Meninas... A partir de agora, tudo que irá acontecer será inéditos para todas as leitoras.
Nada de spoiler... Kkkkk
CapÃtulo 47
Capítulo 47
Carol estava parada já fazia alguns minutos em frente aquela enorme porta. Estava tensa sabia que não iria receber boas notícias, afinal, estava preste a falar com uma cobra peçonhenta. A baixinha acabou rindo do seu pensamento e conseguiu relaxar um pouco e finalmente tocar a campainha.
Daniela sorriu abertamente assim que escutou o som da campainha, tomava uísque e escutava música baixinho. Levantou-se e caminhou em direção a porta. Antes de abri-la desligou o som e abriu um lindo sorriso.
-- Ana Carolina, garota linda! - disse assim que abriu a porta. Daniela estava feliz.
Carol estava com o semblante sério, pois sabia que o que a morena tinha a dizer não seria algo bom para ela, ainda mais vendo o sorriso enorme estampado no rosto daquele ser perverso.
-- Oi Daniela - foi seca.
-- Vamos entre Ana... - deu espaço para a baixinha passar. Carol entrou e rapidamente passou a analisar todo o local - Fique a vontade querida.. - Daniela estava sendo simpática e não estava fingindo. Seu humor estava a mil.
Carol se sentou no sofá e passou a olhar por todos os lados desconfiada.
-- Relaxa querida... Não há mais ninguém aqui além de nós duas - deu um gole no uísque - Oh, desculpe que cabeça a minha... Aceita alguma bebida? Suco? Café? Uísque? Sei lá... - sorriu.
-- Acha mesmo que vou aceitar alguma coisa sua Daniela? - irônica - Seu veneno se espalha por aí, sua cobra!
Daniela não se aguentou e deu uma gargalhada super gostosa.
-- Ai Ana Carolina, somente você pra me fazer rir. Não mudou quase nada esse seu jeitinho, mas fisicamente... - sorriu de uma forma safada - Você ta muito gostosa - tentou colocar a mão em cima da coxa da baixinha que se levantou de uma forma brusca.
-- Qual é a tua sua piranha?! - a baixinha estava furiosa, suas bochechas estavam coradas.
-- Calma... Pensei que a gente poderia se diverti antes. Eu ia adorar!
Carol riu ironicamente.
-- Me diverti com você? Piada né? - suspirou e encarou seriamente a morena - Eu nunca ficaria com você! Nunca! Tu pode até ser bonita por fora, mas é um nojo por dentro. De pessoas como você eu só quero uma coisa... DISTÂNCIA!
-- Nossa que menina profunda, até fiquei emocionada - a morena também se levantou, deixando o copo com uísque em cima da mesa de centro - Sabe Ana Carolina... De todas vocês a que eu mais tenho simpatia e por você, aliás, como estão minhas queridinhas?
-- Não é da sua conta! - áspera.
-- Eu vi a Victoria há alguns dias atrás... - parou e ficou observando a reação da baixinha, que a encarou curiosa. Daniela sorriu - Ela estava jantando com uma loira muito linda. Formam um lindo casal - estava provocando a baixinha, que fez uma cara de tédio.
-- Duas ridículas! - resmungou para si mesma, mas Daniela escutou.
-- Sabe Ana Carolina, a Victoria nunca me enganou - sorriu de canto - Sempre soube que ela curtia. Que família hein... - riu - Mas até que a garota tem um bom gosto, pois aquela mulher que ela estava é muito gata!
Carol fechou os olhos tentando se controlar, para não falar nenhuma besteira.
-- Não estamos aqui pra falar disso! O que você ta querendo, Daniela? - estava com raiva.
-- Acalme-se garota! Estou apenas tentando puxar algum assunto com você... - voltou a se sentar.
-- Ah Daniela, deixa de ser cínica! Fala o que você tem para falar e deixa de enrolação!
Carol voltou a se sentar ao lado da morena a encarando seriamente.
-- Ok, Ana Carolina. Vamos falar de assuntos sérios agora... – disse séria.
.................
-- Cadê as pessoas dessa casa? - Érika perguntou deixando as chaves sobre uma mesinha que tinha perto da porta e foi se aproximando de Vick que tentava ler alguma coisa em seu notebook.
-- Não sei, Luiza saiu tem algumas horas, assim como Carol - tirou os olhos do computador e encarou a prima. Percebeu que Érika estava bastante cansada. Realmente plantão era bem complicado.
