CapÃtulo 55
-- Oi vovô, o senhor queria conversar comigo?
-- Cristina, eu preciso explicar o que aconteceu.
-- Vovô, não será necessário, o senhor tem sua vida assim como eu tenho a minha.
-- Não! – sentou e observou a neta – Eu falhei como marido, pai e depois como avô. – passou a mão pela cabeça. – Errei como pai duplamente.
-- Concordo em termos com a primeira parte... – disse com sinceridade – Mas a segunda... – coçou uma mão na outra. – Vô, o senhor não tinha como adivinhar a existência de outro filho.
-- O homem que passei a vida rejeitando como seu amigo, e depois, até acusei de ter lhe influenciado na sua... – ficou sem jeito – sua vida com Isadora.
-- Na minha orientação sexu*l* vô. – sorriu e o velho fez sinal com os ombros.
-- Perdi muita coisa boa com vocês. – olhou a morena com mágoa – Você até elegeu outro homem como avô. – Melissa sabia que seu avô era um homem difícil, com uma vida cheia de “enigmas” não desvendados pela justiça, mas, sabia o quanto ele a amava, e, naquele momento estava sendo honesto. Ela não resistiu à chance de voltar a ter intimidade de neta e foi até o homem, sentando-se ao seu lado.
-- O senhor pode recuperar tudo isso, ajudando a criar meu filho, assim como criou meu pai. – beijou o homem - Aceitando o Rico como ele realmente é, após registra-lo como filho, e repassar sua parte em tudo. – abraçou-se ao velho homem, permanecendo assim por alguns minutos.
-- Não se importa em dividir sua herança? – olhou a neta, avaliando-a. Melissa limpou o rosto e respondeu, sem deixar de corresponder ao olhar do velho José.
-- Não me importa esse dinheiro se for para disputa-lo com o meu irmão do coração. – apertou a mão do avô. – Enrico pode ser meu tio, mas eu aprendi a admirá-lo e amá-lo como um irmão. – José sorriu emocionado. Abraçaram-se expurgaram seus fantasmas.
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-- Concordo com seu avô Melissa. – Isadora afirmou se levantando do sofá. – Para que uma viagem cansativa? Sabemos que Júnior recebeu alta do hospital, e no mais tardar, sexta voltará para São Paulo.
-- Vocês irão e eu ficarei aqui sozinha. – reclamou fazendo birra como uma criança que perde o brinquedo – Depois você vai ficar com o vô Eliezer e me deixar sozinha novamente. – quando terminou de falar havia percebido o que acabava de declarar.
-- Sozinha? Não quer que eu vá? – perguntou com os olhos brilhando.
-- Não... Quer dizer... Ficar sozinha não é meu sonho... – estava sem jeito, e não sabia o que falar.
-- Vem aqui meu potinho de mel. – sentou no sofá e puxou a morena para perto. – Estou preocupada com João Matias, sinto-me culpada por ter envolvido ele nessa sujeira. – explicou acariciando a cabeça apoiada em seus seios.
-- Ele se envolveu no dia que começou a namorar Bruna. – concluiu com a voz abafada.
-- Mesmo assim Mel, eu preciso ver como ele ficou depois de tudo isso... – beijou a cabeça negra – Ele é metido a durão, mas o conheço o suficiente para saber o quanto de criança insegura vive ali dentro.
-- Depois você vai direto para o sítio? – levantou a cabeça olhando dentro das esmeraldas que não resistiram às suplicas daquele pedaço do céu a sua frente.
-- Por que você não vai ao sítio e me espera lá?
-- Porque você não tinha convidado. – respondeu fazendo beicinho, o que deixou a loirinha completamente penalizada.
-- Não faz isso meu docinho. – encheu o rosto da morena de beijos – O sítio é bem mais perto e você ainda pode pegar um helicóptero.
-- Quer mesmo que eu vá? – perguntou com os olhos grandes e com um brilho especial.
-- Sempre eu desejarei você. – beijaram-se com paixão, ficando abraçadas depois, sentindo o calor uma da outra.
-- Isa...
-- Hum...
-- Ainda não fizemos amor. – constatou.
-- Verdade, estamos perto uma da outra a mais de vinte e quatro horas, além de várias tentativas frustrantes...
