CapÃtulo 1
Favela do Monte, 1994, Nordeste do Brasil.
- Sou o rei dessa favela malandro, e quem tiver peito de me enfrentar vai levar chumbo no córneo – Falava um homem branco com tatuagens pelo corpo, tinha cabelo tingido com cor rosa choque, colocava sua arma pra cima em sinal de poder, enquanto os parceiros agitavam pela gloria do ‘’amigo’’. Seu nome era Alexandre, mais conhecido como toquinho.
Começou muito cedo no mundo do trafico, morava em um barraco com sua mãe e sua irmã que tinha apenas 3 anos de idade, se chamava Dandara, mas todos a nomeavam de princesa, seu irmão sempre dizia que iria ser a princesa do funk. Seu pai morreu em um confronto com policiais.
Todas as noites era a mesma agonia, dona Lucia, como era chamada a mãe do rei, fechava as portas pra proteger sua pequena. No fundo sabia que o filho ou acabaria morto ou preso e torturado.
***
- Vou tirar aquele sem futuro do poder – Dizia um homem alto, negro que conversava com mais dois caras mal encarados. Rafael como era chamado, desde muito novo era inimigo mortal do Alexandre o rei do Monte.
Rafael ajeitava armas pesadas, em alguns dias iria invadir o Monte e tomar a favela para si. Tudo estava planejado e a vitoria era garantida, pois tinha dois homens que andavam com Alexandre que eram de grande utilidade trabalhando na mão dupla.
- Os dias do rei estão contados – Ria e sua gargalhada era de dar medo.
***
- Enfim sós – Disse um rapaz magro, seu corpo dava indícios que consumia uma quantidade forte de drogas. Entrou no local onde toquinho arquitetava todos os passos que iria dar. Estava sozinho, seus parceiros guardavam a favela cada um em um polo.
- Fale baixo seu viado – Disse ríspido.
- Você sabe o que quero, não me incomodo com esse seu tratamento, sei que no fundo me ama. – Disse o rapaz, sua cede era apenas de drogas e Alexandre sabia disso.
- Te amo? – Gargalhou sarcástico – Sei que quer minhas drogas e eu só quero uma coisa de você – Falou isso se levantando e empurrando o rapaz contra a parede, descendo suas calças e começando um ato sexu*l* com drogas que estavam espalhadas na mesa de toquinho.
A noite passou voando, quando o sol apareceu o rapaz já não tinha vida, exagerou tanto nas drogas que seu corpo não aguentou. Alexandre apenas chamou seus capangas para colocar o corpo em algum lugar bom para o companheiro (Entre aspas), pois ninguém sabia que gostava de homens. Na verdade toquinho não sentiu nada com a morte do rapaz, apenas teve um pouco de consideração para com seu corpo.
***
Zona sul da cidade, nordeste do Brasil.
Em uma casa grande em um bairro basicamente nobre, vivia uma família perfeitinha um casal com apenas uma filha, seu nome era Manuela. Uma criancinha que tinha tudo para ser o que quisesse ser.
Sabrina e Bernardo se casaram muito cedo, depois de um tempo o casamento desgastado foi acabando aos poucos, tudo que se via era um de frente pro outro, Sabrina no celular conversando com o possível amante, e Bernardo lendo o jornal, principalmente os classificados onde se via garotas de programas de luxo. Tudo ia se degradando.
A rotina do casal se resumia a deixar Manuela com a babá, Sabrina logo depois ia ter prazeres com o amante que conheceu em uma aula de dança, Bernardo pegava seu carro e ia de encontro a várias garotas, ele marcava tudo igual e tudo junto. A noite cada um dormia em um lugar da casa. E tudo começava novamente. A vida perfeita para os vizinhos, era imperfeita para as pessoas daquela casa.
***
Um mês depois
Tudo na favela do Monte estava calmo, a noite era vagarosa.
- Vou ter o maior prazer em matar aquele toquinho de amarrar jegue – Gargalhou Rafael com os parceiros. A guerra estava prestes a acontecer. Os 5 homens andavam lentamente, acariciando suas armas, com sorrisos de dar medo no rosto.
Toquinho estava em casa com sua família brincava com a princesa no colo e Lucia observava de longe quando de repente sentiu uma dor no peito, nesse momento a casa foi invadida por 5 homens armados, tudo foi muito rápido, Alexandre correu para o fundo da casa, mas foi inútil, seu corpo caiu sem vida e a cozinha banhada de sangue.
- Só não mato a senhora porque tu vai me ajudar véia – Gargalhou e foi em direção a porta, iria pro barraco onde Toquinho mandava em tudo, começaria o terror no Monte. – E você criança nojenta, quero te matar – Gargalhou – Mas deixo isso pra depois – Saiu e foi em disparada tomar o poder.
Lucia chorava desesperada ao lado do corpo do filho, quando percebeu quem olhava com os olhinhos assustados, correu, pegou Dandara e a trancou no quarto. A garotinha chorava sozinha no quarto, enquanto sua mãe chorava ao lado do Alexandre.
***
- Eu sei que você me trai sua mulher depravada, mulher é pra estar cuidando do marido e não o traindo – Bernardo gritava dentro de casa, tinha chegado bêbado e com cheiro barato de perfume feminino, a babá estava trancada com Manuela.
- Se eu te trai, você deu motivos, seu corno – Gargalhou e cuspiu na cara do homem, o sangue de Bernardo subiu, não pensou duas vezes, partiu pra cima de Sabrina sem dó nem piedade, minutos depois o que se via era um homem completamente desesperado ao lado de uma mulher totalmente irreconhecível.