-- Cansativo?
Érika sorriu.
-- Bastante. Até pretendia ver a Bia, mas vou deixar para amanhã, pois hoje quero apenas minha cama.
-- Então aproveita! - disse sorrindo.
Érika percebeu que Victoria estava mais animada.
-- Aconteceu alguma coisa? - perguntou analisando a prima.
-- Não - Vick não conseguia encará-la, suas bochechas coraram.
-- Sei... - irônica e desconfiada - Você e a Carol pararam de discuti tanto?
-- Um pouco - estava tímida.
-- Não entendo vocês duas, e não sei como a Luiza aguenta isso. Eu já tinha mandado as duas a merd* há muito tempo.
Vick se lembrou da reação de Luiza mais cedo e não conseguiu segurar o riso. Antes que Érika pudesse questionar o motivo do riso, a porta se abriu novamente e Luiza entrou trazendo algumas sacolas nas mãos, ela logo viu Érika e Vick.
-- Oi meninas. Nosso jantar... - ergueu um pouco as sacolas.
Érika e Vick a encararam surpresa, pois Luiza não gostava de comprar comida feita e não curtia muito ter que comer fora. Sempre preferia a comida caseira e amava cozinhar.
-- Nossa! - Victoria não conseguiu esconder a surpresa.
Luiza riu.
-- Sei que vocês estão surpresas, mas fiquei com vontade de comer algo diferente hoje.
-- Opa! Então vamos aproveitar, pois isso acontece pouquíssimas vezes em anos - Vick disse brincando.
-- Vou tomar banho. Já volto - Érika falou se retirando.
Luiza e Victoria foram para a cozinha e passaram a arrumar a mesa para o jantar. Ambas estavam de bom humor.
-- Cadê a Carol? - Luiza perguntou enquanto organizava a comida.
-- Não sei... Recebeu um telefonema e saiu logo depois. Acho que era trabalho, sei lá... E você? Rebecca não estranhou sua saída?
Luiza sorriu largamente.
-- Ela fez varias perguntas. Onde estava, com quem, porque tinha saído sozinha e mais algumas coisas...
-- Isso não te deixa incomodada?
-- Não, mas sei que pra tudo tem um limite. Ela ainda não extrapolou e eu espero que não aconteça.
Vick riu.
-- Acho que não vai acontecer. Você só tem olhos pra ela.
-- Assim eu espero...
-- To sentindo o cheirinho dessa comida lá do quarto - disse Érika entrando na cozinha, estava animada.
-- Opa, então vamos comer logo, antes que esfrie - Victoria.
-- Não vamos esperar a Carol? - Érika.
-- Provavelmente ela deve comer alguma besteira na rua - Luiza falou se sentando.
As três passaram a comer animadamente, falando coisas como, hospital, família, amigos. Victoria comentava algo sobre Elise animadamente, mas seu momento foi interrompido por Carol que entrou na cozinha como um furacão, assustando as médicas. As meninas logo perceberam o rosto vermelho da baixinha.
Luiza se levantou rapidamente e foi logo perguntando.
-- Carol o que houve?
Carol tinha um semblante triste e cansado.
-- Vamos conversar Luiza... A sós - disse se retirando da cozinha e seguindo para o quarto da irmã.
-- Que porr* ela tem? - Érika falou confusa.
-- Não tenho ideia, mas já vou descobrir - Luiza seguiu a irmã.
-- Será que a Carol está bem? - Vick estava bastante preocupada.
-- Óbvio que não... Parece que chorou bastante - Érika estava intrigada.
-- Eu sei...
As duas ficaram em total silêncio e nem conseguiram comer mais.
Luiza entrou no quarto e encontrou Carol de cabeça baixa sentada na cama, viu quando a baixinha enxugou uma lágrima antes de levantar a cabeça e encarar a médica.
-- Carol o que aconteceu? - se sentou ao lado da irmã, segurando sua mão. Carol apertou fortemente a mão de Luiza e começou a chorar. A médica ficou assustada, mas abraçou a irmã com carinho. Ficaram um tempo assim até a baixinha se acalmar.
-- Luh... Quero te dizer uma coisa... - disse com voz de choro. Luiza fez sinal para a baixinha continuar - Fui falar com a Daniela...
Luiza a cortou.
-- O que essa coisa fez com você? !
