Boa noite a todas,
Segue mais um capítulo de An Extraordinary Love
Boa leitura e ótima semana.
Capítulo 22 Luz e Escuridão
“(...) Ela disse,
Hoje à noite
Venha, venha
Vamos colidir
Me quebre em pedaços
Eu acho que você é como o céu
Por quê
Venha, venha
Vamos colidir
Vamos ver como é sentir o fogo
Aposto que é como o céu"
(Como o céu) (...)”
O som do último acorde ainda vibrava nas cordas do violão, exatamente como a poderosa energia que parecia fluir de uma para a outra. Delphine fechou os olhos por um breve, porém intenso segundo, tão somente para potencializar tudo que aquele inesperado momento à proporcionava. As últimas estrofes daquela canção ainda ecoavam por cada célula dela e absolutamente tudo naquele cenário a fazia flutuar... A letra, a melodia, a energia e, principalmente, a paixão na voz impossivelmente incrível de quem havia cantado... Cantado para ela. Toda a beleza e significado que aquela música carregava, tinha sido dedicada inteiramente a ela e, a isso, ela não seria capaz de resistir.
Presas naquele vigoroso magnetismo que as envolvia, Cosima sentia seu corpo inteiro acender e ansiar por aquela mulher, sendo imediatamente capturada pela força que emanava dela. Delphine finalmente abriu os místicos olhos e sentiu como se uma paz há muito esquecida pudesse ser novamente vislumbrada por ela, reascendendo a chama de uma esperança já perdida. Chegou a cogitar a possibilidade de voltar a verdadeiramente sentir qualquer outra coisa além de dor e vazio, como se um raio de luz, poderoso e singular, acabasse de invadir a escuridão em que sua alma se encontrava há tanto tempo.
“Tempo demais” Suspirou, sendo arrancada do transe em estava assim que as débeis palmas dos rapazes da mesa ao lado irromperam no ambiente, aplaudindo a última performance de Cosima com desajeitado entusiasmo e num ritmo etilicamente descoordenado! Cos os agradeceu com um sorriso tímido e cativante, porém, e um único pulsar de coração, seus olhos já estavam sobre ela, queimando em expectativa e alguma coisa mais... ‘’Delphine...’’ Mordeu o lábio inferior com a visão de sua orientadora. A Deusa também a aplaudia, porém, o fazia com uma cadência e sensualidade surreais, completamente abobalhada.
De um jeito inexplicável, Del parecia brilhar e resplandecer naquela cadeira, fazendo Cosima desejar com todas as suas forças que aquele momento congelasse no tempo... Que a imagem da mulher mais absurdamente incrível e extraordinária que já havia conhecido em toda a sua vida, fosse tatuada em cada nuance de seu íntimo, capturando todos os mínimos detalhes daquele instante em que pôde não somente ver, mas sentir o quão desarmada e entregue Delphine estava. Não havia muralhas, não havia barreiras... Era apenas ela, despida daquela armadura dourada e reluzente.
A intensidade do que experimentavam era vívida demais, fazendo com que as poucas pessoas que ainda perambulavam pelo local mal fossem percebidas. O mundo resumia-se em uma Cosima Niehaus ainda paralisada e completamente enfeitiçada por Delphine Cormier, a Deusa igualmente encantada por sua orientanda. Impulsionada pela vontade excruciante de estar mais perto dela, Cos deixou o pequeno palco e, assim que aproximou-se da mesa, foi recebida pelo brilho quente e cintilante do sorriso mais surreal e maravilhoso que poderia ser possível. Ali, no breve infinito em que se perdeu naquele sorriso, ela soube... Sentiu em seu mais profundo íntimo que jamais se cansaria de olhar para ela... de observá-la e desvendá-la... de ser acolhida e aquecida por sorrisos como aquele.
Mergulhada em expectativa, parou a insignificantes centímetros diante dela, dominada por todo o fervor emanado pela galáxia misteriosa e perdida que morava nos olhos daquela mulher, sentindo-se consumir por tudo que eles revelavam. Aniquilando a distância irrisória que existia entre elas, Cos fez questão de tocar uma das pernas de Delphine com a sua, numa tentativa quase infantil de certificar-se que tudo aquilo era real, e não mais um torturante sonho ou perigoso delírio, como os que teve e continuava tendo com ela. Sentia-se tão maravilhosamente bem, que novamente desejou que aquele instante durasse para sempre... Porém, o tempo é impiedoso! E a energia das donas daquele mágico lugar, também!
- Minhas queridas, lamento precisar incomodá-las, mas, precisamos fechar! – Louise comentou com nítido pesar enquanto se aproximava da mesa, já virando uma das cadeiras e depositando-a ali. Tanto Delphine quanto Cosima piscaram os olhos rapidamente, como se acordassem de algum sonho íntimo e compartilhado.
- Pelas deusas, Marie! Mil desculpas... Eu me empolguei e nem senti o tempo passar. – Cos justificou-se com a doçura que lhe era tão característica, porém, em seguida, um atrevido arrepiou a provocou e, subitamente, sentiu-se arder em chamas. Delphine segurou sua mão esquerda, apertando-a de um jeito doce e gentil. Ela iria desmaiar? As deusas que a ajudassem!
- Nós nos empolgamos, na verdade. – Del reiterou enquanto se levantava sem soltar a mão de sua aluna que a encarava incrédula, alternando o olhar dela em direção às mãos que se tocavam. Louise falou alguma coisa, mas a única coisa que Cosima conseguia ouvir era o barulho frenético das batidas de seu coração martelando em seus ouvidos!
Seus dedos ainda estavam imóveis, dado o – delicioso - choque que aquele toque lhe causava, porém, a medida em que mergulhava no olhar firme, doce e resoluto de Delphine, seu corpo pareceu assimilar o quanto precisava daquele toque... O quanto precisava dela. Quase involuntariamente e como se conhecesse o caminho com maestria, sua mão deslizou dentro da dela, confidenciando um encaixe surpreendentemente perfeito, entrelaçou seus dedos nos dela, selando silenciosamente aquele poderoso elo que parecia sempre ter existido, embora nenhuma das duas tivesse noção daquilo. Delphine sentiu a alma aquecer e sorrir com aquele pequeno gesto.
- Por favor, nos perdoem por extrapolarmos o horário.... – Del pediu e, antes de terminar a fala, encarou Cosima com impossível ternura no olhar, concluindo enquanto olhava para ela. - É que mal percebemos o tempo passar quando temos a oportunidade de vivenciar experiências tão incríveis. – Del finalizou, emoldurando um semblante afetuoso e um sorriso que acompanhava a alegria estampada em seus olhos, evidenciando as leves marcas que ladeavam sua boca escandalosamente linda.
- Concordo plenamente! – Julie disse com sorriso na voz, já se juntando a elas. – Ainda mais quando temos algo tão lindo a ser apreciado. – Concluiu indicando Cosima, que ainda olhava estarrecida para Delphine, simplesmente não acreditando na sensação totalmente indescritível que era ter a mão dela segurando a sua. Devido a diferença de altura, a morena tinha a cabeça levemente inclinada para cima e mal se deu conta do elogio que acabara de receber. Mais uma vez, ela sabia que algo estava sendo dito, e mais uma vez, estava completamente perdida nas poderosas sensações que a presença de sua orientadora a proporcionava. Delphine precisou apertar levemente a mão dela, despertando-a do transe que a dominava. Cos piscou rapidamente e encarou as duas mulheres mais velhas que as fitavam com expressões sugestivas.
