CapÃtulo 15 - Koyaanisqatsi
Montserrat
Estacionei o meu carro na vaga de sempre no meu ateliê e saí dele já com a bolsa na mão. Conferi minha roupa, ajeitei meu cabelo no espelho escurecido por insulfilm e desfiei alguns cachos conforme passei meus dedos entre eles.
O meu salto fazia barulho por causa dos meus passos firmes. Abri a grande porta para entrar de uma vez. Caco assustou-se como sempre e apertou o nó da gravata no pescoço.
- Bom dia, senhora Schubert.
Não respondi e peguei o caderno para conferir se todos os funcionários chegaram.
- Vivian está testando a minha paciência? Já é a segunda vez que ela se atrasa só esta semana.
- Não, não, senhora. Vivian está com a mãe doente e passou antes no hospital.
- Virou advogado de defesa dela agora, Caco?
Uma esbaforida Vivian abriu a porta da empresa e congelou ao ver a minha imagem. Tentando se ajeitar de toda forma para não parecer que veio correndo, vi a mulher respirar fundo três vezes e amarar os cabelos loiros platinados em um coque.
- Mil desculpas, Montserrat. A minha mãe teve alta e eu a levei para casa. Mas o que você pediu ontem já está na sua mesa, sem atrasos.
- Que bom que sua mãe teve alta, assim você não arranja mais alguma desculpa para chegar quase na hora do almoço - exagerei, não são nem 10 horas da manhã. - Sem atrasos sim, mas espero que no mínimo excelente.
Dei as costas para ambos não sem escutar o suspiro pesado de Caco.
Passei rápido pelas mesas de cada um dos meus funcionários que me auxiliam nas criações. Cumprimentei devidamente apenas Charlotte que se tornou uma amiga e tanto nos últimos anos.
No caminho da minha sala, vi Carlos com a cara séria e alguns papéis em suas mãos. Entrei na minha sala, sentei-me confortavelmente na minha poltrona a espera dele.
- Bom dia, Montserrat.
- Pois não, Carlos, qual o problema? Não tem um dia que você possa resolver as contas sem ter que me consultar?
- Não estou para brincadeirinhas, Montserrat. Nem para o seu mau humor debochado. O assunto é sério.
- Também não estou aqui para brincar. Anda, diga.
Empurrando um papel com alguns números em marca texto fluorescente na minha direção, ele uniu as duas sobrancelhas fechando ainda mais o rosto.
- Temos uma transferência de 100 mil euros da conta da empresa. É um desfalque e tanto para se fazer sem me consultar, Montserrat.
Dei risada ainda olhando o papel. Balancei um não com a cabeça para ele e joguei de volta a folha que ele tinha me dado.
- Desfalque? Eu peguei o dinheiro da minha empresa e tenho que te consultar? Por favor, Carlos, tenha dó! Desde quando eu tenho que pedir algo para você?
- Eu controlo as contas, Mon! Esse dinheiro é da empresa.
- A empresa é de quem?
- Sua! Mas...
- Mas a sua frustração não te deixa admitir que eu administro muito bem. Está faltando dinheiro no caixa? Está faltando dinheiro para investir? Está faltando seu salário? Você fala como se eu fosse uma descontrolada e minha empresa estivesse para falir.
- Hoje tem, mas se você continuar neste ritmo de gastança com sei lá o quê, vai faltar dinheiro sim. Anos atrás esse ateliê tinha um caixa bem mais robusto.
- Para você deve ser um prazer ver tanto dinheiro, mas você tem que ter consciência de que não é seu e tem que dar graças a Deus por ainda eu manter seu emprego mesmo sem precisar de sua ajuda.
- Se você não precisa dos meus serviços, querida, então me demito.
Encarei meu amigo desde os tempos de escola e senti uma tristeza pela nova discussão. Eu já não estava gostando das intromissões dele há tempos e sua curiosidade por saber com o que eu gasto o dinheiro é perturbadora.
- Você quem sabe, Carlos. Sabe que é e sempre será meu amigo, mas hoje como profissionais não estamos nos entendendo.
