CapÃtulo 14 - Virando a página
E um mês se passou. Carol me mandava mensagens diariamente, de nada adiantava eu tê-la bloqueado, ela sempre dava um jeito. Eu percebia que Luíza se incomodava, embora ela não falasse.
Naquela sexta-feira Luíza precisou resolver umas coisas do trabalho e por isso eu estava saindo sozinha da faculdade. Passei pelas catracas distraidamente enquanto mandava uma mensagem para Lú, então me assustei quando um buquê de rosas “saltou” diante de mim. O rosto da pessoa que segurava o buquê surgiu e tenho certeza de que minha expressão foi de assustada para confusa. Segurando aquelas flores estava ninguém menos que Carolina.
Ela ficou parada sorrindo e me olhando por algum tempo que não consigo precisar, até que eu finalmente tive alguma reação.
-- O que você está fazendo aqui? – perguntei.
-- Você não responde minhas mensagens e me toquei que nunca trocamos telefones, mas me lembrei que um dia havia me falado onde estudava. Vim aqui para me desculpar, eu sei que você disse que iria seguir tua vida, mas eu preciso de você, eu estou apaixonada por você. Me dá uma chance – eu não podia acreditar que ela estava ali me dizendo tudo aquilo.
-- Carolina, é tarde demais! O tempo passou e eu estou seguindo em frente! Você teve a chance de fazer a escolha certa e não fez, agora não adianta.
-- Nunca é tarde demais, me perdoa! Eu não vou deixar você se arrepender. Será que você não percebe que eu sou louca por você?
-- Não percebi isso em momento nenhum há meses atrás quando você simplesmente alterou o seu status de relacionamento no Facebook! Essa sua loucura passou bem batida quando depois de passar semanas contando os dias para nosso primeiro encontro você simplesmente sumiu! Por isso eu te digo, não me peça nada! Você não tem esse direito! – cuspi as palavras.
Sai correndo dali, percebi que Carol ainda correu atrás de mim por alguns metros, mas não parei. Entrei no primeiro taxi que encontrei.
-- A senhora precisa me dizer para onde devo ir – a voz do motorista me despertou.
Não, eu não sabia para onde ir. Pedi que me deixasse ali mesmo, acertei a corrida e desci do carro. Ainda fiquei algumas horas andando sem rumo pelas ruas, até que entrei no ônibus e fui para casa.
****
Acordei naquela manhã com vários beijos nos lábios e nos ombros, abri os olhos e encontrei o sorriso doce de Luíza. Sem nada dizer, me agarrei a ela escondendo meu rosto em seu ombro. Estar ali com ela me trazia uma paz enorme, era como se todos os meus problemas fossem embora.
-- Ei o que aconteceu? – Ela perguntou baixinho próximo ao meu ouvido.
-- Nada, só me abraça, fica comigo – falei me aninhando ainda mais em seus braços, em resposta Luíza intensificou o contato de nossos corpos. Ficamos ali por um bom tempo, até que não suportei mais adiar e contei a ela sobre o acontecido na faculdade.
-- Como você se sentiu?- perguntou quando terminei meu relato.
-- Com raiva, ela não tinha o direito de aparecer justo agora que decidi seguir em frente.
-- Você a esqueceu por completo? – era a primeira vez depois daquelas mensagens que Luiza me perguntava como me sentia em relação à Carol. Eu poderia mentir, mas Lú não merecia isso, eu sabia que ela era completamente sincera comigo o tempo todo.
-- Eu estaria mentindo se te falasse que não penso mais nela e que tudo simplesmente foi apagado, mas não é mais como antes. Muita coisa mudou. – eu estava sendo sincera, desde que eu e Luiza estávamos juntas, eu pensava bem menos em Carol.
-- Você acha que um dia vai deixar de pensar nela? Porque olha, eu estou amando você um pouco mais a cada dia que passa e me dói demais saber que você não é totalmente minha. – Aquele desabafo dela me pegou de surpresa, não esperava que ela se sentisse como disse sentir e muito menos que o fato de ainda haver uma Carol a machucasse tanto. Me senti extremamente impotente, não havia nada que eu pudesse dizer. Naquele momento eu me perguntei se realmente estava fazendo certo em estar com ela. Talvez fosse melhor deixá-la livre. Estava prestes a externar isso, quando ela tocou meu queixo com a ponta dos dedos e colou os lábios nos meus.