- A nossa noite terminou, mas... pelo visto, a de vocês ainda não! – Louise comentou espirituosa, piscando um dos olhos!
- No que depender de mim, não mesmo... – Cosima não soube explicar como ainda conseguia manter-se de pé, visto a bambeza que invadiu suas pernas. Sentiu o estômago congelar e aquecer exatamente ao mesmo tempo, estremecendo por inteira com a implícita e significativa promessa contida naquelas palavras simples, porém altamente poderosas. A cadência, a rouquidão e a sensualidade nítidas no tom de voz Delphine a atingiram como um impetuoso furacão, contraindo cada músculo de seu corpo.
Ela estaria falando sério?? Não! Não era possível... Era? ‘’Por Ártemis, respira!’’ Agradeceu às deusas por não ter exagerado no absinto. Alguma coisa a dizia que, de um jeito ou de outro, aquela seria uma noite da qual ela jamais se esqueceria... Então, prometeu a si mesma que memorizaria cada mínimo detalhe, cada palavra dita, cada som emitido... Potencializaria todos os seus sentidos e vivenciaria cada momento em toda a sua plenitude. Cos sabia... ela sentia que naquela noite, de alguma forma, ela seria dela.
– Enfim, muitíssimo obrigada pela calorosa recepção e uma excelente noite para as senhoras. – Delphine se despediu das duas Marias que também acenaram para uma Cosima ainda totalmente atordoada pela energia originada do exato local onde seus corpos se uniam, se tocavam, se conheciam... Consumindo cada célula do seu ser.
Já do lado de fora do pequeno café, foram envolvidas pela deliciosa brisa da noite. Até mesmo a forte chuva que castigou aquele dia já havia cessado totalmente. Para a surpresa de Cos, até mesmo as nuvens mais pesadas que outrora ilustravam o céu, também haviam se dissipado, desnudando um belíssimo véu negro, salpicado de pontos distantes e brilhantes.
Embevecida por tantas sensações novas e indescritíveis, Cosima admirava a beleza impressionante e quase constrangedora da mulher ao seu lado. Observava, totalmente deslumbrada, a exuberância e delicadeza de cada movimento, cada respiração... Era inacreditável que tanta beleza e harmonia dialogassem com tanta perfeição, mas Delphine conseguia... Ela constantemente ressignificava a definição do que é belo e magnífico. Cos respirou fundo, constatando que parecia vê-la pela primeira vez ali, tamanho era o encantamento e fascínio que a envolvia. Parecia que um véu havia sido arrancado de seus olhos, ou como se as muitas barreiras erguidas por Delphine tivessem ruído.
Ela era linda, mas, de uma beleza que ultrapassava a superficialidade da aparência física ou qualquer padrão mensurável do que era ser bonito. Hipnotizada, Cosima encontrava dificuldade em atribuir palavras que pudessem descrever aquela “nova” mulher diante dela; que pudessem definir a essência magnífica que pulsava nela... Leve, acolhedora, gentil e irresistivelmente intensa da mesma maneira que sempre havia sido, só que dessa vez, a intensidade estava livre da capa fria e intimidadora tão sustentada por ela.
Delphine caminhava lenta e descontraidamente ao lado de sua orientanda, observando o formato que as pedras assumiam no chão trilhado, ostentando um delicado sorriso nos lábios. Deixou-se levar pela sensação de paz e genuína felicidade que a acometia e que há muito tempo não sentia. Trazia seu sobretudo na outra mão e parecia não se incomodar com a brisa gélida daquela madrugada que já ia tarde.
Nenhuma das duas ousava falar nada... Na verdade, nem mesmo era preciso. Bastava que se perdessem e se encontrassem naquele simples entrelaçar de mãos. Um gesto considerado tão banal e corriqueiro por uns, para elas, naquele momento, significava o mundo. O calor e pressão exata daquele toque era a perfeita definição de plenitude.
Em determinado momento, Delphine parou, causando um leve sobressalto em Cosima que imediatamente buscou os olhos dela, porém, sem sucesso. Eles estavam vidrados no céu, ávidos por alguma coisa. ‘’O que...’’ Não foi capaz de se conter.
- Delphine? – Indagou um tanto hesitante, cogitando se aquele seria o temido momento em que romperiam aquela deliciosa e singular ligação. Del manteve-se em silêncio e, temerosa, Cos encarou suas mãos entrelaçadas e iniciou o movimento de puxar a sua, no intuito de desfazer o tão desejado toque; porém, para sua total surpresa e deleite, Delphine esticou os longos e elegantes dedos, não para soltar os de Cosima, mas para busca-los e mantê-los ainda mais entrelaçados aos seus.
Ainda assim, permanecia parada, mantendo o rosto erguido e completamente vidrado no céu, girando a cabeça e claramente evidenciando que procurava por algo.
- Ali! – Finalmente falou, aproximando-se perigosamente da morena que precisou engolir em seco. O calor do corpo de Delphine invadia o dela sem o menor pudor. Quase colando seu rosto no de Cos, Del repetiu: – Ali, veja... – Para uma Cosima totalmente arrebatada pela presença grandiosa da mulher ao seu lado, só restava ser novamente inundada pelo maravilhoso e inebriante perfume que aquela pela exalava, e pela milionésima vez, foi atormentada pela louca vontade de provar aqueles lábios surrealmente extraordinários e tentadores de uma vez por todas. Entretanto, achou melhor obedecer sua desorientadora e buscou no céu o que ela tanto indicava. Imediatamente percebeu o que ela queria lhe mostrar e sentiu sua alma aquecer com aquela constatação.
- Cassiopeia! – Disseram em uma única voz e com magistral sincronia. A surpresa da descoberta mútua e deliciosamente simultânea as fizeram baixar os olhos vagarosa e magicamente, igualmente sincronizadas. A noite, a brisa, as estrelas e a própria constelação que as uniu àquela noite, pareceu desaparecer... O tempo desacelerou e o silêncio daquele singular momento foi o suficiente para dizer o que realmente importava. Estavam mergulhadas, imersas na chama que dançava e ardia naquele profundo e ancestral olhar. Elas se bastavam, se descobriam e se completavam.
Seus rostos estavam tão próximos, que não seria necessário muito esforço para que seus lábios se alcançassem... Cosima chegava a tremer com a expectativa e Delphine parecia sentir o peso do desejo que as consumia; contudo, o som de uma moto que passava bem próximas a elas, fez com Delphine recuasse um pouco e quase institivamente, puxando Cosima ainda mais para perto... Ainda mais si. Sem perceber, haviam descido da calçada e estavam paradas quase no meio da rua de acesso à uma grande avenida.
A colossal energia projetava pequenas correntes de eletricidade que perpassava de uma para a outra. Novamente envolta nos braços - e no abraço - de Delphine, Cos voltou a experimentar a mesma sensação das outras vezes, como se nada de ruim pudesse atingi-la e nenhuma ameaça pudesse alcança-la enquanto estivesse envolvida por ela.
Delphine sentia-se cada vez mais incomodada com a necessidade absurda de proteger Cosima... De cuidá-la e acolhe-la, embora soubesse perfeitamente bem que aquela mulher era plenamente capaz de cuidar de si mesma. Ainda assim, era mais forte do que ela. Involuntariamente, se pegou cogitando a vaga possibilidade de que algum mal pudesse alcança-la e, imediatamente, sentiu o sangue gelar nas veias... Ela não suportaria.
