CapÃtulo 15
Alheia ao que acontecia, Isadora dançava com Roberta que era só atenção. As duas trocavam alguns selinhos e pequenas carícias, nada muito ousado, eram discretas. Dançavam animadamente, mas, com a mudança de música e o agito das pessoas, Isadora resolveu voltar para mesa, esbarrando-se, sem querer, em um casal muito bonito e animado. Virou-se para pedir desculpa, deparando-se com as safiras tão conhecidas. Melissa parou de dançar e encarou Isadora que permanecia paralisada com a surpresa de vê-la tão produzida, uma verdadeira mulher fatal. A morena também perdeu o fôlego ao perceber a forma como “a sua pequena” estava vestida. Joaquim passou a mão pela cintura de Melissa de forma possessiva, beijando-lhe o rosto. Roberta sentindo que havia algo de errado reagiu da mesma forma, passando o braço na cintura de Isadora e sussurrando algo em seu ouvido, recebendo como resposta um sorriso e um sinal de positivo com a cabeça. As duas saíram da pista. Isadora não olhou mais para trás, não podia demonstrar sua decepção em descobrir que o seu amor havia se transformado em outra pessoa, uma mulher irreconhecível.
Melissa assistia a tudo, um pouco atordoada, primeiro pelo choque de ter Isadora em um ambiente que não era comum para ela, que sempre recusou ir a lugares agitados. Segundo por não entender quem era aquela loira que estava com a mão em cima “da sua pequena”.
“Minha pequena...” – sorriu com seu pensamento e se achou uma burra.
Joaquim continuou suas investidas, assim que retornou para mesa, enquanto Melissa exagerava na bebida, observando, de longe o sorriso que Isadora direcionava para aquela desconhecida.
“Isa, esse sorriso é meu... quem é essa dai?”
-- Isadora ela não deixa de olhar para você. – Débora comentou baixinho, enquanto Roberta conversava com Júnior.
-- Eu quero que ela exploda. – olhou de relance em direção à morena - Débora eu a amava, ela não podia me esconder este lado da sua vida, essa forma de ser.
-- Desculpa amiga, mas todo mundo dizia que Melissa era “la femme fatale”. Colocaram apelidos e você sempre a defendeu. – Esqueceu-se das imagens em revistas e jornais? Só você não acreditava.
-- Eu pensei que a conhecia bem. Isso tudo é uma surpresa para mim. Eu nunca a vi vestida e produzida assim. – estava perplexa com o ambiente, a roupa, a produção da amiga, ela realmente nunca tinha imaginado Melissa assim.
-- Como ela sai à noite e você nunca percebeu?
-- Ela quando sai... – tomou um gole do refrigerante tentando lembrar as raras ocasiões em que Melissa saia à noite - vai sempre para casa dos pais, muitas vezes dizia que tinha recepções, coisas assim. Ela está aos poucos assumindo seu lugar ao lado do pai nos negócios da família... Nunca demonstrou gostar de lugares sofisticados, ou badalados... Sempre achei que ela fosse diferente dessas dondocas... Sempre vejo a Mel de jeans, consertando cercas na fazenda, domando cavalo como fez com o Imperador, nunca imaginei esse lado – demonstrou um pouco de mágoa – ela não é a mesma Mel – “Meu potinho de mel”.
-- Ela é uma dondoca da alta sociedade Isadora, esse tipo de lugar para ela é simples... – pensou um pouco - Ela nunca a convidou para sair? Participar destes jantares?
-- Convidou uma ou duas vezes, mas isso nunca me interessou.
-- Mesmo assim, ela deveria ter sido mais transparente. – Isadora ficou pensativa, e em momento algum voltou a dirigir o olhar em direção a Melissa, aquela não era a sua amiga. Júnior prestou atenção no final da conversa, e se levantou puxando Isadora.
-- “Ai mana, os paranauê são sério, tá ligada? Débora gosta de você, mas não conhece o seu potinho de mel... – coçou a cabeça sem jeito – Isso só você conhece bem... Ela é muito braba com todo mundo, mas com você, é diferente”. Não pensa em nada do que ouve de ninguém, pensa ai no que “rola” só com vocês. – Isadora forçou um sorriso e beijou o rosto do rapaz. Ela olhou para o copo com refrigerante e entregou ao rapaz.