- Nessa sua porcaria de empresa, alguns ainda aguentam a sua grosseria por causa do salário, outros por você promover a carreira, mas se você continuar nesse caminho, ninguém te suportará mais. Eu estava aqui pela nossa amizade, porque quero entender como de uns quase três anos para cá você tem estado tão cruel e insensível. Você tinha o seu jeito fechado e mandão, mas está ficando cada dia pior.
- Você sempre quis entrar de sócio em algum negócio meu e sempre esteve ao meu lado pelo dinheiro, Carlos.
- Não, Mon. Eu sempre quis e sempre vou querer o seu bem. Conheci uma adolescente sem amigos nos EUA que tentava se mostrar durona, mas que depois descobri ser a pessoa mais legal que já tinha conhecido na minha vida. Depois tornou-se uma mulher implacável no mundo dos negócios e que teve a coragem de arruinar os negócios do próprio pai só para comprar uma parte mostrando que ele estava errado quando disse que você era uma eterna criança mimada que só queria desenhar roupas para bonecas. Você é rancorosa como poucos são. Não esqueço o brilho no seu olhar quando comprou metade da rede de hospitais Alcântara. Nos últimos anos perdemos o contato de amizade e eu não sei o que aconteceu para você ficar tão fria assim, mas sei que tem alguma coisa. Só espero que supere antes que seja tarde demais.
- É só isso, Carlos? - Perguntei entre os dentes, morrendo de raiva pelas lembranças que ele trouxe à tona.
- Sim, esse é meu discurso de demissão. Adeus, Montserrat Schubert Alcântara.
Vi Carlos sair apressando da minha sala. A lembrança do sobrenome que eu não uso me fez sentir um certo arrepio. Meu pai está internado há um mês e eu não entendia o porquê de ele estar bem, mas permanecer internado. A última vez que o vi pessoalmente foi no dia da assinatura da venda de metade de toda rede para mim. Foi a última vez que estive no meu país de nascimento também. Ele não conversou muito comigo, estava machucado por ver a filha que ele não dava nada salvar o hospital que sempre pertenceu a família. Mas eu fiquei surpresa pelo apego dele com a Annie que tinha apenas um ano na época. Das vezes que falei com ele por Skype ou pelo telefone, Dr. Olavo fazia questão de conversar muito com a neta. Aquilo era surpreendente mesmo sabendo que todos sempre se encantam pela minha doce Annie.
Respondi alguns e-mails, analisei os desenhos fabulosos da Vivian e me distrai fazendo algumas poucas mudanças, mas que tenho certeza de que a própria Vivian aceitará.
- Montserrat!
João invadiu a minha sala de forma tão bruta que eu até pulei da cadeira e me coloquei de pé.
- Está louco, João? Isso é jeito de entrar na minha sala?
- É urgente, senhora!
Revirei os olhos e torci para não perder a paciência com a besteira que fosse ouvir.
- Espero que seja realmente urgente, porque o Carlos já foi, não me custa mais nenhuma baixa na empresa.
- É do hospital. É melhor atender depressa.
Receosa, tirei meu telefone do gancho e achei melhor voltar a me sentar na poltrona. Minha boca secou e eu senti medo do que iria ouvir.
- Montserrat na linha, pois não? - Minha voz saiu mais pesada que eu gostaria.
" - Aqui é a Dra. Fernanda Mendes da sede do Hospital Alcântara"
- Eu sempre falo com o Dr. Fernando Galvão, que é amigo da família. Aconteceu alguma coisa?
" - Eu estive trabalhando com o Dr. Galvão nos cuidados com o seu pai. Foi o próprio doutor que me pediu para fazer a ligação."
- Doutora, sem mais delongas. Por favor, qual é o assunto?
" - Infelizmente, Dr. Olavo nos deixou há alguns minutos. Eu sinto muito."
Meu coração falhou e o chão que eu pisava sumiu na minha cabeça. É claro que esperava uma notícia dessas, mas não imaginei que seria tão rápido. O velho amigo do meu pai deveria dizer que ele estava morrendo e não simplesmente que estava bem, mas que inspirava muito cuidado.
Lembrei-me que ainda estava ao telefone e que o João ficou plantado no meio da minha sala com cara de quem estava com pena da minha situação. Apontei para ele com o dedo indicador a saída.