-- E bundinha a mostra... – brincou e Isadora respondeu com uma mordida. – Ai! – puxou a loirinha para um beijo. - Sempre tem alguém atrapalhando. – concluiu irritada.
-- Quando chegarmos ao sítio, vamos conversar e depois nos amar até matar essa vontade. – disse após rir da expressão da morena – Vamos reconstruir nossa vida. – Melissa olhou novamente para loirinha de forma pensativa – O que está pensando amor?
-- Recomeçar a nossa vida... – respondeu receosa.
-- Shiii.... – beijou os lábios da morena - recomeçar só nós duas, sem a interferência de mais ninguém.
“Recomeçar só nós duas...” – aquela frase soou como alarme na cabeça da morena.
-- Vamos fazer tudo diferente, mas desta vez dará certo. – concluiu sorrindo. Melissa a fitou pensativa e resolveu deixar este assunto quieto.
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-- Oi Fran...
-- Hi Michelle! – ofereceu um sorriso sem graça. – Isadora não está aqui.
-- Sei disso. – entrou no apart-hotel sem esperar o rapaz convida-la. – Pensei em vir aqui para lhe pedir ajuda.
-- Ajuda? – lançou um olhar interrogativo – Que tipo de ajuda?
-- Quero fazer uma surpresa a Isadora... – sorriu – ela me falou sobre o sítio do avô, você tem o endereço? – o rapaz analisou a mulher a sua frente e lembrou que a amiga havia dito que elas tinham terminado a relação, e naquele momento, a loirinha tentava reconquistar Melissa.
-- Nunca fui lá, não conheço São Paulo. – “meia mentira” – pensou.
-- Ah, como não conhece?
-- Não conhecendo, do verbo não conhecer. – brincou.
-- Será que não tem como conseguir isso para mim?
-- Acho muito difícil, o único local que poderia ter esse endereço seria na agenda da loira, mas ela a levou. – a morena pensou um pouco e resolveu jogar.
-- Pena... – fez uma expressão de frustração – Então vou aguarda-la, mas eu queria muito conhecer o avô dela.
-- Pena mesmo. – o telefone tocou e ele foi atender.
-- Francisco, eu vou pegar um pouco de água. – não havia como o homem responder algo, pois foi pego de surpresa e enquanto atendia ao telefone. Michelle mexeu em alguns papéis sobre a mesa e encontrou a agenda de Francisco. Ela folheou rapidamente e viu o nome de Isadora com vários endereços. Ela pegou o celular e fez uma foto de toda a página.
“Tem que ser este”. – pensou sorrindo. Francisco retornou a tempo de vê-la com um copo de água na mão. Ela se despediu e foi embora.
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-- Vai se comportar? – Isadora perguntou segurando o rosto da mulher mais alta.
-- Tenho opções? – respondeu fitando-a nos olhos e alisando, inconscientemente, sua barriga.
-- Não. – foi à resposta seguida de um beijo em seus lábios. A loirinha percebeu o carinho da morena em sua barriga e não resistiu, abaixou-se e beijou também a barriga – Comporte-se você também, e cuide da sua mãe, e quando voltar quero um relatório completo dos dois. – alisou a barriga da morena, piscou um olho e saiu em direção ao carro onde Enrico a aguardava. Ela não percebeu a boca da morena abrir em surpresa com o simples gesto que acabava de fazer.
-- Acho que as coisas agora entrarão nos eixos. – José constatou se aproximando da neta, envolvendo-a entre seus braços.
-- Vô, o senhor viu isso? Ela... Ela realmente acariciou meu filho? – estava sorrindo.
-- Vi e tenho uma opinião séria a respeito... – respondeu chamando a atenção da morena. – Essa criança terá duas mães. – Melissa sorriu feito uma boba e seus olhos se encheram de água.
-- Ela sempre teve duas mães, desde sua concepção. – concluiu sorrindo.
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-- Viu o rosto daquela bobalhona? – Enrico brincou quando Isadora entrou no carro – A boca ficou aberta, olha ali... Tá babando gente! – constatou brincando e apontando em direção à amiga.