-- Nada, ela só me disse umas coisas...
-- Que coisas? - Luiza sentia suas bochechas quentes, estava com raiva.
-- A verdade... - disse baixo encarando a irmã.
-- Que verda... - Luiza parou de falar e encarou a irmã, suspirou profundamente ao encarar aqueles olhos vermelhos de tanto chorar - Fale sobre isso... – esperava que não fosse o que estava pensando.
Carol ficou um tempo em silêncio até finalmente começar a falar.
-- Daniela disse que precisava conversar comigo...
*************
-- Ana Carolina, você passou tanto tempo investigando minha vida e nem ao menos tentou descobrir a verdade sobre a sua...
-- O que? - Carol estava confusa.
-- Já se perguntou o porquê de você ser tão diferente da sua irmã...
-- Não estou entendendo aonde você quer chegar com isso...
-- Carol você não é parecida com a sua família...
-- Claro que sou... Tem o Felipe e o Fernando... -- a baixinha estava confusa tentando explicar uma coisa que agora parecia tão clara.
-- Carol... Vou ser direta com você e também sincera... Você não é filha dos seus pais... Bom, pelo menos, não filha de sangue... Você foi adotada quando era apenas um bebê.
Carol se levantou num salto.
-- Mentirosa! - gritou com os olhos vermelhos.
-- Você pode não acreditar em mim é um direito que lhe convém, mas se você parar e pensar direitinho em tudo que eu te disse, vai perceber que eu estou falando a verdade.
Lágrimas desciam sem controle dos olhos da baixinha. Daniela apenas observava a garota.
-- Pergunta para a Ana Luiza, tenho certeza que ela dirá a verdade...
-- Luh... - sussurrou.
-- Yes minha cara... Sua irmã perfeita sabe da verdade.
Carol enxugou as lágrimas e pegou sua mochila. Saiu batendo a porta fortemente, deixando para trás uma morena bem satisfeita.
-- Ai isso é tão divertido! - estava muito feliz – Isso mesmo, Carol... Fique bem distraída com sua história de vida... Tira o foco de mim!
Carol passou horas andando sem destino e chorando como um bebê. A baixinha se negava a acreditar no que a morena havia lhe falado, mas sabia mesmo não querendo que aquilo era verdade. Quando sentiu que estava mais calma decidiu ir falar com a irmã, precisava tirar essa historia a limpo.
***********
-- É verdade né, Luiza? - ás lágrimas molhavam todo o rosto da baixinha que até soluçava.
Luiza estava em silêncio, mas apertava a irmã fortemente a abraçando.
-- Carol... Não devia ser eu a falar disso com você... - disse baixinho.
Carol se afastou da irmã ficando de pé e a encarando com certa dificuldade, pois as lágrimas embaçavam sua visão.
-- Como é?? Não devia ser você? E quem ia me falar disso hein, Luiza?? Minha vida foi uma droga de mentira por quase 21 anos! - a baixinha gritava sem controle - Por quê? Por quê?!
-- Carol fica calma... - Luiza tentava chegar perto da baixinha que se afastava.
-- Calma?? Calma é uma droga, Luiza! Desde quando você sabia disso? Fala!
Carol gritava e isso fez Érika e Vick se assustarem e irem saber o que estava acontecendo.
-- O que está havendo aqui? - Érika perguntou observando as duas irmãs. Luiza já chorava também.
Carol ignorou a prima.
-- Responde Luiza.. Desde quando você sabe que sou adotada?
-- Ah meu Deus, como ela ficou sabendo disso? - Vick disse nervosa.
A baixinha encarou a prima seriamente e depois suspirou.
-- Vocês todas sabiam, menos eu.... - já não gritava, mas tinha uma grande tristeza na voz.
-- Carol... São nossos pais que tem que falar sobre isso com você... E eu soube disso quando você ficou doente.
-- Minha vida foi uma grande mentira... Tudo... -disse chorando.
-- Não... Você é a Ana Carolina Medeiros Guimarães... Minha irmã... Nunca me importei com isso... Pra mim não tem essas besteiras de laços de sangue... O que uni você a nós é muito mais que isso. Você é minha irmã! Eu agradeço todos os dias por ter você. Deus não poderia ter me dado uma irmã melhor... Você é minha cúmplice Carol, em você eu confio de olhos fechados... É tão maravilhoso ter uma irmã, ter tido uma companheira pra dividi as coisas. Eu te amo, e descobri que você era adotada não diminui em nada meu amor por você... Você é minha irmã e sempre será!