- Você não precisava ter feito toda essa volta para dizer que meu pai acabou de falecer, doutora. Eu preciso falar com o Dr. Galvão, pode passar a ligação para ele?
" - Pois não, senhorita."
- Senhora - corrigi a doutora.
"- Perdão? - Indagou confusa"
- Eu sou casada, portanto deve se dirigir a mim como senhora - esclareci olhando a velha aliança que voltou a ocupar meu dedo há dois anos e dois meses.
" - Eu não sabia, senhora, peço desculpa. Vou transferir a ligação para o Dr. Galvão. Pode demorar um pouco para localizá-lo, peço que aguarde na linha."
Bufei quando ouvi a musiquinha de espera. Minha garganta deu um nó depois da notícia dada pela doutora que já não me recordo o nome. Meu pai está morto. Os melhores momentos que tive com ele foram na infância, principalmente quando ele tentava suprir a falta de contato da minha mãe que foi ficando cada vez mais distante após o divórcio. De pai amoroso e dedicado, na adolescência passou a ser exigente e impaciente. Dr. Olavo Alcântara me criou para ser Dra. Montserrat Alcântara. Não foi à toa que ele começou a insinuar que eu poderia não ser filha dele quando percebeu a minha falta de talento para a profissão. Tive que fugir dele quando completei 15 anos ao ser matriculada em um curso de preparação para vestibular de medicina. Nunca gostei de hospital, do cheiro que exala e até hoje fecho os olhos quando vejo sangue.
" - Montserrat, se você for concluir seus estudos nos Estados Unidos, pode-se considerar órfã de pai!
- Pai... - eu segurava meu choro de raiva.
- Você sabe que eu não vou bancar essa sua loucura, não é?
- Minha mãe vai bancar, não se preocupe.
Meu pai deu risada negando com a cabeça.
- Eu te criei, Mon. Eu te dei tudo. Como você pode me trair dessa maneira? A sua mãe não sabe o que é melhor para você. Eu sim que sei.
- Pai, eu não quero ser médica, entenda de uma vez por todas. Eu quero ser estilista, desenhar roupas, estar no mundo da moda.
- Você está sendo ingrata e mimada. Você carrega o sobrenome de uma geração de médicos no Brasil. Seu tataravô saiu de Portugal para salvar vidas aqui".
Foi a partir deste momento que eu deixei de usar o sobrenome do meu pai e passei a me apresentar sempre como Montserrat Schubert, o sobrenome da minha mãe. Tudo a contragosto, eu nunca fui muito ligada à minha mãe. Mas se o meu pai não queria o seu sobrenome ligado ao mundo - como ele se referia - fútil da moda, assim foi feito.
" - Montserrat..." - Ouvi a voz do Dr. Galvão do outro lado da linha.
- Dr. Galvão, por que o senhor escondeu de mim o verdadeiro estado de saúde do meu pai?
" - Se te dissesse que ele estava morrendo, você viria correndo? Bem que seu pai me disse que você só viria se eu te alarmasse. Ele pediu para que escondêssemos a real situação."
- O senhor deveria ter agido como um médico e não como um amigo.
" - Francamente, seu pai tinha câncer e eu te disse que estava em estágio avançado. O mínimo de preocupação você deveria ter e vir nem que fosse para uma visita."
- O senhor não sabe nada sobre mim e está falando bobagens, Dr. Galvão.
" - A verdade, Montserrat, é que seu pai não queria que você o visse em uma cama quase entregue a morte. Eu jamais vou esquecer do dia que você o humilhou quando comprou uma parte do hospital sendo que poderia simplesmente ajudá-lo."
- O senhor não estava quando ele disse que eu era uma incompetente. Não sabe o que se passou.
"- Você era tudo para o seu pai, Montserrat."
Fiquei em silêncio e não evitei um soluço de choro. Deixei que o meu pai morresse sozinho em um quarto frio de um hospital. Mas como eu poderia saber? Claro que se eu soubesse iria correndo independente de qualquer coisa.
- Dr. Galvão, eu preciso que o senhor providencie o enterro do meu pai. Eu posso contar com a sua ajuda? - Torci que sim.
