CapÃtulo 50
-- Como ele está?
-- Só posso falar com os familiares.
-- Por Deus, doutor, eu sou a filha dele, não tem como negar. – Melissa estava com os olhos cheios d´água.
-- Ele sofreu um traumatismo crânio encefálico, ainda está cedo para afirmar alguma coisa, teremos que aguardar. – explicou com calma – Tem uma fratura de perna esquerda, costelas e punho. Manteremos em coma induzido nestas primeiras setenta e duas horas, e se percebermos que o inchaço da cabeça diminuiu, retiraremos aos poucos da sedação. – Melissa olhava o médico com apreensão.
-- Mas ele corre risco de morte? – o médico a olhou de forma avaliadora e concluiu com pesar.
-- Sim. – a morena sentiu uma súbita tontura e foi amparada pelo jovem médico.
-- Sente alguma coisa? – os olhos azuis a fitou.
-- Uma tontura. – o homem a ajudou a sentar e pegou um copo com água. – O que é isso? – perguntou desconfiada.
-- Não se preocupe apenas água.
-- Tem certeza? – ele sorriu e balançou a cabeça em afirmação. – Desculpe, mas estou grávida e preciso me preocupar.
-- Então não deveria ficar aqui.
-- Doutor... – tentou lembrar o nome do jovem.
-- Aristides.
-- Doutor Aristides, aquele homem é a pessoa mais importante da minha vida, sem ele, eu não existiria.
-- Claro, mas você precisa pensar que se não estiver bem, alguém pode sofrer as consequências, e ele não tem como se defender. – apertou a mão de Melissa em apoio. Isadora chegou, disfarçada, acompanhada de Francisco, mas, ao perceber a cena, foi tomada de ciúmes.
-- Nessas horas que eu queria falar um palavrão imenso.
-- Olha a boca Isadora! Eu passo desinfetante. – repreendeu de forma afeminada. E observou a cena. - Sério que até em hospital essa garota é paquerada? – Francisco perguntou enquanto ajeitava o cavanhaque postiço.
-- Apruma seu jeito para um homem bem másculo e viril.
-- Oi gata? – perguntou com a voz efeminada. - Acho que a ligação foi errada. – concluiu do mesmo jeito.
-- Francisco, você vai falar que é namorado de Melissa e afastar aquele abutre.
-- A louca né? Já viu o tamanho da mão da inocente? – Isadora estreitou os olhos em sua direção e ele preferiu atender ao pedido da amiga. – Se vou... – gesticulava exageradamente enquanto explicava. - eu apanho da morena linda, e se ficar, apanho do demônio loiro. Zeus, por que eu?
-- Anda Francisco. – aproximaram-se do casal. Aristides estava sentado ao lado de Melissa, segurando sua mão.
-- Amor... – Francisco se aproximou chamando a atenção de Melissa que o olhou sem reconhecer de imediato, mas, a ficha caiu ao se deparar com os olhos verdes por trás das lentes de grau que Isadora usava. – Amor, estamos preocupados. Como seu pai está? – olhou de Melissa para Aristides.
-- Bem Melissa, qualquer alteração no quadro clínico do seu pai, eu venho lhe informar.
-- Agradeço doutor. – forçou um sorriso, e quando o médico se afastou, ela olhou para Isadora, não sabia o que falar. – Mas o que está acontecendo Isadora?
-- Eu lhe deixo por algumas horas e você já arruma um fã de jaleco? E ele ainda lhe chamou de Melissa. – cruzou os braços. – Absurdo!
-- Não enche Isadora. Doutor Aristides...
-- Ari o que? Isso é lá nome? – Melissa se levantou, encarando-a com uma expressão de poucos amigos.
-- Isadora,,, - cantou – Não é a hora... – Francisco interrompeu cantando, e Melissa o olhou.
-- E desde quando eu tenho alguma coisa com você? Mané meu amor! – repreendeu.
-- Culpa dela. – apontou para Isadora e se afastou. – Vou tomar água.
