CapÃtulo 20
Quando voltei a ter consciência, percebi que eu estava em uma cama, mas dessa vez, no porão. Não muito distante de mim, uma maca com um corpo, é a Amanda!
Me aproximei e seus olhos foram de encontro aos meus, usava somente as peças íntimas, possuía um corte profundo na cabeça e seu corpo gelado, parecia ter perdido muito sangue, mas o alívio de ver que ela está viva foi maior que o medo de perde-la sem poder dizer que a amo.
- Foge - sussurou - por favor.
- Não vou te deixar aqui - minhas lágrimas eram grossas e embaçavam minha visão.
- Sou um peso morto, Dri. Você precisa escapar, Elizabeth está em algum lugar, isso é um jogo para ela, comigo você não terá chances - seu lábio tremeu e as lágrimas também saíam dos seus olhos.
- Então morreremos juntas - falei com a voz embargada.
Ela arregalou os olhos e negou lentamente, não deixei com que falasse nada, selei nossos lábios.
- Eu soube que pertencia a você assim que a vi - murmurou quando nossos lábios se separaram - foi como encontrar minha metade.
- Me desculpa, eu deveria ter te ouvido - chorei.
- Estou interrompendo alguma coisa? - a voz gélida soou atrás de mim.
- Por favor, deixe-a ir - implorou Amanda, sua voz não passava de um sussurro, ela estava muito fraca.
- Não, ela está onde deveria estar - rosnou - comigo.
Não fui capaz de olhar para trás, o medo me travava, continuei fitando Amanda que era como um bálsamo, me arrependi de não ter estado com ela. É inegável o sentimento que eu tenho pela pediatra, mas a força que me atraiu até a Eliza no começo foi irresistível.
Infelizmente acabei levando quem não merecia comigo.
- Você já me tem, deixe-a ir - pedi.
- Não - sussurou no meu ouvido, estremeci.
Sei que devo fazer alguma coisa, reagir, já perdi o Daniel e não irá demorar para a Elizabeth matar a Amanda, busquei força no olhar à minha frente e me virei com o punho erguido para acertar Eliza.
O soco a pegou de surpresa, acertei seu queixo e ela cuspiu sangue, aquilo era um sorriso? Não lhe dei oportunidade para revidar, bati outra vez.
Me preparei para mais um, mas a cirurgiã pegou meu pulso e o torceu, com a força que ela aplicava provavelmente vai quebra-lo, sufoquei um grito e tentei chuta-la, mas a mulher desviou e torceu meu braço para trás.
Me colocando de costas para ela e de frente para a Amanda, essa me olhava espatanda, Eliza segurou meu braço com sua mão esquerda, me debati tentando me soltar, mas com a direita segurou minha nuca, batendo na maca.
A batida foi violenta o suficiente para me fazer perder a visão por alguns instantes, minha testa latej*v*, tentei me mover, mas a mulher atrás de mim ainda me segurava.
Minha visão voltou, mas alguns pontos pretos a enfeitavam, fitei meu bálsamo e sua expressão preocupada quase me fez sorrir, sabíamos que não conseguiríamos fugir, era o fim.
- Adriana - sua voz baixa me chamou - eu deveria ter te digo bem antes, mas não queria assusta-la. Eu a.. - e então uma faca foi cravada na sua garganta, gritei.
- Ah, desculpe-me - Eliza se virou para mim com o sangue em suas mãos - achei que já tinha deixado vocês se despedirem, ela ia falar que te adora - sorriu me confortando.
Amanda engasgou e logo seus olhos ficaram vidrados e perderam o brilho da vida. Me senti fraca e cai no chão, a dor me cegava e o choro sacudia meu corpo. Nenhuma dor nunca foi tão intensa em toda a minha vida, o ar fugiu dos meus pulmões e eu só desejava que tivesse sido eu.
Gritei, gritei como um animal ferido, gritei pois minha alma estava dilacerada.
- Não chore - sentou do meu lado e me envolveu em um abraço - você me ama, lembra? Estou aqui, calma.
Fiquei encolhida com a dor me corroendo, a cirurgiã me pegou no colo e levou até o quarto. Me deu banho e comida, não relutei, fazia o que ela queria. Eliza ficou fazendo cafuné em mim até eu não aguentar me manter acordada, o cansaço e o estresse venceram, dormi.
Voltei a mim e a primeira coisa que vi foi seus olhos verdes, tentei me afastar, mas ela me puxou e me beijou lentamente. Não correspondi, mas não a afastei.
- Você prefere estar com ela? - não respondi - responda! - rugiu me dando um tapa na cara.
Me encolhi o mais longe que a cama permitia, Eliza se aproximou como um felino e acariciou meu rosto.
