CapÃtulo 32
(Ana Carolina)
Eu terei uma grande escolha a fazer, proteger a Isadora e deixar a passagem livre pra outra pessoa. Ou deixar o destino se encarregar dessa confusão que está se formando. O ciclo está se fechando e não é nada bom pro meu lado.
Não pensei que eu iria pensar dessa forma algum dia. Minha mãe passou anos e anos me envenenando e me programando.
Não sei se consigo mais sentir amor ou sentir pena de alguém que não seja de mim. A dor de quem quer que seja não tem importância. Eu sempre estive em primeiro lugar.
Isso só deixou de acontecer quando eu encontrei a Isadora.
Ela nunca me deu atenção, nunca nem sequer olhou nos meus olhos e eu a amei por anos.
Eu a desejei por anos incansavelmente.
Tudo sairia como programado, tudo sairia perfeito.
Mas, não foi assim.
Eu vou arriscar tudo que tenho por ela.
Por alguém que nem sequer sabe da existência desse amor. Talvez eu esteja começando a pagar por todo o mal que eu tive que fazer, e a vida só está me devolvendo.
Fui criada pra odiar e agora estou começando a falhar nisso.
Segui o carro onde a Isadora estava. Tive que tomar cuidado, pois sabia que o Marcelo não estava agindo sozinho. O caminho era péssimo, pedregoso e empoeirado.
Estávamos nos distanciando cada vez mais da cidade, e quando perdi de vista o carro.
Não sabia se seguia ou se parava em um enorme galpão.
Decidi parar, e não encontrei ninguém fora.
Porém ouvi vozes alteradas dentro do galpão.
Quando me aproximo e noto do que se trata.
A Isadora amarrada em uma cadeira, e o Marcelo com uma arma na mão.
Ela o manda atirar e ele coloca a arma na cabeça dela.
Nessa hora eu não me controlei, entrei já dando um disparo pra cima e assustando quem estava ali.
-- se você encostar um dedo nela é um homem morto.
-- Não acredito, olha ai quem apareceu pra salvar a princesinha aqui.
Como você sabia que eu estava aqui? (Marcelo)
-- não importa Marcelo, eu quero que você deixe a Isadora em paz.
Eu já falei que você não a fizesse mal.
(Isadora)
Por um momento eu desejei que tudo ficasse bem, e pedi logo pra o Marcelo acabar de uma vez comigo.
Eu fechei os olhos e ele estava com a arma em minha cabeça.
Só se ouviu um disparo, mas não foi em mim.
Olhei assustada pra pessoa que disparou e não entendi absolutamente nada.
“Ana Carolina”
Ela conversava como se conhecesse o Marcelo e eu fiquei confusa.
O que será que ela tem haver com isso?
-- Carolina, Carolina, Carolina.
Eu não tenho negócios com você.
E além do mais, não obedeço às ordens da sua querida mãe.
-- Cala a boca e solta a Isadora.
Ou eu mesma vou fazer isso.
-- a troco de que Ana Carolina?
-- já deu Marcelo, eu te falei que não tocasse na Isadora.
Fui até ela e a desamarrei, ela só me olhava assustada e não dizia palavra alguma.
-- vai ficar tudo bem Isadora.
Eu vou te tirar da aqui.
-- vai, pode levar.
Eu só queria dá um susto nela, e fazê-la entender que quando eu bem quiser, consigo tudo que quero.
Ah Doutora, cuidado com a doentinha.
Agora as duas, fora daqui.
-- isso não vai ficar assim Marcelo.
Vamos Isadora, vem você consegue andar?
-- eu não vou a lugar nenhum com você.
Vocês dois me dão nojo.
-- vamos Isadora, ou você não entendeu o perigo que esta correndo?
Eu não vou te deixar aqui, então, por favor.
-- que droga, o que foi isso que aconteceu?
De onde você conhece o Marcelo?
-- calma eu vou te explicar, tá?
Só quero que saiba que você pode confiar em mim.
Eu não vou te fazer mal, e ninguém vai fazer nada contra você.
-- Pelo o amor de deus, quem são vocês?
O Marcelo esteve a ponto de me matar, você vem e aparece.
Vocês são um complô é isso?
-- eu vou te levar pra minha casa e vou te examinar primeiro.
Depois conversamos.
-- agradeceria muito, se me desse uma carona.
Mas, quero ir pra minha casa.
(Ana Carolina)
Não iria perder a Oportunidade de estar com ela e de poder mima-la e cuida-la nem que seja por alguns segundos.