-- Deixa... – olhou para Melissa. - Ela é a minha bobona linda... – beijou a mão e assoprou em direção a mulher amada que lançou a mão no ar, fechando-a em seguida levando-a até o seio esquerdo.
-- Música importada ou trilha sonora ao estilo Melissa Cristina? – perguntou mexendo no aparelho de som do carro.
-- O melhor do sertanejo, ao estilo Melissa. – sorriu. Enrico colocou uma música, que fez a loirinha desejar sua morena para lhe apertar entre seus braços.
“Eu não sei de onde vem, essa força que me leva pra você...” – cantarolava feliz por ter resolvido sua situação.
-- Então estamos felizes? – Enrico perguntou na brincadeira.
-- Estou tão feliz que seria capaz de lhe beijar a boca. – Isadora respondeu entrando na brincadeira.
-- Ah Isadora, que nojo! – fez careta, e depois resolveu investigar a situação das amigas – O que foi aquilo hoje cedo?
-- Aquilo o que? Seja preciso? – fez uma expressão inocente.
-- O flagra, quer dizer, o quase flagra, porque Cris ainda estava vestida, e o mesmo não posso dizer de você, aliás, precisa tomar uma corzinha nesta bunda. – disse com ar divertido.
-- Seu pervertido! – gritou sorrindo.
-- Vocês se acertaram de vez?
-- Aquilo se chama empatada do que seria uma ótima foda, pela múmia. – respondeu com um ar zombeteiro, olhou o amigo que ficou surpreso com o palavreado da loirinha – Quanto minha região glútea, eu tomarei mais sol assim que chegar ao sítio e estiver em companhia da MINHA morena. – gritou o “minha” e sorriu.
-- Melissa desta vez se superou, em menos de quarenta e oito horas, você já está com a boca suja dela. – sorriu – Quanto ao que seria o ato da “foda”... – disse com ênfase - vejo de outra forma... – olhou a loirinha – Aquilo se chama futura dor de cabeça.
-- Por que acha isso? – franziu as sobrancelhas em preocupação.
-- Ela vai querer interferir na criação do neto, e querendo ou não, o filho dela é o pai, e permanece solto.
-- Covarde! “Mauriceba” pedante! Aquele homem quase acabou com minha vida, e não vai ser a garota propaganda do botox que irá atrapalhar novamente.
-- Botox? Aquilo é formol mesmo, eles estão falidos. – conclui - Isadora, eu confio em você e estou mega feliz e orgulhoso por sua investigação ter resultado em coisas tão importantes para minha família. – olhou rapidamente a loirinha – Mas lhe peço, por favor, não faça mais Cristina sofrer... – lembrou a fase ruim enfrentada pela morena – tudo aconteceu contra as expectativas dela, e além da depressão, e do braço imobilizado, engravidou de um covarde sem nem mesmo consentir. – olhou rapidamente para loirinha - Não faça mais isso, desabafe ao menos comigo, caso ache a Cris muito precipitada. – Isadora pensou nas palavras do amigo, imaginando a dor que causou em Melissa, e neste momento, preferia uma punição maior, por ter feito sua morena sofrer.
-- Eu era uma pessoa insegura e ingênua. – fez alguns segundos de silêncio. – Quero voltar com ela, mas desta vez, ir com calma.
-- Calma e Melissa Cristina não são compatíveis. – sorriu - Diga-me se for invasivo, mas, o que pretende fazer?
-- Enrico, eu quero voltar aos EUA e continuar com minha vida por lá e pensei em chama-la para morar comigo. Quero ter a oportunidade de fazer as coisas no meu tempo. – Enrico a olhou na dúvida se falava ou não.
-- Espero que se entendam. – fez uma pausa e prosseguiu - Gosto das duas e não quero vê-las sozinhas, tristes e separadas novamente. – preferiu encerrar o assunto, sentiu que tempestades se aproximavam.
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-- Olá
-- Júnior já voltou para casa? – perguntou preocupada.
-- Ele não quis ficar com a família.
-- Deixe-me adivinhar... – brincou – Ele foi para fazenda com vocês. – usou um tom jocoso.
-- Acho que arrumamos mesmo um irmão.
-- Um grande irmão amor.
-- Repete. – pediu com uma voz emocionada.