O quarto ficou em silêncio, que durou um tempo. Era possível ouvir o choro contido de Luiza. Érika e Vick apenas observavam e Carol havia ficado quietinha, mas foi justamente a baixinha que quebrou o silêncio.
-- Preciso ver meus pais... Entender um pouco disso tudo - já se preparava para sair do quarto, mas Érika a segurou pelo braço.
-- Mantenha a calma com os tios.
-- Não vou fazer nada... Só quero falar com eles... Entender...
-- Você também precisa da verdade - Érika compreendia a prima.
-- Obrigada Érika - disse abraçando a prima e saindo.
Érika se aproximou de Luiza tocando em seu ombro.
-- Vai ficar tudo bem.
Luiza sorriu sincera.
-- Eu sei.
-- Como ela ficou sabendo? - Vick.
-- Daniela... – Luiza falou seca.
-- Ah, tinha que ser - Érika.
-- Pois é...
As três ficaram por um tempo conversando.
************
-- Posso saber o motivo dessa tristeza?
Karina havia ido jantar. A loira enxergou a baixinha de longe e decidiu se aproximar, logo percebeu a tristeza da garota.
-- A vida é tão louca - Carol falou sem encará-la.
Karina se sentou de frente para ela.
-- Quer conversar? - perguntou carinhosa.
Carol ficou um tempo em silêncio.
-- É como se minha vida todo fosse uma grande mentira - disse tentando não chorar - Hoje eu descobri que sou adotada.
Karina ficou surpresa.
-- Nossa!
-- É como se eu não soubesse quem eu sou... Sinto um vazio aqui dentro - falou apontando em direção ao peito.
-- Não fica assim, Carol. Você é muito mais do que isso. Pode até ser adotada, mas nem por isso deixa de ser a filha de seus pais ou a irmã da Luiza. Acho que isso nunca fez diferença para nenhum deles.
-- Eu sei... Mas eu queria a verdade, Karina... Eu merecia saber - disse com os olhos cheios de lágrimas.
-- Conversa com seus pais. Tenho certeza que eles têm uma explicação para tudo isso.
-- Eu sei... Preciso realmente saber de tudo.
-- Está com raiva deles?
-- Não - negou com veemência - De forma alguma... Eu estou me sentindo incompleta... Só isso... Amo minha família.
-- Ah, então você só precisa esclarecer as coisas.
-- Sim, enquanto eu não fizer isso, não irei me sentir bem.
-- Eu te entendo perfeitamente... Tenho uma coisa para te falar - disse sorrindo.
-- Oras, então fala.
-- Eu desistir da Daniela de vez. Não quero mais saber dela.
-- Nossa Karina... Fico imensamente feliz por você. Sei que deve ser difícil, mas tenha força.
-- Até que não está sendo tão difícil assim. Eu pensei que fosse ficar pior, mas não... Estou muito de boa.
-- Que bom, karina...- disse sorrindo.
As garotas ainda conversaram por um bom tempo, mas Carol precisou ir embora. A baixinha precisava resolver sua história de vida.
**********
Os dias foram se passando e para o total desespero de todos Carol havia sumido. Ninguém tinha notícias da baixinha. Luiza já havia ligado para todos que a conheciam. Lia, Thais, Jonas. Ninguém sabia da menina. A médica já havia falado com os pais que já estavam cientes de tudo e esperavam a jovem para finalmente terem a tão esperada conversa.
Rebecca ficou pasma quando ficou sabendo de tudo. Conseguia entender as reações de Carol, mas sabia que a menina não podia ter sido melhor criada, ter uma família como a dela era coisa bem rara. As coisas para a ruiva estavam ótimas, tinha Luiza e isso era o que importava. Várias mulheres lindíssimas ainda procuravam pela jovem, que sempre dizia que não estava mais disponível, que agora era uma mulher comprometida. Às vezes chegava a ser até arrogante com algumas que insistiam e não sabiam levar um não. Rebecca não enxergava mais nenhuma mulher que não fosse Ana Luiza, o grande amor de sua vida. Rebecca contava os dias para finalmente voltar a ficar com sua amada. Ficou muito feliz quando Luiza contou de Érika e Bia, as duas mereciam ser felizes, apesar de ambas já terem se envolvido com Luiza, Rebecca gostava das jovens.