- Perdão, perdão. Me descontrolei - suspirou - sei que você prefere a mim.
Seus olhos são vazios, o sorriso frio e medonho. Estou condenada, novamente se aproximou e me beijou, desviei o rosto.
- Adriana - suspirou - não dificulte as coisas. Podemos fazer isso juntas, eu já tenho dinheiro o suficiente para sair dos negócios. Podemos ser só eu e você, matarei só por esporte e ficaremos juntas, preciso de alguém dentro da polícia para saber como anda as investigações.
- Nunca - senti o tapa e o gosto metálico na minha boca.
- Você disse me amar - rugiu - se você me amasse aceitaria - fingiu tristeza - se você não me der escolha, terei que te matar. Adriana, Luana, não importa seu nome, eu estou disposta a tentar, posso te desculpar por me enganar.. estar com você me faz bem, meu novo vício é você.
- Se eu aceitasse, você me deixaria viva? - duvidei.
- Claro, meu amor! Você vai me pertencer por toda a eternidade, eu jamais te machucaria se você colaborar - fez um biquinho - o que me diz?
Sei que morrerei se eu recusar e para ser honesta, eu prefiro morrer do que ficar sem o Daniel e a Amanda. As imagens deles jamais sairiam da minha cabeça, seria impossível superar o que esse caso fez comigo, as marcas foram feitas com ferro em brasa.
- Aceito - disso por fim.
- Que bom! Seremos felizes - me abraçou - eu só preciso ter certeza de que você não irá me trair.
- O que você quer que eu faça?
Ela pensou por uns instantes e sorriu, um sorriso diabólico.
- Não vou pedir nada muito difícil, os órgãos já não prestam mais - pensou - só quero um troféu, corte a cabeça da Amanda!
A encarei horrorizada, pensei em cuspir no seu rosto como resposta, mas tenho que fazer isso, ganhar sua confiança e fazer com que pague por seus crimes, mas não deixa de ser horrível. Meu estômago se contorceu e a ânsia veio forte, como eu conseguiria fazer isso com a Amanda?
Abaixei a cabeça tentando esconder as lágrimas, preciso que Elizabeth acredite em mim e com esse pensamento, aceitei.
Me guiou até o porão, olhei o corpo da minha amada e o sangue no chão, meus olhos marejaram novamente, tenho que mostrar indiferença, você consegue, Adriana! Por ela e pelo Daniel.
- Como.. como faremos isso? - engasguei.
- Como você deve ter notado, sou dos tempos antigos, diria que nasci na época errada - gracejou - tenho uma guilhotina - confessou animada.
Ela parecia uma criança, me olhou com expectativa.
- Já notei sim, você sempre foi uma cavalheira comigo - ainda bem que era verdade, seria difícil mentir.
- Esse privilégio só você teve, no momento que nossos olhos se cruzaram, eu soube que pertencia a você assim que a vi e que você seria minha - notei que ela usou as mesmas palavras da Amanda.
Ignorei sua declaração vazia, ela não falava em amor, em sentimentos profundos. Falava somente de posse e desejo, tão diferente da Amanda.
- Minhas pernas viraram gelatinas quando nos conhecemos - comentei sorrindo tristemente, como fui estúpida.
- Eu sei, ninguém nunca me amou - tocou minha bochecha - você viu algo bom em mim, deveria ter ficado longe, mas depois que ouvi sua voz pela primeira vez, eu teria te perseguido por toda a eternidade.
- Que bom que você não precisou então. - me olhou tentando ver a veracidade das minhas palavras e me beijou, correspondi.
- Prometo que vai ficar tudo bem, agora vamos lá - sua animação é visível.
Eliza chamou dois dos seus guarda costas(?), não sei o que são, mas pela expressão vazia em seus rostos, estavam acostumados a fazer aquilo.
Pegaram o corpo da Amanda e levaram até o celeiro, uma maca estava no centro e atrás a tal guilhotina, coisa que eu não tinha visto antes, mas o celeiro era realmente grande e talvez isso ficasse escondido.
Eu estava certa, aquela cidade era medieval e Elizabeth parecia ter saído de um filme antigo. Será que ela queimava as pessoas em fogueiras também?
Me desfiz desses pensamentos rapidamente, eles colocaram o corpo na maca.
- Resolvi facilitar para você - disse - geralmente eu prefiro algo mais… manual, mas não quero te traumatizar - falava enquanto posicionava o aparelho - pronto, venha.
Peguei sua mão que estava estendida para mim e fiquei atrás da cabeça da Amanda, Elizabeth se posicionou atrás de mim e colocou as mãos em meus ombros.
- Você consegue - sussurou para mim.