-- Não precisa ser grosseira. – foi à vez de Isadora repreendê-la.
-- Que palhaçada é essa? – apontou para peruca e roupas da jovem que parecia mais uma hippie.
-- Não gostou? Ainda bem, odiaria saber que você se interessou por uma ruiva.
-- A ruiva é você, Isadora. – revirou os olhos e foi na direção em que Francisco estava, e ao se aproximar, o observou e ele se afastou temeroso.
-- Então se interessou? – perguntou fingindo ciúmes. Melissa jogou a cabeça para trás, aparentava cansaço. – Tudo bem, eu levarei isso como um não. – passou a mão pelo rosto moreno. – Mel, e Daniel? – Melissa pegou mais agua e bebeu.
-- Doutor Aristides estava explicando que as próximas horas serão cruciais. Ele está em coma induzido... – deu de ombros. – Não sei explicar o que significa. – sentiu as mãos da loirinha sobre as suas.
-- Eu não podia deixar de ficar com você agora. – neste momento, Enrico, Ester e José se aproximaram, e foi a sua mãe a primeira a interrompê-las.
-- E Daniel? Quero vê-lo. – Melissa abraçou forte a mãe, depois olhou para Enrico que trocava olhares com Isadora e depois para seu avô que parecia alheio a tudo a sua volta.
-- E meu filho? – Melissa explicou tudo o que médico havia lhe dito, e só então Ester olhou para ruiva e depois para filha.
-- Quem é essa ruiva, Melissa Cristina?
-- Ester sou eu. – Isadora se aproximou, sem deixar de olhar para José. – Eu sei que não deveria ter vindo, mas estas são as pessoas que amo, e não poderia deixar de apoia-las. – Melissa olhou para o avô, fechou os punhos e a expressão, mas Ester foi mais rápida e se adiantou em detê-la.
-- Então foi o senhor...
-- Não Mel! – Isadora gritou. – Seu avô tem me ajudado, ele não teve nada com nossa separação. – a morena e sua mãe a olharam surpresas.
-- Pela forma como Enrico lhe olhou quando chegou, ele sabe muito mais do que imagino. – observou o amigo – Resta saber se desde o início.
-- Não. Eu só ajudei agora. – defendeu-se.
-- Então...
-- Cristina, agora não é o local e nem o momento para discutirmos sobre isso. – José interrompeu a conversa. – A prioridade é a saúde do meu filho. – voltou a olhar para Isadora. – Não foi prudente vir até aqui, depois de tudo. Eu passei pelo local do acidente, o carro ainda está lá, e acredito que tenha sido proposital.
-- Conversei com dois policiais e um deles tomou o depoimento da pessoa que chamou o resgate, alguém o empurrou para fora da pista. – Enrico concluiu com tristeza.
-- Maldito! Se eu pego quem fez isso com meu pai...
-- Não fará nada. – Ester a interrompeu. – Justiça existe para isso.
-- Concordo com você Ester. – olhou para morena e concluiu - Por isso voltei.
-- É... Licença... – Francisco interrompeu a conversa. – Não acha que precisamos ir?
-- Tudo bem, Fran. Pode relaxar.
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-- O que você tem com essa história? – Melissa olhava para Enrico que até o momento tentava não encara-la.
-- Eu sabia que se você descobrisse antes do tempo, iria colocar tudo a perder.
-- Tudo o que? Enrico, eu confio em você, mas me esconder às coisas...
-- Sem saber de tudo, vocês já foram para cama... – olhou para amiga – Cris, precisamos agir com máxima discrição.
-- E como sabe que fomos para cama? – Enrico olhou de Melissa para Isadora que estava sentada em um canto. As duas se olhavam com cumplicidade e desejo.
-- Tem dúvidas? – a cheirou – Eu não tenho. – viu a advogada ruborizar.
-- E por que esse disfarce e tanto segredo? – de repente Joaquim surgiu e foi em sua direção. Enrico olhou em direção a Isadora e Francisco que saíram sem que o moreno percebesse.
