Psicótica por trovadora
ufa, que loucura. Esse capitulo foi super complicado de escrever por causa do peso emocional que no final ficou mais leve, ufa
Enjoy ^^
Terceira Fase - CapÃtulo 14
Me joguei na cama, eu poderia ter ido até a sala exigido que se explicasse, mas como? E por que? Ela não era nada minha, muito pelo contrário, todos aqueles anos eu havia fugido de sua presença covardemente, mas eu sabia tudo que estava dentro de mim precisava ser retirado, e as palavras de amor que eu lhe diria se transformaram em lágrimas grossas e meu coração estava em pedaços, eu queria fugir, sumir, morrer... Tudo menos ficar ali deitada na minha cama com as luzes apagadas, chorando como uma criança desapontada. De certa forma minha cabeça dizia que eu tinha merecido aquilo, que havia perdido meu brinquedinho, e que eu tinha colhido o que eu plantei, num outro canto da minha mente eu estava encolhida num canto em posição fetal, e sussurrando que tudo aquilo não tinha sido minha culpa, que o medo de meus pais tinha me obrigado a fugir, e minha submissão ao que eles me diziam me fez correr, me esconder. Então vitoriosa a outra parte de mim concordava, dizia que era exatamente a minha submissão e meu conformismo que haviam me levado àquele estágio, por fim nenhuma das partes se acertou e ficamos insatisfeitas com aquela dor insuportável quando a porta se abriu bem vagarosamente fazendo um ruído bem ínfimo de ranger.
-Vic?! – disse a voz doce e familiar – você não me disse aonde posso dormir – continuou ela entrando meio que indecisa, me encolhi em cima das cobertas, sentia frio. – você, está bem? – ouvi-la assim era como minha tortura pessoal, aquilo me afligiu tão profundamente... Continuei calada, mas um soluço involuntário denunciou meu choro. – Meu Deus, Vic?! O que está havendo??? – Ela ligou a luz e foi até mim, eu escondia meu rosto no travesseiro, ela o puxou com força e avistou meus olhos vermelhos e rosto molhado, sua expressão passou de preocupação pra uma de descrença.
-Por que você está chorando? – Não consegui formular uma única frase que fizesse sentido naquele momento, só sentia o extremo desejo de abraça-la de sentir seu cheiro e não deixa-la, meus braços se moveram sozinhos em sua direção e quando percebi eu estava agarrada em seus braços.
-É mentira... É tudo mentira – disse-lhe num misto de sofrimento e desespero, apertando-lhe num abraço angustiado.
-Calma, Vic, calma – disse já se desvencilhando dos meus braços, não sei se aquele contato repentino a havia assustado, ou se ela desejava olhar nos meus olhos, mesmo assim aquele gesto se configurou em minha mente como uma rejeição, o que me magoou e me fez chorar ainda mais, ela agarrou meus braços fortemente enquanto eu tentava novamente me esconder debaixo do travesseiro inutilmente – Ei! – gritava ela – Olha pra mim! Me fala o que é mentira?
-Minha vida, Elise!!! Minha vida é uma mentira. – Naquele momento eu não conseguia olhar naqueles olhos, eu sabia que estava tudo completamente diferente. Era ela, minha Elise, mas eu não era mais a mesma.
-O que quer dizer com isso? – disse numa voz compassada, e a enxugar meus olhos, o que de certa forma era uma falsa ilusão pra meu coração.
-Minha vida não é perfeita como você acha. Eu me sinto tão mal, eu não sou mais eu. – As palavras saíram tão claras de repente, como se eu estivesse as ensaiado, e isso significava que era aquilo que verdadeiramente estava dentro de mim. Ela me encarou com cara de compaixão, eu não queria que ela me visse daquela forma, tão frágil e entregue, meu orgulho por fim desistiu e me vi a mercê dela, a minha parte obscura havia vencido a guerra.
-Por favor, não chore, não faça isso, olha pra você, tem um apartamento lindo! Um emprego dos sonhos! Não seja tão mal agrad...
- SH! Escolha bem as palavras, a ultima coisa que quero é me magoar ainda mais com você! –disse sendo rude com ela, que fez uma careta de desaprovação e se levantou da cama.
-Agora me diga o que eu fiz com você? Eu já paguei muito caro pelo passado, Vic, achei que já havíamos esquecido isso, Você disse ter me perdoado.
-Eu não estou me referindo a isso – disse já arrependida do que tinha falado, ela não tinha culpa por eu ter fugido dela e ela ter procurado outra pessoa pra amar, me senti uma completa estúpida. – Eu só... – fiquei sem palavras.
-Olha, - ela disse rindo sem graça e coçando a cabeça – eu já entendi tudo. Foi um grande erro eu vir aqui, eu sabia que algo do tipo aconteceria, vou te poupar da minha presença, ok? – concluiu séria e se virou pra sair do quarto. Fiquei atônita sem saber o que fazer, tudo que eu não queria tinha acontecido, por alguns segundos tentei processar o que estava acontecendo e como eu podia consertar aquela situação... Burra... Burra! Como eu sou Burra!