-- A senhorita ultimamente tem ficado emocionada com facilidade. – brincou.
-- Passei muito tempo sem ouvir essa voz me dizer isso, e acho que tenho direitos adquiridos em ouvi-la constantemente. - respondeu com tom de malícia.
-- Quando você volta? – perguntou com voz triste.
-- Mel, nós viajamos ontem.
-- Muito tempo. Estou há... – olhou o relógio – vinte e três horas e doze minutos sem seus beijos. – falou com autoridade.
-- Meu amor, como é bom ouvir isso de você... – estava sorrindo – Amanhã cedo, no máximo eu volto. – observou Enrico gesticulando a sua frente e completou – Nem que volte sozinha.
-- Manda o Enrico parar de encher e falar comigo.
-- Como sabe que ele...
-- Conheço o palhaço. – foi à resposta rápida. Quando o rapaz atendeu ao telefone ouviu as orientações para pegar Júnior e retornar no dia seguinte.
-- Cris, nós ainda precisamos ver a situação na polícia, houve um assassinato aqui.
-- Você é advogado? – foi irônica.
-- Não, mas sou a pessoa que administra os negócios com você.
-- Tio Rico... – brincou, provocando o homem – para isso seu paizinho paga caro um administrador local, e um capataz. Agora deixe de encher e envie Júnior e meu pudim de baunilha, ou você estará muito encrencado.
-- Pudim de baunilha? – estava às gargalhadas, fato que chamou a atenção de Isadora.
-- O recado foi dado, amanhã quero almoçar com Isa e Júnior. – concluiu com autoridade
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No outro dia, na primeira hora, Melissa estava dentro de um helicóptero a caminho do sítio do velho Eliezer. Rute, mãe de Isadora, fazia-lhe companhia, na verdade, era mais uma surpresa para loirinha que não via a mãe desde sua formatura, assim como a seu avô.
-- Minha querida, cada vez mais linda! – disse o velho em admiração abrindo os braços para acolher a morena, logo que a viu.
-- Mais linda é por conta do senhor, agora se quiser dizer mais feliz, isso sim, é por minha conta, mas a culpa é da sua neta. – respondeu sorridente.
-- Como é bom vê-la assim novamente, sorrindo e feliz. – olhou para filha e a beijou no rosto, contente em perceber que ela também se esforçava para recuperar o amor da filha.
-- Vô, daqui a pouco sua netinha querida chega... – brincou – E o senhor me troca novamente.
-- Sua ciumenta! – beijou o rosto da morena – Agora me conte... – colocou a mão na barriga da morena - Como vai esse moleque?
-- Acho que ele vai ser jogador de futebol. – brincou – Ele era tão quietinho alguns dias atrás, ontem e hoje chutou mais do que toda gravidez. – eles caminharam em direção a casa, com Melissa descrevendo os desconfortos e as alegrias da gravidez, e algumas vezes Rute comparava com sua gravidez de Isadora. Após o almoço, Melissa deitou um pouco, mas foi vencida pelo sono. Passava das dezesseis horas quando sentiu uma mão escovando seu rosto, e não foi necessário abrir os olhos, ela sabia quem era e um sorriso surgiu.
-- Muito bom acordar assim. – falou de olhos fechados.
-- Melhor ver você dormir aqui, na nossa cama. – disse sorrindo.
-- Nossa? – abriu os olhos e viu uma mecha do cabelo loiro caindo sobre os olhos verdes, ela achou linda a cena - Essa cama era sua, depois sim, fizemos dela uma “pequena cama imensa”. – sorriu.
-- Pois agora vamos comprar uma cama imensa. – brincou.
-- Despertar assim... – passeava com o dorso da mão pelo rosto da sua pequena. – com seu sorriso angelical, seu cheiro e a proteção destas penet*antes esmeraldas é a visão mais linda que meus olhos já tiveram. – beijou rapidamente os lábios da loirinha – Você é a coisa mais linda que me aconteceu. – Isadora virou o rosto para beijar a palma da mão que lhe acariciava. – Não sei como pude viver, aliás, apenas sobrevivi todo esse tempo sem ter seus beijos ou seu olhar, eu a amo Isadora e quero me casar de verdade com você. – a loirinha sorriu emocionada e beijou a boca da mulher mais alta, levantando-se depois. Melissa a seguiu, colocando-se em pé, ficando uma diante da outra, fitando-se e sorrindo, enquanto suas mãos, entrelaçadas, brincavam.