-- Preciso de algo mais forte. – foi até o bar. Melissa percebeu para onde estava indo e resolveu acompanha-la.
-- Isadora. – pronunciou pausadamente próximo ao ouvido da loirinha que tomou um susto ao ouvir aquela conhecida voz.
-- Oi Melissa. – respondeu em tom e expressão de decepção.
-- Comigo você nunca veio aqui. – olhou dentro das esmeraldas.
-- Não sabia que você frequentava um local como esse.
-- Qual é Isadora, você não iria gostar de saber que eu frequento estes lugares, afinal, são locais barulhentos, cheios de gente e isso tudo a “vossa excelentíssima alteza” odeia – respondeu ironicamente.
-- Não enche Melissa, você está bêbada. – ela sentiu indiferença no fundo daqueles lindos olhos azuis, e não reconheceu aquela tonalidade gélida.
-- Quem é aquela garota? – perguntou após um longo gole de champanhe.
-- Minha namorada. – olhou fixamente para dentro dos olhos azuis e fez a mesma pergunta para morena – Quem é aquele homem? – recebeu uma gargalhada escandalosa como resposta. Sua cabeça estava confusa, aquela não era a doce Melissa, sua melhor amiga, o amor da sua vida.
-- Um dos meus vários amantes. – respondeu pausadamente, após enfi*r dois dedos dentro de sua taça e passa-los pelo rosto da loirinha, recebendo como resposta um empurrão.
-- Sai Melissa.
-- Por quê? Acha que ela é melhor do que eu? – segurou o braço da jovem. – Eu sei o que você pensa a meu respeito... Sei o que sente por...
-- Ela é minha namorada e tem um nome. – tentou soltar o seu braço - Vai embora, não quero discutir com uma pessoa que mal consegue ficar em pé. – interrompeu sem dar a chance de Melissa se abrir.
-- Nome? Quer um nome? – levantou a mão que segurava a taça - Eu sou Melissa Cristina de Alcântara Peixoto quer nome mais lindo que este? – perguntou com ironia. Realmente aquela não era a Melissa que Isadora conhecia. – Eu posso ser quem quiser Isadora, inclusive o que você quiser só me deixa... – Melissa tentou falar para Isadora que a amava, mas a loirinha estava tão irritada que não parou para escuta-la.
-- Você deve ter dupla personalidade, isso sim. – ficaram se olhando por alguns instantes.
-- Isadora, por que não entende de uma vez que eu sou louca por...
-- Amor... – Joaquim interrompeu a conversa e deu um beijo no pescoço da morena, e depositou um comprimido em sua boca. Melissa aceitou sem reação, apenas olhava para os olhos verdes que pareciam nublados. Roberta chegou e a despertou com um beijo no rosto. Isadora a olhou e lhe deu um selinho, sorrindo em seguida. Aquilo foi demais para Melissa.
-- Querido, aguarde-me lá na mesa, estou conversando com uma amiga e já retorno. – disse a amiga com certa malícia na voz, acariciando o rosto do rapaz.
-- Não demore gostosa. – beijou a boca da morena com fome e força, afastando-se depois. Isadora observava a tudo com surpresa, raiva e ciúme, mas não deixou transparecer.
“Outro que vou ter de explodir com o pensamento... Sabe de uma coisa? Eles bem se merecem, explodam os dois.” – pensou quase pulando no pescoço daquele estranho.
-- Loirinha, por favor, pode nos dá dois minutos? – perguntou para Roberta forçando na educação, enquanto pensava aonde iria jogar seu corpo após tortura-la. Roberta concordou após Isadora responder com um sorriso, e voltar a encarar a morena.
-- Então, já acabou o espetáculo? – perguntou irritada – O que foi isso que ele lhe deu?
-- Uma ajudinha para deixar a noite melhor. – respondeu sorrindo – Preciso engolir outras coisas além desta “ajudinha”. – levantou os dedos fazendo aspas - Você não me disse.
-- O que? – sentia que não iria demorar a chorar ou pular no pescoço daquele homem. Ficou imaginando que tipo de droga era aquela que ele depositou na boca de Melissa.
-- O que sua namoradinha tem de melhor do que eu? – debruçava-se por cima da loirinha.
-- Uma personalidade apenas, isso não é o bastante? Eu sei quem ela realmente é. – aquelas palavras entraram como um soco no estômago da morena, mas ela não se deixou abater.