" - Por você eu não faria. Porém, pelos anos de amizade que tive com o seu pai, providenciarei tudo como ele pediu que fosse."
- Obrigada, eu acho.
" - Você vem?"
- Eu não sei. Desculpe-me doutor, tenho que desligar agora. Qualquer coisa é só me ligar.
Nos despedimos rapidamente e tenho certeza de que o Dr. Galvão está indignado com as minhas atitudes. Qualquer um estaria, é claro. Quem entenderia uma filha que não esteve presente nos últimos dias do próprio pai? Eu deveria estar acostumada já que sempre sou julgada por atitudes que tomo. É assim no trabalho e na minha vida pessoal. Não que eu seja inocente sempre.
...
- Amor - ouvi a voz da dona dos olhos azuis me chamar ao entrar na minha sala.
Eu fiquei em estado de choque depois da ligação. Chorei, parei e voltei a chorar diversas vezes durante, sei lá, quatro horas que estou na minha sala. Pedi ao João que ninguém entrasse na minha sala e ao Caco que só passasse ligação se fosse do hospital. Mas eu sabia que ela apareceria a qualquer hora. Alguém a avisaria e o João deve estar preocupado.
- Oi, minha linda - levantei-me já quase chorando.
Carolina correu para me abraçar e como sempre me deu a segurança que eu preciso.
" - Sabe aquele beijo de três meses atrás? - Carolina perguntou juntando as nossas mãos.
- Sei... - respondi tentando me manter de pé.
Senti algumas gotas caindo do meu cabelo depois do banho que ela me deu.
Após mais uma bebedeira daquelas que derruba, e o dono do bar que conhecia a Carolina ligar pela sexta vez no último mês, estávamos na minha casa. Carolina cuidando de mim como sempre.
- Eu não consigo esquecer nem do beijo e muito menos de você.
- Eu... Carol, nós... - gaguejei.
- Eu só queria que você soubesse, não estou te cobrando nada.
Minha pele se arrepiou com seu toque carinhoso. Os seus olhos azuis escureceram, foi onde algo se mexeu dentro de mim. Cada vez mais invadida pelo sentimento de carência. A busca pela cura de um coração partido.
- Também fiquei mexida e é por isso que eu fico tão sem graça quando nos encontramos. Ainda mais assim, com você cuidando de mim, me fazendo companhia.
- Eu gosto de cuidar de você. Trocar um amor por uma mágoa dá nisso, essa bebedeira sem fim.
Ignorei o que ela estava querendo dizer.
- Eu sempre vou ao mesmo bar porque sei que o dono tem seu número. Beber sem os seus cuidados no fim não tem graça.
- Vou ignorar essa cantada porque você deve estar sob efeito do álcool ainda e se os deuses forem bons para mim, você esquecerá o que te disse."
Eu não esqueci e a prova é de que eu estou lembrando dos momentos que me levaram para a minha volta com a Carolina.
" - Hum... - ouvi a Carol gem*r quando mordi e beijei seu pescoço. - Temos que parar com isso, Mon.
- Parar, Carol? É isso mesmo que você quer? - Provoquei juntando os nossos corpos ainda quentes na minha cama.
- Essa situação é ridícula. Você me manda mensagens sacana, me provoca o dia todo e eu venho correndo depois do trabalho para te ver. Fazemos sex* como se o mundo fosse acabar, depois eu tenho que me vestir e ir para casa como se não tivesse rolado nada demais.
- Você vai embora porque quer, adoraria relembrar como é acordar ao seu lado.
- Nunca vi pessoas que fazem apenas sex* dormirem juntas - Carol provocou porque sabia que eu definia nossas trans*s por "apenas sex*".
- Eu não sei como aconteceu isso, mas eu poderia muito bem voltar a te namorar - saiu de supetão, sem pensar.
- Não brinca, Mon. Você sabe dos meus sentimentos por você. Sabe que eu te amo.
- Eu também te amo, Carol."