Foi tarde demais, Sabrina não aguentou nem chegar ao hospital, naquela noite mesmo Bernardo foi preso, pensava que sua riqueza iria o tirar da cadeia, mas estava completamente enganado. A mãe de Sabrina Dona Pamela era uma advogada exemplar, não perdia uma causa.
***
Naquela manhã a comunidade ganhava um novo rei, duas mães choravam em zonas diferentes da cidade, duas crianças inocentes e duas pessoas que partiram para um lugar melhor.
***
Dias atuais
Noite na comunidade do Monte
https://www.youtube.com/watch?v=wwt-9N9RA3w
Roça roça 2 - MC Brinquedo
Dandara dançava com seu amigo quenga e sua amiga Felipa. (Quenga era o apelido dado ao Mauricio, desde o tempo de escola). Princesa se divertia sempre com eles, os conheceu na escola, nenhum deles conseguiu entrar na faculdade e ganhavam a vida fazendo apresentações de funk nos bailes da comunidade.
Princesa tinha uma vida dura, sua mãe, dona Lucia, logo após a morte do irmão, dois meses depois faleceu, deixando a garotinha com sua tia Luiza, que já tinha quatro filhos e mal dava atenção a Dandara. Quando decidiu viver do funk, foi morar com Quenga e Felipa.
A funkeira era de uma beleza de parar o trânsito, seus cabelos bem arrumados, corpo malhado, pele morena que tinha uma ou duas tatuagens que ela fez em uma noite de bebedeira. Dandara era uma deusa, todos os homens eram jogados aos seus pés, mas não ligava para nenhum deles, queria mesmo era ser famosa no mundo do funk e ainda tinha um sonho bem secreto de fazer faculdade e ter uma vida melhor.
Gostava de morar na comunidade, Rafael já tinha morrido, não existia mais reis. Mas sentia que seu lugar não era ali. Levava como podia.
***
Em um Studio musical no centro da zona sul, uma mulher linda, morena de cabelos ondulados, corpo lindo, tocava sozinha perdida em pensamentos.
https://www.youtube.com/watch?v=aJzDdSP_LHY
Detonautas - O dia que não terminou
Manuela tocava com o corpo e alma, estava sentindo cada nota, cada palavra. Desde cedo decidiu que queria viver de musica, e isso causou muitas brigas com sua avó, tanto que ela não aguentou e decidiu morar sozinha. Nunca quis a fortuna do pai e conseguiu a sua própria renda e vivia no conforto. Sabia que o pai tinha matado sua mãe, mas nunca gostava e nunca deixou que ninguém tocasse no assunto.
Manu tinha um ar arrogante, odiava qualquer pessoa que não se curvasse a ela. Mas no fundo era uma boa garota. Em seu Studio trabalhava o Vitor seu amigo que um dia foi namorado, mas tinham terminado a muito tempo atrás.
- É acho que vou te deixar um pouco só agora – Parou de tocar e falou em voz alta para seu violão o deixando deitado no sofá. Pegou seu carro e foi para casa.
A casa era linda, tudo bem arrumado, nada fora do lugar.
Fim do capítulo
Oi moças, tudo bem com vocês?
Depois de um ano e alguns meses estou voltando a escrever. Agradeço a amigos que me ajudaram.
Essa história é praticamente um tiro no escuro rsrsrs, não sei se ainda sei escrever como antes.
Espero que nesse tempo que passou vocês tenham vivido momentos felizes e superado os obstáculos.
Espero que gostem ;)
Abraço em todas.
cameliaazucenad@gmail.com
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JeeOli
Em: 12/10/2017
Concordo, tipo não acho que Dandara seria capaz de trair a namorada e nem sei direito se ela entende o sentimento que a Fernanda tem por ela, só que acho q ela deveria entender o lado da namorada, eu não sei se uma conversa agr vai ajudar as duas mas espero que Dandara entenda do lado da Manu assim como espero que Manu ouça Danda e nn tire conclusão precipitadas
Resposta do autor:
Oi Jessica, boa noite, tudo bom?
Acho que conversar com raiva nunca será uma boa ideia, elas podem se magoar com palavras que não precisam ser ditas. Concordo com você. Elas iram encontrar o tempo certo para conversar e talvez se entender.
cidinhamanu
Em: 04/02/2017
Oi.
Camélia, minha gata, bem vinda de volta, adoro suas histórias, aí você me vem com essa, que já no primeiro capitulo apesar de um pouco tensa, eu me apaixonei...
Louca pra saber o que esse trio e a Manu irão aprontar. rsrsrs
Beijos.
Resposta do autor:
Obrigada bela pelo carinho.
Beijos :)
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NovaAqui
Em: 02/02/2017
Camelia!
Bem vinda de volta!
Gosto dos seus romances.
Agradeço aos seus amigos também por terem te apoiarem quando você necessitou.
Gostei desse primeiro capítulo. Um pouco tenso, mas já deixou as coisas bem encaminhadas para o próximo.
Abraços fraternos procês!
Resposta do autor:
Obrigada bela pelo seu carinho.
Sim, meio tenso rsrsrsrs.
Pois pra você um abraço de urso :)
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Aurora
Em: 02/02/2017
parabens meu amor lendo esta historia pacerce a primeira que eu li sem te conhecer agora vc faz parte de minha vida um ano se passou nosso amor ganhou vida, esperava todo dia por vc sem vc seber agora eu sei todos os dias de minha vida quero passar ao seu lado obrigada site lettera por ajudar a nos conhecer minha noiva
Resposta do autor:
Marcando território né kkkkkkk espertinha.
Amei a declaração, obrigada por tudo :)
Cheiro.
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