Luiza estava desesperada com o sumiço da irmã e Vick estava na mesma. Érika era a única que ainda mantinha a calma, mas mesmo assim estava preocupada com a prima.
A loira assistia atenta um noticiário, estava em seu quarto e já estava preparava para dormir. Uma música lenta e calma passou a soar por todo o quarto, ela pegou seu celular e olhou no visor, número restrito, mesmo assim atendeu.
-- Alô...
-- Como estão as coisas por ai, Érika?
-- Carol tem noção que todos estão preocupados com o teu sumiço, garota!
-- Eu sei mas eu precisava desse tempo sozinha.
-- Custava dar notícias, Carolina?
-- Ah Érika, diz que eu tô bem pras meninas... Eu queria falar com vc...
-- Diga... - a médica estava mais calma.
-- Vou falar com meus pais... Não sei como vai ser, mas preciso disso, entende?
-- Sim... Carol tenha calma. Os tios nunca te trataram de forma diferente da Luiza, filha de sangue deles. Minha história é diferente da sua... Eu sempre soube que era adotada e dentro de casa sempre fui tratada de forma diferente dos gêmeos, que eram filhos legítimos deles. Sempre fui a adotadinha para o meu pai, ele nunca me enxergou como filha, então não foi nenhuma surpresa ele não me aceitar, mas minha mãe... Ela me criou como uma verdadeira princesa cheia de amor.... Mas esse amor não foi tão grande quanto a força do seu preconceito e sua submissão... Deixei de ser a princesinha dela porque sou lésbica, Carol... Fui abandonada por todos naquela casa, apenas o Felipe nunca deixou de ser meu irmão... Nunca jamais compare sua história com a minha. A vida não poderia ter te dado pais melhores que o tio Pedro e a tia Rosana, queria ter tido a sua sorte... Mantenha a calma e escute tudo o que eles têm a te dizer.
-- Obrigada, Érika - disse a baixinha emocionada.
-- Uhum... Da um abraço neles por todas nós.
-- Pode deixar... Beijos, tchau.
-- Tchau.
Carol ficou um tempo observando a casa em que passou toda sua infância e adolescência. Sorriu ao se lembrar das coisas que havia feito ali. Foi aproximando-se ao poucos da casa, tocando com as pontas dos dedos no muro que muitas vezes havia pulado, ela e Luiza. Para sua sorte o portão estava aberto, entrou e caminhou lentamente em direção a porta, suspirou profundamente antes de tocar a campainha.
Dona Rosana estava na cozinha fazendo café e doutor Pedro assistia TV na sala, foi ele que se levantou pra atender a porta.
-- Carol... - disse o médico emocionado
-- Pai... - a baixinha estava lagrimando.
Carol apertou o pai fortemente e ele também a abraçou apertado. Ficaram um tempo assim, até serem interrompidos por Rosana que havia estranhado o silêncio.
-- Filha! - falou caminhando rapidamente em direção aos dois e entrando num abraço triplo e repleto de emoções.
Todos estavam emocionados. Carol sorriu em meio as lágrimas lembrando que faltava apenas Luiza ali.
************
-- Carol ligou. Ela ta bem, hoje vai falar com os seus pais - Érika avisou Luiza
-- Nossa que alívio, eu já tava quase tendo uma crise.
Érika sorriu.
-- Eu sei disso - as duas falaram mais algumas coisas e desligaram.
Victoria entrou na sala, assustando Luiza.
-- Alguma notícia da Carol? - perguntou preocupada.
-- Érika acabou de me falar que ela estar bem e vai falar com meus pais hoje.
Ambas estavam de plantões nesse dia.
-- Acha que a conversa entre eles será calma?
-- Tenho certeza que sim, Vick. Conheço aquela baixinha muito bem. Vai ser bom pra ela ter essa conversa.
-- Só não quero que ela fique ainda mais revoltada.
-- Ela não estava revoltada, só estava confusa, mas agora tudo ficará bem. É bom ela já saber a verdade.
-- Sim... É bom mesmo...
As duas ficaram conversando por algum tempo até precisarem de Victoria que teve que atender a uma emergência.
*************
-- Sei que a gente te deve uma explicação... - Pedro.
-- Pai eu...
-- Shiiii... Deixe-me falar, filha.