E um mês depois de muita conversa, eu entendi que o meu sentimento de amizade por ela já não era como antes. Senti florescer algo novo que não pode se comparar a paixão de quando nos conhecemos, mas também não nego que Carolina me ganhou com uma paixão diferente. É como se eu redescobrisse uma nova forma de amá-la. Como se nós pedíssemos licença para entrar em um lugar que já conhecíamos, mas que não terminamos de explorar. Amor maduro, amor reinventado ou amor requentado, não sei como definir.
Por tudo que me aconteceu, eu precisava e merecia me sentir amada. Eu só não imaginava que quem me resgataria da solidão fosse uma velha conhecida. Minha fase pós decepção e reencontro com a Carolina podem ser resumidos na música do Lulu Santos: "Ela demonstrou tanto prazer de estar em minha companhia. Que eu experimentei uma sensação que até então não conhecia. De se querer bem, de se querer quem se tem".
Nesse abraço forte e desejável ser interminável, pareço ouvir no fundo: "Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela". Me esforço ao máximo para fazê-la feliz.
- Como você está, meu amor? Por que não me ligou? - Perguntou após nos separarmos do abraço.
- Desculpa, a última coisa que eu pensei foi em te ligar. Eu estou sem chão, chocada, assustada. Carol, meu pai se foi, entende isso? A pessoa que me ensinou tudo que sei, que me educou, que cometeu sim seus erros, mas não posso negar que foi um bom pai. O meu pai.
- Eu imaginei que você estava em estado de choque e sem saber o que fazer. Sinto a sua dor de longe, meu bem.
- Eu... eu deveria estar lá.
Carolina sempre achou também que eu deveria ir, mas sempre fugi das conversas pois achava que tinha chance de cura ou pelo menos mais alguns meses. Ela não entenderia por que eu não fui.
- Tudo bem, meu amor. Está tudo bem. Eu já conversei com a Annie e ela está mais calma agora. Comprei também duas passagens para o Brasil, uma para você e outra para ela. Eu tenho uma votação importante no parlamento depois de amanhã, logo eu peço licença por alguns dias e vou ao encontro de vocês.
- Você fez o quê? - Perguntei assustada.
- Contei para a Annie e comprei passagens para vocês se despedirem do Sr. Olavo da maneira correta. Vocês precisam disso e ele precisa ter a sua família para enterrá-lo.
- Carol, todo mundo está me julgando porque eu não estava lá com ele. O Dr. Galvão faltou me chamar de filha desnaturada pelo telefone. Não posso ir.
Carolina passou as mãos pelos cabelos curtos como sempre faz quando está tentando manter a calma.
- Mon, de qualquer maneira você será julgada se ir ou se não ir. Se não for, eles falarão que nem se despedir você foi capaz.
- Pois eu prefiro assim, pelo menos vou evitar de olhar aquele bando de desocupados. Eu tive os meus motivos. Além disso, não tinha conhecimento da real situação. Meu próprio pai escondeu que estava morrendo, talvez ele nem quisesse me ver.
Carolina balançou a cabeça de forma negativa e pegou o meu rosto em suas mãos, passando os dedos de leve no meu cabelo.
- Hey, não fala assim. Seu pai te amava muito, talvez por isso ele não queria que você o visse debilitado.
- Eu não vou, Carol - tentei dar o ultimato.
- Você não está raciocinando, Mon. Você pode até evitar de ir agora, mas cedo ou tarde você terá que ir. Tens noção de que você é a única dona de uma rede de hospital agora? Que você tem milhares de vidas sob a sua responsabilidade? Você pode passar a administração do lugar para uma empresa ou alguém, mas em um primeiro momento terá que estar presente para todos saberem que o hospital tem um comando e passar confiança aos funcionários. Você é empresária, sabe do que estou falando. É melhor ir agora, erguer a cabeça e resolver algum problema que possa surgir, do que ser tarde para consertar diversos imbróglios.
Ainda bem que tenho essa mulher na minha vida. Carolina tem total razão e eu só estava pensando em mim, nos meus problemas, no que os outros vão pensar.
- Está certa, minha linda. Obrigada por pensar em tudo. Eu já disse que te amo hoje?
- Sim, quando nos despedimos no café da manhã de hoje. Mas é sempre bom ouvir.
Selei os nossos lábios.
- Te amo, te amo e te amo - eu disse.
- Eu também te amo, Mon. Muito.
