficou muito abalada com tudo.
-- Mel, estou com a cadeira de Enzo no carro, posso ir com você e depois lhe ajudo com a avó dela.
-- Vou aceitar sim.
-- Mas os seguranças irão atrás. – Enrico interrompeu preocupado. Melissa o avaliou preocupada.
-- Eu lhe conheço desde que era bebê, não esconda nada de mim. - o moreno coçou a cabeça e confessou.
-- Ontem conversei com Ulisses, por isso não imaginava nada disso.
-- Alguma coisa sobre esse acidente? – Camila perguntou preocupada.
-- Não.
-- Fala Enrico, até eu tô mafioso pra saber. – Júnior estava sentado ao lado de Melissa que lhe deu um cascudo. – Aí! – passou a mão na cabeça. Enrico olhou para os três e mostrou o papel, depois explicou tudo.
-- Primeiro a mãe dele me deu o papel, eu neguei leva-la até lá, depois ele entrou em contato comigo e conversamos. Ele precisa falar com você.
-- Espera! – Camila interrompeu. – Primeiro resolveremos a situação do filho de Ulisses, depois pensaremos neste pedido absurdo.
-- Cam...
-- Não Melissa. – estava preocupada. - Depois pensamos nisso. – falou olhando para Enrico.
-- Melhor resolver a situação de Haidê primeiro, depois pensamos nisso. Só vou reforçar a segurança.
-- O mundo parece que resolveu desabar na minha cabeça de ontem para hoje. – reclamou.
-- Eu me coloco no lugar de Haidê que perdeu o filho. – Camila lamentou. – Quantos anos ele tinha?
-- Cinco anos.
-- Um bebê, Mel. – estava com os olhos cheios d´água. – Eu não consigo imaginar algo assim acontecendo com...
-- Não vai. – interrompeu com autoridade. – Nada acontecerá com Enzo. – olhou com firmeza entre Enrico e Camila. – Júnior, você vem com a gente.
-- Eu?
-- O armário atrás de você. – o loiro olhou para trás. – Ele ficará com Yan, será a sombra do menino.
-- Tem certeza disso? – Camila estava com dúvidas.
-- Não se preocupe, na hora certa ele é bom de porr*da. – o jovem loiro pulou e fez um golpe no ar.
-- Aonde a porr*da? – Camila revirou os olhos.
-- Enrico, tem como arrumar mais alguém para cuidar deles?
-- Posso pensar.
-- Dona Helena e ele com um bebê...
-- Vamos. – Melissa chamou os dois. – Enrico, por favor, pode falar com vovô sobre esse contato de Joaquim?
-- Certeza?
-- Sabe que o velho é bem mais articulado do que nós dois juntos. – piscou para o tio que entendeu o recado.
Fim do capítulo
Ei pessoal, cadê os comentários? Assim enfraquece a amizade. Bjs e bom final de semana.
Comentar este capítulo:
Baiana
Em: 25/03/2018
Poxa, Tadinha da Haidê!
Tirei o chapéu para a Camila,ela não se aproveitou do momento e também já está seguindo em frente com a delegada. Só espero que nada de mau aconteça com o Enzo e que esse trio possa pagar por tudo de ruim que fizeram.
Resposta do autor:
Oi Baiana, quando imaginei a Camila e foi tomando o espaço dela na história, conversei com minha esposa e ela disse que faltam poucas Camilas Sanders no universo. É um ser único, e dona Helena vai falar isso neste capítulo que postei hoje. Tem um trio para fazer mal ao menino e um trio de mães para protegê-lo. Fique tranquila. kkkkkkkkkkkkk Beijos e aproveita a leitura.
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Mille
Em: 25/03/2018
Olá Rafa
Só espero que com o acidente da Haide a dupla do mal nem sequestre o Enzo.
E essa reunião vai ter treta e colocar Isa distante da Mel.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
A Isa já se meteu em muitas confusões, essa reunião vai ser café pequeno. Coloquei o acidente de Haidê para vocês entenderem melhor Coincidências, lembra-se que não expliquei muita coisa por lá e ainda joguei o Júnior no meio de tudo? Agora aproveitei a oportunidade para explicar. Beijos e boa leitura.
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Lili
Em: 25/03/2018
Pqp essa dupla tá parecendo a Marieta Severo na novela das 21 ou pior.
Mas vamos que vamos esperando a Mel resolver da maneira magavilhosa. Kkkkkkk
Resposta do autor:
Essa dupla planeja, planeja mas as execuções... Isso são outros quinhentos...kkkk A Mel vai aparecer de um jeito que vocês esperavam para resolver essa pendenga. Beijos
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