-- Ninguém conhece ninguém a fundo, veja seu caso, pensei que fosse uma pessoa que não gostasse de agito e, no entanto, onde estamos? – perguntou com ironia – Quantas vezes você saiu comigo para lugares assim?
-- Dorinha vamos? Quero dançar mais um pouco. – Roberta abraçando a loirinha por trás. – Ainda dei um minuto de reserva. – declarou para Melissa e puxou a loirinha.
“Eu vou matar essa garota!” – pensou Melissa lançando um olhar tão frio que poderia mesmo matar.
-- Dorinha? – riu alto chamando atenção de quem estivesse por perto – Garota isso é bem sua cara... – disse olhando para acompanhante de sua amiga. - Brega e pobre, você no mínimo deve ser alguma “inha” também, saída de uma cidadezinha, levando uma vidinha... – debochou. A morena nunca demonstrou ter tanta raiva de uma pessoa como naquele momento. – Isadora é um nome forte, use-o.
-- Melissa! – gritou irritada.
-- Olha aqui, apesar de não conhecê-la eu sei quem você é e não quero confusões está bem? Vamos linda. – pegou Isadora pela mão puxando-a.
-- Você vai com ela Dorinha? – voltou a segurar o braço da loirinha.
-- Solta ela...
-- Por quê? Você vai me bater? Essa eu quero ver... – sorriu – Vem aqui “inha” – provocou chamando-a fazendo um biquinho. Três seguranças apareceram, mas a morena dispensou. – Eu adoro resolver coisas desse povo com “inho”.
-- Melissa, amanhã nós conversamos. – desvencilhou-se da mão da morena.
-- Vai para minha casa com essa daí? – perguntou irritada.
-- Não. Vou para qualquer local longe de você. – virou-se, mas a raiva era tanta que ela retornou, olhando fixo para as safiras - Não se preocupe amanhã eu saio da sua casa. – Melissa sentiu uma dor no estômago e correu para segurar a mão da loirinha.
-- Não faz isso Isa, por favor. – pediu segurando a mão da amiga, sem se importar onde estavam ou se alguém ouviria aquela súplica – Você é minha... Isa eu...
-- Licença, você ainda não entendeu? Ela não quer falar com você. – Roberta empurrou à morena, e quando ela foi revidar, Isadora se colocou entre as duas.
-- Chega! – estava com os braços aberto, separando-as - Melissa, amanhã nós conversamos. Vem Roberta. – saiu de mãos dadas com a namorada. Isadora não quis mais ficar no local vendo aquele homem sugar a boca da sua morena – “Morena... acho que Melissa vai virar logo patrimônio da humanidade”. - pensou com pesar.
A droga começou a fazer efeito no corpo de Melissa. Ela dançou a noite toda. Joaquim queria leva-la para casa, mas, uma amiga de faculdade da morena, o impediu, sabia que os dois haviam namorado, e conhecia bem a história entre os dois, então ela resolveu chamar Enrico, amigo, quase irmão de Melissa.
-- Enrico, desculpe pela hora.
-- Haidê? Aconteceu alguma coisa?
-- Sim meu caro. Joaquim e Melissa Cristina estão aqui... – bufou – Eu tenho quase certeza que ele colocou alguma coisa para Cristina beber.
-- Infernos! Passa o endereço, vou pegá-la.
-- Ainda bem. Agora não posso ir adiante, estou em outra investigação.
-- Pode deixar, irei agora mesmo.
-- Fico de olho neles. – despediram-se e não demorou a Enrico pegá-la. Ele foi ao local pegar a amiga e frustrou os planos de Joaquim. Sempre discreto e com ajuda de Haidê, ele a levou sem que os fotógrafos os vissem.
-- Cristina, por favor, ajuda ou não consigo tirar esse vestido. – pediu enquanto ajudava a morena a trocar de roupa. - O que você fez? Seria tão mais simples usar a frase mágica: “Isa eu lhe amo”. – declarou após ajuda-la – Teria poupado todo esse circo.
-- Não enche Enrico. – gritou após cair na cama. – Quero ficar sozinha.
-- Estamos dispensados? – falou com pesar diante da cena.
-- Pode ir Enrico. – cantou o nome do segurança - Hoje ficarei em casa todo o dia. – o homem pediu licença e estava saindo quando ouviu seu nome. – Enrico... – ele olhou para ela – Eu tentei dizer a frase mágica, mas ela não quis ouvir. – o amigo retornou, depositou um beijo na testa da morena e saiu sem dizer nada.