-- Querida, quando soube vim direto. – tentou abraça-la, mas ela se afastou.
-- Não estava viajando?
-- Pois é, recebemos esta informação quando lhe procuramos mais cedo. – foi à vez de Enrico interrompê-los.
-- Mais cedo? O que queriam? Não entendo, estava em casa, na companhia de meus pais.
-- Não foi isso o que nos informaram.
-- Como estava lá, e informaram outra coisa? – Melissa quis saber – Está fugindo de alguma coisa?
-- Bobagem Melissa Cristina, claro que estava lá, alguém se confundiu. – Melissa e Enrico trocaram olhares com cumplicidade.
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Permaneceram no hospital até o inicio da madrugada, quando Aristides veio passar mais informações para morena. Ela apresentou toda a família para o jovem médico, com exceção de Joaquim que fez questão de se apresentar como noivo da morena.
-- Mas você não era mais baixo e gordo? – Aristides perguntou desconfiado, lembrando-se de Francisco.
-- Como?
-- Doutor, e como estão as coisas? – Ester os interrompeu, estava aflita.
-- Não tem muito que se fazer aqui, na sala de espera. Aconselho a todos retornarem para casa e descansar. Amanhã será outro dia, e se ele evoluir como imaginamos, teremos boas noticias.
-- Prefiro ficar e...
-- A senhora não poderá entrar na UTI até amanhã, no horário de visita.
-- Mãe é melhor a gente ir. – Melissa chamou com delicadeza.
-- Mas filha...
-- Ester, minha filha, eu acho melhor seguir com Melissa... – todos se surpreenderam com o jeito de José chamar a nora e a neta. – Eu fico mais um pouco e depois vou para o hotel.
-- Não vô, o senhor vem conosco. – Melissa e Ester se olharam em cumplicidade. – O médico tem razão, vamos todos para casa e voltamos amanhã para o horário de visitas.
-- Qualquer alteração no estado dele, o senhor pode nos informar? – Melissa sabia das regras do hospital, mas piscou pedindo a compreensão do médico que entendeu sua preocupação.
-- Claro. – sorriu.
-- Doutor, onde podemos ir para restringir o número de vistas ao paciente? – Enrico perguntou após observar Joaquim que percebeu a ideia que surgia.
-- Bem pensado Enrico, precisamos prevenir maiores aborrecimentos e...
-- Mãe, vamos. – interrompeu sem paciência com Joaquim. Segurou a mão do avô, apoiando-o e chamou a mãe.
-- Eu as levo.
-- Joaquim, não precisa mais visita-lo.
-- Cristina...
-- Eu prefiro que não venha mais. – Melissa encerrou o assunto de vez.
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-- Vovô, o senhor fica no quarto de hóspedes. – olhou para o amigo. – Enrico, por favor, fique aqui enquanto papai estiver internado.
-- Tem certeza? – a morena lhe olhou com cumplicidade.
-- Sabe que esse acidente não parece muito “acidental”, não é?
-- Tudo bem, mas precisamos nos organizar aqui e no frigorifico.
-- Confio no seu bom senso. – olhou para o avô.
-- Não precisa olhar para mim, o que decidirem está feito.
-- Dona Cristina... – Ritinha apareceu interrompendo-os. – Uma amiga sua está lhe esperando lá na varanda. – Melissa revirou os olhos.
-- Visita? Hoje? Rita, por favor, avise que estou sem condições.
-- Mel sou eu. – Isadora entrou e chamou a atenção de todos.
-- Bem, eu já vou para meu quarto. – olhou para a jovem. – Ritinha, por favor, acompanhe Enrico e o senhor José até o quarto de hóspedes. – voltou para o sogro e para o amigo. – O senhor precisa de mais alguma coisa?
-- Não. Quero apenas dormir e esquecer o dia de hoje.
-- Então somos dois. – Ester completou com pesar. Isadora se aproximou mais, e despediu dos três que saíram, deixando-as sozinhas.