-- Eu também a amo, e... – Isadora admitiu sorrindo, depois pegou o rosto da mulher mais alta para beija-la – também quero casar com você. – Melissa deslizou as mãos ágeis por baixo da camisa da loirinha, retirando-a, deixando aparecer à pele alva, de penugens loiras e os seios firmes, cobertos por um sutiã de renda preto. Isadora não perdeu tempo, e também retirou a roupa da morena, matando sua fome e desejo por aquele corpo bronzeado. Percebeu a barriga pontuda, acariciou com carinho e ergueu a cabeça até seus olhos se encontrarem com os azuis.
-- Como eu tinha medo que você não aceitasse o filho de...
-- Shiiii!!! Quer mesmo se casar comigo? – recebeu um aceno de cabeça e um beijo como resposta – Então eu lhe ajudo com seu filho... – não era o que Melissa queria ouvir, mesmo assim forçou um sorriso e abraçou a jornalista que prosseguiu. – Ele é mesmo um menino? – permaneceu beijando os lábios e mordiscando o queixo da morena.
-- Si... sim... – a loirinha sorriu percebendo o efeito provocado na morena.
-- Ele vai ser muito... – sorria enquanto alisava e observava a imensa barriga - lindo, assim como a mãe. – Melissa a olhou dentro das esmeraldas, sorriu e a colocou cuidadosamente na cama, amando-a com todo seu desejo, matando sua fome daquele corpo pequeno e loiro. Toda a cumplicidade de antes, parecia retornar aos poucos.
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-- Essa lua lhe acompanhou em todos os momentos ou... – a pergunta se referia a corrente com pingente que ela deu a loirinha na adolescência. Melissa queria completar a frase, mas estava com medo de ouvir a resposta.
-- Não. – olhou a morena avaliando-a. – Sempre retirei quando saia com outra pessoa.
-- Desculpa, não pretendia ser intrometida. – estava envergonhada – Nunca a retirei. – segurou sua própria corrente com as iniciais das duas.
-- Depois de mim só teve o Joaquim? – baixou os olhos para a morena não perceber sua vergonha.
-- Preferia deixar esses assuntos para depois, estou tão feliz... – beijou o topo da cabeça loira... – foi tão lindo... – apertou o abraço – mágico. – queria esquecer a existência de Joaquim.
-- Tem certeza?
-- Absoluta, agora recomeçar de onde paramos. – tomou a boca da loirinha, beijando-a com fome. – Semana que vem conversamos sobre nossas vidas solitárias, e todos os problemas que passamos, hoje até domingo quero só amar você, mais nada. – Isadora sorriu e passou a perna por cima da cabeça da morena, abrindo-se mais.
-- Quero sentir sua língua. – Melissa sorriu, segurou a cintura da loirinha e atendeu ao seu pedido.
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-- Vejam, existem mais duas mulheres hospedadas nesta casa. – Enrico gritou em tom jocoso ao ver a morena e a loira entrarem abraçadas na sala, ambas de cabelos molhados, sendo perceptível que estavam felizes e juntas novamente.
-- Sapo Caco! – Melissa gritou sorrindo ao perceber a presença de Júnior que usava uma tala, imobilizando o braço.
-- Mel! – levantou-se para abraçar a morena.
-- MEL? – Isadora perguntou em voz alta.
-- Ela deixou “eu chamar ela assim, tá ligada”? Dei uns sopapos no avô dela quando ela ficou ligada que o “véio” tinha culpa no “calção” por causa do seu... dessa... dessa... Como é que se fala o que ela fez Mel? – perguntou confuso.
-- Seu bocó! – pegou o rapaz e beijou-lhe a face.
-- Ela me ama... – piscou para Isadora – mas não sabe ainda.
-- Nem vai ficar sabendo, sai. – empurrou o rapaz, afastando-o da morena – Ela é minha. – afirmou com propriedade.