Questionava-se como era possível conhecer alguém há tão pouco tempo e ainda assim, parecer ser um alguém a quem tanto ansiava... há tempo demais.
Fechou os olhos por um breve segundo, “Será que... Ela poderia ser...?” Indagou-se mais uma vez. A fagulha de dúvida que a atormentava, crescia e se intrometia em seus pensamentos cada vez mais, roubando-lhe a razão e o tão necessitado controle. O que aconteceria se essa suspeita fosse confirmada? E pior, se não fosse? Suspirou, desejando afastar o turbilhão que ameaçava sua consciência.
- Precisamos ter mais cuidado. – Cosima irrompeu o silêncio timidamente, tentando se recompor do pequeno e breve susto. – Culpa dela... – Complementou olhando para cima. – Cassiopeia... – Riu, leve e divertida. Delphine sentiu-se iluminar com a doçura que aquele sorriso ostentava e voltou a contemplar a distante e fascinante constelação que podia ser vista a olho nu. Era formada por um conjunto de 30 estrelas, sendo que 5 delas eram mais evidentes, formando algo parecido com a letra W. Esboçou um meio sorriso... Era exatamente igual ao arranjo de alguns dos sinais que possuía em um dos braços.
- Segundo a mitologia, Cassiopeia era conhecida por sua surreal e extrema beleza, igualada apenas por sua soberba. – Del comentou com um tom fingidamente solene enquanto continuavam a andar, aparentemente sem destino evidente.
- Diria que era até arrogante! – Cos rebateu em tom cínico! Continuou. – Entretanto, ela foi castigada por Poseidon...
- Transformada em constelação e condenada a passar a eternidade de ponta a cabeça. - Delphine interrompeu sua aluna tão somente para concretizar algum tipo de superioridade, afinal de contas, a professora ali era ela! – risos – Cosima a encarou com fingido ultraje.
- A última palavra precisa ser sempre a sua, Srta. Cormier? – Cos queria provoca-la! - A arrogância não é atraente e não faz bem a ninguém! – Usava um tom generalista, mas sabia que estava atingido o alvo. – É fato que a espontaneidade e leveza são infinitamente mais interessantes do que a soberba ou a arrogância.
- Ah, é?! – Delphine soltou uma poderosa gargalhada e afastou seus corpos, esticando seus braços para desviarem de um inoportuno hidrante que jazia pelo caminho, porém, sem desfazer o entrelaço que as conectava. Na verdade, elas não haviam soltado as mãos em nenhum momento e estavam plenamente cientes do que estava acontecendo ali e mais além... Do que inevitavelmente e, muito em breve, aconteceria.
Todavia, supreendentemente, a urgência que tanto as afligia nos últimos dias, deu lugar a uma latente expectativa a ser apreciada, saboreada... Profundamente, na essência de cada uma, tinham a total clareza da avassaladora e quase sufocante atração física que sentiam e de que, inevitavelmente, estavam na iminência de saciá-la. Queriam! Ansiavam! Desejavam desesperadamente aquele contato, aquele toque, aquela inigualável sensação de se pertencerem. Incapaz de se controlar, Cosima se perdeu nas recordações dos delírios vividos que experimentou quando, supostamente, estabeleceu uma espécie de conexão com sua professora. Sentiu o ventre aquecer e se contrair com a lembrança. Era algo que seu intelecto invejável não conseguia explicar, porém, mesmo parecendo loucura, ela tinha a assombrosa ciência de fato, havia acontecido. Mas, como?
Delphine, embora não demonstrasse, sabia com exatidão o que estava acontecendo com Cosima, uma vez que a sentia de um jeito único e não só ali, ao seu lado, ou segurando sua mão. Del estava no limiar de mergulhar mais uma vez no mais profundo íntimo de Cosima, inorexavelmente dentro dela... De reestabelecer aquela poderosa conexão. Sentiu-se profundamente tentada a deixa-la entrar e poder experimentar novamente a deliciosa loucura que viveram há algumas noites. Porém, ainda não possuía a certeza de que conseguiria explicar à sua orientanda o que aquilo poderia representar.
Para ela, era óbvio que Cosima não fazia ideia do que aquilo significava, não tendo domínio algum sobre aquela rara habilidade que possuía e que compartilhava com ela. Delphine acabou conjecturando que, em toda a sua existência, só havia encontrado outras três pessoas que tinham uma habilidade semelhante àquela e, incapaz de evitar, uma nuance dessa lembrança acabou sendo demais. Del fechou os olhos com dolorido pesar e soltou a mão de Cosima, que choramingou audivelmente em protesto. Sentindo a recordação instalar-se inteiramente por ela, o frio finalmente a alcançou, levando-a a vestir o pesado sobretudo, encolhendo-se dentro dele.
Cos assistiu com profunda angústia a inebriante luz que a poucos instantes irradiava de Delphine, dar lugar a um semblante mais escuro, distante e um tanto sombrio. Assustou-se ao perceber que sua orientadora parecia tremer e, alguma coisa a dizia que aquele tremor não era em detrimento do frio.
- Você está bem? – Cos indagou, nitidamente preocupada enquanto tocava suavemente as costas de sua professora. Delphine, por sua vez, relutava em olha-la, não querendo demonstrar o que estava sentindo. Percebia a consciência de Cosima chocando-se contra as barreiras já bastante fragilizdas que tentava erguer. Seria possível que sua orientanda fosse igualmente ou até mais forte do ela mesma? ‘’Não... não pode ser.’’ Assombrou-se com esse pensamento e afastou-se gentilmente do toque de Cosima, acenando para um taxi que tinha acabado de virar o quarteirão.
- Só estou com frio, Cosima... – Esboçou um sorriso sem real vontade e que não havia alcançado seus olhos. – Acho melhor irmos embora. Já é muito tarde e eu tenho uma viagem marcada para amanhã cedo. – Conclui de forma distante e um tanto gélida, evitando encarar Cosima nos olhos. Essa, tentava buscar o olhar de Delphine quase desesperadamente. O que havia acontecido?
Assim que o taxi parou, Delphine apressou-se em abrir a porta para que sua orientanda pudesse entrar, insinuando que talvez ela não fosse junto. Cosima também sentiu a evidente possibilidade de que sua professora não a acompanhasse e uma frustração violenta pareceu empurra-la para dentro do carro. O que diabos havia acontecido? Assim que sentou-se no banco de trás, seu temor foi confirmado. Em toda a sua habitual elegância e imponência, a loira permaneceu de pé e imóvel, segurando a porta do carro, nitidamente ponderando a respeito de como deveria agir... A lembrança a havia alcançado e, mesmo ansiando desesperadamente por Cosima, não saberia se conseguiria... Não saberia nem se poderia ser uma boa e agradável companhia para ela. Cos permitiu-se encher de esperança, mas essa fora esfacelada quando Delphine iniciou o movimento de fechar a porta.
Tomada por um estranho e surpreendente desespero, até mesmo para ela, Cosima segurou a porta, impedindo que ela fosse fechada. Esse gesto pareceu vacilar com a razão de Delphine, fazendo com que ela, ainda de pé, erguesse a cabeça e cerrasse os olhos com força.
“Resista, Cormier...! Resista! ... Você precisa resistir!’’
“Vem comigo...’’