...
Embarquei com a Annie na manhã seguinte. Nosso voo fará uma escala em Amsterdam, para só depois posar no Rio de Janeiro. Será uma viagem longa e cansativa. Bom para pensar, refletir e me preparar para o que está por vir.
Eu não sei o que me aguarda, mas sei que o meu passado estará de volta.
Fim do capítulo
Por hoje é isso.
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dannivaladares
Em: 25/02/2018
Bastiat,
Que covardia Montserrat voltar a ter um relacionamento afetivo com Carol... Tadinha vai sofre!
Essa passagem que tempo não me surpreende, mas prefiro ser surpreendida.
Att,
Daniela.
Resposta do autor:
Carol quis o relacionamento também rsrsrsrs.
Eu não quis dizer exatamente que a passagem foi surpreendente, mas sim que na maioria das histórias sempre tem passagem de tempo :).
Abs.
mtereza
Em: 23/02/2018
Realmente muito surpresa com o retorno dela para Carol que sendo uma pessoa tao legal já me faz sofrer por antecipação por ela é a Mon não ter ido ver o pai que estáva com canccâ foi realmente um vacilo agora ansiosa e curiosa para o reencontro dela com a Sara
Resposta do autor:
É, acho que surpreendi realmente. Eu que fiquei surpresa por vocês estarem surpresas hahahaha.
Abs.
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Baiana
Em: 23/02/2018
A Mon voltou para a Carol? Tadinha,prevejo altos sofrimentos quando ela se encontrar com a Sara,pois a Mon pode ate esconder da Sara os sentimentos que ainda tem por ela,mas a Carol vai perceber,se bem que,quando elas retomaram o casamento a Mon estava frágil e sofrendo pela rejeição e ingratidão da Sara,logo o casório estava sustentado em base não muito sólida.
Eu to é com pena da Sara,a Mon e vingativa e guarda rancor,mas tudo pode acontecer e vai que ela não consiga fazer a Sara sofrer por tudo que fez com ela no passado?
Resposta do autor:
Sim, elas voltaram hahahaha. Junta a fome com a vontade de comer, dá nisso.
É a Carol sabe da história toda com a Sara e mesmo assim estão juntas, então a Carol sabe onde se meteu.
Vai que a Montserrat ainda tem um forte sentimento pela Sara, mais forte pelo menos que o da vingança.
Abs.
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Donaria
Em: 22/02/2018
Autora, autora você so me faz sofrer e mente pra mim....rsrsrsr. Você disse que iria desenrolar a historia, agora eu pergunto como é que você vai descascar esse abaxi? Hein? vamos aos abacaxis....1 - Sara passado 3 anos nem tocou em pensamento na Mon e pior continua uma julgadora compulsiva. 2. Mon fez o que eu faria (covarde...rsrsr) voltou pra Carol, pra não ter nenhuma chance de sair correndo atrás da Carol e também pra curar o coraçãozinho dolorido. 3. Mon conseguiu ficar mais fria do que antes e ainda não foi visitar o pai morrendo, porque puta merda achar que cancer é uma doença como gripe é muita fuga pro meu gosto. Portanto dignissima autora me diga suas intenções com suas pobres leitoras, é matar aos poucos? é deixar essas mentes malucas criarem teorias conspiratórias capazes de deixar o Trump de cabelo em pé? Porque eu já tó quase desistindo de imaginar como é que essa trama que só se complica ira descomplicar.... ah e prevejo sofrimento para Carol, porque vou te falar se meter em paixões mal resolvidas é pedir pra sofrer. Vamos fazer um trato... após tanto roer de unhas e palpitações que tal você nos presentear com uma maratona de 3 capitulos, seguidos por favor pode ser um por dia, porque pelo menos assim, a gente sossega um pouco o coração...hum? hum? que acha ...rsrsrs .
Resposta do autor:
Ué, mas eu desenrolei, leitora hahahaha. São vários nós que vão sendo desatados.
Então vamos para os abacaxis:
Ps: Logicamente vocês aqui falam de maneira objetiva, mas eu não posso responder dando spoiler. É difícil não poder responder na sala assim.
1 - Foi apenas um capítulo da Sara, é óbvio que ela pensa na Mon.