-- Calma gente tem mel no pote para todos. – falou em tom de brincadeira, mas foi repreendida com severidade, além de levar mais um beliscão. – Ai!
-- Melissa Cristina, quando você tiver seu filho, eu me lembrarei desta frase detalhadamente. – Enrico e Eliezer trocaram olhares, o termo “seu filho” não saiu como haviam pensado.
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Os primeiros dois dias foram de pura lua de mel. As duas caminhavam ao redor do sítio, colocavam em dia a conversa e atualizavam suas vidas, mas ainda não tinham definido onde morariam após o casamento. Melissa estava muito empolgada, e imaginava que voltariam a morar no haras.
-- Amor, eu tenho uma lista de nomes aqui nesta revista, vem me ajudar a escolher um. – Melissa gritou para Isadora que estava sentada na varanda apreciando a natureza.
-- Vo... Você quer mesmo que eu ajude a escolher o nome do seu filho? – sentiu o rubor em seu rosto, o que fez a morena achar lindo.
-- Nosso filho... – Melissa provocou, mas Isadora pareceu imune ao comentário e mudou o assunto.
-- Mel, eu fico com vergonha de alguém nos flagrar deitas assim. – falou com uma voz dengosa depois que Melissa a puxou para deitar na rede com ela.
-- Vô Eliezer foi à cidade com sua mãe e o sapo. – beijou o rosto da mulher envolvida em seus braços – Enrico foi pescar.
-- Por que acho que tem seu dedinho nesta pescaria?
-- Como ousa desconfiar de mim assim? – piscou várias vezes com inocência e sorriu – Tem meu corpo inteiro. – concluiu.
-- Júnior voltará conosco para São Paulo. – avisou com autoridade. – Espero que você se comporte.
-- Claro que sim. – a beijou e prosseguiu. - Conversamos e ele decidiu ficar no apartamento, que já é dele faz um tempinho – sussurrou no ouvido da loirinha. - Por enquanto ficaremos na casa de vovô, tem muito mais segurança do que na casa dos meus pais.
-- Verdade? Aquele local me faz lembrar tantas coisas maravilhosas.
-- O que, por exemplo? – perguntou mordendo o lóbulo da orelha da mulher menor.
-- As atrapalhadas dos nossos momentos de quase beijo. – sorriu e apertou as mãos que acariciava seu corpo - Mas meu local preferido é mesmo o apartamento. – pensou um pouco – Ah, eu quero ficar lá, também. – Melissa sorriu.
-- Também gosto dele, mas Júnior sempre foi tão amigo que pensei em deixa-lo morar lá... – olhou a loirinha – Você se importa? Prefere seguir o plano anterior?
-- Claro que não me importo. – respondeu rapidamente – Mas não entendi qual o plano anterior.
-- Como não lembra? O plano de passar metade da semana em São Paulo e a outra metade no haras. – voltou a morder a orelha da loirinha que se movimentou inquieta. – O que foi? – Isadora se levantou e olhou para Melissa.
-- Eu não vou mais morar no haras. – afirmou com segurança. – Quero ir lá para passar férias ou até uma temporada, mas, não quero morar.
-- Como assim? – sentou-se a encarando.
-- Mel, eu lhe amo, isso é indiscutível, e por isso quero lhe fazer uma proposta.
-- Qual?
-- Vamos para os EUA e nos casamos lá. Posso trabalhar enquanto você se qualifica mais, faz um curso, uma pós. – declarou sorrindo.
-- E os negócios aqui serão administrados por telepatia? – levantou-se irritada, não havia gostado da proposta.
-- Mel, por favor, sem grosserias. – pediu falando baixinho. – Estamos resolvendo nosso futuro e precisamos de calma, clareza e muita objetividade.
-- Mas a forma como você fala parece mais um negócio. – andou ao redor do quarto. – Isadora, eu sou a empresária, e não tenho essa praticidade em resolver a minha vida assim. – parou encarando-a. – Às vezes você é tão fria que me assusta.
-- Não é frieza Mel. – foi até ela e passou a mão pelo rosto moreno – Estou sendo objetiva sim, mas não com frieza. Melissa, eu quero ter a chance de ser uma jornalista de verdade.