Carol fez sinal positivo com a cabeça, a jovem estava sentada ao lado dos pais, que a fitavam com uma certa vergonha e receio.
-- Eu fiz o seu parto...
-- Com...
-- Deixe-me falar Carolina. Sua mãe biológica era uma menina que foi criada numa fazenda. Os pais dela eram pessoas difíceis e bem fechados pra tudo o que eles consideravam errado. Sua mãe acabou por se envolver com um dos peões daquela fazendo e assim ficou grávida de você. Os pais não aceitaram aquela relação e em uma noite fria mandaram tirar a vida de seu pai, que era um jovem de bom coração. Sua mãe caiu em uma depressão sem tamanho, ela queria morrer junto com ele, mas sabia que não podia, ela teria que ser forte por vocês duas. Quando o pai dela descobriu sobre a gravidez quase a matou com uma surra, por sorte nada aconteceu com você. Eles queriam que ela te abortasse e desesperada sua mãe fugiu daquela fazenda para bem longe... Sem dinheiro, sem nada... Apenas com a esperança de poder criar você, com todo o amor e carinho...
Carol chorava como um bebê.
-- Você é bem parecida com ela - dona Rosana era quem falava - Um dia levei sua irmã para passear na praça, como de costume... Lá eu conheci sua mãe.... Carolina... Era tão jovem. Quando a vi soube que precisava fazer algo para ajudá-la, pois a garota estava toda abandonada... Puxei assunto com ela e decidi levá-la para casa, alguma coisa me dizia pra fazer isso. Pedro nada disse apenas a aceitou. E assim os meses foram se passando e a barriga de sua mãe crescendo, ganhei uma grande amiga. Ela me ajudava em tudo, cuidava da casa, Da Luiza... Dizia que ela iria fazer sucesso aonde fosse, uma morena linda. Sua mãe também era bela, loira olhos verdes, as pintinhas que você tem pelo corpo são herança dela, só seu cabelo e seus olhos são de seu pai... Você é tão branquinha quanto eles... Tudo estava tranquilo até o dia do seu nascimento....
-- Lembro-me como se fosse hoje desse dia - agora era Pedro que falava - Ouve complicações no parto e sua mãe veio a falecer, aos dezesseis anos... Antes disso, ela conseguiu te ver... Disse que você era um anjinho repleto de luz, e que ela não poderia te ver crescer, mas que ela te amava muito.... Depois me disse que a vida não poderia ter dado pais melhores a sua filha do que eu e minha esposa. A gente deveria cuidar de você como se fosse nossa filha e que jamais era pra gente falar a verdade a você. Ela não queria que você crescesse uma menina revoltada, triste com sua própria história de vida, ela me fez prometer.... Então quando prometi, ela se foi... Quando peguei você pela primeira vez, eu já sabia que você era minha filha, eu já te amava mais que qualquer coisa, te protegeria sempre... Nós te adotamos... E aqui esta você... Uma linda mulher.
-- Por isso não me falaram a verdade...
-- Sim, esse foi um dos motivos. Quando você ficou doente era impossível que um de nós fosse compatível com você. Pensei em procurar alguém da sua família de sangue, mas seu pai era filho único e órfão e você jamais aceitaria algo vindo de sua família materna.
-- Não mesmo!.... Que história... Nossa... Tem foto dos meus pais biológicos?
-- Temos sim... Sabia que um dia você iria querer conhecer a moça guerreira que foi sua mãe.
Rosana entregou uma caixa para Carol que ficou um bom tempo vendo a linda mulher que havia em algumas das fotografias. A mãe da baixinha estava com Luiza no colo e sorria lindamente a barriga estava grande.
-- Ela era perfeita - disse a baixinha emocionada.
-- Você nem imagina o quanto - Rosana.
-- Minha mãe tinha razão, eu não poderia ter tido pais melhores que vocês.
Carol abraçou os dois bem apertado, ela os amava não importava mais nada. Pediu uma foto da mãe biológica, mesmo que não a tenha conhecido, Carol já a amava e queria sempre lembrar daquela jovem menina.
*************
A baixinha decidiu passar uns dias com os pais, para a felicidade deles, fazia um tempo que ela tinha feito isso. As meninas ficaram felizes por eles terem se entendido. Luiza bem que queria ir ficar com eles, mas estava cheia de trabalho, mesmo assim estava muito feliz. Érika e Beatriz estavam meio brigadas, pois a médica não aceitava muito bem o modo de vida da sua namorada. Victoria esperava ansiosa pela a volta da baixinha, acreditava que finalmente poderiam conversar, ainda mantinham contato com Elise, mas queria apenas a amizade daquela jovem mulher. Rebecca estava cheias de coisas para resolver, era muitas as obrigações, seu tempo estava limitado.