Delphine deu dois passos para trás, completamente incrédula com a voz dela em sua mente. Suas barreiras haviam sido facilmente estraçalhadas e vencidas por Cosima. Mas, como? Ela estava convicta que não sua aluna não adentraria... não sem que ela permitisse! Não foi possível disfarçar o quão aturdida ela estava e, quando voltou os olhos em direção ao carro, Cosima já estava fora dele, também de pé, com uma das mãos – a mesma que repousara na sua a alguns instantes – estendida para ela.
“Vem comigo, Delphine...” Cos demandou sem sequer mover um único músculo da face ou mesmo abrir a boca. Apenas inclinou a cabeça de lado, encarando-a com uma vívida chama nos olhos, emanando o olhar mais caloroso e impossivelmente provocante que Delphine imaginou ser possível. ‘’Cosima...’’
Tomada por uma energia tangível e avassaladora, Delphine não possuía mais controle sobre nenhum de seus membros. Ela não queria mais controla-los. E, um pé após o outro, caminhou em direção a ela, que escancarava um cintilante sorriso à medida em que a PhDeusa se aproximava.
Não disseram mais nenhuma palavra, nem faladas e nem poderosamente pensadas. Cosima deu uma passo para o lado, dando passagem à Delphine, claramente desejando certificar-se que ela entraria no carro. ‘’Muito bem, Senhorita Cormier...’’ Pensou apenas para si mesma, entrando no carro em seguida e fechando a porta com propriedade.
Cos olhou rapidamente em direção ao motorista e, mesmo sem dizer uma única palavra sequer, ela claramente se fez entender.
- Sim, madame. Quartier Latin! – O homem confirmou que havia compreendido o destino, já pondo o veículo em movimento. Delphine riu suavemente do que sua aluna havia acabado de fazer, principalmente por não ter a menor consciência do que havia feito.
A morena voltou a olhá-la, mas a loira desviou os olhos, focando-se em alguma coisa do lado de fora da janela. Estavam sentadas nas extremidades do banco traseiro, a poucos centímetros uma da outra e plenamente consciência da energia que as envolvia.
Numa ousadia um tanto inesperada, Cosima insistia em manter os olhos em Delphine, que lutava e resistia bravamente à vontade louca de toca-la, senti-la e toma-la ali mesmo... Sem muralhas e barreiras.
O desejo era palpável e chegava a eletrificar o pequeno espaço daquele táxi... As duas queriam desesperadamente, mas então, por quê Delphine resistia tanto?? Por que não dar vazão à vontade que a consumia? Cosima não compreendia, mas a sua professora travava uma violenta batalha em seu intimo. Uma que jamais havia enfrentado e para a qual não sabia se teria o poder necessário para vencer. Ela pertencia a apenas uma pessoa. Todo o seu ser, tudo que a compunha, tudo que existia nela, pertencia a apenas uma pessoa e, naquele exato instante, a intrínseca certeza que a acompanhou por toda a sua existência, vacilou.
Já tivera inúmeras amantes em sua história, afinal, ela era de carne e osso. De umas, gostou mais do que de outras, porém, nada se assemelhava ao que estava sentindo naquele exato momento. Nada, nem de longe, poderia comparar-se ao que Cosima a fazia sentir... Parecia que o amor de sua vida estava sendo mortalmente ameaçado, confrontado e, de alguma maneira, essa constatação a machucava muito violentamente. Del respirou pesadamente, fechando os olhos e recostando a cabeça no encosto do banco. A respiração continuava pesada e ela tinha a ciência que estava sendo observada por Cos. Sentia o peso de seu olhar lhe atravessar a carne.
Metade de Delphine ansiava e desesperadamente desejava se entregar àquele poderoso sentimento desencadeado por ela... A mulher destemida e impressionante sentada ao seu lado, queimando-a com a força do olhar. Entretanto, a outra metade lutava em manter-se fiel à sua promessa. Aquela que havia sido feita a seu grande amor e que fora selada pelos poderosos laços do destino.
Todavia, a metade que deseja Cosima - insanamente - pareceu ganhar um incentivo a mais no instante em que sentiu sua mão ser envolvida pela dela.
Delphine esticou os dedos, relutando em fechá-los, como se aquele mínimo gesto de resistência representasse a grandiosidade da batalha travada dentro dela. Porém, Cos não se deu por vencida. Começou a acariciar os dedos de sua orientadora, passando o seu indicador entre cada um deles da forma mais escandalosamente sugestiva que foi capaz. A loira, apesar de toda a resistência hercúlea, fechou novamente os olhos, retesando e contraindo o corpo, estremecendo com a poderosa descarga elétrica que aquele simples contato desferiu sobre ela. Uma risada rouca e irresistivelmente provocante de Cosima, fez com que Delphine mordesse o lábio inferior, visivelmente dominada pelo desejo que fluía por suas veias.
Tudo que Delphine mais queria e ao mesmo tempo violentamente temia, era encarar sua orientanda naquele momento. Queria olha-la... Consumi-la... Devorá-la. Porém, tinha medo. Possuía a torturante clareza de que estaria impotente diante dela... Totalmente entregue, despida. Todavia, o que ela ainda não sabia, era que sua aluna poderia ser impiedosa quando desejasse ser.
O som do tilintar de algum tipo de metal, imediatamente enviou uma temida e poderosa mensagem ao cérebro de Delphine, alertando-a e fazendo com que engolisse em seco. Mesmo sem abrir os olhos, ela sabia o que aquele som significava. Cosima estava abrindo o próprio sobretudo, desafivelando-o.
“Olhe pra mim, Delphine...” Cos pediu.
‘’Puta merd*...’’ Del negou com um movimento de cabeça. O que era aquela mulher?
“Delphine... por favor, olhe pra mim...” Quase suplicou.
Delphine bateu com a cabeça no encosto do banco com visível intensidade e desespero, ainda mordendo os lábios e sentindo-se aquecer por dentro. Mas, ainda assim, manteve os olhos fechados, negando o tão implorado pedido. A atmosfera mudou e ambas puderam sentir... O que aconteceria ali, pelas Deusas?
“Delphine...” Cosima, apesar de não verbalizar aquelas palavras, atribuiu um irresistível poder a cada letra pensada.
“...Eu estou MANDANDO você olhar pra mim...”
Como se acabasse de ser irrevogável e deliciosamente hipnotizada, a poderosa, impetuosa e soberana Cormier, sucumbiu!
Franziu a testa num derradeiro esforço, mas cedeu, expirando com uma rouquidão evidente. Abriu os olhos lentamente, sentindo o sangue circular em suas veias numa velocidade sobre humana e inclinou a cabeça em direção a Cosima. Assim que seus olhos assimilaram o que o que a morena fazia, sua respiração falhou e ar simplesmente não alcançava seus pulmões! Com a outra mão já por dentro do vestido, Cosima acariciava seu seio direito com movimentos sugestivos e absurdamente sensuais, quase despretensiosos, envolvendo o mamilo com maestria enlouquecedora. A visão era linda e fodidamente sexy.
Delphine se sentiu encharcar de um jeito louco e impossível... Cosima era de dar agua na boca. Extasiada pela ousadia de sua orientanda, começou a mexer as pernas, contraindo seu sex* completamente molhado e pulsante. A imagem da morena ali, tão perigosamente perto dela, acariciando-se com uma sensualidade avassaladora, com a mão dela na sua, intensificando as carícias conforme reagia a própria provocação, foi demais até mesmo para ela. Louca de tesão, mergulhou...