-- Mas você já. – afastou-se – Conseguiu até um prêmio. Quantos jornalistas conseguem isso em tão pouco tempo?
-- Esse é o ponto. – voltou a se aproximar. – Aqui no Brasil eu não teria muitas chances. Viveria a sua sombra, e nunca emanaria luz própria. Mel, eu fiz meu nome em outro país, isso tem um imenso valor. – voltou a acariciar seu rosto. – Não ideia do quanto isso é importante para mim.
-- Eu não sou importante? – perguntou com mágoa.
-- Claro que é, mas é diferente. – beijou-lhe. – Isso é minha carreira, por isso preciso voltar.
-- E a nossa vida? Não tem interesse de ficar por ela?
-- Não coloca as coisas assim, isso não vai funcionar. – afastou-se esfregando as mãos. – Vamos comigo, você terá várias oportunidades lá.
-- Oportunidades? Isadora, eu estarei com uma criança recém-nascida, longe da minha família, do meu país, dos meus negócios... – forçou um sorriso. – Só pode estar brincando. – afastou-se e sentou em uma cadeira.
-- Podemos voltar a namorar e cada uma viaja para ficar com a outra de três em três meses, ou quatro e quatro meses. – sorriu – Lógico que nos primeiros meses você pode ir lá, assim eu junto uma grana para arrumar um lugar melhor para nós duas. – declarou sorrindo. – Sempre fomos amigas, desde nossa infância, seja compreensiva.
-- DROGA! – levantou-se irritada. – Essa criança é meu filho, e se você estará comigo, será seu também. – andou em círculo – Então seria um lugar para nós três. Mas, no mínimo, acha que não ficarei com ele, entregarei para o Papai Noel doar de presente para alguém criar...
-- Mel...
-- Eu não me afastarei do meu filho... – declarou com o dedo em riste. – E se quer ficar comigo, reavalie a possibilidade de ser mãe, também. – saiu irritada.
-- Melissa... – chamou, mas a morena saiu sem ouvi-la. Ela se aproximou da varanda e viu um táxi se aproximar, e resolveu descer para ver quem era.
Isadora chegou à sala e viu Melissa escorada a parede da varanda, parecia observar o carro que se aproximava.
-- Está esperando mais alguém? – perguntou a Melissa quando saiu.
-- Claro que não, se estivesse você saberia.
-- Mel, melhor você ir para dentro, pode ser Bruna ou algum dos seus cúmplices. – colocou a mão na cintura da morena na tentativa de conduzi-la para o interior da casa. Melissa continuou olhando para o carro que estava parando.
-- Saberemos quem é agora. – apontou com a cabeça. Isadora olhou para trás e pensou alto, pronunciando o nome da visita.
-- MICHELE! – estava surpresa e sem ação. A morena desceu do carro e se envolveu no pescoço da loira.
Fim do capítulo
Agora o caldeirão virou de vez! Alguma sugestão? Eu já tenho ideias... kkkkkk
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naybs
Em: 02/09/2017
Aiaiaiaiiai! Vai dar pano para manga isso aí!
E agora? Eu no lugar da Isa também iria estar achando difícil aceitar um filho que é do cara que fez tanto mal a ela! Só que esse filho não pediu para vir ao mundo e nem a Mel planejava isso.
Acho que o tempo pode curar as feridas se elas se esforçarem!
Mas e agora que a Isa quer voltar pro USA e a MELISSA não quer ir! Aiaiaiiai
Poxa, será que a Isa tbm não conseguiria ser reconhecida no Brasil?! Ela já tem currículo!
Só sei que depois desse final de cap, a coisa vai feder! Estava muito bom para ser verdade kkk
Ansiosa pelo próximo!
Resposta do autor:
Pois é... A vida é feita de escolhas, e são estas pequenas coisas que fazem nosso caminho. Isa não vê o filho da Mel como seu, e para uma mãe isso é doloroso. A Mel não aceita sair do País, ainda mais no momento que sua família precisa dela. Vamos esperar para ler o resultdado disso. Bjs
BiancaLaneska
Em: 02/09/2017
Rafa eu li essa historia no saudoso abc, e cara ce nao vai tirar de novo o útero da Isa nao ne? Kkkkk tadinha cara haushaus.