Então segui em direção a minha casa e no caminho era me respondia com tanta frieza que sentia meu coração gelar.
(Isadora)
Esse pesadelo não pode está acontecendo.
Meu deus será que não vou ter paz?
A Ana Carolina sabe de coisa que eu não sei.
Ela conhece muito bem o Marcelo e não fez questão sequer de esconder isso.
Não gostei de saber que não iriamos pra casa, ela mudou o caminho e logo chegamos até a casa dela.
Eu tentava ser o mais fria possível.
-- Por favor, fica a vontade a casa é sua.
Eu vou te examinar e depois conversamos se quiser.
-- dá pra parar de tratar a situação como se fosse algo natural?
Meu deus, eu não suporto isso.
Quem é você Carolina.
-- eu sou irmã da Agnes Campos Reis.
Sou irmã da sua esposa.
Você não sabe, mais está correndo perigo.
Eu tentei avisar mais cedo, porém você nem me deu ouvidos.
--Qual é a tua relação com o maldito do Marcelo?
O que você estava fazendo ali? Eu não entendo mesmo.
-- olha, eu não posso te explicar nada disso agora.
Mas confia em mim.
Eu vou te proteger e garantir que nada de mal aconteça a você.
-- porque você tá fazendo tudo isso?
Eu nunca pedi nada.
-- porque eu te amo.
E sempre te amei em surdina.
Você nunca me notou ou muito menos quis saber de mim.
-- ai meu deus.
Você tá de brincadeira?
-- Não é brincadeira, eu sou perdidamente apaixonada por você.
Em meio a tantas mentiras da minha vida, a minha única verdade é esse amor que sempre carreguei comigo.
Eu dou tudo que tenho por você.
Você acha que pode me amar um dia?
-- você é louca, como assim?
Eu sou casada e amo a Agnes acima de qualquer coisa.
-- AGNES SEMPRE ELA.
-- ela é tua irmã e você sabe disso e negou ajuda.
Desculpa mais você também me dá nojo.
-- um dia você vai me amar.
Eu sei que vai.
-- olha, eu quero ir pra minha casa
Por favor, me deixa sair ou eu vou a força.
-- eu já falei que vou te examinar.
Não custa nada então sossega ai.
A examinei de forma mais lenta possível, sentir a respiração dela perto de mim, o rosto tão próximo, me davam arrepios.
Eu pensei em tentar alguma coisa, mas só sentia frieza em seu olhar.
Ela não estava feriada, mas estava com uma pequena alteração na pressão e com um arranhão no rosto.
Logo peguei o gelo e coloquei junto ao seu rosto.
(Isadora)
Eu tentava ligar os pontos em minha cabeça.
Eu não estava crendo em tudo que vivi, eu não queria entrar em choque.
Meu controle emocional tem que ser maior que tudo isso.
Eu quero descobrir o máximo de informações possíveis.
E a cada nova revelação eu vou ficando boquiaberta.
Eu vou jogar o jogo dela e arriscar.
-- Carolina o que eu tenho haver com tudo isso? Porque você tem que me proteger?
-- não posso falar tudo Isadora.
-- porque não?
Que raiva vocês tem contra mim, a ponto de chegar a tudo isso.
-- eu não tenho nada contra você.
-- disso não tenho certeza.
-- pois tenha.
Eu só faço de tudo pra ninguém te fazer mal.
-- me diz de uma vez quem realmente está por trás disso?
Você conhece o Marcelo de onde?
-- para, eu não vou falar.
-- tudo bem então.
Eu vou descobrir tua função no meio disso tudo.
Até lá não se aproxime de mim, muito menos da minha esposa.
Agora chega com essa palhaçada já estou indo.
Sai daquela casa bufando de raiva
Ainda não me recuperei desse susto e de como eu não pude fazer nada pra isso ter acontecido.
O Marcelo é louco, e o que será que essa Ana Carolina tem haver com isso.
Peguei um taxi e voltei pro meu apartamento
Não tinha cabeça para mais nada.
Quando cheguei todos ficaram boquiabertos com meu estado, minha roupa rasgada, meu rosto tinha um pequeno arranhão, e realmente eu ainda estava pálida.
-- Isadora o que aconteceu filha? Meu deus o que fizeram com você?
-- mãe, eu não quero explicar agora só quero tomar um banho e depois eu juro que respondo tudo.
-- vai lá filha, vou preparar algo pra você comer.