“Cosima, mostra pra mim..” Exigiu num desespero mudo, já devorando com o olhar o que tanto ansiava ver.
Cos sabia exatamente o que sua orientadora queria, precisava, implorava e, justamente por finalmente ter cedido ao que ser corpo nitidamente desejava, decidiu tortura-la um pouco mais, intensificando o olhar a medida em que acariciava o seu seio, demonstrado através dele, todas as loucuras que queria fazer com ela. Por fim, ajustou seu corpo e virou-se para ela, começando a baixar a alça de seu vestido, insinuando que daria a ela a visão do que ela tanto ansiava.
Delphine estava quase numa espécie de transe, assistindo a cada mínimo gesto de Cosima com total e completa atenção, satisfazendo-se e culpando-se na mesma intensidade. Cos estava realmente tripudiando em cima dela, só podia!
Assim que a alça ruiu, parte do seio direito de Cosima ficou à mostra, porém a outra parte estava sob os habilidosos dedos dela. A morena a encarou com uma sugestiva interrogativa no olhar. ‘’É isso que você quer, Delphine...?’’ A loira quase gem*u com a audácia de sua aluna, tendo forças somente para assentir positivamente com a cabeça enquanto prendia o fôlego. Ela iria explodir a qualquer momento...
E como num duelo impiedoso e feroz, Cosima desferiu o golpe de misericórdia ao abrir lentamente os dedos, revelando a pele arrepiada e rígida de seu mamilo.
Aquela visão atingiu Delphine com a intensidade de um tornado tocando o oceano e o primeiro espasmo a alcançou, inclinando a cabeça para trás, não sendo capaz de segurar o gemid* rouco e desesperado, que só não foi mais alto que a voz do motorista.
- Chegamos! – Avisou.
Com o susto, Cosima tentou se recompor o mais rápido que pôde e por muito pouco não foi pega em flagrante por aquele homem que, mesmo sem ter visto maiores detalhes, pôde perceber o afobamento dela. Alternou os olhares de uma para a outra, demonstrando claramente que havia sacado o que estava acontecendo ali. Muito descaradamente, o homem a encarou Cosima com nítida cobiça. Essa sobressaltou-se com o bater da porta do carro, evidenciando que Delphine havia abandonado o veículo. ‘’Merd*!’’ Tratou de pagar o homem e fazer com que ele fosse embora o mais rápido possível.
Assim que Cos deixou o veículo, avistou Delphine andar de um lado para o outro na calçada em frente ao seu prédio, visivelmente alterada e atordoada. A provação teria sido demais? Teria ela, passado dos limites? A PhDeusa respirava pesadamente e com muita força, como se estivesse com dificuldade em buscar o ar.
Caminhou lentamente até o portão de seu prédio e, assim que o alcançou, resolveu chama-la.
- Delphine...? – O receio e a hesitação estavam explícitos na voz dela.
Del retesou o corpo bruscamente, parando o andar alvoroçado e ainda de costas para Cosima. Numa fração breve de segundo e muito de repente, virou-se de súbito e partiu em direção à morena, prensando-a contra a parede. Colou seu corpo no dela com desesperada intensidade e, com ambas as mãos, tocou o rosto dela, olhando-a com uma profundidade tão avassaladora que Cosima pensou que não aguentaria. Ela podia não apenas ver, mas sentir a agonia, o temor, o tesão... Tudo num único olhar. A respiração das duas se acelerou e mundo pareceu parar.
- Quem é você, Cosima? Por que você faz isso comigo? Como você faz isso comigo? – Delphine parecia transbordar ali, colada a ela. Encostou a sua testa na dela no exato instante em que sentiu os braços de sua orientanda envolve-la, abraçando-a pela cintura e a puxando ainda mais contra ela. O orgasm* que havia sido bruscamente interrompido, ressurgia de maneira deliciosa e inacreditável. – Você mexe demais comigo, Cosima... Me deixa completamente louca...! Você tem noção do que isso significa? – Delphine sussurrava ofegante e rapidamente enquanto passava o polegar sobre os lábios dela com mais intensidade de que pôde calcular. Cosima sentia-se incandescer sob aquele toque, aquelas palavras... Aquela mulher.
- Você está em mim, Delphine...! Em cada fração do meu ser... – Confidenciou. A emoção já tomava conta e seu corpo a exigia cada vez mais. – Você está dentro de mim...! Eu sei que você também sente... – Assim que concluiu, Cos alcançou novamente os olhos de Delphine, mergulhando neles. Numa catalise proibida e ansiada, ambas entenderam o que precisavam.
Baixaram todas as guardas...
Fundiram-se uma à outra. Deusa e mortal... Mais uma vez, inexplicavelmente unidas.
Ainda assim, Delphine temeu! Temeu que o que Cosima pudesse encontrar e desvendar no fundo de seu ser, fosse o bastante para assustá-la, ou mesmo afastá-la.
"Não se aproxime demais ... é escuro aqui dentro." Externou em pensamento, emocionada e vulnerável.
“Eu não tenho medo de escuro, Delphine...! Quero tudo de você. Eu preciso de tudo que vem de você”
Como se quisesse provar a veracidade de suas palavras, Cosima fechou os olhos e se entregou, convidando-a... Permitindo que ela mergulhasse ainda mais fundo em sua essência. Assim que ela o fizesse, a ânsia de seus lábios seria finalmente saciada.
Com as testas ainda mais coladas e com suas bocas à milímetros uma da outra, Delphine gelou, cerrando o maxilar e retesou cada músculo que a compunha. ‘’MERDA!’’ Imediatamente, Cosima se amaldiçoou pelo que havia deixado irromper em sua mente no último segundo que antecederia aquele beijo.
- Delphine, espere...
- Não devemos, Cosima! Não podemos! – Delphine externou de forma derrotada e angustiada enquanto tentava se afastar de Cos, que lutava para mantê-la ali. – Eu até poderia, mas sei que você não. Eu vi... Eu senti em sua mente... – Concluiu com amargura, finalmente libertando-se dos braços dela.
- Delphine... Por favor, não me deixe assim... – Cosima falava com um fraco filete de voz, abrindo os braços com gritante frustração, porém, não ousou ir em direção à sua orientadaro, que já olhava para os lados na tentativa de encontrar um táxi qualquer.
– Eu quero você, droga! – Cosima exasperou-se, lançando-se em direção a sua ela. A necessidade de Delphine era tanta que chegava a doer. Del a encarou, aturdida com aquela súplica.
- Não pense que eu não a quero na mesma intensidade, Cosima! Você sabe... Você sente que sim! – Novamente o ar derrotado tomava lugar. – Mas, você não pode. – Deixou os braços caírem nas laterais de seu corpo. – Não ainda.
- Por que não? – Perguntou inutilmente, somente para ainda mantê-la ali, por qualquer segundo a mais que fosse possível. Ela sabia o exato motivo que a fizera recuar.
- Shay! – Delphine finalmente soltou assim que conseguiu chamar a atenção de um taxi que passava ao longe. Finalmente encarou Cosima, que deixou seus ombros arriarem num claro sinal de derrota.
“Droga! Como eu pude pensar nela nesse momento? Justo agora!?” Também sabia essa resposta. Não seria justo com ela, não enquanto ainda estivesse com ela.