Rebecca lia atenta um dos vários relatórios que tinha em sua mesa. A ruiva estava outra vez cheia de trabalho. Algumas vezes parava para relaxar e pensava na filha e em Luiza, sorria bobamente, ela amava demais as duas. Estava distraída, quando o telefone tocou.
-- Senhorita Thompson a senhorita Daniela estar aqui. Ela quer falar com a senhora.
Rebecca ficou um tempo pensativa.
“O que a Daniela está querendo? Coisa boa com toda certeza não deve ser... Vamos descobrir"
-- Deixe-a entrar - desligou.
Não demorou muitos segundos para a porta do escritório da ruiva ser aberta e Daniela entrar lindamente. A morena tinha um lindo sorriso no rosto. Rebecca nem olhou para ela, permaneceu lendo um dos relatórios.
-- Bom dia, Rebecca! - disse simpática.
-- Meu dia hoje não começou bom. O que você quer? - falou seca, finalmente encarando a morena.
Daniela sorriu se sentando em uma das cadeiras de frente para a ruiva.
-- Às vezes sinto saudade da menina simpática que conheci há alguns anos atrás - debochada.
-- Para de cinismo Daniela! O que você ta querendo?
-- Não posso fazer uma visita a uma adorável amiga?
-- Chega disso, Daniela! - a ruiva estava com raiva.
-- Ok, vermelhinha. Hum... Você realmente voltou com a Luiza? – perguntou distraída observando o porta retrato na mesa da ruiva.
-- Isso não é da sua conta! - disse ríspida - Mas se você faz tanta questão assim de saber. Sim, eu estou com a Luiza e eu a amo muito e iremos ficar juntas!
Daniela ficou séria e encarou a ruiva com um olhar ameaçador.
-- Você pode ficar com qualquer mulher, menos com a Luiza – disse trincando os dentes.
-- Como se eu me importasse com o que você diz ou pensa – falou tranquila.
-- Não me subestime, Rebecca. Você não sabe do que eu sou capaz - seus olhos brilhavam de ódio.
-- Está me ameaçando? Pois fique sabendo que eu não tenho medo de você! – disse altiva.
-- Isso é apenas um aviso. Luiza é a culpada de tudo! vocês não irão ficar juntas nunca! - falou se levantando.
-- Isso é o que veremos Daniela!
A morena riu.
-- Você ainda não viu nada... Essa vadia acabou com nosso namoro. Ela é culpada pela gente não ta mais juntas. Um dia eu acabo com essa piranha!
-- Chega! - a ruiva disse exaltada e se levantando - A única piranha e vadia que eu conheci foi você! Não ouse falar mau da Luiza na minha frente! Sai já daqui! - apontou para a porta.
-- Ta bom. Mas cuidado viu... - disse caminhando em direção a porta.
-- Não tenho medo de você!
Daniela parou com a mão na maçaneta da porta e antes de girar disse.
-- Mas devia - e se retirou.
Rebecca voltou a se sentar e não conseguiu disfarça a preocupação.
" Daniela é louca. Meu Deus preciso ter muito cuidado com essa mulher. Como eu pude ser tão burra durante todos esses anos? O que essa doente estar planejando? E a Luiza? Que loucura!"
A ruiva tentou ligar para Luiza, mas não teve sucesso. A médica devia estar ocupada, mas não desistiu, ligou o dia todo. Foram muitas as tentativas e não somente para Luiza, mas como para todas as meninas e nada. Começava a ficar angustiada. Mesmo não querendo tinha medo das ameaças de Daniela.
****************
A morena pegou o telefone, assim que entrou no carro e discou um número conhecido.
-- É pra hoje! -- disse assim que a pessoa atendeu.
-- Pensei que tinha desistido.
-- Nunca! Faça isso direito!
-- Pode deixar!
Ficaram um tempo conversando algumas coisas e depois desligaram. A morena tinha um sorriso malvado.
-- Não sabem com quem tão se met*ndo! E o show vai começar! – riu de forma louca.
Fim do capítulo
Mais um capítulo para vocês, minhas leitoras!