Melissa levantou e foi até o quarto de Isadora, Júnior dormia tranquilamente. Seu coração se encheu de esperança em encontra-la em outro local, mas, ao abrir a porta do seu escritório, viu que estava vazio. Ela retirou o pijama e se jogou só de calcinha em sua cama, apagando completamente.
*******************
Isadora almoçou com Débora, a ruiva estava cheia de curiosidade em saber como havia sido sua noite.
-- Fala Isadora, vocês trans*ram ou não? – Débora estava aflita de curiosidade.
-- Não Débora. – pensou um pouco - Não consigo sair e trans*r na segunda vez.
-- Ai amiga então você nunca vai trans*r com ninguém. – pegou o copo de refrigerante e começou a beber, só então percebeu o que a amiga havia dito e sua expressão pensativa.
-- Isadora, você é virgem?
-- Fala mais alto, acredito que os moradores do Amazonas não escutaram. – recriminou envergonhada.
-- Não acredito! Menina você tem vinte anos e nunca?
-- Não. – olhou um ponto distante e pensou na sua morena – Eu sempre sonhei que minha primeira vez fosse com Melissa. Existiram ocasiões que cheguei a acreditar que ela me queria assim como eu – suspirou – pura ilusão.
-- O que você vai fazer quanto a isso?
-- Não sei ainda. – bebeu um pouco de refrigerante - Uma coisa é certa, vou ter de arrumar um apartamento. – disse com um sorriso forçado.
-- O pai do Júnior vai arrumar um local para ele, por que vocês não dividem tudo?
-- Meu pai mal me financia aqui, ele só me ajuda porque estava morando com Mel, o excelente advogado não podia fazer feio com os pais dela. – estava visivelmente abatida – Ele nunca aceitou o fato de cursar jornalismo, ao invés de direito. Não sei como será daqui para frente.
-- Estou do seu lado, não se esquece disso. – recebeu como resposta um sorriso.
**************
Melissa acordou com uma terrível dor de cabeça, olhou para o relógio e viu que passava das duas horas da tarde. Ficou olhando o lado vazio da sua cama, pegou o travesseiro da loirinha e começou a cheirar, abraçada a ele, não se conteve e chorou. No outro quarto, Isadora começava a arrumar suas coisas, não viu uma das taças de Júnior e a deixou cair, o barulho chamou a atenção de Melissa que se levantou, vestiu uma camiseta e foi até o quarto, deparando-se com a cena da amiga arrumando suas coisas.
-- Isadora, o que significa isso? – perguntou diante da imagem que lhe corroía por dentro: o medo de perder a sua pequena.
-- O que você está vendo. – respondeu apanhando o objeto no chão e colocando-o de volta no móvel.
-- Você não vai sair daqui. – usou um tom mais exigente segurando o braço da loirinha que a olhou séria – Não vai entendeu? – sentiu seus olhos úmidos, mas permanecia firme.
-- Com quem eu converso agora? Melissa ou Cristina?
-- Isa, eu sempre fui uma pessoa só, aquilo que aconteceu ontem...
-- Ah, então se lembra de ontem? – interrompeu a amiga, enchendo a voz de ironia.
-- Isa, por favor... – estava quase implorando - Escuta o que tenho a dizer e depois se quiser você vai embora. – segurava as mãos da loirinha entre as suas. Isadora percebeu as mãos geladas e trêmulas da amiga, achou que fosse por causa da droga.
-- Melissa, você era outra pessoa... Simples, sem frescuras, sensata e ontem... – limpou uma lágrima que começava a cair - Até droga você consumiu – disse com um ar de tristeza – Eu não lhe reconheci você não era... Não era a minha Mel. – passou a mão pelo rosto.
-- Por favor, escuta o que eu tenho a dizer. – pegou as duas mãos da amiga.
-- Nada do que me diga irá justificar você consumir droga e agir como uma... – segurou suas palavras.
-- Como uma puta? Piranha? Periguete? É isso o que todos pensam de mim, mas isso só me incomoda se você pensar assim. – beijou as mãos que envolvia entre as suas – Eu só me importo com você.