2 - Tá vendo? Alguém entende a Montserrat.
3 - Não é que a Mon achasse que ele iria se curar, é que ela tentou adiar o máximo sua ida ao Brasil.
Não desista, é como disse: não posso revelar nada mesmo. Teorias conspiratórias? Hahahaha. Calma.
Vou pensar com carinho na sua proposta que não é tão mal. Mas depois vocês ficam mal acostumadas e tal.
Abs.
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sonhadora
Em: 22/02/2018
Surpreendente! Sério com a Carol? Ah gente já sinto cheiro de sofrimento pra Carol! Gosto dela de verdade, mas a Mon é com a Sara. Quero só vê o que vai acontecer nesse reencontro. Pobre da Sara a Mon vai se vingar legal dela. E a Sara hein, espero mesmo que tudo se resolva e ela acorde de vez pra realidade!
Beijos. Amei a reviravolta com surpresas e emoções .
Resposta do autor:
Calma, não sofra por antecipação. Eita que o reencontro está dando o que falar hahahaha. Quem sabe a Mon desiste da vingança hahahaha.
Obrigada. Beijos.
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Anna Caroll
Em: 22/02/2018
Oie, bom dia Bastiat!!
A cada capítulo você me surpreende mais e mais, autora querida!!
Não sei por que mas acho que fui a unica que gostei de Mon voltado com a ex, talvez porque assim eu acho que a Sara vai ficse com ciúmes????
Adorei kkkkkkkk.
Gente, eu não sei o que ta dando meses corretiere de celular, péssimos sniff. A gebre vai escrever e , sai é .
Bjs.
Resposta do autor:
Olá, bom dia Anna!
Obrigada :D.
Hahahahahaha, adorei seu raciocínio. Sim, Sara pode ficar mordida.
Beijos.
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Thayb
Em: 22/02/2018
Gosto da Carol,mas acho que ela vai sofrer nessa história.Tb quero ver a reação de Mon e Sara nesse reencontro.Bjs autora
Resposta do autor:
Eu não posso dizer que ela não vá sofrer, mas também não posso garantir isso. Teremos surpresas por ai.
Vai ser fogo no parquinho o reencontro.
Beijos.
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Socorro de Souza
Em: 22/02/2018
NÃO GOSTEI dela com a ex... fazer o quer né :(((
Resposta do autor:
Calma, relaxa...
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NovaAqui
Em: 22/02/2018
ME colore que eu tô bege.
Surpresa com o rumo que a vida da Mon tomoi. Voltar para ex? Isso foi realmente uma surpresa.
Agora vamos encarar o passado e ver como vai ficar.
Acho que ela vai querer se vingar da Sara, só acho
Não gostei dessa nova Monserrat.
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Acho que surpreendi muita gente rsrsrsrsrs.
Vingar é uma palavra muito forte, não sei.
Abraços para você também.
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preguicella
Em: 22/02/2018
Uma palavra: CHOCADA! Não esperava que Mon fosse recomeçar com Carol. Na verdade, achava que Mon ia estar cada dia com uma criatura nova. Não assim, domesticada! O bom é que a história não é previsível! ;)
Ansiosa com essa chegada ao Brasil! Imagino que Mon vai sofrer com Sara a julgando como péssima filha, sem nem querer saber o porquê. Afinal, Sara é toda certinha. Eu e minha imaginação fértil falando! hahaha
Bjão e até o próximo!
Resposta do autor:
Eu pensei: Caramba, vou jogar essa bomba e sair correndo. Imaginei que leria a palavra "chocada" diversas vezes por aqui.
Eu achei que alguém adivinharia essa volta por causa do beijo que a Mon deu na Carol. Aliás, eu até achei estranho ninguém ter comentado isso.
Olha, Montserrat não tem o perfil mulherenga. Repare que ela ficou sozinha depois da separação, não tem relatos dela falando que passava o rodo. Tem até uma que ela trocou beijos, mas na hora do vamos ver fugiu e não tinha necessidade nenhuma de voltar para casa, já que ela tinha brigado com a Sara, lembra-se?
Continue com essa imaginação, você é boa.
Beijos.
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