No segundo seguinte, o táxi já encostava para que Delphine pudesse entrar. Cosima ainda ensaiou protestar novamente, mas sabia que seria em vão. Se é que isso ainda era possível, ela havia se encantado ainda por sua orientadora após aquela atitude. Todavia, isso não diminuía em nada a frustração que sentia, nem tão pouco aplacava o desejo que seu corpo exigia que fosse saciado. Portanto, aceitou a derrota momentânea e seguiu para a porta de seu prédio, relutando ao máximo em dar as costas pra ela, que a olhava de longe, e mais uma vez, lutando contra a vontade avassaladora de tomar aquela mulher em seus braços e protegê-la. Era mais forte que ela.
- Cosima? – A chamou, já vencendo a distância entre elas e aproximando-se perigosamente da morena. Novamente, segurou o rosto dela entre as mãos e aproximou sua boca, restabelecendo aquele contato. Com uma delicadeza enlouquecedora, escorregou os lábios para a lateral do rosto de Cosima e, bem próxima ao ouvido dela, sussurrou:
- Eu vou esperar por você, Senhorita Niehaus... Eu prometo...! – Antes de se afastar, provou o gosto maravilhoso da pele de Cosima ao depositar um suave beijo em sua bochecha, insanamente próximo a boca dela. O mundo girou rápido demais.
Cos sentiu-se derreter e a assistiu caminhar em direção ao carro, entrando nele sem nem olhar para trás. Mesmo assim, nada mais importava... A promessa havia sido feita... Delphine esperaria por ela.
Com o coração aos pulos e as esperanças reestabelecidas, Cosima entrou em seu apartamento. Sabia e sentia em cada fragmento seu que aquela mulher poderosa e impressionante seria sua. Não...! Ela já era sua...! Porém, para que fosse real e definitivo, precisava estar livre.
Deixou que as palavras de Delphine entorpecessem sua mente. “Eu poderia...” Sim, ela realmente poderia tê-la tomado ali mesmo na calçada, ou então, poderiam estar fazendo amor alucinante e inesquecível naquele exato momento, porém, ela decidiu esperar por ela... A mulher que todos desejavam e temiam esperaria para tê-la por inteiro, totalmente entregue a ela.
“Okay, eu preciso estar livre... ser definitivamente livre para finalmente, ser dela..” Como se um outro tipo de conexão fosse estabelecida ali, seu celular tocou. Antes mesmo de sacá-lo de dentro do bolso do sobretudo, ela já sabia quem era. Atendeu esforçando-se ao máximo para não transparecer seu estado de espírito.
- Oi, minha linda! Adivinha quem acabou de comprar passagens para ir até Paris e comemorar o aniversário da namorada daqui há duas semanas? – Disse uma saltitante e entusiasmada Shay.
“Merd*!”
*****
Gritos esganiçados invadiam o silêncio da madrugada e agitavam os frios corredores daquela mansão vitoriana. Os dois homens que estavam parados ladeando uma imensa e luxuosa porta de madeira se entreolharam, mas não teceram comentários algum. Apenas tiveram sua atenção acionada quando aquela porta fora violentamente aberta e de lá uma jovem menina saiu correndo. Ela estava nua e tentava se enrolar com um lençol que arrastava e deixava um agoniante rastro de sangue por onde passava.
- Tragam-na até mim! – a voz estrondosa que provinha de dentro daquele quarto fez os homens estremecerem e partirem para pegar a mulher que tentava fugir, mas sem muito sucesso, pois estava sob o efeito de algum tipo de droga e os ferimentos que possuía lhe limitavam os movimentos. Tanto que os homens nem precisaram correr para alcança-la. O que fizeram no exato instante em que ela caia bem aos pés de uma outra figura.
Um homem de porte imponente, vestindo um impecável terno cinza que demarcava a perfeição de sua aparência. Que era realçada pela beleza fria de seu rosto.
- Sr. Dierden! – um dos seguranças o cumprimentou enquanto paravam bruscamente diante dele.
- Me ajude. – a jovem menina suplicou enquanto tentava se segurar em seu terno desesperadamente. Ele a olhou com indecifrável expressão e sem aparente esforço a segurou nos braços. – M..m...muito obrigada – a moça disse com dificuldade. Ele apenas a olhou nos olhos e começou a andar. Só que para o desespero da jovem, ele ia em direção ao quarto de onde ela havia acabado de fugir. – Não...por favor não. Ele é um monstro... – ela tentava se debater, mas era em vão pois ele era muito maior e mais forte do que ela.
Assim que chegou a porta daquele cômodo, respirou fundo, preparando-se para o que viria a encontrar ali dentro. E seu receio não era desmedido. Naquele enorme e ostentoso quarto havia uma mesa bem no centro onde se viam várias garrafas de whisky e outras bebidas, além de travessas com porções cavalares de pó branco, que aquele homem logo identificou como cocaína.
No fundo daquele quarto que tinha pouca luz oriunda de umas poucas luminárias, havia uma enorme cama dorsal e nela jaziam outras duas mulheres nuas, aparentemente desacordadas, e que tinham seus braços e pernas amarrados ao espelho da cama.
Havia sangue sobre a cama e em alguns pontos daquele quarto, além de um cheiro desagradável que empesteava aquele ambiente.
Da uma porta lateral surgiu a figura de um homem, alto e esguio. Ele vestia um robe marrom desamarrado e mais nada por baixo, trazia uma toalha em suas mãos, a qual ele usava para limpar algo de seu baixo ventre. Algo que parecia ser sangue.
- Paul! Que bom que a trouxe de volta para mim. – disse o homem enquanto se dirigia até a mesa e sorvia duas doses seguidas de whisky. Jogando-se em uma das poltronas ali perto.
- Você perdeu o controle mais uma vez? – Paul o indagou, enquanto soltava no chão a moça que trazia em seu colo, mas sem soltar o seu braço. Ela estava prestes a desmaiar, mas mesmo assim ainda ficava balbuciando por socorro.
- Estava apenas me divertindo um pouco. – disse enquanto jogava a cabeça para trás após cheirar uma carreira de cocaína. – Sabes muito bem o que a adrenalina da expectativa em encontra-la faz comigo. – levantou-se e pôs-se a desfilar pelo quarto. – Estou contando as horas para estar cara a cara com aquela vadia novamente. – ele disse de forma agitada devido ao efeito da droga que acabara de consumir. – Está tudo pronto?
- Quase! – Paul lhe respondeu já soltando a mulher que caiu desmaiada a seus pés. Passou por cima dela sem dar nenhuma importância. – Falta uma ultima confirmação de nosso pessoal em Istambul.
- Ótimo! Quero só ver a cara dela quando ela souber disso. E não se esqueça, tem de acontecer no exato momento em que esse maldito baile estiver ocorrendo. – gargalhou alto. Assustando até aquele homem que estava ali e que parecia conhecê-lo tão bem.
- porr* Lamartine! Outra garota morta. Merd*! E essa aqui se borrou toda! – Paul praguejou enquanto checava as mulheres na cama.
- Mande alguém cuidar disso e limpar essa sujeira! – disse sem dar a menor importância a informação de que uma daquelas mulheres havia morrido devido às suas atitudes.
- Desse jeito você vai ficar sem nenhuma garota em seu “estoque’ – Paul ironizou.