Seu gesto era para me passar confiança, mas só me deu nojo. Fitei os olhos sem foco à minha frente, lembro de os comparar com o céu.
É mais que isso, seus olhos faziam com que eu enxergasse o mar, me transmitiram calma, alegria e principalmente amor, um azul tão límpido que era possível enxergar sua alma. E agora não havia mais nada, segurei a vontade de acariciar seu rosto.
- Me perdoe, meu amor. Prometo que logo estaremos juntas - pensei e decapitei sua cabeça.
Não jorrou muito sangue, mas foi o suficiente para espirrar em meu rosto. Meu corpo deslizou até o chão e vomitei, por mais que eu tentasse, aquilo foi demais para mim, o choro fez meu corpo convulsionar e eu só queria estar morta em seu lugar.
Fim do capítulo
Postei e sai correndo kkkkkkkkk
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SalesN
Em: 22/04/2017
só falta adriana pirar com tudo matar a beth e se tornar a nova serial killer!
beth vc é louca,mas ainda gosto de vc! haha
acabou o romance que me fazia vomitar arco iris.....
volta autora e solta mais um cap!!! hahaha
#ansiosa
Resposta do autor:
Excelente ideia!!!!!!
Imaginava que lindo ela se tornar uma serial killer, melhor seria as duas juntas, mas a Dri ta abalada né...
Ainda prefere a Elizabeth?? Mas e se a Dri matar ela ou vice versa?
Não acredito que você não gostava de vomitar arco íris com a Amanda!
Logo postarei, beijosss.
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alany
Em: 22/04/2017
Meu Deus. ñ consigo acreditar em tamanha crueldade. sinceramente eu acho que a Adriana terá que morrer. pq que graça terá continuar viva depois de tudo isso? sem falar que sem o daniel ficará sem graça pq ele era tão alegre e eu gostava das trapalhadas dele, e amanda meu deus quando tava nos braços do seu amor acontece isso. mais se eu ñ me engano a Adriana tinha um negócio no dente que rastreava ela sla, cadê a policia que ñ aparece? tô triste agora com esse triste fim de Daniel e amanda.
Resposta do autor:
Kkkkkkkkk como assim você quer matar a minha Adriana?
Apesar que ela e a Amanda podem se reencontrar em outras vidas né... Pode ser, boa ideia...
O Dan fará falta msm..
A Dri tem um rastreador sim, será esclarecido nos próximos...
Não fica triste não, Alany.
Até o próximo, bjs.
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Mille
Em: 22/04/2017
Olá Evil
Você está nos deixando abaladas, mais tinha certeza que a Eliza iria matar quem atrapalhar de ficar com a Adriana.
Se fosse um pesadelo seria melhor ainda, mais seria antes dela viajar para reencontrar a Amanda.
Só desejo que no final a Adriana consiga colocar a Eliza atrás das grades em nome do amigo/irmão e de sua amada.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Hey, Mille.
Estou? Tudo vai se encaixar logo, logo..
Pode ser um pesadelo..
Vamos ver..
Beijosss
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NayGomez
Em: 22/04/2017
Mew Deus depois de Cap baleia azul virou fixinha.... Kkkkkk. Como vc faz isso, como vc mata a Amanda?! EU ESTOU TRAUMATIZADA E DE LUTO, isso foi muito cruel, só gostaria que isso fosse um sonho, sonho não um pesadelo, que a Drika tá tendo e na moral o conto acabou a graça pra mim nesse cap....
Obs: LUTO ????
Resposta do autor:
Kkkkkkkkkkk ah Nay, já ouviu falar em almas gêmeas? Elas podem se reencontrar em outras vidas, poxa. Não matei, foi a Eliza...
Não fique traumatizada, vai ficar tudo bem, pode confiar em mim.
Sem luto, bjs.
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Darkness
Em: 22/04/2017
kkkkkkkk,autora volte aquii,nao foge nao kkkk
gente tadinha da Dri,sera msm que ela vai continuar com a Eliza sem mata la?
ainda sim quero as duas juntas kkkkkk
beijosss <3
Resposta do autor:
Volto kkkkkk
Eu mataria, sacanagem matar o amigo e a atual, isso n se faz..
Você só vai parar de querer as duas juntas quando a Eliza matar a Dri né? Kkkkkk
Beijosss
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badgalkeller
Em: 22/04/2017
Meu deus??????? To chocada com a crueldade da Eliza, tadinha do Dan e da Amanda, e principalmente tadinha da Adriana!!! Chocada que depois de tudo isso eu ainda gosto da Eliza??????? Autora tu foi má nesse capitulo
Resposta do autor:
A Eliza não tem limites, Adriana nesse momento deve estar bem irritada com ela... Ainda gosta ?
Fui?! Kkkkkk
Até o próximo.
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