Esperam que tenham gostado.
Acho que eu ando com azar viu... Pq sinceramente, eu perdi todos os capítulos dessa história novamente, aff... Acredite eu já tinha tudo escrito, só faltava escrever o final... Mó zikada eu... Ai ai... Rsrs... O jeito é escrever novamente.
Beijos
Até o próximo
Comentar este capítulo:
cidinhamanu
Em: 16/01/2017
Olá Stela...
MDS, Daniela está igual uma cobra peçonheta, enroscando na presa, pra depois estrangular
Quando ela será pega pelas maldades que anda fazendo? Quando ou quem vai conseguir impedir e por um fim nas armações e maldades que ela faz? Será que vai ser o Fernando que mesmo sendo o monstro que é vai ajudar as meninas?
Não aguento mais ela ferrando todos e sempre saindo ilesa!!
Essas meninas são unidas, mas precisam mais do que tudo continuar unidas para juntas desmascararem essa demônia.
Carol tem uma família incrível néh, agora nada impede a Vick de ficar com ela, pois nem primas são.
Agora que já foi tudo esclarecido sobre a sua adoção, a Carol precisa voltar logo, pois tenho certeza que agora a Daniela vai começar a jogar sujo e pesado contra a Luísa ou todas as meninas.
Não vejo a hora do momento da Daniela chegar e ela ser punida por todas as maldades que fez.
A cada capítulo, a sua história está deliciosamente emocionante, parabéns Stelinha!!
Beijos.
Cidinha.
NovaAqui
Em: 15/01/2017
Stelinha!
Essa Daniela é do mal mesmo, como ela sabe essas coisas? Ninguém pega ela?
Espero que as maldades não façam muito estrago. Acho que Fernando é quem vai estragar os planos dela, assim eu espero.
Elas vão precisar se unir para desmascararem essa cobra.
Mal acabei ler e já estou ansiosa pelo próximo.
Abraços fraternos!
Resposta do autor:
Oi Moça!
Daniela é muito inteligente, dificilmente ela pisa em ovos.
Eu tbm espero isso... Rsrs... Não sei, tudo pode acontecer.
Com toda a certeza elas vão precisar se unir mesmo.
Próximo a caminho kkkk
Abraços!
Até mais...
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Ada M Melo
Em: 13/01/2017
a Daniela até agora só fez maldades e se deu bem, então ta na hora das armações dela começarem a da errado para nossa alegria......pelo ou menos essa é minha torcida.
abraço!!!
Resposta do autor:
Posso te dizer que as maldades dela até agora foram leves, as coisas vão começar a ficar pesadas. Todas esperam o mesmo, e eu também espero por isso ansiosa... Rsrs.
Há sempre um momento certo. O momento da Daniela vai chegar.
Abraço, Ada.
Até mais.
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gessik
Em: 13/01/2017
Nossa, fiquei triste pela Carol coitadinha,mais por um lado a Vick não vai ter mais desculpa pra não ficar com a Carol ja que as duas não são primas né.
As vezes fico pensando se esse ódio todo da Daniela por a Luzia não seria um amor incubado que ela tem pela Luh e por ser rejeitada a todo tempo, mulher nojenta viu.
Xerinho Stelinha
Resposta do autor:
Gess
Não fique triste por ela, Carol tem uma família incrível. Vick realmente não tem mais desculpa alguma para não ficar com ela, mas Carol precisa deixar de ser tão cabeça dura.
Kkkkkkkkkkkk.... Já imaginou isso? Sei não... Tudo pode acontecer.
Xerinho Gess.
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Mille
Em: 13/01/2017
Bom dia Stelinha
Por essa eu não esperava, Carol ser adotada a baixinha teve uma sorte pois a família a ama muito. Espero que a Carol volte logo que a cobra vai começar o ataque, e vejo que ficaremos até o final torcendo para essa guerra acabar.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Bom dia, boa tarde, boa noite... Rsrs
Pois é, Mille... Sei que foi uma surpresa, mas desde o início a Carol seria adotada. Quando eu criei a história na minha cabeça louca, a Luiza não teria irmãos, mas por eu ter 4 irmãos, senti que ficou meio que um vazio sabe, então decidi criar a Carol.
É verdade viu, Carol tem que voltar logo, Daniela vai começar a jogar pesado, tu vai ver só.
Beijos
Até o próximo.
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