- Bobagem! Existem muitas vadias louras nesse mundo para eu foder. – E de fato as três mulheres naquele quarto possuíam cabelos louros e pele muito branca, denotando o fetiche doentio daquele homem. Ele levantou-se carregando uma garrafa de whisky e um copo e já ia saindo do quarto quando voltou-se para ele. – E Paul... tudo certo para aquele outro negócio? Quero que você acabe com a raça daquela cretina de uma vez por todas. – Disse com ira incontida – Quero ver como a “Sra Cormier” lida com a perda de uma de suas putas favoritas. – E saiu corredor a fora gargalhando debilmente.
Paul ainda permaneceu no quarto, observando aquele ambiente. Serviu-se de uma dose de whisky e sacou seu telefone.
- Alô, Martin. Preciso que me envie todos os relatórios da sua equipe de vigilância.
- Acabei de enviar parte dele para o seu celular – respondeu o homem do outro lado da linha. Paul abriu o e-mail que acabara de chegar em seu celular e sorriu sadicamente quando viu dezenas de tabelas de horários e fotos de Helena Katz!
******
Cosima acordou sobressaltada com um forte estrondo ao longe. Tentou identificar onde estava e demorou alguns segundos para perceber que estava em seu loft, localizado na cidade dos amantes. Um novo estrondo ecoou ao longe e sua cabeça pareceu girar! Só então que percebeu que o maldito barulho vinha de sua porta. ‘’Inferno’’ Olhou ao redor procurado seu celular e viu que já passava das 10h da manhã. Viu também as várias ligações de Marc e Louis.
- Mas que merd*... – Praguejou sonolenta enquanto ouvia novas e ritmadas batidas em sua porta. Seja lá quem fosse, devia estar querendo derrubar a porta! – Já vai! Cacete.. – Levantou-se meio tonta dado a velocidade em que se colocou de pé, tropeçando pelas roupas jogadas no chão. Checou rapidamente sua figura diante do espelho e concluiu que não estava tão mal assim. Vestia uma calça xadrez de pijama masculino e uma camiseta fina de alcinhas. – Quem é? – Indagou mal humorada.
- Os homens de sua vida! – Respondeu um Marc alegremente entusiasmado, o que fez com que ela sorrisse mesmo carrancuda e desistisse de pegar um casaco para se cobrir, afinal, eram apenas seus malucos amigos que estavam ali. Ajeitou os óculos no rosto e abriu a porta para os dois homens que estavam exageradamente bem vestidos, levando-a a questionar se havia esquecido de algum compromisso. Os dois a encaram caprichando na cara de ultraje! – Vejo que acabou de acordar... Hum, não interrompemos nada não, né? – Marc indagou, já mergulhando no apartamento, literalmente forçando a entrada e varrendo o pequeno ambiente com os olhos, na clara menção de procurar por algo ou alguém. Cosima sorriu com a ousadia do amigo, mas no fundo, queria soca-lo!
- Marc, eu estou sozinha! – Rebateu a entrada furacônica de amigo, já com uma das mãos depositadas em seu quadril. Porém, o rapaz não se deu por vencido e foi até o quarto, usando da desculpa de precisava checar o closet da amiga. – O que vocês estão fazendo aqui tão cedo? Não esqueci nada, não é? – Novamente buscou em sua atrapalhada memória a possibilidade de ter furado em alguma coisa com eles em plena manhã de quinta.
- Não, Cos, querida! Nós é que pensamos em passar aqui para lhe fazer um convite. – Louis sanou a expressão confusa da amiga.
- Esqueceu, sim senhora! – Marc gritou de dentro do diminuto closet. – Esqueceu da elegância e do luxo, necessários para o tão esperado baile de sábado a noite! - Cosima arregalou os olhos, demonstrando que finalmente havia compreendido o que os amigos faziam ali. – Isso mesmo que a senhora ouviu! E, após uma rápida observada nas suas roupas, não tem nada que preste para a ocasião. Sabe o que isso significa?
- Tenho muito medo de perguntar... – Lamentou-se uma temerosa Cosima, quase em tom de sussurro.
- Compras! – Marc e Louis disseram em uníssono, nitidamente exagerando na pinta!
- Gente... adoraria ir às compras com vocês, mas não quero e nem posso gastar grana com um vestido que provavelmente só usarei uma vez na vida. – Resmungou. – Que tal se eu alugasse um?
- E onde está o glamour nisso? – Marc a questionava já puxando-a pelos ombros e seguindo até o banheiro. – Louis, querido, prepare algo para o café da manhã da Cos enquanto ela se arruma para irmos as compras.
Cosima percebeu que seria inútil resistir às investidas dos amigos e tratou de entrar logo sob o chuveiro. Mal sentiu a água tocar seu corpo quando Marc irrompeu banheiro a dentro, fechando a porta atrás de si.
- MARC! – Cosima quase gritou, tentando esconder-se do amigo! Ele ficou doido?
- Cos, por favor, né? Não tem nada aí que me inter... – O rapaz parou bruscamente o que dizia, já soltando um sonoro assovio. – Olha, a senhora está de parabéns! – Disse enquanto parava diante do box de vidro. – Não é atoa que a professora Cormier perde a linha perto de você! – Rá! Finalmente o que ele tanto ansiava em comentar desde que entrou em seu apartamento. Cosima ruborizou violentamente, quase confirmando a insinuação do amigo.
Deveria confirmar as suspeitas dele? Seria o momento certo para isso? O pior, é que estava totalmente na cara e depois da noite de ontem! Ela sabia que não poderia negar a evidente atração que ambas sentiam uma pela outra, embora em seu íntimo, soubesse que que era muito mais do que isso. Suspirou profundamente e respondeu Marc com a cara mais cínica que foi capaz de estampar enquanto dava as costas ao amigo e concentrava-se em seu banho.
- Aaah...! Mas você vai me contar tudinho! Mais cedo ou mais tarde, okay? E saiba que paciência é uma de minhas virtudes! – Orgulhou-se em demasia a fazendo rir! Ambos sabiam que era mentira.
******
Já passava das 15 horas e Cosima já sentia a fome consumir-lhe as entranhas! O café com torradas murchas que Louis preparou para ela, já haviam sido aniquilados devido a maratona de entrar e sair de inúmeras lojas e do tira e bota de roupas. Já havia até perdido as contas de quantos vestidos havia provado e sua cabeça começava a latejar de tantos cálculos mentalmente realizados acerca de qual de seus órgãos valeria mais, para que pudesse vende-lo no mercado negro afim de comprar qualquer um daqueles modelitos!
Haviam percorrido toda a Boulevar Haussmann e estavam saindo da Champs-Élysées em direção a Avenue Montaigne. Cosima já começava a parecer uma criança birrenta esperneando diante dos pais! Estava consumida pelo cansaço e só queria comer!
- Gente, eu estou muito cansada e morrendo de forme. Vocês não estão? – Questionou inutilmente, já visível no rosto dos amigos que ainda não estavam dispostos a pararem para comer. E, embora já tivessem encontrado os sapatos e as gravatas que queriam, ainda tinha a missão principal: O vestido dela. Pensou em tentar argumentar novamente quando teve um pequeno sobressalto!
- Givenchy!!! – Ambos deram um pequeno, assustando-a. Sem tempo para pensar em nada, foi arrastada loja a dentro. Aqueles dois precisavam de um freio! Um segundo depois, uma belíssima e elegante vendedora aproximou-se deles.
- Em que posso ajuda-los?