Segui no automático pro meu quarto e lá encontro a Agnes sentada na cama, parecia inquieta.
-- Isa?
Você voltou meu amor, me abraça e me diz que você tá bem.
-- ah meu amor, eu não acredito que estou em casa.
Meu anjo, eu estou bem.
Não se preocupa eu estou aqui e nunca vou te deixar.
-- eu senti algo tão ruim aqui dentro, Isa.
Você tá machucada, o que aconteceu? Por favor, não sai nunca mais sem mim, eu morro se alguma coisa acontecer com você.
-- amor, não chora.
Ei não quero vê minha princesa chorando, tá?
Não vou te deixar nunca.
Eu te amo.
Falei isso entre lagrimas que também já teimavam em cair.
Eu nunca pensei que estivesse tão perto da morte e que Ana Carolina fosse à pessoa que eu iria ter que agradecer por estar viva.
A Agnes pressentiu alguma coisa, caso contrario ela não estaria dessa forma.
-- amor me deixa ir tomar um banho e depois a gente conversa.
-- me deixa ir com você, por favor.
Peguei na mão da Agnes e segui para o banho, ainda estava incrédula e atônica.
O Marcelo poderia em questão de minutos acabar com minha vida e eu não seria capaz de fazer nada, agora sim eu vejo em que situação eu estou metida.
-- Isadora, o que você tem?
(Agnes)
Estava no quarto quando vejo a Isa entrar, ela parecia estar machucada e no mundo da lua, quando ela começou a falar sua voz soava pesada e sem vida.
Não era a minha Isa, o que será que aconteceu?
Surgiu-me um medo de perdê-la e abracei querendo me perder nesse abraço.
Em determinado momento estávamos chorando, a emoção que brotava em nossos corações não tinha explicação, eu senti que não queria sair de perto dela, nunca mais na vida.
Ela precisava ir ao banho e eu não queria larga-la.
-- Isa olha pra mim o que aconteceu?
-- Minha linda olha pra mim.
Se acontecer alguma coisa a mim, eu quero que você nunca esqueça que eu te amo mais do que minha própria vida.
Se eu puder te dá à vida, eu assim o farei.
-- porque você tá falando assim?
Você está me assustando Isa, por favor, não me deixa.
Eu estava em estado de choque não estava em mim, confesso que estava com medo de tudo que ainda fosse acontecer, olhar pra Agnes me trouxe tantas lembranças.
Tantas coisas a gente já passou e eu não me arrependi de absolutamente nada, eu entrei na vida dela pra ficar.
Nessa hora eu não tenho forças mais pra nada a não ser chorar.
Liguei o chuveiro ainda no automático em meio a uma cena não corriqueira.
Pela primeira vez na vida, eu me sentia fraca e sem vida.
A água escorria pelo o meu corpo, sob o olhar de uma Agnes assustada.
Nesse momento eu desejei que tudo tivesse um fim
Pelo menos por hoje
-- Agnes, você não sabe o que eu sinto ninguém sabe.
Deixa-me, por favor, eu estou te pedindo.
-- mais você tá chorando Isa, eu não posso fazer isso.
-- você tem que fazer, por favor.
(Agnes)
Minha cabeça estava confusa eu não estou reconhecendo a Isa, e agora?
Continua
https://www.youtube.com/watch?v=qStex5qhjj8
Fim do capítulo
Meninas que saudade de vocês!
Finalmente depois de muito tempo resolvi voltar e continuar com essa Historia.
Realmente eu não poderia deixar de concluir esse sonho.
pra quem pensou que a Isa já tinha partido "dessa pra melhor" se enganou rs...
Ela voltou firme e forte!
Ou está tentando voltar a Ser!
Boa leitura e até breve
beijossss
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rhina
Em: 24/03/2018
Pela primeira vez Isa se vê sem forças. .....em uma situação em que todo seu amor.....seu querer. ....suas forças não são nada mediante a um simples disparo de uma arma de fogo. ....e sua vida seria tirada do seu corpo. .....e por isso ela se quebra. ....totalmente quebrada. Ela que se entregar. .....
Tomara que a Isa não se deixe sucumbir. .....
É difícil. .....realmente triste.....mas Isa tô torcendo por vc
Rhina
Resposta do autor:
Bom dia Rhina, esse capitulo foi bem marcante pois colocou a prova o emocional das meninas.
Porém, no fim tudo ficou bem.
Isa merece mesmo toda torcida do mundo
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