-- Hey, não vá colocar caraminholas na tua cabeça, eu sabia onde estava me met*ndo desde o começo, ter você inteira é uma vontade que eu tenho, mas está bom desse jeito. Você é uma ótima namorada, estar com você é maravilhoso. – as lágrimas que até então estavam presas em meus olhos finalmente caíram e eu a abracei bem forte.
-- Você é perfeita, Luiza. Tudo o que eu mais quero é poder ser inteira sua – me abracei a ela e desejei poder me entregar por completo.
Passamos aquele dia todo ali na cama namorando, várias mensagens de Carol chegaram no meu telefone. Ignorei cada uma delas sendo seguida pelo olhar atento de Lúiza.
***
--Precisamos conversar, me escuta! – Eu estava sentada em uma das mesinhas da cantina lendo um texto para a aula e devorando uma maçã, quando uma rosa surgiu bem na minha frente e ouvi aquela voz pouco familiar, mas que eu sabia exatamente de quem era.
-- Você não percebeu que eu não quero falar com você? – perguntei sem tirar os olhos do texto.
-- Mas eu preciso, se depois de tudo o que eu falar você achar que não vale a pena tentar eu te deixo em paz. São só alguns minutos.
-- Ok, você tem dez minutos, nem um segundo a mais – falei com certa rispidez.
Mesmo sem ser convidada, ela puxou uma cadeira à minha frente e se sentou.
-- Olha, eu sei que eu fui uma escrota, que agi muito errado com você, mas eu não sabia bem o que estava fazendo. Eu não consigo te tirar da cabeça, mesmo sendo este nosso primeiro encontro, eu acabei me apaixonando por você. – ela dizia tudo aquilo me olhando nos olhos, o que me irritava muito, não era possível aquilo tudo ser verdade depois do que ela fez.
-- Carolina, você começou um namoro e me deu um bolo, tudo isso enquanto dizia contar os segundos para me encontrar, você acha mesmo que eu acredito em você?
-- Na verdade eu não comecei um namoro, eu reatei. E isso aconteceu porque eu não sabia bem o que estava sentindo, eu estava confusa. Depois que aconteceu que percebi que o que eu sentia por você era muito maior do que aquilo tudo. Eu sou louca por você, só quero uma chance – a forma como ela falava chegava a me dar certa raiva.
-- Carolina, você sequer me deu uma justificativa, não explicou em momento algum o que estava acontecendo, eu me senti uma idiota passando por tudo aquilo.
-- Me perdoa, eu não tive coragem de te dizer. Nunca imaginaria que você fosse ficar assim. Me dá uma chance de mostrar que eu posso ser diferente.
-- Carolina, não tem chance alguma a ser dada, eu estou seguindo em frente. Não vou voltar atrás da minha decisão, eu estou bem e sendo muito feliz, não vou jogar isso fora.
-- Só uma chance, apenas uma.
--Nenhuma chance, chega Carolina. Segue seu caminho, eu estou seguindo o meu.
-- Você tem certeza? – perguntou segurando minha mão que estava estendida em cima da mesa.
-- Tenho – senti um arrepio percorrendo todo o meu corpo com aquele toque, então tratei de desfazer aquele contato.
Sem dizer mais nada, ela saiu da mesa e eu fiquei olhando ela desaparecer do meu campo de visão. Eu estava encerrando uma fase da minha vida.
Fim do capítulo
Meus amores,
CapÃtulo novinho!
Desculpem pela demora! Espero que gostem!!
Beijos!!
Comentar este capítulo:
Bom até agora Diana está conseguindo se manter forma em não voltar atrás na decisão de excluir Carol da sua vida.
É claro que Luiza está se arriscando por investir, mas como ela mesma disse: que sabe onde estava se metendo, vamos torcer pra que não saia machucada desta historia.
Bjs
Darque
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