Ai seria legal se ela voltasse a ser aquela menina doce que luta com pela Mel, esta realmente pondo Melissa em uma situação complicada, acho que nem eu aceitaria me mudar de país na situação de Melissa e levando em consideração td que rolou ate hj.
É tenso haha
Quero ver a Isa se explicar
Resposta do autor:
Oi, nem eu lembrava dessa do útero kkkkkkk Eu tirei foi? KKKKK.... Quando chegar lá, vejo como ficam as modificações. Não tem como Isa voltar a ser doce como antes, ela aprendeu e conheceu outras coisas. Tudo muito tensooo. kkkkk... Bjs
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Thaly
Em: 01/09/2017
Oi boa noite, queria primeiramente parabenizar a autora desde já , história linda e muito bem construída, bom não sou muito de comentar kkkkk pra variar , mas fiquei agoniada( confesso), pois acho que a Isadora está sendo muito egoísta, a Mel sempre fez tudo por ela desde de que assumiu seus sentimentos, se não fosse a Mel em lhe ajudar no período da faculdade talvez ela não tivesse chegado nem a se formar, bom pra resumir kkkk a Isa abriu mão do amor e da confiança da amada por um cara que tentou mata- la e tb se relacionou com outra pessoa e a Melissa nunca se relacionou com ninguém a não ser pelo crápula que a dopou e sem falar das inúmeras vezes que deixou seu orgulho de lado e foi atrás da Isa, e agora ela trata a criança como uma coisa machucando a amada, e pra completar tudo o que aconteceu até agora foi por conta da falta de confiança e honestidade da loirinha, ufa kkkkk bom é isso. Autora a Isa precisava de um susto kkkkk uma mulher linda e de fibra que desse valor a Mel pra ela se tocar e rever seus conceitos.
Resposta do autor:
Oi Thaly, tudo bem? Concordo com você, e acho que no fundo, bem no fundinho, ela gostou dessa história de chantagem porque saiu com um bom emprego, no que gostava, e se projetou investigando algo que seria ela mesma a beneficiária. Quanto ao susto, com certeza ela terá e se duvidar, vocês mesmas julgarão a situação. Sempre achei a Isadora "nhemnhem", cheia de mimimi. Obrigada por aparecer para comentar e curtir. Beijos e bom final de semana.
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Mille
Em: 01/09/2017
Oi Rafa
Ai ai, está difícil e ainda aparece essa italiana.
Isa tem hora de desmonta aceitar a criança mais sempre deixando em frases o "teu", e agora mais essa decisão a carreira dela nos Estados Unidos e a Mel com as empresas do Brasil. Quem vai abrir mão??? Ou mais uma vez a Melissa ficará sozinha??
Bjs e até o próximo
Resposta do autor:
Essa Michelle é um capeta, e vai encher, só aguarde. Ela está tentando aceitar, mas condicionou ao fato da criança ser filho de Joaquim, e não de Melissa. Essa preocupação, ser de Joaquim e que se pareça com ele. Talvez seja o momento de ninguém abrir de nada. Beijos e bom final de semana.
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Baiana
Em: 01/09/2017
Ah,e eu pensando que a bisate da Michele não fosse mais aparecer, não com as mudanças que está fazendo na história,poxa,poxa,poxa!
Resposta do autor:
Simmmm! Claro que eu iria usa-la para semear a discórdia, ou não teria emoção. kkkkkkkkkk Beijos
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lay colombo
Em: 01/09/2017
Eita q isso vai dá uma merda kkkkkk
Resposta do autor:
Já deu quando Isadora abriu a boca!
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patty-321
Em: 01/09/2017
Pqp, depois dessa conversa , a coisa não tá fácil e essa fdp aparece pra piorar. Vai pegar uns tapas da mel. Merece. Não sei quem tá certa ou errada nessa estória. Mas entendo que a isa ainda não aceitou o filho da mel. Hum... complicado. Bjs
Resposta do autor:
As coisas chegaram a uma situação tão critica que agora será tudo ou nada. Uma quer ter a família e os negocios, a outra que seus verdadeiros sonhos: trabalho, notoriedade e família. E agora? Beijos
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