-- Eu vi você... – tentava coordenar as ideias – Vestida de “garota fatal”, a riquinha esnobe e não tinha nada haver com a minha Melissa. – não conseguia olhar a amiga nos olhos – A minha doce e meiga Mel, a mesma do meu potinho de mel... A pessoa que me surpreende a cada dia com uma brincadeira nova, um gesto de carinho... Uma pessoa inteligente, com quem fico horas conversando... – levantou a cabeça - Uma amizade que eu pensei ser sincera.
-- Sua amizade é o que há de mais sincero em mim. – enxugou suas próprias lágrimas – Isa, eu lhe convidei mais de uma vez para você sair comigo, nunca aceitou e ontem, quando lhe vi com aquela garota, bateu uma coisa aqui dentro, não sei explicar o que, mas doía. – apontava para o estômago.
-- Aquela garota tem nome, e ela é minha namorada.
-- Eu tive medo de lhe perder, como agora. – abraçou forte a loirinha. – Sei que errei muito, mas foi por medo. – beijou o topo da cabeça loira - Eu não sou a pessoa que você viu ontem, acredita em mim - ignorou o comentário sobre a namorada.
-- Medo? De que? – empurrou à morena.
-- Sempre fomos eu e você.
-- Não Melissa. Sempre fomos eu, você e seus namorados, ou prefere amantes como disse ontem?
-- Isa entenda... Sou filha única, tenho que administrar uma vida em sociedade, uma vida na universidade, uma vida na empresa, apenas com você eu consigo ser quem realmente sou. – enxugou suas lágrimas – Eu sou a mulher simples do interior que gosta de animais, anda a cavalo, toma banho de rio e participa das tarefas de uma fazenda. – segurou o rosto da loira entre suas mãos – Eu sou essa pessoa... Essa pessoa só consegue ser feliz e completa em uma só com você.
-- Ontem eu vi uma das suas vidas.
-- Errei sim. Ontem sai daqui decidida a sumir, beber tudo que colocassem pela frente, mas havia uma festa na casa dos meus pais. Sai de lá e resolvi aceitar o convite de Joaquim, fomos namorados no meu primeiro ano de faculdade. Depois nos tornamos amigos. Como eu não estava bem, pedi que conseguisse um comprimido de êxtase – abriu os braços – Eu queria esquecer o mundo.
-- Por que Melissa? Fala logo me dá um motivo só para isso? – segurou a morena pela camiseta exigindo explicações.
“Como posso falar que a amo? Ela tem namorada, iria me rejeitar e isso eu não suportaria, ainda mais agora... não me levaria a sério”. – pensou Melissa.
-- Por favor, fica e não sai daqui, apenas isso. Eu lhe imploro: fica. – abraçou-se a amiga, estreitando o espaço entre as duas e começou a chorar – Não me deixa. – Isadora não resistiu e se entregou ao abraço, chorando com a morena. Ela não entendia o motivo que levou a amiga a se entregar assim, a ponto de querer esquecer o mundo, imaginou ser por causa da pressão familiar. Uma pressão que ela conhecia bem, mas por outro motivo e por circunstâncias diferentes. Ficaram alguns minutos assim, até ela interromper o abraço e pedir que Melissa lhe acompanhasse até o outro quarto.
-- Vem Mel, melhor você descansar mais um pouco.
-- Não. – puxou de volta para o abraço - Você quer que eu durma para ir embora – disse chorando, parecia uma criança fazendo birra. – Não me deixa, por favor.
-- Permanecerei ao seu lado até você dormir, e quando acordar, irá me encontrar aqui. – disse enquanto afagava as longas madeixas negras, levando-a em seguida para cama.
-- Você é a única pessoa que amo de verdade. – sussurrou antes de pegar no sono. A pequena ouviu aquelas palavras, e não pareciam ter duplo sentido, eram sinceras. – “Ela me ama... será que ouvi bem? É isso mesmo Mel? Não ama como a uma irmã?” – pensou enquanto observava à amiga. Júnior chegou despertando-a dos seus pensamentos. Ele viu a porta aberta e colocou a cabeça para dentro.
-- Ela melhorou?
-- Sim. – passou a mão pelo rosto limpando as lágrimas. – Melhorou de que? – perguntou após se ligar a pergunta
-- Ela “tava” dormindo e começou a gritar. Eu corri pensando que era algum tarado, mas ai ela “tava” dormindo. Fiquei com medo daquela história de povo que anda e fala dormindo, “balonismo”. – coçou a cabeça. – Toquei nela, “ta ligada?” E ai ela me chamou de Isa, depois me deu um baita beijo. – viu os olhos de Isadora escurecer assustadoramente.