-- Boa noite! – olhou para Melissa. – Precisamos conversar.
-- Vai me contar tudo?
-- Não posso, ainda.
-- Então o que precisamos conversar?
-- Sobre o que aconteceu hoje.
-- Isadora, eu realmente não tenho cabeça para conversar sobre nós duas.
-- Não era sobre nós duas, mas sobre seu pai.
-- O que tem ele?
-- Mel, isso não foi um acidente. Precisamos pensar em outra possibilidade, e sabe que o alvo poderia ser você.
Fim do capítulo
Meninas, desculpe a falta de novos capítulos, mas ando tão cansada que peguei o final de semana para descansar e sair com a família. Este capítulo é bem pequeno porque é inédito e não tive tempo e ânimo de escrever mais. Irei compensar esta semana. Beijos e boa semana a todas. Comentem que responderei aos poucos.
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LeticiaFed
Em: 12/08/2017
Oi,Rafa. Comentando em tua história pela primeira vez, apesar de te acompanhar la no Abcles e de ter comprado teu livro. Adorei te ver aqui de volta e as modificações neste que é dos meus contos preferidos.
Espero que tenhas conseguido descansar para voltar com todo gás. Ah, e prometo comentar mais seguido ;)
Beijo grande!
Resposta do autor:
Oi Letícia, prazer em vê-la aqui. Estou descansando sim, férias, ihuuu! Aproveitando para escrever tudo de uma vez para não haver mais atrasos. Obrigada e fico no aguardo de novos comentários. Beijos e bom final de semana.
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Suzi
Em: 03/08/2017
É Rafa quando o cansaço é maior o melhor mesmo é desligar e tentar ao máximo descansar.
O capítulo ficou diferente, a maneira de escrever, vários diálogos, me pareceu que você tinha escrito na correria mesmo..mas ficou bom não se preocupe. É que se acostuma com o jeito de cada escritora.
Tá quase se desenrolando esse complô que fez Isa abandonar a Mel, estamos aguardando ansiosas kkkk
Não querendo ser chata kkkkk quando teremos capitulo novo de Coincidências??
abraço
Resposta do autor:
Estou tentando Suzi, e vou desligar por completo, reescrevendo de uma vez e depois postar diariamente (pelo menos pretendo). Logo teremos capítulos novos de Coincidências, e novidades. Beijos e bom final de semana
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josi08
Em: 31/07/2017
Nossa esse capitulo foi tenso ein....a mascara ta perto de cair para algumas pessoas....torcendo aqui pelas duas...e descanse bem moça, pra poder postar mais capítulos....kkkkk
Resposta do autor:
Muitas coisas estão para acontecer quase que ao mesmo tempo. Obrigada querida, estou mesmo precisamndo de descanso e relaxar. Beijos e bom final de semana.
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Mille
Em: 31/07/2017
Bom dia Rafa
A Mel tem que abrir os olhos o inimigo está mais perto que imagina, e se algo acontecer com o pai ela não vai sossegar até pegar o infeliz.
E vai pressionar o Enrico e a Isa para saber mais o que estão escondendo?.
O Joaquim ainda se faz de bonzinho dá vontade de meter a mão nesse FDP.
E não se preocupe você estando descansada e relaxada teremos capítulos.
Bjus e até o próximo capítulo,
Resposta do autor:
Ela está prestes a descobrir, e como estou mudando alguas coisas, não estranhe nada. Beijos e bom final de semana.
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patty-321
Em: 30/07/2017
Tá tudo bem Rafa, tava agoniada por novo capítulo, mas entendo e águardo. Será q o.alvo era a mel? Acho q não. O BB precisa nascer para o maldito do Joaquim ficar com a custódia da criança. Safado. E a mel tá bem bolada com a isa e a estória q ela tá escondendo. Boa semana. Bjs
Resposta do autor:
Será? Olha, mudanças fazem minha cabeça fervilhar, então o alvo pode ser qualquer um. Obrigada! Estou realmente precisando desse descanso. Beijos e bom final de semana.
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