-Elise! – gritei inutilmente já depois que ela saiu do quarto, corri para sala aonde eu sabia que estava suas coisas, ela já havia trocado a calça e estava trocando a blusa, ao vê-la seminua confundi meus sentidos, e me agarrei à ombreira da porta, já não sabia o que dizer... Nem o que fazer.... - Elise– sussurrei com voz embargada, ela se virou em minha direção, e esperou o que eu iria falar. Fiquei alguns segundos encarando seus olhos altivos, e aquilo foi o suficiente para que minhas pernas se precipitassem numa corrida em sua direção, cega, eu a agarrei e a beijei, totalmente entregue. Ela se recusou nos primeiros momentos mas depois se entregou também, e aquilo foi estonteante pra mim, eu poderia falar de todos os clichês de beijos que existem, mas nenhum seria capaz de traduzir aquele beijo visceral, incontido e selvagem. Num segundo de consciência Elise me afastou de seus lábios, tinha uma expressão séria e misteriosa, segurava meu rosto.
-Eu não posso, Victoria, não mais – me disse com aquele tom grave na voz, como se arrependesse de ter correspondido, eu não suportei, nossos rostos tão próximos... O olhar intenso me puxava pra dentro da sua alma. Eu precisava demais, tentei forçar, mas ela era forte demais, como sempre. Desabei sobre seus braços a chorar, ela me agarrou num abraço bem forte.
- EU TE AMO – eu disse num sussurro trêmulo ao seu ouvido, ela estremeceu e me apertou mais forte. – por favor, não desiste de mim. Não me deixa sozinha... Por favor – minha voz falhou. – senti algo molhado cair em meus ombros, mas eu não queria desfazer aquele abraço nunca mais. – Diga que me ama mais uma vez, pelo menos mais uma vez...
-Eu não posso, Vic... Eu estou com outra pessoa agora, e eu não posso trai-la. – Eu sabia, mas ouvir da sua própria boca magoava ainda mais, mas pela sua resposta eu sabia que eu ainda mexia com ela. Ela não havia me esquecido... criei coragem de olha-la nos olhos, e realmente ela chorava, e aquilo foi de partir meu coração. – ficamos minutos em silêncio, travando aquela batalha dolorosa contra nossos sentimentos, no final ela venceu.
-É melhor eu ir embora, antes que façamos alguma besteira – ela concluiu se afastando e vestindo a camisa branca, meu sistema nervoso entrou em curto, comecei a sentir vertigem com a possibilidade de nunca mais a ver, perdi o controle das minhas pernas e cai no chão. Não sei exatamente o que houve, me sentia meio gélida e tudo foi ficando meio azul, ouvia Elise gritando, mas ela estava tão distante, por alguns segundos não existia mais nada além da escuridão....
Estava macio debaixo de mim, ao abrir os olhos eu estava de volta ao meu quarto, na minha cama, Elise estava na minha frente ainda chorando com uma cara preocupada e o celular na mão, ela falava com alguém num português completamente embaralhado.
-Ah sim! Ela esta abrindo os olhos! Funcionou! Sim, sim, entendi. Claro, vou providenciar agora mesmo, obrigada senhora – ela riu pra mim aliviada – sim está, tudo bem, mais uma vez obrigada.
-O que houve? – disse meio atordoada. Sentindo cheiro de álcool
-você desmaiou – olhei-a meio incrédula, eu me sentia ainda mais idiota no momento, ela afastou o vidro de álcool que eu jurava ter sido tirado da minha despensa.
-Não se preocupe, eu liguei pra emergência, eles me disseram que você precisa comer algo – no momento em que me disse aquilo, me lembrei de ter comido só pouco no almoço, eu não havia lanchado por causa daquela manhã maldita nem jantado por causa de Elise. Minha cabeça doeu. Ela estava com um pedaço de mamão que eu sabia que tinha saído da minha geladeira. Ela tirou com a colher e me ofereceu na boca.
-você não precisa fazer isso – disse meio magoada, me lembrando do que havia acontecido.
-SHHH – disse enfi*ndo a colher na minha boca à força, arregalei os olhos- preciso sim, já que ainda não aprendeu a se cuidar sozinha. Agora mastiga! – ficamos em silêncio nos encarando naquele misto de desconforto e confusão.
-Obrigada – disse ao terminar de comer.
-Não há de que, já que eu causei esse troço em você, ela disse colocando o prato e a colher no criado mudo. E ficando em pé meio longe. – olhei-a com tristeza.
-você vai embora? – Ela percebeu e se sentou na beirada da minha cama de casal, e fez carinho nos meus cabelos.
-Não, não vou te deixar sozinha – sorri retribuindo seu gesto. Era quase três da manhã, quando consegui a convencer que se deitasse em minha cama, estávamos de frente uma pra outra, segurei em suas mãos, ela me olhava com doçura, e pareceu não se importar com aquele gesto, logo adormecemos daquela forma singela.
Fim do capítulo
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danshin
Em: 15/06/2016
Amei, ver que a Elise mudou bastante, esta mais madura, só que ainda quero ela com aquela jeitinho romantico dela, e ver a Vic cai na real sobre tudo, acho que agora as coisas vão acontecer de uma forma mais em sintonia
bjs de luz
Resposta do autor:
Elise ainda é romântica, mas não com Vic, rs... sim Danshin a vida é complicada. tomara messssssmo, heheeheh
line7
Em: 15/06/2016
Nossa que Cap hein😯😊! Tenso! Ufaa mesmo!..rrsss..e agora que ela falou que tem outra, tudo vai ficar mais difícil pra vic, que coisa irônica nos seres humanos sempre gostamos e andamos pro lado mais difícil..rsssa86; até mais linda😙
Resposta do autor:
sim Line, não damos valor pras coisas mais importantes... é triste
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