-- Você beijou Melissa?
-- Na verdade, ela me beijou, eu sou macho, e só correspondi.
-- Eu vou lhe matar... – ameaçou se erguendo como se estivesse em câmera lenta.
-- Mana! – gritou assustado – Ela pensou que era você, porque... Porque me chamou de Isadora, tá ligada?
-- Estou ligada no beijo que você deu na minha mulher. – estava batendo no amigo e não percebeu no que havia falado.
-- Sua mulher? Vocês se “apertaram” então? – Isadora parou ao perceber no que falou e colocou o rapaz para fora. Fechou a porta e olhou para Melissa.
-- Por que não me chamou e me beijou? Teria evitado tudo isso. – sentou-se ao lado da morena. – Vou lhe esperar e terá de me explicar esse beijo do seu “balonismo”. – sentou-se cruzando os braços, irritada.
Fim do capítulo
Garotas, como prometido... E dependendo do número de comentários, solto ainda hoje o capítulo que todas esperam: a aposta! Beijos e boa chuva, ops! Bom domingo.
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menteincerta
Em: 06/06/2017
Não sei se tenho vontade de bater no Júnior ou de dar os parabéns hahahahaha
Não sei quem é pior, a Melissa ou a Isa. Trancar as duas num quarto resolve isso rapidinho
Não lembrava dessa Haidê da primeira vez que li ???”
Bjs e até mais
Resposta do autor:
Mas por que? O bichinho é tão bonzinho, dentro daquela cabeça onde reside só os irmão Tico e Teco... KKKKKKKKKKKK Haidê entrou nesta versão, é nova no pedaço, ela mora em Coincidências.
patty-321
Em: 05/06/2017
Balonismo. Kkkk. Esse Júnior e muito burro. Ah Melissa fez caca e ainda beijou o Jr. Oh rapa tá difÃcil pra essas duas e eu adoro qdo a estória e assim. Bjs
Resposta do autor:
Balonismo foi ideia da Valentina, acho que deu certo....kkkkkkkkk...... Melissa vai animar muito, aguarde! Beijos
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lay colombo
Em: 04/06/2017
Eita, tadinho do Ju até qnd ele acerta ele erra kkkkkkkkk
Não lembro mais mas tenho qse certeza q essa Débora não vale nada, só sabe bota lenha na fogueira ngm merece.
E dona Melissa vacilou feio viu, sorte dela q a Loirinha não sabe viver sem ela.
Resposta do autor:
Essa Débora é uma "?" imensa, por enquanto. Melissa estava tomada de ciumes, saio até em defesa dela....kkkkkk
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Mille
Em: 04/06/2017
Ficamos que nem criança quando é tirado o doce. Kkkk
Bom se não vier hoje amanhã teremos mais.
Bjus e até o próximo, um ótimo final? de domingo e uma semana excelente.
Resposta do autor:
Minha esposa disse para eu postar, vocês merecem, ela disse...kkkkk
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NeyK
Em: 04/06/2017
Oxe mulher, faz isso não kkkkkk tá chovendo, a mulher tá estrassada, é fim de domingo, eu tô anciosa. Não faz isso kkkkkkkkkkkkkk eu sei que tô apelando, fazendo drama :D
Resposta do autor:
Já caiu chuva, vento, entrou sol, caiu chuva de novo, e até neve... Pense em um tempo doido! Beijos
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ik felix
Em: 04/06/2017
Cara não me diga que elas vão finalmente colocar os pingos nos is!? Por favor posta ainda hoje o próximo capítulo!!! Beijo.
IK.
Resposta do autor:
Pingos nos "is", "ypsylony perneta" e tudo mais que lembrarem. Mas IK, olha só os comentários, poquinhos e isso enfraquece o ritmo e animação. Snifsnif
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Mille
Em: 04/06/2017
Kkkk cara o Júnior é uma peça.
Tudo poderia ser evitado se elas falassem o que sentem sem pensar nos outros, abrir o coração.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Esse é o problema: elas falam sobre tudo, exceto sobre elas. E Isadora ainda ouve conselho de gente falsa. Bjs
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