- Veja! – Louis puxou Cosima pelo braço, quase obrigando-a a girar em seu próprio eixo. – Veja essa beldade. Sinta esse estilo! – Eles falavam dela já na terceira pessoa, porém, Cos decidiu que não se importaria mais. Só queria que aquele martírio terminasse logo. Que as deusas tivessem misericórdia! – O que você teria para valorizar ainda mais essa deusa? – Marc continuou.
- Tendo em mente que iremos a um baile de gala e ela precisa arrebatar uma certa pessoa. – Marc soltou essa ultima parte quase cochichando com a vendedora, que a encarava intensamente, filmando-a da cabeça aos pés.
- Acredito que tenho duas lindas peças que cairiam muito bem nela! – Cos agradeceu em pensamento. “Ufa... ‘’só’’ duas!’’
Sentou-se na confortável poltrona que havia ali e ficou assistindo os amigos perambularem pela loja, completamente encantados com cada mínima peça que encontravam ali. Somente então é que teve tempo para deixar seus pensamentos viajarem até a noite anterior, constatando a belíssima confusão em que se met*ra.
Lembrou-se da estranha conversa que teve com Shay e da sensação de a estar enganando. Porém, pensou que talvez fosse melhor que ela viesse mesmo a Paris, para que pudessem ter uma conversa cara a cara. Não se imaginaria terminando nada com ela por telefone ou vídeo chamada. Shay não merecia aquilo.
- Minha Nossa Senhora do Escândalo! – Marc estava mais caricato do que nunca! – São fabulosos! – foi o que conseguiu dizer assim que viu as duas peças que a mulher trouxe para Cosima provar. E para a surpresa dela os vestidos eram realmente deslumbrantes.
Um era azul petróleo, uma de suas cores favoritas e o outro era um tom champanhe repleto de brilhos. Cosima foi quase arrancada da cadeira e jogada em um dos provadores. E antes que ele se fechasse, Louis correu, trazendo em mãos uma belíssima sandália de salto alto que combinaria com ambas as peças.
Assim que saiu com o primeiro deles, o azul, seus amigos, acompanhados pela vendedora, arregalaram os olhos e só puderam aplaudir. Cosima levou um novo susto com o flash do celular de Marc, desejando registrar aquela imagem para a escolha futura.
- Está maravilhosa, Cos! Mas agora, prove o outro. Estamos perto de conseguir. – disse Louis.
“Estamos perto de me levar a falência, isso sim!”
Dentro do provador, assim que fechou o último fecho do vestido champanhe, contemplou sua imagem no grande espelho diante de si e teve de enfi*r a modéstia no centro da Terra. De fato, havia ficado realmente sensacional nele. Contudo, temeu pela extravagância das transparências. Decidiu consultar os amigos.
Marc quase cuspiu o espumante que acabara de receber da vendedora! Essa, parou com a garrafa no ar, estarrecida com a visão de Cosima naquele vestido. Louis caiu sentado na outra poltrona e até mesmo os demais clientes da loja pararam o que estavam fazendo para admirá-la.
- É esse! – afirmou Marc!
- Não sei não, gente. É muito transparente...
- Sem “mas” Cos... Você está deslumbrante! – Louis conseguiu dizer.
- Está sim. E pode apostar que, com esse vestido, a Professora Cormier vai cair de quatro por você!
- QUEM? – Louis e a vendedora perguntaram simultaneamente.
“Valeu, Marc!” Porém, Cosima sabia em seu íntimo que era exatamente aquilo que pretendia. Arrebatar ainda mais Delphine... Sabia que aquela era a escolha certa.
“Delphine Cormier, me aguarde!”
Fim do capítulo
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Lica
Em: 11/12/2017
Juliana, q texto maravilhoso, mega bem escrito, meu Deus!!
Há muito q não lia, por aqui, algo tão bem estruturado, com tamanha clareza de pensamentos e de pesquisa, sem falar na ortografia e playlist, impecáveis. Estou deveras encantada com as personagens (PHDeusa, cada aparição um gozo..rsrs) enredo, trama, sinto-me inserida, com tanta energia criativa.
Uma perguntinha: vc e/ou sua parceira, são professoras universitárias? vcs falam com muita propriedade intelectual sobre o universo da Academia.
Bem lindonas, parabéns pela fanfic deliciosa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
bjs.
Resposta do autor:
Muitísimo obrigada Lica, por seu gentil comentário e sim, eu sou Professora de nível superior e minha formação é em História e estudo História das Mulheres, então existe sim uma identificação e escolha de enredo por essa vertente. Mas a Mari também é feminista e compartilhamos essa paixão.
Espero que continues conosco. Nossa periodicidade é sempre aos domingos a noite.
Xeros
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juno2018
Em: 09/12/2017
JE-SUS!!!
Que história é essa?!?!?!
Não consigo parar de ler, estou chocada, louca esperando a continuação.
Resposta do autor:
Muito feliz por seu comentário e por estares curtindo a nossa história. Temos um cuidado com a periodicidade das postagens. Então todo domingo a noite lançamos capítulos.
E caso queiras papear mais sobre a história, segue o link de meu face:
https://www.facebook.com/profile.php?id=1223930183
Abraços.
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Gabii
Em: 06/12/2017
Meu Deus! Estou maravilhada pela sua forma de escrita. Não gosto muito de ler fanfic, mas a capa da história me chamou a atenção (sou apaixonada pela Cosima e pela Delphine rs). Conforme fui lendo os capítulos, percebi que essa é uma das mais brilhantes histórias que já li aqui no Lettera. Sério, é muito cativante a forma que é construída as personagens e o desenrolar dos acontecimentos. Eu, sinceramente, sorria toda vez que a PhDeusa e a Mortal apareciam juntas. E eu estou torcendo muito, mais muito, para que elas possam se acertar de vez (ainda tem vários empecilhos que precisam ser resolvidos e não será fácil, pelo visto), para ficarem juntas.
Eu fiquei tão viciada nessa história, que li tudo de uma vez, sem pausas! Espero, anciosamente, o próximo capítulo.
Parabéns, parabéns, parabéns!!! Estou fascinada pelo mundo que criaste. Tens muito talento, querida autora. Continue escrevendo essa história linda, sombria e divertida.
Resposta do autor:
Ficamos imensamente felizes com a sua opinião sobre.o nosso trabalho. Uso a primeira pessoa do plural porque somos duas pessoas rs. Escrevemos a 4 mãos. Inicialmente uma autora e uma beta que se tornaram co-autoras. Essa história nos encanta e ler comentários como o seu nos anima ainda mais.
Caso queiras conversar mais sobre a história, podes me adicionar no face. Procure por Juliana Lucena. Não consegui coloar o link aqui.
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Moura
Em: 05/12/2017
Boa noite!
Gostaria de ter o dom da escrita para poder verbalizar todos os meus sentimentos, minhas impressões e todo êxtase que ler esta história me proporcionou neste final de semana.
Não quero assustar você com o péssimo português portanto não poderia ser egoísta em guardar só para mim o que me encantou!
Tudo....tudo....tudo.... demais a forna como você escreve e a essência do seu conto.
Parabéns!
Resposta do autor:
Muitísimo obrigada por seu comentário acerca de nossa singela histório. E falo na terceira pessoa do plural porque somos duas. Ou seja, escrevemos à quatro mãos e espero, sinceramente que pernaneças conosco e, caso queiras, podes me adicionar ao facebook para conversarmos mais sobre a história. É só adicionar e chamar lá...
Jules: https://www.facebook.com/profile.php?id=1223930183
Abraços e xêros.
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